—Feliz aniversário, Norah!!- Minha tia me abraçou.

—Hahaha, obrigada, tia.- Sorrio.

—É, mana, feliz aniversário.- Aloys diz e me abraça.

—Obrigada, Aloys.- Sorrio e bagunço o cabelo dele.

—Maana!!!- Ele reclama, eu rio disso.

—Hahaha, desculpe, desculpe.- Rio.- Costumava fazer isso quando você tinha 10 anos e você agia igualzinho.

—Eu tinha 10 anos né! Você me pegava no colo também…- Ele diz.

—Quer colinho, quer bebê?- Dou a língua, ele fica bravo.

—Chata.

—Não era isso que você me dizia quando tinha 10 anooos!- Cantarolo.

—Q-Que seja! Agora eu tenho 16 tá?

—Tá tá, desculpa aí, adulto.

—Hum!

—Pirralho.

—Velhota.

—O q…?! Eu só tenho 22 tá? Me respeita!- Dei um soco no ombro dele.

—Ai.- Ele ri.- Tá bom.

—Chega vocês dois.- Minha tia diz.- Ah querida…- Ela me olha, eu não entendi essa frase.

—O que tia?

—Você tem a cara da Rose… é igualzinha a ela.- Ela diz com um sorriso terno na face.

—Você acha é…?

—Sim.

—Eu queria ver isso com meus próprios olhos.- Rio.- Mas… eu acho que, de todo modo, minha mãe era mais bonita.

Ficamos conversando por um tempo, eu, tia Cat e Aloys…

—Mana, você vai visitar o Kentin hoje?- Perguntou Aloys.

—Ah, vou sim.- Sorrio.

—Então já devia ter ido não?

—Nossa! Tá querendo me expulsar?

—Nada disso…

—Magoou.- Rio.- Mas você tem razão, ele mora em outro reino… vai demorar um pouco pra chegar lá mas… logo chego.

—Vou com você.- Aloys diz.

—Eh?

—Eu quero ver meus amigos.

—Ah, claro.- Sorrio.- Então vamos indo?

—Sim.

—Querida, acho melhor você ir a cavalo, não?

—A cavalo…? Okay.

Fomos pegar os cavalos que tínhamos, nesse tempo que mudamos para o reino vizinho, foi bom, porque a nossa situação mudou muito, e pra melhor, agora tínhamos mais condições. Às vezes eu ia pro meu reino de origem só para ver se aquele rei manteve a promessa, e, pelo que vi, manteve, pois a situação na periferia estava mais favorável, bem melhor.

Bem, demoramos praticamente o dia inteiro, chegamos lá de noite, fomos em direção a casa do Kentin, ao chegar, fomos recebidos por ele e por Alicia, sua esposa, eles deixaram-nos em um quarto de hóspedes deles, haviam duas camas lá. Bem, quando terminamos de nos acomodar por lá, fomos todos conversar e jantar…

—A propósito, Norah- Kentin chama minha atenção.-, feliz aniversário!

—Obrigada, Kentin.- Sorrio.

—É verdade, né? Você faz 22 hoje, né?- Alicia sorriu.- Feliz aniversário.

—Obrigada, e sim, faço 22 hoje.

—Já pensou em casar?- Perguntou Alicia, eu me engasguei momentaneamente.

—C-Casar?- Minha voz saiu falha, eu ri sem graça.- A-Ah… casamento não é algo que… ãhn… eu acho que eu queira.

—Mas você é tão jovem e bonita, porque não casar?

—… afinal nem eu sei.- Rio sem graça, Kentin ficou me olhando, eu sorri pra ele.

Acho que Alicia não sabe sobre… Castiel, bem… é melhor assim.

Bem, depois da janta, as pessoas da casa foram dormir, eu também fui, mas eu não conseguia, olhei para Aloys, ele tava dormindo, então, sorrateiramente, eu levantei da cama, desci e saí da casa, fui andar por aí, coisa que eu não fazia faz muito tempo, eu fui até onde eu costumava morar, a casa estava igual a sempre, as coisas não mudam por aqui, exceto que o lugar está muito mais rico que antes…

—Meu trabalho valeu a pena…- Sorrio gentil para mim mesma.

—É… valeu mesmo.- Ouço a voz de Kentin, o que me assustou.

—Que susto!- Olho-o, ele ri.

—Foi mal.- Ele vem até mim.- Que tal conversar?

—Ah, claro…

Vamos até um campo florido que havia perto dali, sentamos no meio das flores e ficamos olhando o céu…

—Como vão as coisas?- Ele pergunta pra mim.

—Bem… e as suas?

—Perfeitas… acho que quero um filho… é loucura minha?- Ele pergunta, eu rio.

—Claro que não, mas isso apenas se Alicia concordar, sim?

—Claro.- Ele diz.- Ãhn… Norah… sobre aquilo… ãhn…- Ele pensava em como dizer, eu o cortei.

—Alicia não sabe, né?

—Ah… não…

—Tudo bem, não é como se eu me sentisse atingida com isso.- Sorrio.

—…- Ele ficou cabisbaixo.

—Hey, não fique assim, vamos, cadê meu sorriso?- Pergunto e começo a fazer cócegas nele.

—Para!- Ele riu.

—Sorria!

—To sorrindo! To sorrindo!- Ele riu, eu parei de fazer cócegas nele.

—Perfeito.- Rio.

—Hey, amanhã você está a fim de ir a um lugar?

—Claro, porque não?

—Então tá, nós todos vamos.

—Sim.- Sorrio.- Kentin… obrigada.

—Pelo que?

—Por ser você.

—… de nada.- Ele sorri.

X-x-x-X

No dia seguinte, levantei e me troquei, coloquei um vestido de mangas curtas, rosa com partes mais claras e outras mais escuras, também havia branco presente no vestido.

Desci para tomar café, logo em seguida, saímos nós quatro para onde Kentin iria nos levar, fomos em uma carruagem, acabou que… paramos em frente ao castelo real…

—Kentin…- Olhei-o surpresa.

—Calma aí, Norah.- Ele ri.

—O q…? Kentin… não… não, não, não!- Eu digo.

—Você nem sabe o que viemos fazer aqui!

—Nem quero saber! Eu não quero ver… ele.

—Tarde demais.- Ele diz.

Descemos do veículo, eu engulo o seco…

—Calma aí, mana… vai dar tudo certo, okay?- Aloys diz.

—… espero.

Entramos no castelo, nunca havia vindo aqui antes, então não posso dizer se mudou ou não.

~Pov's Castiel~

Dia da minha coroação… se estava nervoso? Não.

Mas, sinceramente, um rei sem rainha… isso tá certo? Não faço a mínima.

Bem, estou todo arrumado, agora só falta a hora chegar.

~Fim pov's Castiel~

Logo fomos para um salão ficar esperando sei lá o que, sei que estava lotado de pessoas, até que todos se calam…

—Não estou gostando disso…- Cochicho para Aloys.

—Aguenta mais um pouco, mana.- Ele cochicha de volta.

—…

Logo o rei vem, ele estava mais velho obviamente, ele começou a falar logo em seguida, só quando ele disse “hoje, eu deixo meu reinado, mas não temam, meu filho assumirá meu lugar no trono, guiando vocês e ajudando o reino a se tornar um lugar melhor.” eu entendi que estava na coroação… heh… quem diria. Logo, Castiel aparece, estava bem-vestido, digno de um rei, mas apenas disso.

~Pov's Castiel~

Fui até onde meu pai estava, aquele salão estava lotado de pessoas, todas do reino, eu olhava o rosto de cada um, todos carregavam um sorriso no rosto, mas eu notei um rosto no qual não havia um sorriso, mas me encarava de uma forma que não sei descrever, mas me olhava intensa e fixamente, logo prestei mais atenção na cor de seus olhos, eram… cor de mel… não… não pode ser ela… será?

—Saúdem o rei, Castiel Bonvalet!- Meu pai colocou a coroa em mim.

—Viva o rei Castiel!!!- Todos presentes ali gritaram e aplaudiram.

Olho para onde ela deveria estar, mas já não estava, procurei ela desesperadamente com o olhar, até achar ela indo em direção à porta do jardim…

—…- Eu estava emanando ansiedade, Lysandre pareceu perceber.

—O que foi, cara?- Ele perguntou.

—Lysandre, eu tenho que ir… agora.

—Eh? Porque?

—Norah… ela tá aqui.

—O q…?- Ele me olhou surpreso.

—Cara, eu tenho que ir.

—… vai lá.

—Obrigado cara.

Saí correndo entre as pessoas, saí para o jardim esperançoso, quando cheguei lá, eu a vi, ela estava virada de costas para mim, mexendo na água da fonte…

—O que faz aqui? Deveria estar com seus súditos, reizinho.- Ela não me olha, continua ali, mexendo na água.

—…- Não falo nada… o q…

—“O que eu falaria?”- Ela pareceu ler meus pensamentos.- Não falaria nada… você não tem que falar comigo.

—…

—Nem eu com você…- Ela ri de si mesma.- Sou tão boba… ainda nem sei o porque de eu estar aqui, vou te falar, quando parei em frente a esse castelo, quis dar meia volta, mas nem Kentin nem Aloys deixaram eu fazer isso.

—…- Fui me aproximando.

—Não venha, por favor…- Ela diz, como se… estivesse triste.

—Norah…- Eu chamo, só por esse simples ato meu pareceu que ela levou uma flechada.

—Sua voz… ela mudou… está mais grossa e firme…- Ela diz baixo.

—É… a sua também mudou, está mais gentil e suave.

—Hahaha…acha mesmo…?

—Sim…- Começo a ir em direção a ela novamente.

—Castiel…

—Norah… deixe-me vê-la, eu quero olhar em seu rosto.

—…

—Deixa eu ver o quanto você mudou… deixa eu ver sua beleza.

~Fim pov's Castiel~

Ele estava me matando por dentro, eu realmente senti saudades dele, daquela voz… de tudo nele… ugh! Droga de amor… porque tens que ser assim?

Eu levanto, respiro fundo para poder encará-lo, então viro-me para ele, ele estava lindo, como eu me recordava…

—Sua beleza não muda.- Dissemos juntos, só que o meu foi meio sem querer, ele riu levemente, eu corei, mas acabei rindo também.

—E então…? Como vão as coisas?- Ele pergunta.

—Boas… eu gosto da minha vida, não tenho do que reclamar.

—Heh… já pensou em… voltar a morar aqui?

—Não acho que eu pretenda isso.

—…

—Quer dizer… minha história aqui acabou naquele dia né.- Rio sem graça.

—Sabe… eu tenho uma coisa pra te falar.

—Ãhn, claro, pode falar.

—Sabe naquele dia em que… você foi pega?

—… nem me lembre.

—Então… uns dias antes meu pai me obrigou a ajudá-lo com aquela silada…

—Obrigou? Porque não disse não?- Reviro os olhos, obrigou… pft!

—Porque era você ou meu melhor amigo!- Ele diz, eu fico surpresa.- Se eu não ajudasse… ele ia se livrar de Lysandre.

—Entendo… você não tinha saída…- Fico cabisbaixa, ele não tinha culpa… me sinto culpada por julgar sem saber de sua situação.

—Não a culpo por fazer o que fez…

—Mas eu me culpo… eu julguei você sem ao menos saber da história, porque não me contou quando pode? Porque esperou seis anos para me dizer isso?- Pergunto, sinto meus olhos começarem a arder.

—E-Eu não sei… e-eu só… fiquei com medo de sua reação… eu não sabia o que fazer…- Ele diz, nítido o desespero em seus olhos, estava perdido.

Fui até ele e o abracei…

—Está tudo bem… eu aceitaria de boa, era só falar… não precisava se torturar assim…lamento.

—Norah… eu…- Ele ia dizendo, mas o corto.

—Shh… tudo bem, deixa o passado no passado, por favor… ele já está resolvido.

—Não… ainda não… não até eu fazer isso.- Ele diz separando nossos abraços, ele pegou algo no bolso e se ajoelhou em minha frente.

—…

—Norah… eu peço desculpas por tudo de errado que eu te fiz no passado… eu te peço desculpas por tudo que fiz de errado no presente… será que… é tarde demais para pedir desculpa?- Ele pergunta.

—Nunca é tarde demais para pedir desculpas…- Eu o abracei.- E você? Me perdoa?

—Perdoo…- Ele me abraça de volta, ficamos um tempinho abraçados, até que ele me separa dele e me abre um sorriso de canto.- Você também vai me desculpar no futuro?

—Eh?

—Porque provavelmente vou fazer besteiras, você sabe né? Daí eu vou precisar do seu perdão futuramente também… tipo… pro resto da vida.- Ele diz, eu rio.

—Claro que vou te perdoar.- Eu rio.

—E aos nossos filhos também, né?

—Vou pensar…- Rio e dou a língua.

—Como eu te amo…- Ele diz.

—Eu também te amo.

—Pra sempre?- Ele me beija.

—Pra sempre.

Bem, no mundo, podem existir dois tipos de pessoas, mas eu sei que eu farei de tudo para que, um dia, possa existir apenas um tipo de pessoa no mundo, as contentes, alegres e cheias de amor para dar.

~Fim~