Uma Qualquer História Especial escrita por UQPE


Capítulo 43
Capítulo 43 - A Mentira




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A última semana tinha passado. Os concertos também. O TourBus já havia estado em Kiel, Bremerhaven e Wilhemshaven.
Muitas coisas se passaram nessa semana. Tom e Lia praticavam cada vez mais a sua relação. À noite, para não incomodarem os outros, treinavam fazê-lo em silêncio. Embora todos soubessem o que se passava atrás das cortinas laranja, Tom e Lia divertiam-se a tentar escondê-lo.
Lia tinha encontrado em Gustav um amigo, que lhe fazia companhia enquanto Tom estava acompanhado por um qualquer groupie. Lia havia desistido de incomodar Lúcia e Bill para não parecer chata. Gustav não se importava de lhe fazer companhia e assim também não estavam sozinhos.
Tom esforçava-se para manter a sua fama de deus do sexo; era vê-lo, depois de cada concerto, com a sua conquista de uma noite, a entrar para o quarto do hotel, estivessem onde estivessem. Lia não se importava nada; isso não a impedia de que, todas as noites, ela e Tom estivessem juntos. Apesar de não passar de uma relação meramente física, estava a ser a mais longa de Tom.
Georg também teve a sua vida agitada. Este passava cada vez mais o tempo agarrado ao computador e estava sempre a pedir a Bill o seu portátil. Constantemente agarrado ao telemóvel, Georg atraiu a atenção dos colegas um dia em que estes lhe perguntaram algo e ele demorou horas a responder, uma vez que estava distraído. Tom começou logo a dizer que ali andava nova namorada, e foi logo apoiado pelos restantes. Pobre Georg que sofreu a tentar esconder a razão de tanto mistério. Conseguiu mas viu-se obrigado a colocar senha no seu telemóvel e a apagar os registos das conversas. Até hoje, eles ainda não sabiam quem era, nem o que se passava.
Bill e Lúcia estavam cada vez mais juntos e unidos. Tanto quanto casal, tanto quanto dupla. Ela, que tanto gostava de arranjar o cabelo de Bill, tornara-se a sua cabeleireira. Para cada concerto ou evento que Bill ia, era ela que lhe arranjava o cabelo. Ele gostava porque ela sabia o que ele queria e sabia fazê-lo como ele queria. Ajudava-o também a pintar as unhas e a maquilhar-se. Ela adorava tratar de Bill.
Estavam agora parados em Bremen. O TourBus havia chegado de manhã e a banda já tinha saído para dar os habituais autógrafos. Lúcia já se habituara a tantas raparigas a atirarem-se ao Bill. Este garantiu-lhe que nem sequer reparava a quem dava autógrafos. Ela acreditou nele.
À tarde, a banda tinha agendado uma pequena conferência de imprensa, antes do concerto. Enquanto eles foram para a sala de imprensa, Lúcia e Lia estavam a dirigir-se para as salas de maquilhagem e preparação. Lúcia já conhecia bem as caixas e o que vinha dentro delas; as lacas, as escovas, as pinturas. As duas ficaram ali, a falar, à espera que eles voltassem.
- Mais um concerto. Isto agora já se tornou um sistema. – disse Lúcia.
- Bem melhor do que estar em Portugal ou até mesmo no hotel em Berlim, à espera que eles dissessem algo por telefone. – rematou Lia.
- Sim, é verdade. E para ti é mesmo bem melhor: tens o Tom.
- Pois, tenho o Tom. As outras também o têm se quiserem. – disse Lia.
- É verdade, aquele rapaz não para mesmo...
- Pois não. – disse Lia, quando a porta se abria.
Tom, Gustav, Georg e Bill entravam na sala. Bill sentara-se na cadeira em frente a Lúcia e esta preparava-se para lhe começar a tratar do cabelo. As outras assistentes também chegavam, para tratarem do resto dos membros. Meia hora antes, eles reuniram-se os quatro, numa sala sozinhos, como habitual. Dava-lhes sorte, segundo eles.
O concerto começou, correu bem e acabou. Como sempre, lá fizeram o mesmo ritual; eles foram dar autógrafos, elas esperaram na carrinha. Foram para o hotel; eles foram dar autógrafos, elas esperavam nos quartos. Lúcia agora esperava por Bill no quarto porque assim ninguém a via sempre a subir com ele; elas usavam sempre as t-shirts do staff para que nunca ninguém desconfiasse. Enquanto Bill não chegava, Lúcia e Lia entretinham-se a jogar ou a ver televisão. O alemão de Lia melhorara, embora fosse o meramente básico. Bill chegou, uma hora mais tarde. Lia preparava-se para ir embora.
- Where’s Gustav? – perguntou ela, que ficava sempre a falar com ele, porque Tom estava ocupado.
- Next door. – respondeu-lhe Bill.
- Thanks.
E saiu. Lia dirigiu-se para a porta ao lado. Deteve-se quando viu uma figura. Uma rapariga jovem, vestida de preto e branco, vagueava pelo corredor, com ar de perdida. Lia não tinha dúvidas: era uma fã dos Tokio Hotel. Mas que é que andava ali a fazer? Ter-se-ia infiltrado para agora lhes ir pedir autógrafos? Se sim, ela tinha de os avisar. Antes de se conseguir virar, a rapariga reparou nela e disse:
- Können Sie mir bitte helfen? (Pode-me ajudar, por favor?)
Lia lembrou-se que tinha a t-shirt do staff e não se podia ir embora ou ela achava estranho. Lia, que percebia alemão, não percebia o suficiente para lhe responder.
- Can you speak english, please? – pediu ela.
- Oh ok. Can you help me, please? – disse a rapariga, com sotaque.
- Yes, of corse. What do you want? – perguntou Lia.
- I’m looking for Tom.
- He already gave autographs. – afirmou Lia.
- Yeah, I know that. I’m not here to ask him one. He invite me to... – disse a rapariga, envergonahda.
Lia percebeu. Ela nem precisou de dizer mais uma palavra. Ela era a groupie daquela noite. Lia olhou, então, para ela com outros olhos. Inspeccionou-a de alto a baixo. Não havia dúvida que Tom sabia escolhê-las.
De repente, Lia teve uma ideia.
- Oh, you are... Of course you are. I’m so distracted. Tom ask me to tell you that he’s very tired and tonight he wants to be alone. If you don’t mind leaving... – disse Lia, encaminhando-a para o elevador.
A rapariga ficou desiludida, mas acreditou em lia. Afinal, uma pessoa que pertence ao staff não lhe ia mentir, pois a ordem fora do guitarrista da banda. Ela já se foi embora. Lia sentiu-se bem para consigo.
Agora Tom estava livre mas, mesmo assim.... Bateu à porta do quarto de Gustav. Este abriu.
- Oh, it’s you. – disse ele.
- Weren’t you expecting me? – perguntou ela.
- Yeah, I was. But you took so long that I thought that you were with Tom. – disse Gustav.
- I think that tonight, he wants to be alone. – concluiu ela.

To be continued...

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