Uma Qualquer História Especial escrita por UQPE


Capítulo 33
Capítulo 33 - A Pergunta




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Tom entrou com Lia, vindos de não se soube onde, Lúcia pensou ter sido da casa de banho, e deteve-se. Olhava para o irmão, aos beijos àquela rapariga.
- Hey, take it easy.
Bill e Lúcia separaram-se, envergonhados. Tom ria-se, compulsivamente.
Chegaram Georg e Gustav e ficaram os seis à conversa. Lúcia e Lia contaram como tinham ido lá parar. Bill olhou para Tom e, sem que ninguém percebesse e sem mesmo dizer nada, agradeceu. Tom percebeu. Bill lembrou-se do relatório que tinha visto no telemóvel do irmão... Só de pensar que por momentos pensou que ele o tivesse a trair. Nunca ia contar aquilo a ninguém.
A conversa tomava agora outro rumo:
- Do you know that we are gonna do a Tour around the country? It will be so fun. – disse Gustav.
Lúcia, com um voz esquisita, como que apanhada por surpresa, disse:
- Oh really? That’s good.
Apesar de terem feito as pazes e de estar tudo bem novamente entre o grupo, a tensão pairava no ar. A química esvanecera e dera lugar a um ambiente sinistro. Lia era a única que se mostrava eufórica por estar presente na companhia da sua banda preferida, os seus ídolos. Não parecia incomodada com a tensão. Ao fim de alguns momentos deste ambiente, ela começou a bocejar. Lúcia aproveitou a deixa e disse que tinham que se ir embora. Despediram-se e Bill acompanhou-as ao corredor do estádio. Lá fora, Lia deixou-os sozinhos.
- Bill, I’m happy that you forgive me. I miss you. – disse baixinho.
- Me too. I... I wanna... – começou Bill.
- Yes? You want...
- Nothing, forget. – arrematou.
Lúcia despediu-se cabisbaixa. No fundo, ela queria tanto... Tinha quase a certeza que era isso que ele ia dizer. Mas talvez não, talvez ele achasse que era cedo de mais e talvez ele não quisesse. Seria?
Na ida para casa, Lia reparou no humor de Lúcia e perguntou-lhe:
- Que se passa?
- Nada. – disse-lhe Lúcia.
- Nada? Vens com essa cara desde que saíste do estádio. Eu pensei que foi bom, tu e o Bill terem feito as pazes. Não percebo.
- É que... Oh, esquece, não ias perceber.
- Tenta. – propôs Lia.
- É sobre a Tour. O Bill... – começou.
- O Bill? O Bill o quê? Desembucha!
- O Bill não me convidou! – disse em tom alto.
Lia parou e percebeu.
- Oh Lú, tu não podias querer que ele te convidasse já, quer dizer, vocês fizeram as pazes e tudo mas ainda é muito cedo. Talvez ele ache que ainda não passou tempo suficiente.
- Talvez ele ache que afinal isto não era o que ele pensava. – disse Lúcia, amedrontada.
- Não é nada disso. Já estás tu a pensar coisas. Olha que quando eu entrei na sala, ele não parecia arrependido, antes pelo contrário.
- Por falar nisso, donde é que tu e o Tom apareceram? – perguntou curiosa e para fugir ao outro assunto.
- Ele agarrou-me e puxou-me para a primeira porta. Por acaso era a casa de banho. Tivemos que ficar lá aquele tempo todo. À escuta, claro.
Lúcia ia arrematar a pergunta mas tinham chegado ao hotel. Entraram e subiram para os quartos.
Já lá em cima, o telemóvel de Lúcia tocou. Tocou com um número que há muito tempo não lhe ligava. B. Kaulitz a chamar. Lúcia entremeceu. Seria possível que ele lhe fosse pedir...
Atendeu.
- Hallo. Are you already at the hotel?
- Yes, and you?
- I’m at the TourBus. We’re here, talking.
- Oh, ok.
- Will...
- Yes?
- ...I see you tomorrow?
- Oh, that... yes.
- So see you tomorrow. Sleep well.
- You too.
E desligaram. Se a conversa pudesse ter sido mais estranha...
Lúcia foi-se deitar. Lia apagou as luzes. Sabia que a amiga continuava acordada, mas sabia também que se ela não queria falar, era porque tinha os seus motivos. E não se enganara. Ela estava acordada.

No TourBus, Bill estava sentado a um canto, cabisbaixo.
- Was ist los? (Que se passa?) – perguntou-lhe Tom.
- Nichts. (Nada) – respondeu-lhe Bill.
- Sie tun mir nichts vormachen. (Tu não me enganas)
- Es handelt sich um Luutsia. (É por causa da Luutsia)
- Sie wurden nicht nur in Ordnung? (Não estavam bem?) – perguntou Tom.
- Ja, Tom. (Sim, Tom)
- Und? (E?)
- Wenn Gustav gesagt, dass über die Tour, Luutsia nicht alles gesagt. (Quando o Gustav disse aquilo sobre a Tour, a Luutsia não disse nada)
- Was haben Sie erwartet? (O que é que tu esperavas?)
Bill anuiu. Tom percebeu.
- Sie wollen sie mit uns zu kommen. (Tu queres que ela venha connosco)
Bill corou e concentiu.
- Warum Sie nicht fragen, ihr? (Porque não lhe pedes?)
- Wenn sie wollte, würde sie gesagt haben, etwas zu mir (Se ela quisesse, ela tinha-me dito alguma coisa) – declarou Bill.
- Sei nicht dumm, nur zwei sind in Ordnung. Keine Schraube. (Não sejas estúpido. Vocês os dois estão bem. Não estragues isso) – disse Tom.
E foi-se embora, deixando o irmão a pensar.
Bill pensou em tudo. Teria que ser ele a convidar ou ela não queria apenas ir? Parece que nunca ia saber. Convidasse ou não, Bill tinha que lhe dizer algo. Já era tarde para ligar, por isso mandou uma mensagem.

Lúcia já dormia, àquelas horas. Não ouviu, nem viu o telemóvel tocar.
Uma mensagem nova.
B. Kaulitz.

To be continued...

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