Nunca Fui Beijada 2 escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 16
I Put a Spell On You


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo meninas
Espero que gostem
Beijos



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Lissa andava de um lado para o outro, murmurando as coisas que faltavam para o casamento. Mia e Sid, assim como eu, acompanhavam seus passos em silencio. Estávamos no meu novo escritório em Montana, perto do novo restaurante de Cristian.

Pisquei algumas vezes, me acomodei em minha cadeira e sorri para as meninas que fizeram o mesmo. Olhei para Lissa novamente e ela parecia uma pilha. Jason tinha tirado o dia para se divertir com Jade e fiz uma nota mental de Dimitri passaria lá mais tarde.

— Lissa. – falei, ela parou abruptamente para fitar-me. – Chega de andar de um lado para o outro. Já estou tonta.

— Desculpe. – murmurou, sentando-se à minha frente.

— Você não quis minha a ajuda.

— Verdade. – disse Mia. – Lissa é estranha.

Mia continuou sentada em cima da minha mesinha de madeira e eu rolei os olhos. A minha sorte é que ela era um palito e não quebraria nada ali. Sid, continuou sentada no sofá do meu enorme escritório e sorriu.

— Sabe o que é nada pronto? – disse Sid, fitando-me com seus olhos verdes. Ela tinha um vestido verde claro hoje. – Ela só tem as comidas e bebidas. Mas a decoração está um fiasco.

— Não é assim Sid.

— É sim. – disse Sid. Ela levantou-se. – Você não deixou que Rose ajudasse, e está enrolada.

— Desculpe. – disse ela. – Eu só estava tentando fazer algo simples.

— Em um quintal? – perguntou Mia. Eu deixei minha gargalhada transparecer em um sorriso de canto de boca.

— Não seja má, Mia. – disse Sid, percebendo o desanimo da minha irmã.

Eu sorri, e elas me encararam.

— Eu já tenho meu presente de casamento. – disse eu. – Você vai ter o melhor casamento de quintal que Montana já viu. 

— Rose, você é incrível. – disse Sid.

— Não. – falou Lissa. – Não quero Luxo.

— Oh... – murmurei, levantando-me. Ajeitei minha saia apertada e social até os joelhos e caminhei com meus velhos saltos até Sid. – Você não tem direito de fala.

— Verdade. – disse Sid, abraçando-me. – Vamos fazer um casamento em apenas uma semana.

— Então, vamos aos preparativos. – disse Mia, pegando sua agenda vermelha em cima da minha mesa.

— Sim. – disse para ela, enquanto Lissa alternava seu olhar em nós três, sentada. – Bolo, velas, flores... OH, liga para Camélia, tenho certeza que as melhores flores de Nova York vão fazer um sucesso em Montana.

Sid, eu e Mia continuamos falando sem parar, o que deixou Lissa meio tonta. Ela permaneceu em silêncio por não deixarmos ela se meter em nada.

— Por favor... – começou. – Não façam do meu casamento um evento.

— Fica quieta. – falei, já no meu computador, contatando um DJ. – Não se meta no meu presente.

Lissa rolou os olhos, já de pé perto de mim. Ela procurou tentar entender os códigos que eu enviava para o DJ, mas desistiu, saindo de perto de mim.

— O nosso, Rose. – disse alguém atrás de nós.

Todas nós viramos para a porta e a figura de Tony estava olhando para Lissa, e ela fazia o mesmo. Os dois pareciam estar conversando por pensamento. Enquanto, nós três permanecíamos olhando uma para a outra.

— Faço questão, de ajudar nesse presente. – disse ele.

Agora, eu não sabia de mais nada.

                                                      ***

Já tinha anoitecido e nada de Lissa.

Cristian estava no restaurante e ela tinha me prometido vir para casa depois de ter uma última conversa com Tony. Eu caminhava de um lado para o outro com o telefone na mão e eu não tinha mais certeza se poderia confirmar todos os pedidos que tinha feito.

Mia e Sid acharam burrice Tony e Lissa conversarem uma semana antes do casamento, o que os daria tempo de fugir e deixar Cristian sendo assunto meu e da minha mãe. Mataria Lissa se ela fizesse isso.

— Mamãe estou tonta. – disse Jade, me vendo caminhar de um lado para o outro. Eu sorri, aproximando-me do sofá.

— Desculpe, querida. – disse à ela. Sentei-me ao seu lado e sorri. – Como foi seu dia com o tio Jason? – perguntei.

— Foi legal. – disse ela. – Tio Jason comprou três presentes para mim e me deu sorvete.

— Eu sei querida, mas o importante sempre vai ser o modo como as pessoas te tratam e não o que te dão.

— Claro. – disse Jade, como uma mocinha. Eu sorri. – Eu gostava da roupa rasgada, mamãe.

Eu sorri.

— Eu também querida. – falei. – Mas acho que prefiro essas.

— Por que? – perguntou.

— Quando você crescer, eu te explico. – ela sorriu. Nós duas pulamos com a companhia e eu andei devagar até a porta.

Aqueles saltos estavam confortáveis, então só lembrei que ainda estava com eles quando comecei a andar. Abri a porta e dei de cara com Dimitri. Não pude evitar um gemido de insatisfação quando vi que não era Lissa.

Ele levantou o cenho, fazendo-me perceber que o lamento poderia ter sido mal interpretado. Dimitri passou os olhos de modo rápido no meu cabelo preso em um coque e na minha blusa de seda vermelha, dentro da saia social que ia até os joelhos. Eu estava do jeito que ele me viu chegar.

— É tão ruim a minha presença? – perguntou.

Eu me escorei na porta, fingindo um sorriso e olhar sexy. Ele parecia divertido imaginando a piadinha que eu ia soltar com sua pergunta.

— Claro que não. – falei. Deixei minha voz mais sexy e sorri. – Eu preciso de você, quero você, me possua.

— Papai! – gritou Jade vinda da sala, enquanto corria. Dimitri me olhou divertido.

— Adoro garotas atiradas. – disse-me baixinho, antes que Jade chegasse até ele. Eu levantei uma das sobrancelhas para ele.

Dimitri pegou-a no colo e eu fechei a porta, checando antes, de modo rápido, se tinha algum sinal de Lissa. Caminhei junto à Dimitri e Jade até a sala e ela parecia uma matraca contando todo o seu dia, mas inocentemente se esquecendo de falar com quem o passou.

Ele sentou-se com ela no sofá e eu permaneci em pé, vigiando a porta. Eu precisava que Lissa chegasse e me dissesse que ia casar. Que ia ser feliz e que amava Cristian. Tony não tinha o direito e ouviria muito depois que estivéssemos sozinhos.

Papai já tinha me ligado duas vezes, quando contou à Tony que Lissa ia se casar e ele pegou o primeiro voo. Eu não sabia mais qual era intenção de Tony, mas não era das melhores.

— Está tudo bem? – perguntou Dimitri, interrompendo meus pensamentos.

— Claro. – eu disse.

— Mamãe... – começou Jade. – Aonde está a Felícia? – perguntou. Eu pisquei algumas vezes, lembrando da boneca de cabelos ruivos que ela amava por parecer com a minha mãe.

 – Não sei. – falei. E eu não sabia. Não via aquela boneca desde hoje de manhã e não fazia ideia do paradeiro da mesma. Não ficava tomando conta de boneca.

— Podemos procurar. – disse Dimitri.

— Sim. – disse Jade.

— Eu preciso resolver... – comecei, mas a campainha me interrompeu.

Eu corri até a porta e abri-a sem nenhum pudor, para dar de cara com Jason. Ele tinha a boneca que Jade acabara de falar em suas mãos e um sorriso no rosto. Algo me dizia que Dimitri e Jason no mesmo lugar não seria uma boa experiência.

Pisquei algumas vezes, para só então me lembrar de sorri.

— Jason?

— Vim devolver a boneca da Jade. – falou. – Sei que ela não vive sem essa boneca.

— Quem é? – perguntou Dimitri atrás de mim. Jason fitou-o como se presenciasse uma traição.

— Tio Jason. – gritou Jade, ainda de mãos dadas com Dimitri.

 A diferença de altura entre Jade e Dimitri seria um bom motivo para rir, se a situação não fosse trágica. Eu engoli a seco, quando os dois ficaram se encarando e Jade também percebia todo o peso no ambiente.

— O que ele está fazendo aqui? – perguntou Dimitri, de modo sério.

— O que você está? – perguntou Jason, dando um passo para entrar na minha casa.

Acabei tonta com a situação e fechei a porta da minha casa, pensando em algo para acalmar os ânimos. Dimitri era pai, Jason padrinho. Dimitri era novo na parada, Jason era veterano. Oh, Deus... O que deveria ser feito em uma situação dessas.

— Ele veio ver a Jade. – eu disse à Jason. Ele continuou trocando olhares frios e raivosos com Dimitri. – O Jason veio devolver a boneca da Jade.

— O que a boneca da minha filha fazia com ele? – perguntou Dimitri, fitando-me.

Eu arfei.

— A minha filha pode ver Jason a hora que quiser. – falei, com raiva.

— Posso saber o motivo? – perguntou Dimitri.

— Ele é padrinho dela. – disse à ele. Dimitri rolou os olhos, insatisfeito.

— E eu sou pai.

— Não foi por cinco anos. – disse Jason.

— Por que eles estão brigando, mamãe? – perguntou Jade. Eu arregalei os olhos, pois tinha esquecido da minha filha naquela droga de cena.

Peguei ela no colo e sorri para a minha pequena. Dimitri e Jason ainda se encaravam. Jason com sua calça jeans e sua jaqueta marrom, fechada. Dimitri com um terno que parecia estar quente. Quase fiz a sugestão dele tirá-lo, mas calei a minha boca, antes que começasse a babar.

— A hora da visita acabou. – falei. – Os dois... Para fora.

— Só vim devolver a boneca. – disse Jason. Ele caminhou até mim e entregou a boca para Jade que pegou e sorriu. – Te vejo amanhã, no almoço.

Jade sorriu e assentiu.

Jason começou a caminhar para a porta e sorriu para mim. Eu fiz o mesmo, enquanto ele ia embora. Dimitri permanecia em pé, me encarando. Tenho certeza que ele não tinha gostado nada disso. Mas eu disse para que os dois fossem embora. Dimitri não tinha mais nada para fazer ali.

Coloquei Jade no chão e sorri para ela.  

— Vai subindo e eu já te dou banho. – falei. – Dá um beijinho de boa noite no seu pai.

— Tchau papai. – disse Jade correndo para Dimitri. Ele se abaixou para beijá-la e sorriu. Daquele jeito que fez para mim na casa de barco.

— Boa noite, princesa.

Ela sorriu para mim e correu para as escadas, subindo-as do jeito que eu tinha ensinado. Devagar, e paciente com o tamanho dos degraus. Quando percebi que ela estava longe, fiz uma carranca para Dimitri.

— Jason é minha família.

— Eu também. – disse Dimitri. – Sou o pai dela.

— Mas Jason também é importante. – falei.

— Para quem? – perguntou Dimitri. – Para você ou para ela?

Abri a boca para responder, mas nada me veio. Então mordi meus lábios, engoli a seco e abaixei a cabeça por alguns instantes. Para as duas. Ele era importante para as duas.

— Eu já entendi. – disse ele, passando por mim e indo até a porta.

— Espera. – falei. Ele parou com a mão na maçaneta e eu me virei até ele. – Ele me ajudou e criou Jade junto a mim. Considera isso.

— Era para que eu fizesse esse papel. – falou.

— Mas foi ele quem fez. – eu disse à ele. – E muito bem.

— Ele gosta de você. – disse Dimitri.

— Eu sei. – falei. Ele assentiu, mordendo a boca. – A Jade tem dois amores na vida dela. Você e Jason, tenho certeza que ela ficaria desapontada de ver essa cena novamente.

Dimitri pensou por alguns instantes e respirou fundo.

— O que sugere? – perguntou Dimitri, fitando-me.

— Que não magoe a minha filha. – falei. – Que nenhum dos dois magoa a minha filha.

Ele respirou fundo e por alguns segundos permaneceu de olhos fechados. Eu engoli a seco, vendo que ele examinava detalhadamente o que pretendia dizer.

— Amanhã nós vamos almoçar, Rose. – disse finalmente.

— Para que? – perguntei. – Não quero te dar nenhuma despesa com self service.

— Tenho 100 hotéis... Não em importo. – disse, abrindo a porta.

— Amostrado. – retruquei.

— Você pode manter seus pensamentos para você.

— Não, obrigada! – ironizei.

Dimitri sorriu e bateu a porta atrás de si, sem falar mais nada sobre o almoço. É claro que Vikka já tinha dado meu número a ele, e é claro que eu não resistiria por muito tempo.

Oh, mente... – pensei. – Da uma ajudinha.


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Notas finais do capítulo

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