Havia passado uma semana desde que Anna havia chegado. A banda já tinha passado por Frankfurt, Mannheim e Estugarda. Estavam agora parados em Munique.
Estava tudo a correr às mil maravilhas. Lia e Lúcia passavam a maior parte do tempo com Anna. Apesar desta não saber falar inglês, lá ia aprendendo algo e Jutta era agora, para além de cozinheira, tradutora. Passavam horas na zona de comer, a falarem as quatro.
Os rapazes, esses, estavam cheios de sessões de autógrafos, de fotografias, concertos, tudo e mais alguma coisa. Eram Anna, Lia e Lúcia que respondiam aos e-mails das fãs e que organizavam as suas coisas.
O clima entre Georg e Anna ia cada vez melhor. No princípio, Georg falara com Tom sobre Anna e ele, apesar da fama, revelou-se amigo no que tocou à rapariga. Disse a Georg que era na boa e que até nem se lembrava muito bem dela. Ninguém no TourBus olhava para ela como a groupie. Ela era, definitivamente, a namorada do Georg.
Tornava-se cada vez mais difícil esconder as raparigas; elas estavam a aumentar de dia para dia. Todos tinham namorada, com excepção de Tom, que tinha uma diferente todos os dias.
Corria tudo bem na Tour. Só Lúcia parecia preocupada com Lia. Lúcia achava que Lia estava estranha e, uma dia, até lhe perguntou:
- Está tudo bem?
- Sim... Claro. Porque não havia de estar? – respondeu Lia.
- Pareces estranha.
- Sabes, tenho saudades de casa.
Lúcia convenceu-se que Lia tinha razão. Aliás, também ela tinha. A Tour estava quase a acabar e Lúcia não queria pensar como ia ser depois.
Passou o tempo e os dias. No presente dia, estava marcada uma entrevista à banda, seguida do concerto. O sol ainda estava a nascer quando Lúcia acordou. Bill chamava-a, baixinho, ao ouvido.
- Hey, are you awake?
- Yeah, now I am. – respondeu ela.
- Oh, sorry. I just... – mas deteve-se.
- You just...? – perguntou ela.
- You know I love you, right?
Ela anuiu.
- And I think you love me too, so I think that... – começou, timidamente.
- You think that? – continuadva ela, cada vez que ele parava.
- We... could pass to the... next step. – disse ele, envergonhado.
- Which is? – perguntou ela, sem perceber.
- You know...
Ela não estava mesmo a perceber. Passar para o próximo passo? Mas o que é que ele queria dizer com próximo...
Lúcia ia caindo da cama. Bill segurou-a. Ele percebeu que ela descobrira o que era. Ele estava vermelho, ela não lhe ficava atrás.
- I’m so sorry. I shouldn’t be asking you that. If you don’t want it, I really understand. – disse ele.
Ela percebeu que ele estava a falar a sério. E ele tinha razão. Eles já estavam juntos há alguns meses. Podiam perfeitamente passar para o próximo passo.
- Bill, of couse I want, but we are in a bus with a lot of people. We haven’t any privacity.
- I know, but if Tom and Lia, probably Georg and Anna, were succeeded, why shouldn’t we try?
- Yeah, you’re right. We can try. – disse Lúcia.
Bill sorriu. Ela adorava ver o seu sorriso. Ai como ela adorava.
- Why don’t we try right now? – disse Lúcia, deixando-se levar pelo seu sorriso.
Bill voltou a sorrir. Ela ainda se deixou levar mais. Beijou-a. Ela adorava brincar com o sue piercing da língua. Bill e Lúcia estavam cada vez mais envolvidos. Ela agarrava com força as costas dele, nuas. Ele passava, com cuidado, a mão por baixo da t-shirt dela. Ambos tinham muito calor.
De repente, a cortina do compartimento abriu-se. Lia não esperava encontrar aquelas cenas, àquelas horas, por isso primeiro ficou chocada, e só depois é que se virou.
- Oh... I’m sorry. – disse, evergonahda.
Pior, estavam Bill e Lúcia. Bill tinha-se enfiado debaixo do coberto e colocado a almofada em cima da cabeça para se esconder. Lúcia teria achado amoroso, se não fosse a situação em questão. Limitou-se a puxar a camisola para baixo e a descer da cama. Antes de fechar a cortina, sussurrou:
- We finish it later.
Fechou a cortina. Lia começou a andar até à zona de estar e Lúcia seguiu-a. Reparou que Lia ia cabisbaixa.
- Não precisas de estar assim por teres interrompido. Somos amigas. – disse-lhe Lúcia.
- Não estou assim por causa disso. – afirmou Lia.
- Então que se passa?
- Senta-te. – disse Lia.
Lúcia estava a ficar preocupada.
- Fala. – disse ela.
- Lú, eu quero-te contar uma coisa, mas não podes contar a ninguém.
- Está bem. Diz o que é. Estou a ficar preocupada.
- Eu... Eu... estou atrasada. – disse Lia.
- Estás atrasada para ir onde? – perguntou Lúcia, confusa.
Lia percebeu que ela não estava a perceber; esclareceu melhor.
- O meu período está atrasado.
Lúcia ficou, então, esclarecida.

To be continued...