A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 83
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, quero pedir desculpa pela demora. Tenho andado cheia de trabalho o que me impediu de postar o capítulo.
E chegamos ao fim da Torre de Astronomia. Deixo-vos com o epílogo. Espero que gostem :)
Boa leitura :)



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Dezasseis anos depois

O primeiro de Setembro tinha chegado. E com ele mais um ano em Hogwarts. Novos alunos, velhos alunos, todos eles tinham um destino naquela manhã nublada. A estação de King Cross.

—Acho que conseguimos bater um recorde. – disse Rose enquanto ajeitava o casaco de Debrah – Conseguimos chegar cinco minutos antes da hora.

—Isso só aconteceu porque o Shawn decidiu tornar-se um homem nesta manhã e não demorar uma eternidade para se arranjar. – provocou Debrah.

—Está calada. – respondeu Shawn.

Rose e Scorpius tinham tido cinco filhos. Debrah de quinze anos, Shawn de catorze anos, Scott de doze anos e Hermione e Astoria de onze anos.

—Meninos. – repreendeu Rose – Comportem-se.

—Desculpa mãe. – pediram Shawn e Debrah.

—Muito bem. – disse Rose – Agora vamos à procura dos vossos tios. – disse referindo-se a James e Dominique.

Após o casamento, James e Dominique nunca chegaram a ter uma lua de mel. Isso até Theo, Chloe e Olivia terem entrado em Hogwarts. O mês que se seguiu foi passado numa praia paradisíaca.

—Priminha. – gritou James dirigindo-se até Rose e abraçando-a.

James nunca perdera esse hábito. Não importasse quem estivesse, ele fazia sempre a mesma festa quando avistava Rose. A amizade prevalecia. Sempre unidos.

—Sirius. – disse Rose retribuindo o abraço – Meninos. A Domi?

—Está a tratar daquele assunto. – respondeu James apenas para que Rose ouvisse.

—A outra parte já está tratada. Ela vem. – respondeu Rose.

—Metade do plano correu bem. – respondeu James.

—Qual plano? – perguntou Olivia aproximando-se do pai e da madrinha.

—Nada querida. – respondeu Rose – Onde está o teu irmão?

—Já entrou com a Debrah. – respondeu Olivia – Devem ter ido procurar um compartimento só para eles.

—O que queres dizer com isso? – perguntou Scorpius ao ouvir a última afirmação da afilhada.

—Vocês ainda não sabem? – perguntou Olivia muito chocada – Podemos dizer que a Debrah e o Theo não são apenas amigos.

—O quê? – perguntou Scorpius não acreditando no que a afilhada dizia.

—Acho que já falei de mais. – disse Olivia apercebendo-se com quem estava a falar – O Theo vai matar-me. Eu vou entrar no comboio. Beijos a todos. Boa viagem. E boa festa logo à noite.

—Como assim a Debrah e o Theo não são apenas amigos? – voltou a perguntar Scorpius, mas agora a Rose.

—A sério, Scorp? – perguntou Rose como se fosse óbvio – Está na cara dos dois.

—Como assim está na cara? – perguntou Scorpius. Ele nunca tinha dado por nada.

—Na cara mesmo. – respondeu James começando a rir-se da ingenuidade de Scorpius.

Scorpius não disse mais nada. Ela não compreendia como não tinha percebido nada. Theo passava horas em sua casa. E aparentemente o motivo disso era a sua filha mais velha.

—Hermione, Astoria aproveitem. Hogwarts é incrível. Vocês passarão por uma experiência maravilhosa. – disse Rose – Lembrem-se que se têm uma à outra.

—A Debrah, o Shawn e o Scott também estão lá. E tu também. Lembra-te que és professora lá – observou Hermione de forma óbvia – Apesar da Debrah agora andar distraída com o Theo.

—Tu também sabias? – perguntou Scorpius à filha mais nova.

—Toda a gente sabia, pai. – respondeu Astoria – Quer dizer, toda a gente menos tu.

—Muito engraçadinha. – respondeu Scorpius – Cheguem as duas cá. Portem-se bem. E visitem a torre de Astronomia.

—Já sabemos pai. – disse Hermione.

Scorpius e Rose despediram-se dos seus filhos e ficaram à espera que o comboio partisse. Às onze em ponto, o comboio partiu.

—Consegui! Consegui! – gritou Dominique aproximando-se de Rose e Scorpius.

—Onde te meteste? – perguntou Rose.

—Estive a despedir-me da Chloe, da Olivia e do Theo. – respondeu Dominique – Mas isso agora não importa. O que importa agora é que eu consegui. A Sarah vem logo à noite.

—Eu consegui a confirmação da Molly hoje de manhã. Ela fez questão de perguntar se a Sarah ia. Eu disse que não. Não queria arriscar que ela não viesse.

Sarah e Molly tinham se separado há três anos. Uma grande divergência de opiniões levou à separação. Desde então, Sarah e Molly só se encontram para falar sobre os seus filhos, Dylan e Taylor.

—A festa vai ser memorável. – disse Scorpius.

Todos os anos, Rose, Scorpius, Dominique, James, Hugo, Lily, Molly, Sarah, Octavia, Albus, Roxanne, Lorcan, Fred e Georgiana organizavam uma festa no primeiro de Setembro. Um reencontro. Desde que Sarah e Molly se tinham separado, nunca tinham comparecido as duas a esse reencontro.

—É hoje que a Sarah e a Molly vão perceber o quanto se amam. É hoje a reconciliação. – disse Rose cheia de esperança.

—----//-----

Naquele ano, a festa seria na casa de Rose e Scorpius, localizada em Hogsmeade.

No início, a casa dava apenas para três pessoas. Dois quartos, uma sala, uma casa de banho e uma cozinha. Mas, à medida que a família foi aumentando, Rose e Scorpius conseguiram aumentar a casa. De uma casa com um andar passaram a ter uma casa com dois andares.

A tradição dizia que cada convidado devia trazer uma coisa para a festa. A parte do jantar era tratava pelos anfitriões mas o resto eram os convidados que traziam.

—Como é que está a vitela? – perguntou Scorpius enquanto tratava do seu molho especial.

—Tu sabes com quem estás a falar? – perguntou Rose fingindo choque – Eu não sou a minha mãe, eu sei cozinhar.

—Coitada da Hermione. – disse Scorpius defendendo a sogra – A comida dela não mata.

—Acho que já disseste tudo, Scorp. – respondeu Rose entre risadas.

—Achas que ainda falta muito para eles chegarem? – perguntou Scorpius abraçando a mulher.

—Um bocado. – respondeu Rose sendo beijada no pescoço por Scorpius.

—Então temos algum tempo só para nós. – disse Scorpius continuando a beijar o pescoço de Rose – Depois de quinze anos, temos um tempo só para nós. – completou virando Rose e beijando-a.

Mas, se Rose achava que os convidados ainda demorariam algum tempo a chegar, então estava muito enganada. A campainha tocou.

—Aposto que é a Domi e o James. – protestou Scorpius parando de beijar Rose – Eles já não se devem lembrar quando os trigémeos foram para Hogwarts.

—Não sejas mau. – disse Rose aproximando-se da porta – Logo à noite sou toda tua. – completou – Chegaram cedo.

Scorpius tinha razão. Eram James e Dominique.

—Tínhamos de chegar. – disse Dominique entrando na casa – Eu quero estar na primeira fila para ver quando as outras duas chegarem.

—Tinha de ser. – comentou Scorpius.

—Nem protestes, Scorpius. Tu também queres ver. – respondeu Dominique – Além do mais, o que quer que vocês os dois estivessem a fazer, podem fazer logo à noite.

—Eu vou ver como está a vitela. – disse Rose saindo da sala e dirigindo-se à cozinha. Ela estava completamente corada. Isso era uma das muitas coisas que não tinha mudado em Rose.

—Escusas de te esconder. – gritou Dominique – Eu vi como ficaste corada. Eu abro a porta. – completou ao ouvir tocarem na campainha – Albus. Octavia. Outra vez, meninos? Qualquer dia tiram a vez ao Scorpius e à Rose. – comentou ao ver a barriga de grávida de Octavia.

Albus e Octavia tinham dois filhos, Saphira de treze anos e Brad de dez anos.

Uma promoção de trabalho de Albus tinham-nos feito mudarem para o norte de Inglaterra fazendo com que os seus amigos de infância não os vissem tantas vezes.

—Tu falas mas conseguiste ter tido três de uma vez. – comentou Octavia cumprimentando Dominique – Conseguiram convencer as duas? – perguntou referindo-se a Sarah e a Molly.

—Óbvio. – respondeu Dominique – Nós conseguimos tudo. Quer dizer, quase tudo. Não conseguimos impedir-te de casares com o meu cunhado.

—Algo que me arrependo até hoje. – respondeu Octavia provocando o marido.

—Tomara tu arranjares alguém como eu. – respondeu Albus sentando-se ao lado de James e Scorpius.

—Queres tu dizer, que sorte tive de arranjar uma mulher como esta. Eu sei, Al. Não precisas de estar sempre a referir. – provocou Octavia – Vou ter com a anfitriã.

Molly foi a próxima a aparecer. Uma das estrelas da noite estava presente. Só faltava a outra.

À medida que o tempo, as pessoas continuavam a chegar. Fred e Georgiana. Roxanne e Lorcan. Lily e Hugo. Mas nada de Sarah. Rose começava a pensar que talvez Sarah não aparecesse.

—O jantar ainda não está pronto? – perguntou Molly estranhando a demora.

—Está quase. – responde Rose olhando para Dominique. Onde estava Sarah?

A campainha tocou. Rose foi abrir. Era Sarah. Vestia um vestido verde escuro que realçava os seus olhos.

Todos os que estavam na sala estavam à espera de uma reação de Molly. Mas, naquele momento, a única coisa que Molly conseguia reparar era o quando bem aquele vestido ficava a Sarah.

—O que é que ela está aqui a fazer? – perguntou Sarah ao ver Molly – Dominique, tu mentiste-me. Disseste que ela não vinha.

—Ela é a mãe dos teus filhos. – respondeu Molly. No seu íntimo, Molly esperaria que Sarah ficasse feliz por a ver. Como ela ficou – Não me trates como se fosse uma qualquer.

—Meninas tenham calma. – pediu Rose.

—Não há cá calma. – respondeu Sarah – Eu nunca te tratei como uma qualquer e tu sabes perfeitamente disso. Magoa-me que penses assim.

—E a mim magoa-me estares a fazer um escândalo só porque eu estou aqui e te mentiram ao dizer que eu não vinha. Queres assim tanto evitar-me? – perguntou Molly completamente chateada – Eu vou-me embora então. Assim ficamos todas felizes.

Ninguém impediu Molly de sair. Todos queriam que elas ficassem bem mas se era a decisão de Molly sair, ninguém a podia impedir.

—Vais ficar aí parada? – perguntou Octavia não acreditando ao ver a melhor amiga parada – Eu pensei que a continuasses a amar.

Aquelas palavras foram como um choque elétrico em Sarah. Ela amava Molly. Ela sabia disso. E sabia também quanto falta Molly lhe tinha feito. Ela tinha de ter Molly de volta.

Sarah correu. Ela tinha de impedir que Molly aparatasse. Ela tinha de impedir Molly de ir embora de vez.

—Molly. – gritou Sarah -Molly.

Molly estava virada de costas a cinco metros de Sarah. Ela tinha ouvido o grito de Sarah. O seu primeiro instinto tinha sido continuar como se não a tivesse ouvido. Mas, por outro lado, ela continuava a amar Sarah.

—Ainda não disseste tudo o que tinhas a dizer? – perguntou Molly voltando-se para Sarah. Lágrimas escorriam pelo seu rosto.

—Molly. – sussurrou Sarah ao ver o estado de Molly – Eu não queria…

—Não querias dizer aquilo? Não querias ter dito nada do que disseste? Pois, temos pena, mas fizeste isso tudo. E isso não vai mudar. – disse Molly em tom magoado.

—Tu também me magoaste, Molly. Eu não sou a única culpada do fim do nosso casamento. – respondeu Sarah.

—É verdade. – concordou Molly – Mas parece que aceitaste isso melhor do que eu. Eu ainda nem assumi que houve um fim. Perante a lei ainda continuamos casadas.

—Isso é porque… - começou Sarah, hesitando – Isso é porque ainda continuo na esperança da reconciliação.

—No entanto perguntaste à Dominique se eu vinha. – acusou Molly.

—Estás a ser precipitada. – respondeu Sarah – Ninguém te garante a razão de eu quer saber isso. Eu queria saber se vinhas para vir também. Para conversar contigo.

—Então porquê que agiste daquela maneira? Como se a minha presença não fosse desejada? – perguntou Molly.

—Foi o choque. – respondeu Sarah – Eu não estava à espera que estivesses. Como te disse, a Domi disse que não vinhas.

—Então querias conversar comigo? – perguntou Molly num tom mais leve.

—Queria. – respondeu Sarah – Quero. Toda a situação é uma estupidez, Molly. Eu sei que divergimos muito nas nossas opiniões mas daí até…

—Foram três anos, Sarah. Três anos sem nos falarmos. Os três anos mais longos da minha vida. E isto porque insiste que te estava a trair. Quando ambas sabíamos que isso não era verdade. Que eu seria incapaz de te trair. Porque eu sempre te amei. E, mesmo assim, tu continuaste a insistir. Uma pessoa cansa-se.

—Tens razão. – disse Sarah admitindo pela primeira vez a razão de Molly. Nunca antes o tinhas feito – Eu sei que errei e que foi isso que te levou a sair de casa. Mas eu quero tentar. Uma vez mais. Desculpa se desconfiei de ti. Eu sei que nunca na vida me trairias. Tu amas-me como eu te amo e isso não vai mudar.

—Ainda bem que concordamos em algo. – disse Molly com um sorriso no rosto – Entramos?

—----//-----

—Fico mesmo feliz que tenham feito as pazes. – disse Lily enquanto pedia a Hugo para lhe encher o prato, mais uma vez.

—Lily, acho que devias de ir com mais calma. – disse Rose vendo que Lily iria repetir o prato pela terceira vez.

—Devias ficar feliz pelas pessoas gostarem da tua comida. – disse Lily.

—Quem te vir até diz que estás grávida. – comentou Georgiana. Lily cuspiu o bocado de água que tinha na boca – Tu estás grávida?

—E não ias contar nada, maninha? – perguntou Albus.

—Nós íamos…mais à frente. – respondeu Hugo.

—Mais à frente quando? – perguntou James – E, já agora, mais um filho, meninos? Vocês ainda são crianças.

Todas as pessoas que estavam presentes naquela sala diziam que Rose e Lily estavam a fazer uma competição para ver quem tinham mais filhos. Se Rose e Scorpius tinham cinco filhos, Lily e Hugo iriam para o sexto. Tinham o Jack de treze anos, o Francis de doze anos, a Yara de onze anos, a Kate de sete anos e o Richard de três anos.

—Tu é que nunca mais cresces. – respondeu Lily.

—Eu sou teu irmão mais velho, Lily Luna. – ripostou James.

—E eu sou a tua irmã mais nova, James Sirius. – respondeu Lily.

—E eu sou o dono da casa e peço para as crianças deixarem as criancices de lado. – disse Scorpius – Já me basta as discussões dos meus filhos.

—Pois é Scorpius, vocês agora já não têm nenhum filho em casa. Estão todos em Hogwarts. – observou Fred com olhar malicioso – Os primeiros a quem isso aconteceu ficaram um mês de lua de mel.

—E garanto-te que nos divertimos muito. – respondeu James.

—Acredito que sim. Nós também nos divertimos muito na nossa. – respondeu Gerogiana.

Georgiana e Fred tinham tido apenas um filho, George de doze anos.

—Ai se não nos divertimos. – continuou Fred.

—Não precisamos de pormenores. – pediu Rose entre risadas.

—Muito bem. – disse Fred – Vamos então voltar ao assunto. Já aproveitaram bem os vocês primeiros momentos a sós?

—Não. – respondeu Dominique – Eu e o James interrompemos. Estávamos demasiado curiosos para ver a reconciliação da Molly e da Sarah.

—Como é que vocês sabiam que nós nos íamos reconciliar? – perguntou Molly. De Dominique, apenas recebeu um olhar que a fez perceber.

—Já pareces o Scorpius que não sabia que a própria filha andava de namoricos com o Theo.

—Vamos mudar de assunto. Não quero pensar que a minha menina andas aos beijos com um marmanjo qualquer. – disse Scorpius.

—Esse marmanjo é meu filho, Scorpius. – disse Dominique – E é um menino bem comportado. Diferente do pai.

—O que queres dizer com isso, Domi? – perguntou James muito ofendido.

—Sirius, tu és inacreditável. – respondeu Rose arrancando risadas de todos os presentes.

—----//-----

A festa prolongou-se pela noite dentro. Octavia e Albus foram os últimos a sair mas isso só aconteceu às cinco da manhã.

—Diz-me que não tens aulas logo pela manhã. – pediu Scorpius fazendo beicinho.

—Achas mesmo que eu estaria numa festa até a estas horas se tivesse? – perguntou Rose sorrindo de lado para o marido.

—Ainda bem. – respondeu Scorpius abraçando Rose – Porque eu quero manter-te acordada o resto da madrugada.

—Já te disse que te amo? – perguntou Rose beijando de leve Scorpius.

—Há dez minutos que não o dizes. – respondeu Scorpius beijando Rose – Eu também te amo.

FIM


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Notas finais do capítulo

Espero realmente que tenham gostado tanto do epílogo como eu gostei de escrevê-lo. Contem-me as vossas opiniões sobre o fim :)
Quero agradecer a toda a gente que acompanhou, favoritou, comentou e recomendou a história. Estou-vos eternamente grande.
Quero agradecer especialmente à Leh pelos comentários maravilhosos a cada capítulo, por ter acompanhado toda a história do Scorpius e da Rose comigo. Leh um muito obrigada :)
Quero também agradecer à Lady Q pelos comentários maravilhosos :)
Espero que nos voltemos a encontrar :) Adoro-vos :)
Aqui fica o link da minha nova história: https://fanfiction.com.br/historia/740140/Lost/
Beijos ♥