Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate
Notas iniciais do capítulo
Mais um capitulo para vocês.
Espero que gostem.
Bom... Na próxima é pov do camarada.
Beijão galera.
Boa leitura.
Risquei aquela frase pela terceira vez em menos de cinco segundos. Eu estava tão atordoada que aquele marca-texto ia acabar furando a página da revista de noiva se Lissa não aparecesse na minha frente.
Larguei a caneta cor de limão e recostei-me na cadeira cruzando os braços e fechando os olhos. Cristian tinha ligado para a minha casa três vezes atrás de Lissa, estávamos no dia seguinte da droga da conversa, ela não tinha dado notícias e eu não tinha ido trabalhar por causa disso.
Janine abriu o bar e Jason tinha levado Jade para lá. Eles almoçariam e eu estava pensando quando Dimitri ia me dar algum sinal sobre o nosso almoço. Suspirei ainda de olhos fechados e foquei toda a minha energia em Lissa. Eu queria ela na minha frente agora.
Eu estava quase dormindo, sentindo toda aquela calma da minha cozinha silenciosa e da minha concentração em alguma coisa que não fossem meus problemas, quando a porta principal bateu de um jeito assustador. Abri meus olhos, quase caindo da cadeira e dei de cara com Lissa.
Seus cabelos estavam desgrenhados e suas roupas molhadas. Levantei o cenho e continuei em silêncio esperando ansiosamente por uma resposta que não ia vir tão cedo. Ela pareceu espantada comigo em casa, quando deveria estar no escritório.
Acomodei meus cotovelos na mesa e ainda recebia seu olhar assustado. Eu sorri, delicadamente e ela respirou aliviada por pensar que não levaria uma bronca.
— Não tão rápido, querida. – comecei. – Seja uma boa menina e me conte o que você fez na noite passada.
Ela revirou os olhos, ainda de pé.
— Nada demais. – falou Lissa.
— Nada demais? – perguntei, de modo calmo, olhando para as suas roupas. – Então, como está molhada? Virou a Ariel?
— Caso você não tenha tido infância, a Ariel é ruiva. – disse Lissa, de modo amargo.
Eu dei de ombros.
— Uma tinta resolve isso, meu bem. – falei. – O que me consola, e acho que consolaria a galhada na cabeça de Cristian, é saber que não dá para fazer muita coisa com roupa.
— Não tem galhada nenhuma na cabeça dele. – gritou. Eu fitei-a.
— Está gritando por qual motivo então? – perguntei. Ela respirou fundo, sem resposta.
— Não quero falar. – disse. – E não vou.
Lissa começou a ir em direção a escada, mas a campainha o parou. Eu me levantei, chateada por ela ter gritado, mas calada. Passei por Lissa e abri a porta.
Dimitri examinou minha calça jeans e minha blusa regata, e sorriu. Ele estava de terno e levantou o cenho, com a minha cara de espanto.
— O que está fazendo? – perguntei.
— Hora do almoço. – disse ele. – Estou pegando a minha companhia.
— Pegando não, meu bem. – falei. – Não se toca na mercadoria.
Ele sorriu, ainda analisando as minhas roupas desleixadas.
— Precisamos chegar a tempo, estamos atrasados. – falou. – Dá tempo de você pegar um casaco.
— Aonde vamos? – perguntei, preocupada com as minhas roupas.
— Em um restaurante perto do limite de Montana. – falou. – Vamos, precisamos ir.
Eu assenti e fui até o armário de casacos perto da escada. Lissa ainda estava ali, fitando-me confusa. Olhei para ela de modo sério e respirei fundo.
— Quando eu voltar, vamos conversar. – sussurrei.
Ela revirou os olhos.
— Não vamos. – disse ela. – Não é porque estou com as roupas molhadas que passei a noite na cama do Tony. – disse, com raiva.
— Não querida, suas roupas molhadas são de menos. O pior seria se a sua calcinha também estivesse. – disse para ela. Lissa bufou subindo suas escadas.
Eu sorri e peguei minha jaqueta de couro vermelha. Não estava com uma roupa adequada para um jantar chique, mas não me importava nenhum pouco.
***
Estávamos sentados, esperando nossos pedidos e ele me olhava de modo curioso. Eu apenas engoli a seco e retribui o olhar com a sobrancelha arqueada.
Ele sorriu.
— Mesmo temperamento. – disse ele. – Adoro.
— Calado. – resmunguei. Já estava com fome e nada da comida chegar. Olhei para Dimitri impaciente. – Posso saber porque estou aqui?
— Para comer? – perguntou, irônico.
Eu rolei os olhos.
— Parece que sou bom em te fazer revirar os olhos. – disse ele. Eu arfei.
— Nem vem. – comecei. – Por que estou aqui?
— Por causa disso. – falou. Pegando um envelope em cima da mesa e entregando-me.
Eu abri com calma e medo do que poderia ser, mas eram documentos. Um deles tinha o nome da Jade. Eu abri a boca em susto. Era uma certidão de nascimento dela, com o sobrenome dele.
Jade Hathaway Belikov.
Olhei para Dimitri, ainda pasma e ele tinha um olhar sereno no rosto. Eu levantei o cenho, finalmente fechando a boca e sorri devagar.
— Acho que ela vai sofrer Bullying com esse sobrenome esquisito. – falei, por fim. Ele sorriu.
— Queria que fosse você a sofrer Bullying. – disse ele.
— O que está querendo dizer com isso? – perguntei.
— Que eu não vou descansar enquanto não tiver esse sobrenome, Rose. – disse ele.
— Isso foi a forma que você achou de me pedir em casamento? – perguntei. Dimitri sorriu.
— Ainda não. – disse ele. – Ainda. – reforçou.
Eu sorri, levantando o cenho.
Se Jason continuasse com a mesma ideia que a dele, isso seria uma completa loucura.
***
Bati três vezes na porta do quarto de Lissa. Minha mãe tinha me ligado para dizer que ela estava trancada e não queria sair de lá. Cristian tinha me mandado várias mensagens desesperadas atrás de sua noiva e eu tentava fazer aquele casamento acontecer.
Eu sempre ficava com a pior parte.
— Vai mesmo me fazer ficar em pé na porta até você abrir? – perguntei, irritada. – Lissa, abre esse raio de porta! – gritei.
— Não. – gritou. Eu sorri.
— Graças a Deus você está viva.
— O que você quer? – perguntou, irritada.
— Que você abra essa droga de porta.
Eu recebi alguns segundos de silêncio e finalmente escutei um barulho de chave sendo virada na maçaneta. Respirei fundo aliviada antes que ela abrisse. Fitei-a e levantei o cenho. Ela tinha os olhos vermelhos e seus cabelos desgrenhados.
Eu sorri e abri meus braços para ela. Então, ela me abraçou feito um bebê precisando de consolo e eu apertei-a em meus braços. Eu tinha medo de saber o que houve na noite em que ela passou fora, mas temia ainda mais por Cristian.
— Vai me dizer o que houve? – perguntei, enquanto entrava no quarto, para sentar-me em sua cama.
— Claro. – disse, sentando-se à minha frente. Seus olhos estavam tristes. – Tony disse que ainda sente o mesmo por mim.
— E? – perguntei.
— Eu queria que ele viesse me resgatar quando estávamos em Montana, mas ele não veio. Ele continuou lá em seu mundinho chato e não veio.
Eu respirei fundo.
— E agora tem o Cris. – eu disse.
— Não sei o que eu faço. – disse Lissa. Ela fez biquinho e eu sorri.
Fitei-a e peguei em suas mãos.
— Você não ficou com Cristian todos esses anos por um motivo vago. – disse ela. – Tinha algo por dentro que te fez dizer sim para ele. – eu sorri para ela e continuei. – Tenho certeza que Cristian é a luz que te faz amar de um jeito único. E tenho certeza que o que sente por Tony são assuntos inacabados.
Lissa sorriu para mim. Do jeito que ela sempre fazia. Ela iluminava tudo à sua volta.
— Tudo bem. – disse ela. – Você tem razão.
— E o que vai fazer? – perguntei, enquanto a via se levantar e ir até a porta.
— Vou atrás do meu homem. – disse ela.
— Boa sorte em acabar com a virgindade dele. – falei, sorrindo. Enquanto, Lissa sumia da minha vista.
Eu respirei fundo e sorri. Eu tinha conseguido fazê-la ver o amor por alguém como o Cristian, mas não conseguia fazer o mesmo comigo. Talvez, aceitar Dimitri na vida de Jade seja o que todos dizem sobre vitórias. Algumas delas ocultam uma renúncia.
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