Will Not Be Easy escrita por Swiper


Capítulo 11
A dor de muitos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, foi mal, era para eu ter postado semana passada, mas meio que não deu. É que no meu colégio, nessa época, nós temos uma gincana, uma semana cultural, aí fiquei toda perturbada da cabeça. Desculpa, de verdade.
Então, aqui está mais um capítulo ;)
Tomara que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/671384/chapter/11

— Ih Scott, será que ele pirou?

Scott passou a mão em frente ao garoto sentado no sofá.

Stiles de repente havia ficado estranho. Estava aéreo, como não estivesse vendo nada, o olhar perdido. A boca entreaberta, parecia estar em outro mundo e isso estava assustando um pouquinho as duas pessoas também presentes naquela sala.

— Ele está todo duro – comentou Scott – Será que ele dormiu?

A televisão ainda estava ligada e passava um filme de ação, mas foi totalmente esquecida pela atitude estranha do garoto hiperativo. Os documentos ainda sobre a mesa.

— Uma pessoa não dorme de olhos fechados – de repente a menina começou a rir – Ele está parecendo um idiota. Mais que o normal.

— Isso não tem graça, Claire. Talvez esteja sonâmbulo, melhor ligar para o pai dele.

— No momento o Xerife tem bastante coisa para lidar, não acha? Ele saiu por causa de mais outro ataque.

— Mas isso já faz um bom tempo.

— E se a gente tentar acordá-lo? Sacode ele para ver se acontece alguma coisa.

— Isso pode piorar a situação.

— Deixa de ser medroso.

Claire se aproximou para tocar o ombro do garoto, mas quando estava a centímetros dele, algo deu terrivelmente errado. Stiles arqueou as costas brutalmente e começou a gritar. O garoto parecia estar em horrível agonia, se debatia e se contorcia na cadeira.

Claire recuou assustada para o mais longe possível. Scott também se afastou, mas se mantinha próximo o suficiente para tentar ajudar o amigo, apesar de, Claire sabia, o lobisomem desconhecia como.

Stiles berrava e lágrimas desciam pelo seu rosto. O menino logo escorregou para o chão.

Ficou rolando e se contorcendo no piso da sala. Gritava como nunca.

— Stiles! - Scott queria fazer alguma coisa, estava desesperado.

Claire via aquela cena com absoluto horror, não conseguia tirar os olhos do menino que parecia estar morrendo.

Stiles berrava continuamente, parecendo sentir tanto dor quanto uma pessoa era capaz de suportar.

— O que a gente faz? – Claire perguntou desesperada.

— Eu não sei!

Os dois estavam atordoados demais para conseguir pensar.

Somente depois de vários segundos ou minutos, nenhum dos três poderia dizer, Stiles parara de gritar, mas continuava a se mover duramente, ele chorava e fazia caretas grotescas.

Arreganhava os dentes e apertava os olhos

Scott tocou-lhe o braço e suas veias pareciam terem ficado negras. Ele segurou seu amigo pelo máximo que pôde e se afastou depressa com um resmungo de dor.

— O que é que você fez? - perguntou Claire amedrontada.

— Estou tentando tirar um pouco da dor dele.

Assim, de pouco em pouco, Scott tirava parte da dor do amigo, que, por fim, se virara de frente para o chão, os olhos ainda bem fechados de onde caíam muitas lágrimas.

Somente depois de um bom tempo, Scott interrompeu a retirada da dor de Stiles, quando este levantou a mão trêmula pedindo que parasse.

O menino estava assustadoramente pálido, respirando pesadamente, como se lhe faltasse oxigênio.

— A marca - disse Stiles em voz rouca e fraca - olha a marca.

Scott rapidamente se moveu para frente e levantou parcialmente a camisa do menino.

A marca estava totalmente negra, uma coloração feia de roxo e marrom se espalhava pela região.

Claire sentiu reviradas no estômago que ela sabia não tardar para lançar todo o seu almoço para fora.

Scott baixou a blusa e levantou Stiles pelos braços. Colocou-o na poltrona novamente e ficou olhando assustado e preocupado ao mesmo tempo.

Os lábios de Stiles estavam brancos, o menino suava frio e tremia violentamente. Parecia prestes a desmaiar.

— Meu Deus - disse Scott espantado- O que foi isso?

— Nunca - Stiles falou na mesma voz fraca- Nunca doeu assim antes.

— Ainda está doendo?

— Só um p-pouco.

— Você está gelado, eu vou buscar um cobertor.

Assim, para o desconforto de Claire, Scott saiu correndo da sala deixando a menina a sós com uma das pessoas que ela menos gostava na vida e que agora sofria dores lancinantes por causa de uma marca que deveria ser destinada a ela.

Novamente aquela serpente venenosa da culpa a estava se agitando dentro dela.

Uma eternidade depois, Scott voltou trazendo vários cobertores.

Scott passou os cobertores pelos ombros do garoto e se ajoelhou. Seus olhos demonstrava extrema preocupação.

— Como você está?

— Já está doendo menos.

— Certeza?

Stiles acenou com a cabeça.

— E o que foi aquilo antes? Você parecia estar dormindo acordado?

Mas Stiles apenas juntou as sobrancelhas.

— Eu estava?

— Sim.

— Eu não me lembro disso. A gente não estava conversando sobre as vítimas?

Claire ficou confusa. Ele estava todo duro vários minutos atrás. Ele não se lembrava nem de ter dormido ou cochilado?

— Não, cara, você ficou todo estranho. Parecia uma estátua.

Mas a atenção de Claire foi desviada momentaneamente daquela conversa para o noticiário na tevê. Talvez por uma estranha coincidência, intuição ou por destino. Chame como quiser, mas Claire virou seu rosto virou rápido para a tela que passava a reportagem, sem motivo. Nem mesmo se lembrava mais que o aparelho ainda estava ligado.

A notícia mostrava um shopping de Beacon Hills que estava sendo atacado aparentemente por uma gangue rápida e violenta. Muitas pessoas já tinham sido mortas e se prometia ainda mais vítimas, já que o vídeo estava sendo lançando ao vivo.

De repente uma ideia se formou na cabeça da menina.

— Scott, olhe – ela chamou o amigo ainda sem tirar os olhos da tevê.

O lobisomem virou seu rosto e começou a prestar atenção na reportagem.

— E se for por causa disso? – a menina apresentou sua ideia.

— Você acha que tenha sido aqueles demônios?

— Bem, Stiles mesmo disse que achava que sua marca estava ligada às mortes. Aparentemente aqueles demônios precisam de sacrifícios, certo? Um shopping seria um ótimo alvo para conseguir diversos alvos de uma vez. A marca pode estar conectada dessa forma. De algum jeito, as mortes podem ter passado para ele.

Scott parecia estar ponderando aquela ideia.

— Isso explicaria esse ataque de dor – ele se virou para o amigo humano – Você esteve sentindo dor por esses dias não é? Você pode estar recebendo a dor das vítimas.

— Mas elas estão mortas – disse o menino fracamente – Como uma pessoa morta sente dor?

— Talvez você sinta a dor da morte delas.

Depois disso, Claire percebeu, Stiles ficou muito quieto. Aquele palpite deve ter lhe apavorado. Se fosse com ela, provavelmente também estaria do mesmo jeito, talvez pior.

O garoto apenas se enrolou nas cobertas e passou um bom tempo de olhos fechados e tentando controlar a respiração. Ele estava pálido, branco feito papel e seu rosto brilhava de suor.

— Ainda está doendo? - perguntou Claire sem jeito.

Depois que Stiles se acalmou, Scott foi tentar fazer algumas ligações para a delegacia e saber onde o Xerife estava. Até aquele momento não tinha voltado, o que significava Claire ficando sozinha com o humano. Ela queria ir para casa e tentar esquecer Stiles berrando e se contorcendo no chão, mas sabia que Scott não a deixaria, ele provavelmente ficaria maluco de preocupação tendo que vigiar dois amigos seus. Ela queria lidar com toda aquela cena em casa, onde poderia abraçar seu travesseiro e possivelmente chorar, ela com certeza já teria feito isso se não quisesse dar apoio aos seus amigos, apesar de sua garganta arder quando seus pensamentos voltavam a toda aquela situação.

Se antes sentia culpa por Stiles ter sido marcado e possuído, agora a sentia mil vezes pior.

Stiles abriu os olhos, parecia levemente surpreso por alguém estar falando com ele. Como se pensasse estar sozinho naquela sala. Quando ficou o olhar na menina, um certo rubor cresceu em suas bochechas.

— Já está melhor.

— Realmente não se lembra de ter apagado.

Stiles franziu as sobrancelhas e balançou a cabeça.

— Você ficou parado com os olhos abertos, parecia sonâmbulo.

— Não lembro de nada disso, só que estávamos falando sobre as vítimas. Ai droga, ainda tenho que guardar isso

Ele se inclinou sobre a poltrona, mas Claire foi mais rápido e pegou os papéis para si.

— Posso fazer isso. Onde eu as guardo?

Stiles pareceu atordoado e surpreso ao mesmo tempo por alguns segundos. Estava claro que ele não esperava uma atitude dessas por parte de Claire, nem mesmo ela esperava isso de si mesma.

— Er... Estava atrás de uma cômoda do meu pai, onde ele acha que é seguro.

Claire seguiu as instruções do garoto e achou o esconderijo. Tudo bem, ela dava algum crédito a Stiles por descobrir aquele local. Se seu pai estivesse escondendo algo dela, ela nunca descobriria em um lugar daqueles.

O resto da noite Claire e Scott ficaram na casa, monitorando Stiles e ouvindo as notícias do novo massacre em Beacon Hills, que havia matado trinta e quatro pessoas. Houve muitos tiros e bombas. O caso foi tão chocante, que mesmo sabendo que Claire não era tão fã assim de shoppings, seu pai telefonou assustado para ela. Ele ficou aliviado em saber que ela estava bem, mas quando soube que estava na casa de Stiles, preferiu que o Xerife estivesse lá.

Claire logo percebeu que seu pai não era o único preocupado dali. Logo adiante Scott estava tentando acalmar sua mãe. Claire percebeu como deve ser difícil para Melissa cuidar de Scott, principalmente quando ela sabia sobre o sobrenatural.

Foi uma espécie de alívio quando chegou em casa. Scott disse que continuaria com Stiles por mais algum tempo antes de ir para sua casa, mas que no dia seguinte iria pegar Claire para irem a escola. Seu pai, logicamente, fez um monte de perguntas. John Roberts pode parecer um daqueles pais violentos e brutos, talvez por causa de sua aparência dura, mas era uma manteiga derretida por dentro, se preocupando com Claire como um pai e como uma mãe. Claire por vezes achava graça naquilo, mas naquele momento ela só queria tomar uma aspirina e ir dormir na sua cama quentinha. Seu grande sentimento de culpa, a briga com Victoria – que ainda nem havia comentado com o pai -, a cena horrível de Stiles gritando havia esgotado sua mente.

No dia seguinte tudo o que Stiles queria era faltar a aula e poder dormir o quanto quisesse. Aquele ataque de dor horrível que teve perdurou durante a noite. Não foi tão intensa quanto havia sido horas atrás, mas era forte o suficiente para ele se sentir incomodado. Não conseguiu fechar os olhos e se sentia mais cansado que nunca.

Mas como seu pai não sabia sobre isso e não queria preocupar seu pai dizendo que estava doente, fez um esforço para se levantar da cama. Ele fez tudo com lentidão e uma vez bateu na porta do banheiro sem querer por estar com os olhos fechados enquanto andava.

Seu pai havia chegado quase duas da manhã, preocupado e cansado até o último fio de cabelo. Não era lá muito depois de todos esses anos, mas a ideia foi entendida.

Ele disse que queria dormir e que só explicaria para Stiles na manhã seguinte, então nada pôde fazer.

Scott não iria acompanha-lo para a escola, faria isso com Claire, o que não o agradou muito. Seria bem útil ter o poder de um lobisomem com aqueles tantos demônios soltos por aí. E por falar em Claire, o humano estava cada vez se sentindo mais estranho. Ele ficou bem surpreso quando a menina se ofereceu para ajudar a guardar os papéis.

Ok, aquilo não era lá muita coisa, mas vindo dela, era um ato extraordinário. A menina geralmente causava problemas para ele, e não tentava ajudar a resolvê-lo.

E ele ficara bem envergonhado quando percebeu que Claire havia acompanhado aquele surto de dor. Ele não queria que a menina o visse urrando de agonia e chorando. Era um tanto embaraçoso e o fazia se sentir fraco perante a garota. Ela já gostava de implicar e bater nele antes, imagine depois disso. Mas quando ele parou seu olhar nela, percebeu que era ela quem estava mais desconfortável e Stiles tinha sérias suspeitas que aquilo fosse culpa.

Ele não sabia até quando Claire ia se sentir culpada por algo que estava além de suas capacidades.

Quando chegou na escola, Scott logo foi ao seu encontro. Ele estava muito preocupado e Stiles logo censurou a si mesmo por ter deixado seu amigo assim.

— Eu estou bem, Scott, não se preocupe – ele disse antes que o lobisomem pudesse dizer alguma coisa.

— Tem certeza? Sem dor?

— Sim, eu só...

Ele parou de repente ao perceber uma cabeleira loira passando por ele. Ele sentiu algo passando por ele, um sentimento estranho e urgente.  Era Sandra Carter, uma colega sua de infância. Eles não eram exatamente chegados, mas, sem motivo algum,  ele começou a temer por ela. Era uma coisa esquisita e ruim dentro dele, quase um Déjà Vu.

— Stiles? Que foi? Está me assustando.

— Scott, será que hoje você pode ficar de olho na Sandra Carter.

— O quê? – Scott ficou extremamente perdido.

— Eu posso olhar a Claire hoje, mas fique rondando a Sandra, por favor. Eu estou com um má pressentimento.

— Como assim?

— Eu não sei explicar, mas eu sinto que estou certo, aquela garota está correndo perigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí??



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Will Not Be Easy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.