Cinco anos depois...

– Tio Jason. – gritou Jade, naquela vozinha de criança.

Ela corria na minha frente com seus cabelos cacheados e quase do seu tamanho balançando com o vento. Jason já estava de braços abertos ajoelhado na grama.

Nunca a vi correr tanto para alguém como ela corria para os braços dele. Nem com Tony ela era tão animada e feliz. Claro, o Central Park não era pareô para a agitação natural de Jade, mas era o suficiente para não quebrar nenhum vaso de cristal e machuca-la. Eu sorri quando Jason agarrou-a e rodou com ela em seus braços. A carinha de felicidade dela foi incrível.

Sorri para eles e continuei me aproximando lentamente. Jason ajeitou Jade em seu colo, com seu vestidinho rosa claro dado pelo meu pai e sorriu. Ela estava ainda mais bonita e crescida que a última vez que ele a tinha visto.

– O que você deu para essa criança, Rose? – perguntou, brincalhão. – Fermento?

– Tio, Jason... – começou Jade, em sua vozinha engraçada e fofa. Ela conseguiu uma casa da Barbie com essa voz e essa carinha. – Por que demora a me visitar? – perguntou, fazendo bico. Eu sorri.

Jade tinha o meu senso de humor, minha agitação e os meus cabelos longos, cacheados e castanhos. Já os olhos chocolate, a cor branquinha e a bochecha rosada eram dele. Ela era tinha a sua alma. Isso eu não podia negar.

– Oh, gatinha... Eu já estou aqui para atender os pedidos desesperados da sua linda mãe. – disse Jason. Eu sorri, junto com Jade.

– Desesperados? – perguntei, já à sua frente. – Eu só mandei a carta e o desenho da Jade.

– Eu e você como um casal feliz. – disse Jason, sorrindo.

Eu gargalhei

– Sua ex noiva ficaria uma fera. – falei, irônica.

Ele fechou a cara, ainda com Jade examinando seu rosto e seu modo de me olhar. Eu parei de gargalhar quando percebi a boca de Jade se abrindo e sua carinha cheia de dúvidas.

– Mamãe, o que é noiva? – perguntou Jade.

– Alguém com quem o tio Jason ia se casar. – falei, enquanto puxava Jade para o meu colo, aos beijos. Ela sorria, feliz.

– Viu... – disse Jason depois de alguns segundos. – Eu disse que você ia se sair bem.

Eu sorri de modo doce para Jason e ele fez o mesmo. Jade se mexeu em meu colo enquanto percebia que sua babá chamava-a para correr no parque. Eu coloquei-a no chão e em segundos ela já estava quase chegando perto de Elisabeth. Eu sorri.

Jason me abraçou e caminhou comigo até um banco verde. Eu conseguia observá-las dali e sorri ao ver como a senhora que eu tinha contratado dois meses depois do nascimento de Jade, já estava cansada de correr.

– Então... – começou Jason, colocando todo o peso do seu corpo nos joelhos. – Demorei muito para voltar à sua vida?

Eu sorri, observando-o. Ainda encostada no banco. Mexi, distraída no meu short branco e respirei fundo.

– Não. – falei. – Foi rápido dessa vez. Como está a Holanda?

– Não mais interessante que esse seu decote. – disse. Eu sorri.

Olhei para a minha blusa vermelha tomara que caia, e sorri. Meu corpo tinha ficado ainda mais definido depois que eu tive Jade. Depois que eu desci daquele avião, eu fiz uma grande amizade com Jason, encontrei Tony no aeroporto e abrimos uma empresa de festas.

Organizo casamentos.

Nosso negócio cresceu absurdamente, tanto que Tony estava em outro pais, gerenciando a segunda franquia da nossa empresa. Eu sorri quando olhei para Jade correndo atrás de borboletas. Há quatro anos e meio eu não me imaginaria ali, vendo a minha filha correr pelo Central Park e ao lado de um cara, que é dono de 50% das ações de uma editora.

Jason era incrível e um bom amigo. A única pessoa que eu confiei depois de tudo aquilo. Ele estava no parto de Jade, ele ajudou no nome, ele viu seus primeiros passinho e a primeira palavra. Eu sabia que a palavra PAI nunca sairia de sua boca para alguém, mas também sabia que Jason como padrinho de Jade estava nesse caminho.

Lissa tinha me xingado.

Ela ficou algumas semanas me ignorando, mas quando veio para Nova York e viu minha pequena barriga, ela me abraçou, chorou e aceitou ser a madrinha. Mas infelizmente ela voltou para Montana depois que Jade nasceu.

Dimitri nunca ficou sabendo. Eu não permiti assim como meu pai. Janine pirou quando soube do meu real estado, mas ela só ficou mais tranquila depois que meu pai colocou um apartamento, de frente para o Central Park, no meu nome e mobilhou-o todo para o meu conforto e para o conforto de Jade.

Era um mundo no início. Todo aquele espaço e aqueles móveis caros. Eu morava no último andar do melhor prédio daquela cidade e eu ainda não me conformava de tanto luxo assim. Tony costumava passar férias comigo, quando vinha dar uma olhada na nossa empresa de Nova York.

Mas ele resolveu viajar pelo mundo e pensar mais um pouco na vida. Então, sobrou para mim e Mia tomar conta de todos aqueles casamentos chiques e caros. Já Sid, resolveu ficar por Montana quando começou a namorar com Adrian.

Eles também sabiam de Jade, mas mesmo com a amizade de Adrian e Dimitri à todo vapor novamente, e mesmo com ele sabendo que foi Adrian que o tinha entregue, ele me prometeu não contar nada sobre a minha filha.

Cristian tinha se formado em culinária por uma faculdade em Montana bem conhecida. Ele e Lissa resolveram apenas morarem juntos enquanto o restaurante de Cristian não inaugurava.

Ela tinha se formado em moda. Meu pai construiu um atelier para ela em Montana e ela era a responsável pelos modelos das minhas clientes. Seu nome estava cada vez mais conhecido. E eu ficava feliz por isso.

Eu sabia que a Vikka também estava bem, junto com seu noivo e sua família. Não sabia muito sobre Dimitri, mas tinha algumas certezas sobre o cargo que ele resolveu assumir em sua empresa.

Jesse e Tasha tiveram um filho depois do colégio. O nome era Josh. Eles viviam felizes no Alaska. Claro, eu ainda tinha contato com ela. Tasha não era tão ruim, afinal. Fiquei feliz em fazer seu casamento depois do nascimento dos nossos filhos.

Eles se mudaram para o Alaska depois de Jesse ter assumido o lugar do pai na empresa de produtos importados. Eles tinham uma bela casa e eram bem sucedidos e felizes, apesar de tudo.

Ivan, pelo que eu tinha pesquisado ainda continuava na mesma. Assim, como Dimitri. Pelo o que eu soube ele não teve relacionamentos depois de nós dois e aquela cidade pequena.

Eu sorri para Jason, voltando a minha realidade novamente. Eu tinha um bom amigo, uma filha incrível e uma vida estável e feliz. Não virei uma escritora famosa, nem fiz um casamento com alguém que me ama. Mas estava feliz.

– Já pensou na possibilidade do Belikov descobrir? – perguntou Jason, com os olhos vidrados em Jade.

– Essa possibilidade não existe. – falei. – Ela tem quase cinco anos, e até agora ele nem mesmo sabe se eu estou viva.

– Mas pode saber. – disse Jason, encarando-me.

– Jason, cinco anos é muito tempo. Ele já pode muito bem ter me esquecido. – falei.

– Ou não. – falou. – Você e seu corpo pode sustentar um sonho por bons anos, Rose. – ele sorriu e eu levantei o cenho para ele.

– Engraçadinho. – resmunguei.

– O que pensou para o aniversário da Jade? – perguntou, parando a gargalhada.

– Algo grande. – disse. – Como todo ano.

– Na minha casa? – perguntou, sorrindo.

– Claro.

– Mas o seu apartamento é quase do tamanho da minha mansão.

Eu arfei.

– Vai ser lá. – falei. – Ou a Jade vai ficar decepcionada.

– Tem razão. – disse Jason. – Deixa o aniversário da minha filhada comigo, ok?

– Hey... – reclamei. – Eu organizo festas por aqui, amor.

Ele sorriu.

– E eu organizo a sua vida. – rebateu. – Deixa que os cinco anos de Jade... É da minha conta.

– Voce tem mais o que se preocupar. – falei. Ele rolou os olhos.

– Eu sou um milionário solitário. – falou. – Amo Jade e você... Se você se meter a organizar qualquer festa por aqui, será para o nosso casamento.

Eu gargalhei.

– Não é uma má ideia. – brinquei.

– Oh Rose... Deixa tudo comigo... – falei. – Vai ser a melhor festa de aniversário que a Jade já teve em toda a vida dela.

– Ta... – falei. – Tudo bem... – disse, por fim. – Boa sorte.

Jason sorriu e beijou minha mão, feliz.

– Você sabe que é minha garota favorita. – falou, beijando minha bochecha fortemente.

Ele sorriu para mim, e levantou-se em um pulo. Correndo em direção à Jade... E começando a fazê-la rir novamente, como sempre fez.

***

Abri a porta do apartamento e respirei fundo jogando a minha chave na mesa de vidro perto da porta. Consegui observar uma figura perto da parede de vidro que dava para o Central Park. Dei espaço para Elisabeth passar com uma Jade cansada em seu colo e fechei a porta, chamando atenção da pessoa.

Jade se mexeu no colo da babá, e pulou dele correndo para aquela velha figura do passado. Ainda ao lado da babá, forcei um sorriso para ela, enquanto Jade pulava em seu colo, com seu sapatinho branco de boneca, dando-lhe impulso.

– Olá, Rose. – ela disse, enquanto ela terminava de apertar Jade.

– Olá, Olena.