A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 39
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Aquela manhã fora complicada para muitos alunos de Hogwarts. A festa da noite anterior, na sala das Necessidades, tinha-os deixado assim. Felizes por terem participado nela, mas, ao mesmo tempo, ressacados.

James não estava muito melhor que todos os outros. Quando Dominique o acordara, ele apenas resmungara com ela. Dominique, em vez de lhe responder como habitualmente fazia, apenas se ria das atitudes que ele estava a ter.

Claro que Dominique sabia pelo que James estava a passar. Também ela já tivera muitas ressacas. Também ela já bebera até não puder mais.

—Tens aí uma poção para a ressaca. Depois não digas que não me preocupo contigo. - disse Dominique entregando a James a dita poção. 

—Já te disse que és a melhor namorada do mundo? - perguntou James levantando-se e agarrando-se a Dominique.

—Já meu querido, mas podes continuar a dizer. Eu nunca me canso de ouvir. - respondeu Dominique beijando de leve o namorado. Claro que James correspondeu. Ele nunca recusava um beijo da mulher que amava. Por mais ressacado que estivesse, isso não aconteceria - Já reparaste que hoje é o nosso último dia em Hogwarts. - comentou Dominique melancólica. 

—Então vamos fazer de tudo para o tornar inesquecível. - respondeu James voltando a beijar Dominique. 

—----//-----

Scorpius nunca sentira uma dor tão grande de cabeça. Nem de todas as vezes que se tinha embebedado. Nenhuma das vezes tinha sido pior que aquela.

A última coisa que Scorpius se lembrava era de estar a caminhar pelos corredores de Hogwarts para ir para a festa. Mas rapidamente Scorpius concluiu que a festa deveria ter terminado à horas. A luz que o fez despertar sugeria que já era de manhã. Ou seja, ele não tinha ido à festa.

Depois de constatar isto, Scorpius lembrou-se de Rose. Eles tinham combinado de se encontrar na noite anterior. Aliás, ele só não a tinha ido buscar à entrada da torre dos Ravenclaw por insistência dela. Insistência de se encontrarem na festa. 

Ele sabia que tinha de a encontrar o mais breve possível e explicar o motivo de não ter aparecido. Mas, a grande questão é que ele não fazia a mínima ideia do porquê de não ter aparecido. Ele não percebia o porquê deste clarão na sua memória. 

Scorpius acabou por decidir ir até ao quinto andar, até à entrada para a torre dos Ravenclaw. 

Esperou durante muito tempo. Viu várias pessoas a entrar, viu várias pessoas a sair, mas nenhuma delas era Rose. Ainda chegou a perguntar a algumas delas se por acaso tinham visto a Rose Weasley, mas a resposta de todos tinha sido a mesma. Ninguém a tinha visto.

Scorpius estranhou isso. Por mais que Rose permanecesse na sala comunal, ou mesmo no dormitório, haveria sempre alguém que a tivesse visto. Por isso, Scorpius concluiu que talvez ela tivesse saído cedo e daí ninguém a ter visto. 

Assim, Scorpius foi até ao salão principal e, ao mesmo tempo,  aproveitava para tomar o pequeno almoço. 

Dominique, James, Fred e Lily já se encontravam lá. Scorpius sentou-se ao lado de Lily e embrenhou-se na conversa enquanto observava toda a extensão da mesa dos Ravenclaw. 

Rose não estava lá. Scorpius começou a pensar em todos os sítios em que ela poderia estar. A biblioteca, a torre de Astronomia e os jardins eram as suas melhores hipóteses. 

Acabou por dar uma desculpa aos amigos e saiu em busca de Rose. Todo aquele desaparecimento era muito estranho. Ele não conseguia perceber onde ela estava. 

O primeiro sitio que visitou foi a torre de Astronomia. Algo lhe dizia que ela poderia estar lá. Mas Scorpius enganou-se redondamente. A torre estava completamente vazia.

Scorpius estava prestes a ir embora, procurar nos outros sítios que tinha pensado quando algo lhe chamou a atenção. Num canto, no chão, um pequeno metal reluzia. Scorpius aproximou-se e acabou por reconhecer o que estava ali. Era o colar que tinha oferecido a Rose no Natal. O pequeno colar com uma rosa vermelha.

Scorpius pegou cuidadosamente nele e guardou-o no bolso. Agora ele tinha a certeza de uma coisa. Podia não saber onde estava Rose naquele momento, mas sabia que ela tinha estado ali. Ele lembrava-se de ver Rose com o colar no dia anterior. 

A biblioteca e os jardins também não foram um bom local de escolha. Rose não estava em nenhum dos dois. Agora, Scorpius começava a ficar realmente preocupado. Parecia que Rose tinha evaporado.

Scorpius acabou por regressar à sala comunal dos Gryffindor na esperança de encontrar alguém da família de Rose. Se algo lhe tivesse acontecido, eles de certeza saberiam.

Mas, como se fosse o seu dia de má sorte, nenhum Weasley ou Potter estava na torre dos Gryffindor. Frustrado, Scorpius deixou-se afundar num dos muitos sofás livres. Realmente aquele dia não lhe estava a correr bem.

Passado um tempo, todo ele a resmungar consigo próprio, Dominique entrou na sala comunal. Scorpius levantou-se apressado e desesperado e correu até ela.

—Calma rapaz, o mundo não vai acabar hoje. - brincou Dominique sem notar o tom sério do amigo.

—Viste a Rose? - perguntou. A sua voz saiu mais desesperada do que ele imaginaria. 

—Agora que falas nisso, ainda não a vi hoje. O que é que tu lhe fizeste, Scorpius Malfoy? - perguntou Dominique adotando agora uma postura mais séria. 

—Não apareci na festa como lhe tinha dito que faria. Ela deve estar fula comigo. 

—Como assim não apareceste na festa? - perguntou Dominique confusa - Eu vi-te lá ontem.

—Como assim me viste lá ontem? Eu não estou a perceber. - respondeu Scorpius ainda mais confuso que Dominique. 

—Como assim não estás a perceber? Eu vi-te ontem na festa a dançar com a Rose. A bebedeira foi assim tanta que nem te lembras disso? - perguntou Dominique adquirindo uma postura mais leve.

—Eu não fui à festa ontem. - respondeu Scorpius convicto.

—A menos que tenhas um irmão gémeo, tu estavas lá ontem. Eu vi-te. E podes perguntar a quem quer que tenha ido à festa. - respondeu Dominique sorridente. Para ela, a única explicação era que Scorpius tinha bebido demais até ao ponto de não se lembrar de nada - Eu tenho que ir. Tenho o James à minha espera e conhecendo-o como conheço, ele já deve estar prestes a vir atrás de mim. E não te preocupes, provavelmente a Rose deve estar enfiada no dormitório a arrumar as coisas. Não te esqueças que partimos hoje.

Dominique subiu até ao dormitório deixando Scorpius sozinho. Passado uns minutos,  desceu e disse adeus a Scorpius desaparecendo pela porta que continha o quadro da Dama Gorda.

Scorpius não conseguia perceber o que tinha acabado de acontecer. Ele podia jurar a si próprio que não tinha ido à festa da noite anterior e, mesmo assim, Dominique afirmava convictamente que ele tinha lá estado. Será que Dominique tinha razão e ele tinha bebido demais a ponto de não se lembrar de nada?  Ele não conseguia acreditar muito que isso tinha acontecido, mas naquele momento era a explicação que tinha mais sentido. 

Scorpius andou às voltas pela sala comunal em busca de uma ideia para encontrar Rose. Ele pensou seriamente em arrombar a entrada da torre dos Ravenclaw para encontrar Rose, mas sabia que isso seria impossível. Depois pensou em todos os primos de Rose, mas nenhum pertencia à mesma casa que Rose. A única que tinha pertencido aos Ravenclaw tinha sido Victoire, mas está já não andava em Hogwarts. Depois disto tudo, uma ideia surgiu-lhe. Ele poderia falar com o professor Neville para tentar saber de Rose. Era verdade que este era o diretor dos Gryffindor, mas ele também conhecia Rose pois era muito amigo dos pais desta. Se Scorpius alegasse que Rose estava desaparecida, o professor Neville iria certamente à procura dela.

Não foi muito difícil descobrir onde o professor estava. Scorpius procurou Alice e esta dissera-lhe prontamente que o pai estava no seu gabinete.

Scorpius bateu à porta e esperou a indicação do professor para entrar. Quando finalmente a recebeu, entrou.

—Bom dia professor. - cumprimentou Scorpius. 

—Bom dia Scorpius. - cumprimentou Neville - Há alguma coisa que eu possa fazer por ti?

—Na realidade há. - respondeu Scorpius - Eu sei que o professor até pode achar isto uma estupidez, mas eu vim aqui para lhe pedir para encontrar a Rose. Ninguém a viu hoje e eu estou a ficara realmente preocupado.

—Ninguém a viu hoje porque ela já não está em Hogwarts. - respondeu Neville normalmente perante o olhar espantado de Scorpius.

—Como assim a Rose já não está em Hogwarts?

—Ela veio falar comigo, alegando que estava doente e pediu para regressar mais cedo a casa. Como não haviam mais compromissos com a escola, acabei por a deixar ir. A mãe dela passou aqui mais cedo para a levar. 

Scorpius não sabia o que dizer. Aquela história estava cada vez mais estranha. A menos que a doença dela fosse muito grave, não existia razão para Rose ter deixado a escola. Mas, mesmo que não fosse nada de grave,  era estranho na mesma ela não se ter despedido de ninguém. Ele falara mais cedo com Dominique e esta alegara que não sabia de Rose. E, para além do mais, ela também não se tinha despedido dele.

Scorpius murmurou um breve obrigado e despediu-se de Neville, regressando à torre dos Gryffindor.

—----//-----

Dominique estava ansiosa para saber o que James lhe tinha preparado. Ele tinha-lhe dito que ia tornar aquele dia inesquecível e conhecendo James como Dominique tão bem conhecia, ela sabia que ele estava a dizer a verdade.

Dominique acabou por encontrar James onde o tinha deixado antes de dizer que tinha de ir buscar algo. Dominique não lhe tinha dito nada, mas ela tinha ido vestir uma lingerie nova que tinha comprado e esperava que James a visse muito em breve e que a adorasse.

—Vamos? - perguntou Dominique, ansiosa.

—Vamos. - respondeu James. Este pegou na mão da namorada e levou-a até onde queria. Os jardins.

James sempre soubera que um dos locais preferidos de Dominique em Hogwarts eram os jardins. Mais especificamente a zona que ficava perto do lago e que dava para ver, de vez em quando, a lula gigante.

—Decidi que, no nosso último dia em Hogwarts vamos almoçar aqui. Eu sei o quanto tu gostas deste lago.

—Já disse que te amo? - perguntou Dominique abraçando James.

—Várias vezes Domi, mas tu sabes que nunca me canso de ouvir. - respondeu James sorrindo.

—Sabias que foi aqui que me apercebi que sentia alguma coisa por ti? - comentou Dominique encarando o lago - Foi a meio do nosso sexto ano. Eu estava aqui, se não estou enganada, com a Roxanne e a Molly. Estávamos a conversar sobre o fim do namoro da Molly com o Alan Thomas. A dado momento, não sei porquê, olhei em redor e acabei por te ver. A ti e à Miller, dos Ravenclaw. Ela tinha acabado de te sussurrar algo ao ouvido e tu foste logo atrás dela como um cachorrinho. Fiquei com tanta raiva tua, naquela altura. Tu andavas sempre atrás dos rabos de saias. Acabei por deixar a Roxanne e a Molly e segui-vos. Só me lembro de vos ter encontrado numa esquina qualquer do segundo andar. - confessou Dominique.

—Se queres que te seja sincero, eu não sei bem quando me apercebi que estava apaixonado por ti. A verdade é que, desde que entramos em Hogwarts, eu tentava ao máximo manter-te afastada dos outros rapazes. Para mim, eles não eram merecedores da tua companhia. Ainda me lembro quando vieste até mim e ao Fred para nos apresentares o teu primeiro namorado. Coincidência, ou não, era o irmão da Miller. - riram com a coincidência - Eu fiquei tão chateado. Não conseguia acreditar que tinham conseguido aproximar-se da minha priminha e eu não tinha dado por isso. Na altura não me apercebi, mas agora eu vejo com clareza. Eu estou apaixonado por ti desde sempre. - confessou James.

Dominique olhava para ele lavada em lágrimas. Tinha sido a confissão mais bonita que James lhe fizera. Repentinamente, abraçou-o, deixando cair as lágrimas livremente.

—Eu amo-te tanto. - sussurrou Dominique no ouvido de James.

—Eu também te amo.

—----//-----

A noite já ia alta mas, mesmo assim, Rose não conseguia adormecer. Vestígios da noite passada passavam na sua cabeça como um ciclo vicioso. A visão de ver Scorpius aos beijos com Diana Anderson destruiu-a completamente.

Pedira à mãe que a tirasse de Hogwarts rapidamente. Depois disso ainda conseguiu dar a volta à mãe para que esta não lhe fizesse perguntas. Ela só queria estar sozinha. Ela só queria chorar. Ela não conseguia acreditar que tinha sido tão estúpida.

O relógio já marcava as três da manhã quando Rose ouviu algo a bater na janela do seu quarto. Voltou-se e avistou uma coruja já tão sua conhecida. A coruja de Scorpius.

Rose pensou seriamente em mandá-la embora, mas ela sabia perfeitamente que a coruja não sairia dali enquanto não entregasse a carta.

Frustrada, Rose levantou-se para pegar na pequena carta. Ainda pensou em queimá-la logo, mas a sua curiosidade falou mais alto. Por isso, decidiu abri-la.

Rose, em primeiro lugar queria mandar-te as melhoras. Soube pelo professor Neville que tinhas ficado doente e por isso saíste mais cedo. Fiquei com imensa pena que não te tivesses despedido de mim.

Espero que te lembres que ainda temos uma conversa pendente e eu realmente queria ter essa conversa.

Espero que possamos marcar alguma coisa para as férias porque, para te ser sincero, eu não as imagino sem ti. Para falar a verdade, eu já estou cheio de saudades tuas.

Espero que me respondas brevemente, do teu Scorpius

Rose não pensou duas vezes. Rasgou a carta em bocadinhos, deitou-a ao lixo e voltou para a sua cama. Ela não conseguia acreditar como é que Scorpius podia ser tão falso.

Naquele instante, Rose decidiu que isso esquecer Scorpius Malfoy.


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Notas finais do capítulo

Tivemos o Scorpius desesperado em busca da Rose. Tivemos a Dominique e o James a serem os perfeitos de sempre. E tivemos Rose a tomar um decisão importante. Que acharam disto tudo? Acham que Rose vai realmente esquecer Scorpius? Acham que Scorpius vai conseguir falar com ela? Contem-me tudo nos comentários :) Beijos :)



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