Uma Qualquer História Especial escrita por UQPE


Capítulo 35
Capítulo 35 - A Interrupção




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/6715/chapter/35

Bill e Tom tinham entrado a correr na casa, deixando a porta escancarada. Lúcia olhava, atónita, para a moradia. Ele tinha-a levado ali. À sua casa. Ao mais pessoal dos sítios. Era uma verdade que ele já tinha ido à sua mas ela era uma pessoa normal e a sua privacidade estava muito bem mais resguardada que a dele. No entanto, ela estava ali, especada e tudo o que fazia era olhar.
Lia também estava em êxtase. Nunca na sua banal vida pensara em estar ali. Era verdade que é uma coisa com que todos os fãs sonham mas estar mesmo ali?
A rua era calma. Atrás delas, um grande campo estendia-se. A casa estava rodeada de uma vedação em madeira clara, que impedia a vista a não ser que o portão estivesse aberto. A moradia era branca, tradicional e acolhedora. Era uma casa normal. Nada de extravagâncias. Era o lar deles.
As duas pareciam ter adormecido ali, em frente à porta. Bill, que tinha entrado e que esperava que elas fizessem o mesmo, veio à entrada e disse:
- Hey, what are you doing? Come in!
Elas despertaram e entraram a medo. Olharam com precaução. A primeira impressão fora fantástica. Nunca ninguém teria imaginado aquela casa assim. Não era fora do normal, até pelo contrário, era normal. Acolhedora, materna, pairava no ar o perfume de senhora. Bill e Tom pareciam umas crianças ali. A mãe deles apareceu. Uma senhora loira, mais baixa que os filhos, estava a olhar para ela.
- Ist sie Luutsia? (Ela é a Luutsia?) – perguntou.
- Ja. (Sim) – respondeu Bill.
A senhora virou-se para ela.
- Hallo. (Olá)
- Olá. Hello. Hallo. Sorry.
Ela não sabia o que dizer. Bill e Tom riram-se. Fizeram as apresentações. Sempre que era preciso falar, eles traduziam. Bill aproveitou que elas não percebiam, para não traduzir uma parte em que a mãe disse que tinha fotos dele em pequenino. Tom percebeu e traduziu. Bill não teve outro remédio que ir buscar o álbum. Envergonhado, lá mostrou.
Acabaram por almoçar lá. Conheceram o padrasto. Depois do almoço, Bill mostrou a Lúcia a casa. Tom e Lia acompanharam-nos. A sala de jantar estava decorada com bastantes adereços musicais. Naquela família todos gostavam de música. Encontravam-se vários armários cheios de discos antigos. Na parede estava pendurada uma guitarra bastante pequena. Tom exibiu-se ao dizer que fora a primeira guitarra dele, quando tinha uns cinco anos. Os gémeos guardaram para o final a melhor parte: os seus quartos. Começaram pelo de Tom que era o primeiro. Era grande e, como era de calcular, cheio de posters de bandas de Hip-Hop e cantores de Rap. Tinha um estilo moderno e tinha, a um canto, uma guitarra ligada a um amplificador. Em cima duma cadeira encontravam-se alguma t-shirts, tamanho XXL, provavelmente as suas preferidas. Tinha um armário em vidro com bastantes chapéus. Todos eles ordenados por cores, provavelmente pela mãe. Lia ficou ali, com Tom a mostrar-lhe os seus aposentos. Bill seguiu com Lúcia para a última divisão. Ela toda tremia.
Entraram. O seu quarto era o seu estilo. Pintados com uma parede preta ao fundo, estava decorado com fotografias dele em concertos e com posters de alguns cantores preferidos de Bill. O símbolo dos Tokio Hotel estava pintado a preto no tecto do quarto. Em vez de um guarda-vestidos, tinha um cabide de varão, igual aos que se usam nos desfiles, com a sua roupa pendurada. Tinha uma mesa com o seu computador e uma televisão na parede. As janelas estavam fechadas e Bill acendeu a luz. Como o seu interruptor dava para regular, deixou-a no mínimo. Ligou uma pequena aparelhagem que tinha em cima do armário e meteu uma música baixinha. Puxou Lúcia e deitaram-se na cama. Ela ficou encostada a cabeceira da cama e ele deitou-se de costas para ela. Esta fazia-lhe festas no seu cabelo, que ela tanto adorava. Acabou por dizer:
- Why did you brought me here?
- I thought you may want to know where I live. After all, I’ve been in your home.
- Yeah, but you’re a star.
- A star that loves you.
Ela virou-o e olhou. Nunca lhe tinha dito aquilo. Ela não queria acreditar.
- You said...
- I know what I said.
Ele inclinou-se e beijou-a. Puxou-a para baixo. O clima tinha-se instalado. Bill avançava com cuidado. Lúcia deixava-o avançar com cuidado. Ela estava ligeiramente por baixo dele. Sentia o pulsar do seu coração no seu peito. Ele estava nervoso. Ela também. Sentiu as mãos de Bill a passarem nas suas costas. Sentiu que era dele e ele dela.
Então, Tom e Lia entraram. Bill assustou-se e caiu da cama. Lúcia levantou-se ficando sentada em cima da mesma. Tom que primeiramente ficara espantado, ria-se agora a bandeiras despregadas. Lia sorria, constrangida. Bill e Lúcia estavam vermelhos, tanto de calor, como de vergonha. Tom ria-se sem se controlar. Lia deu-lhe um encontrão e ele recompôs-se.
- Come on, crazy people. Let’s get outside.
E virou-se. Bill e Lúcia ficaram no quarto. Ela ajudou Bill a levantar-se. Bill puxou-se e ela caiu em cima dele.
- Hey! – disse ela.
- Sorry about my brother.
- I’m used to.
Riram-se. Tom que já ia na porta de entrada, gritou:
- I said come on!
Lá se levantaram e se juntaram a eles. Lá fora, Os gémeos mostraram-lhes uma paragem de autocarro que ficava ao lado da casa deles, toda escrita com declarações para os gémeos. Lúcia ficou com ciúmes e eles riram-se. Passearam por aquele campo em frente. Andaram uns a correrem atrás dos outros mas Tom estava sempre a ter que puxar as suas calças. Lúcia apanhou Bill de costas e tapou-lhes os olhos e sussurrou-lhe ao ouvido:
- By the way. I love you too.

To be continued...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Qualquer História Especial" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.