A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 48
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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A seleção ocorreu normalmente. Alunos de onze anos conheceram as suas casas, as cores que defenderiam nos próximos sete anos.

Rose encontrava-se numa das pontas da mesa dos Ravenclaw. Observara atentamente a seleção. Era algo que ela gostava realmente de ver. Aquelas crianças a entrarem pela primeira vez em Hogwarts, com o seu destino nas mãos de um chapéu.

Outro fator que fez com que Rose não tirasse os olhos da mesa dos professores foi a sensação de estar a ser observada. E ela tinha a certeza da pessoa que lhe estava a causar aquela situação. Scorpius Malfoy.

No início do verão, Rose tinha prometido a si mesma que iria esquecer Scorpius. Mas isso foi completamente impossível. E só piorou depois da última vez que viu Scorpius. No dia que ele entrou, escondido, na Toca e levou uma sova de Sirius. No dia que Rose o ajudou. Claro que Rose não se arrependia disso. Por mais que odiasse alguém, ela não conseguiria deixar essa pessoa a sofrer. Não era do seu feitio.

Além desse acontecimento, Rose não conseguia tirar da cabeça as palavras de Scorpius. Ele praticamente lhe suplicava para ela acreditar nele. Ele continuava a afirmar veemente que não tinha beijado Diana no último dia de aulas. E Rose queria tanto acreditar nele. Mas ela tinha visto.

—Rose. – chamou Lorcan Scamander pela terceira vez. Rose olhou para ele e esperou que ele continuasse – Os alunos de primeiro ano.

Rose levantou-se num relâmpago. Estava tão concentrada em manter o olhar distante da mesa dos Gryffindor que se esquecera completamente do seu dever.

Naquele ano, Rose tinha-se tornado prefeita. Como tal, as suas responsabilidades tinham aumentado. Normalmente não eram os prefeitos que levavam os alunos de primeiro ano até à sala comunal, mas Rose queria fazê-lo.

Rose levantou-se rapidamente e aproximou-se dos novos Ravenclaw.

—Meninas e meninos sigam-me. Vou levar-vos até aos vossos dormitórios. – disse Rose. Os pequenos alunos levantaram-se prontos para seguir Rose.

Antes de sair do Salão Principal, Rose olhou discretamente para a mesa dos Gryffindor. Como previra, Scorpius olhava-a. Rose fingiu que não reparou e acenou a Albus antes de sair com os primeiranistas em seu encalço.

—Parece que finalmente se resolveu tudo entre ti e a Rose. – comentou Scorpius, apático. Claro que ele estava feliz pelo amigo, mas não conseguia deixar de pensar que Rose não lhe falava por causa de um plano qualquer maquiavélico de Diana.

—As coisas entre ti e a Rose também se vão resolver. Eu sei que vão. – respondeu Albus em tom encorajador.

—----//-----

Scorpius entrou no dormitório que dividia com Albus e mais dois amigos. Colocou o malão em cima da cama e abriu-o. Depois começou a arrumar as coisas no armário.

Albus tinha de acertar alguns detalhes com os monitores dos Gryffindor. Por isso Scorpius estava sozinho.

A dado momento, Scorpius sentou-se na cama e retirou do bolso das calças algo que, ultimamente, andava sempre consigo. Algo que nunca largara depois de encontrar abandonado na torre de Astronomia. O colar que oferecera a Rose no Natal. O colar com a pequena rosa vermelho. Algo que, ele reparou, Rose não deixou de usar. Até aquela noite. Até aquela fatídica noite.

Scorpius levantou-se, com o colar seguro na sua mão, e abandonou o dormitório. Passou pela sala comunal, onde muitos alunos contavam as novidades, e saiu da torre dos Gryffindor.

Já passava da hora do recolher, mas isso nunca foi um problema para Scorpius. Todos os anos, ele saía para caminhar pelos corredores de Hogwarts. Para ir até ao seu local favorito. O seu e o de Rose. A torre de Astronomia.

E era para lá que ele se dirigia agora. Ele sabia que não podia estar perto de Rose. Ela não o permitia. Mas, de alguma forma, ele queria sentir-se perto dela. E as últimas coisas que lhe restavam, que lhe provavam, que ele e Rose algum dia tiveram alguma coisa eram o colar e a torre de Astronomia.

A torre de Astronomia, como era de esperar, estava vazia. O céu, como em muitas outras noites, encontrava-se estrelado, apesar de ser lua cheia.

Scorpius aproximou-se de uma das varandas para encarar as estrelas. As suas memórias pareciam tão vivas. Todos os momentos que passara ali com Rose. Todas as conversas. Todos os toques. Todas as confissões. Tudo isso veio à cabeça de Scorpius como um relâmpago. E, pela primeira vez em meses, ele deixou levar-se pelas lágrimas. Deixou-se levar por todo aquele sentimento de perda. Pela primeira vez, ele pensou na possibilidade de nunca mais recuperar Rose. E isso simplesmente o destruía.

—----//-----

O dia amanheceu e com ele o primeiro dia de aulas chegou. O dia estava ensolarado e o calor era sentido. Por esse motivo, Albus dormia completamente destapado na sua cama. 

Scorpius foi o primeiro a acordar. Olhou para o lado e verificou que o amigo ainda dormia. 

Sorrateiramente, Scorpius levantou-se, pegou na sua varinha e aproximou-se de Albus. Este continuava a dormir descansadamente. 

Aquamenti. — sussurrou Scorpius apontando a varinha à cara de Albus. 

Da varinha de Scorpius saiu um vídeo jato de água que atingiu Albus na face. Este acordou sobressaltado e olhou em volta para perceber o que tinha acontecido.  Ao ver Scorpius com a varinha na mão,  Albus percebeu tudo. 

—Malfoy estás tão morto.  - gritou Albus levantando-se repentinamente e pegando na sua varinha para ir atrás de Scorpius que fugira.

A confusão instalou-se na sala comunal. Albus perseguia Scorpius e este esquivava-se entre sofás e mesas. Por duas vezes,  Albus tentou lançar feitiços a Scorpius, mas falhou acabando por atingir Hugo Weasley num deles. 

Protego. — gritou Lily colocando uma barreira entre Scorpius e Albus. Depois virou-se para Hugo e pronunciou - Finite Incantatem. Vocês parecem duas crianças. Albus ninguém diria que tu és o prefeito. - acusou Lily.

—Lily mete-te na tua vida. Deixa as pessoas divertirem-se. - respondeu Albus tentando anular o feitiço da irmã.

—Crianças.  - comentou Lily antes de sair da sala comunal acompanhada por Hugo. 

Depois de no dia anterior Lily ter beijado Hugo, este ganhou coragem e pediu a prima em namoro. Isto era algo que os dois queriam há muito tempo. Mas Hugo, apesar de ser gryffindor e uma das qualidade era ser corajoso,  nunca tomou uma atitude por medo da reação da prima. E Lily estava simplesmente à espera que este tomasse alguma atitude. 

No expresso de Hogwarts, apesar de nunca ter acontecido, Lily e Hugo ficaram sozinhos num compartimento. Fred, Dominique e James tinham acabado Hogwarts. Albus estava com Scorpius. Rose decidira ir para um compartimento sozinha para ler. Molly e Roxanne estavam com umas amigas da casa delas. E Louis e Lucy estavam a confraternizar com outros slytherin. 

Apesar de serem melhores amigos, o ambiente estava estranho entre os dois. Pelo menos no entender de Lily. Hugo falava, falava, falava, mas Lily só conseguia prestar atenção no movimento dos lábios do primo. E, de repente, Lily estava no colo de Hugo a beijá-lo. Ela não sabia o que lhe tinha dado. Algo se tinha apoderado dela e tinha-a levado a fazer aquilo. Mas ela podia garantir que não se arrependia. 

—Eu quero contar à Rose. - anunciou Hugo enquanto caminhava, de mãos dadas, com Lily a caminho do salão principal. 

—Não quero desapontar-te Hugo,  mas a esta hora todos os nossos primos e irmãos já sabem. O Albus não é propriamente bom a guardar estas coisas. Ele é um fofoqueiro.  - respondeu Lily no tom mais descontraído possível. Hugo riu do que a namorada disse. Ele sabia que ela tinha razão. 

—Eu concordo contigo. Mas... 

—Mas mesmo assim queres falar com a tua irmã e contar. - completou Lily - Eu não percebo. Eu quero fazer o mesmo com o James. Apesar de ficar pela carta. Não quero ficar sem namorado. 

Hugo ficou aterrorizado só de pensar na possibilidade de James já saber. Ele sabia o quão ciumento James podia ser. Bastava ver a forma como protegia Rose e esta era apenas sua prima. Agora imagine-se a sua irmã. 

—Não fiques com essa cara. Eu não deixo que o James te faça mal. - disse Lily beijando Hugo de leve - Agora vamos procurar a tua irmã. 

Como era de esperar, Rose encontrava-se no salão principal a tomar o pequeno-almoço. Lily e Hugo aproximaram-se da mesa dos Ravenclaw chamando a atenção de algumas pessoas. Sem se importarem com opiniões alheias, Lily e Hugo sentaram-se. 

—Bom dia Rose. - cumprimentou Lily sorridente. 

Rose olhou para Lily e Hugo, assustada. Ela estava tão concentrada no livro à sua frente que nem deu pela chegada deles. 

—Olá meninos. - cumprimentou Rose - Passa-se alguma coisa? 

—Temos uma novidade para te contar. - começou Hugo. 

—Já soube. - interrompeu Rose - O Albus contou-me. Parabéns! - congratulou Rose sorridente. 

—Eu não te disse? - Lily voltou-se para Hugo - O meu irmão é um fofoqueiro. 

—Não levem a mal o Albus. - disse Rose defendendo o primo - Ele não fez por mal. Além do mais, eu sabia que isto mais tarde ou mais cedo ia acontecer. Ao tempo que vocês os dois estão caidinhos um pelo outro. 

Lily e Hugo coraram até à raiz dos seus cabelos. Sentiam-se completamente expostos. Como assim Rose sabia que eles gostavam um do outro? Seriam assim tão transparentes? E, ao mesmo tempo, tão totós por não terem percebido?

—Como? - perguntou Hugo. 

—Hugo, eu sou tua irmã. Eu conheço-te. E, antes que perguntes Lily, sim tu és completamente transparente. Aliás, são os dois. Mas é isso que vos faz o casal mais fofo de Hogwarts. - disse Rose arrancando sorrisos do casal à sua frente. 

—Vamos ser cunhadas. - festejou Lily abraçando Rose e arrancando risadas da mesma. 

—----//-----

Albus e Scorpius corriam pelos corredores de Hogwarts em busca da sala onde teriam Poções. A brincadeira que tiveram mais cedo levou-os aquele momento. Eles estavam completamente atrasados e sabiam que a professora O'Brien não tolerava atrasos. 

—Menos dez pontos para os Gryffindor por causa deste atraso. - proferiu O'Brien mal avistou Albus e Scorpius. Estes pararam repentinamente face à retirada de pontos da sua casa - Vão ficar aí especados? Não me digam que querem perder mais pontos? 

Bastou ouvirem a palavra pontos para acordarem. Rapidamente se dirigiram à mesa mais próxima e sentaram-se nos pequenos bancos. 

—Este é o ano mais importante para todos vocês. Este é o ano dos N.I.E.M.s. Vocês sabem como estes exames são importantes para as vossas carreiras futuras. Só vos tenho a dizer que serei o mais exigente possível. Não admito falhas. 

—Ainda mais? - sussurrou Albus para Scorpius. Este riu-se do comentário do amigo. 

—Algum problema, senhor Malfoy? - perguntou O'Brien voltando-se para Scorpius.

—Nenhum. - respondeu Scorpius tentando manter uma cara séria.

—Muito bem. Vamos começar por abrir os livros na página trinta e seis. Alguém me sabe explicar o efeito dessas duas poções que se encontram nessa página? - perguntou O'Brien. Como era de esperar, Rose levantou o braço - Senhorita Weasley.

—O Veritaserum é o soro da verdade mais poderoso que existe. Basta três gotas e conseguimos saber os segredos mais profundos da pessoa que quisermos. 

—Muito bem. Cinco pontos para os Ravenclaw. E a outra poção? - perguntou O'Brien. Mais uma vez, Rose colocou o braço no ar, mas não foi a única. Também Albus levantou o braço. 

—Senhor Potter. 

Felix Felicis também conhecida como sorte liquida. Traz sorte, por algum tempo, a quem a beber. 

—Muito bem. Cinco pontos para os Gryffindor. Agora meninos, eu quero que vocês, em pares, vejam quais são os ingredientes que cada uma destas poções utiliza e quais os efeitos que podem acontecer caso algum destes ingredientes seja administrado erradamente.

—De todos? - perguntou Julia Foster que se encontrava na primeira fila. 

—Sim. - respondeu O'Brien séria.

A aula decorreu normalmente. Albus e Scorpius fizeram par e, para serem mais eficientes, decidiram que cada um tratava de uma poção. Albus ficou com o Veritaserum e Scorpius com a Felix Felicis.

—Quem me dera ter um pouco de Felix Felicis para ter sorte com a Rose. - comentou Scorpius enquanto apontava o primeiro ingrediente desta poção.

Albus olhou para Scorpius como se acabasse de ter a ideia mais genial do mundo. 

—Podemos não ter a maior sorte do mundo, mas conseguimos arrancar a verdade sobre tudo o que aconteceu naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Como se sentiram quando o Scorpius estava na torre? E a brincadeira pela manhã, que acharam? E o Hugo e a Lily a serem super fofos e a irem contar à Rose, que acharam? E por fim, que ideia genial será esta do Albus?
Contem-me tudo nos comentários :) Beijos :)