A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Os dias seguintes passaram normalmente. O frio começava a espreitar para aquele que seria mais um Inverno gelado. Os cachecóis e os gorros já eram vistos em alguns alunos de Hogwarts.

Rose acordara mais cedo do que o habitual. Hoje seria a entrega do trabalho de Runas Antigas e ela queria revê-lo antes de o entregar. Por isso, arranjou-se e desceu para tomar o pequeno-almoço, apesar de não estar com grande fome. Acontecia sempre isto com ela. Quando Rose tinha de entregar algum trabalho ou realizar algum teste, ela simplesmente perdia a fome.

—Devias comer alguma coisa e não ficar somente a olhar. – disse James assustando Rose e sentando-se ao lado dela.

—Sirius! – reclamou Rose.

—É impressionante que sempre que eu venho ter contigo, tu assustaste.  Priminha, eu já te disse que não sou assim tão feio. – Rose apenas riu com o comentário de Sirius.

—Tu sabes que não deves aparecer assim às pessoas. Qualquer dia, alguém tem um ataque cardíaco por tua causa.

—Nada disso. Tenho de te contar uma coisa. – disse James tomando um ar mais sério, o que chamou a atenção de Rose – Eu e a Dominique estamos juntos.

Um largo sorriso se formou no rosto de Rose. Ela vira o quanto ele fora orgulhoso naquele dia em que Dominique os viu sozinhos no compartimento. Ela sabia que ele queria ir atrás dela mas que o seu orgulho não permitiu. Ainda bem que esse orgulho foi posto de lado e James agiu da melhor forma.

—Naquele noite quando te encontrei nos corredores, eu decidi que precisava resolver as coisas com a Dominique. Já agora, obrigado por me abrires os olhos. Encontrei-a no salão comunal e ela explicou-me aquela conversa que eu ouvi entre ela e a Victoire. Afinal ela tinha aceite o convite no início das férias e não um dia depois de nos termos beijado.

Rose ouvia atentamente a história. Ela não comentara com o primo mas achava muito improvável Dominique ter aceite alguma coisa com outro rapaz depois de ter beijado Sirius. Ela sabia que Dominique gostava de Sirius. Notava-se.

—Agora estamos a ver no que isto dá. Ainda ninguém sabe, além de ti. Se isto resultar, no Natal contaremos à família.

—Vai resultar. – encorajou Rose – Na realidade, só vais ter que te preocupar com o tio Bill.

—Isso claramente deixou-me mais descansado – brincou James e ambos riram. – Gosto de te ver assim. – comentou James colocando a sua mão por cima da mão da prima.

—Assim como? – perguntou Rose confusa.

—Mais faladora. Eu já te disse, eu sempre gostei de falar contigo mas agora gosto ainda mais.

—Estás muito lamechas. – brincou Rose. Apertou a mão do primo e concluiu – Obrigada.

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Albus combinara na noite anterior encontrar-se com Rose no dia seguinte por causa do trabalho. E mais uma vez, ele não iria atrasar-se ou faltar a um encontro com Rose mesmo que as suas tentativas de aproximação tenham sido inúteis. Ele bem tentou, só ele sabe o quanto tentou, falar com Rose, ganhar a confiança dela. Tudo mais. Mas ela dava sempre um gelo nele. Somente falava o necessário. E o que o chateava mais era a amizade dela com o seu irmão, James. Ele continuava sem perceber quando é que houve uma aproximação entre os dois.

Albus desistira de falar com Scorpius sobre este assunto pois ele não conseguia ver o verdadeiro problema, o que tanto incomodava Albus. Com Alice também decidiu não comentar nada. Ele tinha consciência que Alice era muito ciumenta e com certeza ela acharia que ele estava com ciúmes. Alice dir-lhe-ia que ele estava apaixonado por Rose, o que não era verdade. Visto de fora, realmente parecia que Albus estava apaixonado por Rose mas ele tinha a certeza que não.

Albus olhou as horas e viu que, se não descesse agora, chegaria atrasado ao encontro com Rose. Correu pelos corredores até chegar ao salão principal onde deu de caras com Rose e o irmão. Juntos mais uma vez. E mais uma vez, Rose sorria.

Emburrado, Albus seguiu até à mesa da Gryffindor onde se encontrava Lily.

—Bom dia Albus. – cumprimentou Lily esperando uma resposta do irmão que não veio – Sabes esta era a parte em que me respondias.

Albus apercebeu-se do que a irmã lhe disse e murmurou um mero bom dia. Depois manteve-se em silêncio.

Lily observava o irmão e tentava perceber o que se passava com ele. Albus não era uma pessoa silenciosa, uma coisa que tinha em comum com James. Mas desde o principio do ano que Albus andava assim. Silencioso, distraído. Lily sabia que o problema dele não era amoroso, pois sabia do relacionamento secreto que o irmão mantinha com Alice Longbottom.

Scorpius chegou quando Lily estava prestes a sair. Antes, Lily comentou algo com Scorpius.

—Não sei o que se passa com o meu irmão mas espero bem que ele volte a ser como antes.

—Também eu. – sussurrou Scorpius sentando-se em frente a Albus – Então?

—Bom dia Scorpius. – cumprimentou Albus. Olhou para o seu pulso e viu que estava na hora – Tenho de ir.

Albus seguiu até à biblioteca onde encontraria Rose. Juntos, releram o trabalho para ver se estava tudo como eles queriam. De seguida, seguiram para a aula.

A professora Wikilson, simpática como sempre, recolheu todos os trabalhos e iniciou a aula.

Rose apontava tudo o que a professora dizia. Se havia alguma coisa que ela adorava, esse algo era estudar. E tinha que confessar que a professora Wikilson era muito boa professora. Parecia mesmo que tinha nascido para aquilo, para ensinar.

Rose nunca confessara a ninguém mas um dos seus desejos era lecionar em Hogwarts. Runas antigas era uma opção. Aliás, quase todas as disciplinas eram uma opção afinal ela amava todas. Exceto adivinhação, tal como a sua mãe. Mas no fim, Rose sabia que nunca teria este sonho realizado. A sua personalidade não permitia. Ela era demasiado introvertida para conseguir falar diante de alunos.

O resto da manhã passou normalmente. Pelo menos do ponto de vista de Rose. Ninguém a tinha incomodado. Mas o que ela não tinha reparado era que um certo loiro de olhos acinzentados a observava atentamente. As ações de Rose eram algo que suscitava o interesse de Scorpius Malfoy. Ele não sabia porquê mas gostava de entender melhor a complexidade de Rose Weasley. Se calhar o facto de ambos terem escolhido o mesmo sítio para pensarem sobre a vida o tenha feito ver que tinham algo em comum. E isso possivelmente levou Scorpius a começar a observá-la. Claro que fazia isso o mais discreto possível.

Scorpius seguia pelos corredores de Hogwarts quando foi puxado para dentro de uma das salas. Era Diana que nem o deixou recuperar do susto e já o beijava intensamente. Isso era outra coisa comum na vida de Scorpius Malfoy. Ele nunca assumira nenhum relacionamento sério mas isso não o impedia de aproveitar a vida como bom adolescente que era. E era isso que ele estava a fazer naquele momento. Estava a aproveitar aquela bela loira que começava a desenlaçar o nó da sua gravata.

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Rose caminhava em direção ao seu salão comunal quando foi intercetada pela sua prima Roxanne, filha dos seus tios George e Angelina. Roxanne era um ano mais nova que ela e estava na Hufflepuff. Nunca conversara muito com ela. Na realidade nunca conversara muito com nenhum dos primos, mas sempre achou Roxanne encantadora. Roxanne era igual à mãe. Quem as visse juntas diria que eram irmãs. Claro que Angelina adorava isso. Mas o que as diferenciava era o quão sossegada Roxanne era. Ela nunca se chateava com nada. Quando havia algum atrito entre algum dos seus primos, Roxanne era a primeira a interferir para que tudo ficasse bem.

—Rose, preciso da tua ajuda. – pediu Roxanne.

Aquele pedido surpreendeu Rose. Ela nunca imaginaria que Roxanne lhe fosse pedir ajuda. Aliás, muita coisa a estava a surpreender neste início de ano. Primeiro, a amizade com James que se tornou mais sólida e agora o pedido de Roxanne.

—Diz. – respondeu Rose.

—Eu preciso de ajuda em Runas Antigas. Eu sou péssima naquilo.

 Rose ponderou no que acabara de ouvir. Roxanne queria explicações de Runas Antigas. Explicações essas que ela não sabia se era capaz de dar. Mas, ao mesmo tempo, ela queria ajudar. Ela queria explicar. Ensinar. Porque isso era algo que ela gostaria de fazer futuramente.

—Está bem. – concordou Rose.

—Obrigada. – festejou Roxanne abraçando Rose. Ultimamente, Rose Weasley andava a receber muitos abraços – Muito obrigada.

Depois deste estranho acontecimento, Rose seguiu para o salão comunal com o objetivo de fazer os trabalhos de casa daquele dia.

Quando Rose acabou, já era de noite. Rose nem se apercebera das horas a passarem. Mas isso também já era normal. Quando uma pessoa está a fazer algo que gosta, não nota o tempo passar. E neste caso era o que acontecia com Rose.

Rose seguiu até ao salão principal para jantar e acabou por avistar Albus, sozinho, também a dirigir-se para lá. Sorrateiramente, esperou que ele seguisse sem a notar para que assim se evitassem mais conversas constrangedoras. Rose não se sentia bem quando estava sozinha com Albus. Sabia o quanto tinha sofrido mas agora que amadurecera e tivera outra visão das coisas talvez tivessem sido evitadas algumas coisas. Porque ela sabia que, se a sua personalidade não fosse aquela, possivelmente ainda seriam amigos nos dias de hoje. E esse pensamento fazia com que Rose se sentisse um pouco culpada pelo que se passou no passado e, consequentemente, havia certo constrangimento nos momentos que era obrigada a falar com Albus.

Depois do jantar, Rose seguiu até ao seu dormitório. Enquanto não chegava a hora da ronda, Rose decidiu ler um livro. O problema, mais uma vez, era que quando se fazia algo que se gostava, o tempo corria. E consequência disso foi que Rose estava atrasada para a ronda. Mas isso também não interessava muito a Rose pois o seu único objetivo nessas rondas era ir para a sua tão adorada torre de Astronomia.

Fez o seu caminho habitual até à torre. Pelo caminho, como de costume, não encontrou ninguém. E quando chegou à torre de Astronomia, o cenário era o mesmo.

Depois daquelas duas noites em que Rose encontrou o Malfoy na torre de Astronomia, ele não voltara a aparecer. Ela não sabia se o facto de lhe ter retirado pontos teve alguma influência nessa ausência mas independentemente disso, Rose sentia-se agradecida por Scorpius não estar lá. Ou pelo menos era o que ela achava. O que ela não sabia era que, naquela noite estrelada, como todas as outras, Scorpius se encontrava lá, escondido, a observá-la.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e gostava muito de saber a vossa opinião :)