A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 30
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Eu espero que estejam a gostar da história, espero mesmo :)
Boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/671036/chapter/30

Finalmente tinha chegado mais uma ida a Hogsmeade. Scorpius ansiava aquele dia há algum tempo. Há alguns dias atrás, Scorpius falara com Rose e convidara-a para ir com ele até Hogsmeade. A intenção dele era que Rose se abstraísse do que aconteceu com Albus. Depois da noite do ocorrido, Rose não voltou a falar no assunto. Aquele era um assunto tabu entre os dois. Rose reagia como se nada se tivesse passado. Mas Scorpius sabia que ela continuava a pensar naquilo. Bastava ver quando Albus estava presente no mesmo local que ela.

—Sabes, perguntei ao Sirius se queria vir connosco. – contou Rose enquanto ela e Scorpius viajavam até Hogsmeade.

—Não me digas que estás com medo de ficar sozinha comigo.

—Não é nada…estás a brincar não estás? – perguntou Rose olhando para Scorpius. Este estava com aquele sorriso de quem tinha tramado qualquer coisa.

—Vejo que já começas a entender as minhas brincadeiras contigo.

—Muita convivência dá nisto. – respondeu Rose.

—Tu já não vives sem mim.

—Nem tu sem mim. – respondeu Rose encarando Scorpius. Este encarava-a com a mesma intensidade. As bochechas de Rose começavam a atingir o típico rosado a que Scorpius já estava habituado – O Sirius não quis vir. – comentou Rose desviando o olhar.

—Então porquê? – perguntou Scorpius recuperando-se do que acontecera há instantes.

—Não sei. Ele anda muito estranho. Já lhe perguntei várias vezes o que é que se passava e ele diz que não é nada. Mas eu não acredito nisso. Eu conheço-o. Eu sei quando se passa algo.

—Se calhar é algum problema com a Dominique.

—Não é. – respondeu Rose prontamente – Eu falei com ela e eles estão às mil maravilhas.

—Vais ver que não é nada. – respondeu Scorpius, mas vendo a cara de Rose, acrescentou – Ele falará contigo quando estiver preparado. Vais ver.

Rose apenas concordou. Ela queria muito acreditar naquelas palavras de Scorpius, mas não sabia se conseguia. Ela sempre estivera habituada a que Sirius lhe contasse tudo.

A Dedos de Mel foi a primeira paragem de Scorpius e Rose. Scorpius sabia que aquela era a loja preferida de Rose. Lá, segundo Rose, encontravam-se os melhores chocolates do mundo. Quando Rose falou disso pela primeira vez, Scorpius lembra-se de sorrir. Ele adorou ver as expressões de Rose enquanto contava aquele pequeno segredo. A inocência de uma criança estava ali presente. Aquele brilho nos olhos estava lá. Aquele sorriso inesquecível estava lá. Só isso fez Scorpius feliz.

—Então os meninos também andam à procura de doces? – perguntou Dominique assustando Rose e Scorpius.

—A tua mãe nunca te ensinou que não se deve aparecer assim às pessoas? – perguntou Scorpius na brincadeira.

—Tu achas mesmo que a dona Fleur Weasley não me ensinaria uma coisa dessas? – contrapôs Dominique – A questão aqui é se eu ouvi alguma coisa do que ela disse.

—Bem visto. – respondeu Scorpius – O James não veio contigo?

O sorriso de Dominique diminui dando uma certeza a Scorpius e Rose. James não estava ali.

—Desc…

—Não precisas de pedir desculpa, Scorpius. O James não veio. Em troca, trouxe o meu cunhado. – Dominique saiu de perto de Scorpius e Rose e voltou instantes depois com Albus – Al, olha quem eu encontrei.

Involuntariamente, Rose encolheu-se. Ela não queria, mas, naquele momento, ela estava com medo. Medo que Albus fizesse alguma coisa. Ela tinha receio que Albus se quisesse vingar dela e de Octavia por não ter conseguido o que queria. Respostas. Rose já ponderara imensas vezes contar a verdade a Albus, mas sempre voltara atrás. Ela achava que ele devia ter consciência do que tinha feito, ela achava que ele devia pensar um pouco no que tinha feito. Mesmo que Albus não tivesse visto Rose naquela tarde, ela achava que ele poderia ter ponderado que ela tivesse ouvido a conversa. Mas isso não aconteceu.

Além disso, Scorpius colocou-se ligeiramente à frente de Rose. Ele queria protege-la de Albus. Ele iria protege-la dele.

Albus encarava os dois. Para ele estava claro o medo no olhar de Rose. Ela temia-o. Ela tinha medo que ele voltasse a levá-la. Mas Albus sabia que isso não aconteceria outra vez. Naquele momento, ele poderia não estar a falar com Octavia, mas esta tinha-lhe aberto os olhos.

—Olá. – cumprimentou Albus.

—Olá. – respondeu Scorpius. Rose permaneceu em silêncio.

—Ui, o que é que se está a passar aqui? – perguntou Dominique olhando para cada um deles.

—Não é nada, Domi. – respondeu Scorpius – Bem, nós temos de ir andando. Vamos Rose.

Rose murmurou um pequeno adeus e saiu atrás de Scorpius. Scorpius conduziu-a até ao Três Vassouras. Estava na altura de beberem alguma coisa.

—Rose… - começou Scorpius enquanto se sentavam.

—Não digas nada. – pediu Rose.

—Como assim não digo nada? – perguntou Scorpius um pouco mais exaltado.

—Fala baixo Scorpius. – pediu Rose.

—Queridos está tudo bem? – perguntou Madame Rosmerta ao chegar perto da mesa deles.

—Sim está. – respondeu Scorpius – São duas cervejas amanteigadas. – pediu Scorpius. Depois esperou que a Madame Rosmerta se afastasse para continuar a falar – Rose, como é que tu queres que eu não diga nada?

—Simplesmente não quero.

—Sabes, tu às vezes és tão complicada. – desabafou Scorpius - Está na tua cara que nada está bem. Tu foste raptada pelo teu próprio primo. Tu tremes por todos os lados quando o vês. E queres continuar a dizer que não foi nada.

—Chega Scorpius. – disse Rose levantando-se – Eu vou-me embora.

Rose saiu disparada do Três Vassouras. Scorpius ainda a tentou seguir, mas quando saiu do pequeno bar, não viu Rose em lado nenhum. Frustrado, Scorpius voltou para dentro. Ele sabia que Rose era assim e já admitira imensas vezes que adorava o jeito de ser de Rose, mas, naquele momento, esse jeito estava a irritá-lo.

Rose caminhou pelas ruas de Hogsmeade. O seu objetivo era regressar a Hogwarts a pé. Ela precisava de tempo para pensar. Tempo para pensar em tudo o que tinha acontecido. Naquele momento, Rose estava aberta a pensar no que acontecera naquela noite.

—Rose. – chamou uma voz que Rose conheceu imediatamente. Aquela era a voz de Albus.

Rose apressou o seu passo. Naquele momento, ela estava arrependida por ter deixado Scorpius ou por ter decidido vir a pé. Se não tivesse feito alguma das coisas, naquele momento ela não teria Albus no seu encalço.

—Rose, por favor, espera. – pediu Albus agarrando o braço da prima. Mas, ao notar que Rose tremia de medo por ele a estar a agarrar, Albus largou-a – Por favor, ouve-me.

Rose permaneceu quieta de costas para Albus. Ela não sabia o que havia de fazer. Ela queria fugir dali, ela sabia do que Albus era capaz, mas, ao mesmo tempo havia uma voz dentro da cabeça de Rose que lhe dizia para ficar, que lhe dizia para ouvir Albus.

—Diz. – pronunciou Rose. A sua mão direita foi direta ao seu bolso, mais especificamente, direta à sua varinha. Se Albus fizesse algo, ela agiria.

—Eu só queria pedir desculpa. – Rose voltou-se para Albus, encarando-o. A expressão dele era de alguém que estava realmente arrependido. Rose parou e esperou que Albus continuasse – Desculpa por tudo. Pelo bilhete. Por te ter levado à força. Eu não sei o que deu em mim, mas a última coisa que eu queria era que tu ficasses com medo de mim. Eu não queria nada disso. Em relação ao bilhete, eu sei nunca deveria ter feito isso, mas o ciúme cegou-me Rose. Eu via o Scorpius cada vez mais perto de ti e não conseguia suportar isso. Para mim, ele tinha-me voltado as costas. E, além disso, eu notei o quanto tu mudaste com a presença do Scorpius na tua vida. Acho que fiquei com ciúmes porque queria ter sido eu a fazer aquilo que Scorpius fez.

—E por isso decidiste acabar com a minha amizade com o Scorpius? – perguntou Rose com rancor na voz.

—Eu sei que foi errado. Finalmente eu percebo isso. Eu nunca deveria ter feito isso. E também tenho noção que tudo piorou quando te levei. Eu estava completamente desorientado, não sei o que me deu. Eu sei que não posso mudar o passado, mas eu espero que me consigas perdoar um dia.

—Talvez um dia. – comentou Rose.

—É bom ao menos já ouvir isso vindo de ti.

Albus aproximou-se de Rose e tocou-lhe no braço. Esta, involuntariamente, encolheu-se. Mesmo que Rose tivesse afirmado que talvez um dia perdoaria Albus, naquele momento, o medo ainda estava presente na sua memória.

—Potter. – Albus ouviu o seu nome ser chamado. Olhou em volta e reparou numa rapariga de cabelos negros vindo em sua direção. Era Octavia – O que é que estás a fazer? – perguntou Octavia com aquele olhar inquisidor. Ela não percebia o que Albus estava a fazer com Rose.

—Nada. – afirmou Albus. Octavia olhou para Rose à espera que esta confirmasse o que Albus tinha acabado de dizer.

—Não se passou nada, Octavia. – disse Rose – Eu vou andando. – Rose continuou o seu caminho. Mas antes de se afastar completamente, voltou-se para trás e agradeceu a Octavia por a ter ajudado no outro dia.

Octavia esperou que Rose desaparecesse para voltar a falar com Albus. Ela iria tirar aquela história a limpo.

—O que é que te passou pela cabeça, Potter? – perguntou Octavia, séria – Era suposto afastares-te da Weasley. Era suposto descobrires o que querias sem afetar a vida dela.

—E o que é que tu tens a ver com isso? Tu não me és nada. – respondeu Albus rudemente. Ele ainda estava magoado com as palavras que Octavia tinha proferido há dias atrás – A sério Octavia, o que é que tu queres?

—De ti, nada. Mas eu disse-te que te ajudava nisto. E quando eu prometo algo, eu costumo cumprir – Octavia não percebia o porquê de Albus estar a falar assim com ela.

—Estás dispensada da tua promessa, Bale. – disparou Albus frisando o sobrenome de Octavia. Este pequeno detalhe não passou despercebido a Octavia. De certo modo, ela tinha gostado que Albus a tivesse tratado pelo seu primeiro nome.

—Eu não sei o que se passa contigo, mas eu vou dar-te um tempo. O teu problema deve ser falta de alguma coisa. – respondeu Octavia irritada – Eu vou-me embora.

—Faz boa viagem. – respondeu Albus sarcasticamente.

—----//-----

Scorpius tinha acabado de chegar a Hogwarts. Depois de Rose ter ido embora, não fazia sentido para Scorpius continuar em Hogsmeade. Ele ainda ponderou encontrar alguma das suas conquistas e distrair-se dos problemas, mas uma voz dentro da sua cabeça achou melhor que não. Andar aos amassos com alguém não lhe iria resolver os problemas. A menos que essa pessoa fosse Rose Weasley.

De há uns dias para cá, Scorpius começara a clarificar os seus sentimentos. Ele nunca se tinha apaixonado antes, nem tão perto esteve disso, mas, naquele momento, ele tinha quase a certeza que se tinha apaixonado por Rose Weasley. Havia tempos em que negava isso a si próprio, em que acreditava que era o modo protetor com que tratava de Rose que o fazia pensar mais nela do que deveria. Mas, de repente, um sorriso de Rose aparecia em sua memória. Depois, certas palavras que ela dizia acerca dele. Se aquilo não era estar apaixonado então Scorpius não sabia o que era.

Como era já fim da tarde, Scorpius decidiu seguir para o seu salão comunal. Ao entrar, Scorpius reparou que a sala não estava vazia. Estava apenas uma pessoa sentada num sofá perto da lareira. James.

—Então James? – cumprimentou Scorpius aproximando-se do amigo – Hoje não foste a Hogsmeade.

—Não…andei aqui a fazer coisas mais interessantes. – respondeu James atropelando-se nas palavras. Scorpius olhou com mais atenção para James e reparou numa pequena garrafa de whisky de fogo ao lado dele. Scorpius tentou tirar-lhe a garrafa, mas James impediu-o – O que é que pensas que estás a fazer? Esta garrafa é minha!

—O que é que se passa contigo? A Domi e a Rose andam preocupadas.

—Não se passa nada. – respondeu James abrindo os braços – O que é que se haveria de passar?

—Não sei, por isso é que estou a perguntar. E eu sei que se passa algo. O sexto sentido daquelas duas nunca falha.

—Nunca falha mesmo. – respondeu James baixo na esperança que Scorpius não o ouvisse.

—Então sempre se passa algo. – concluiu Scorpius.

—Sim passa. – respondeu James dando mais um gole da garrafa – O que se passa é que eu sou uma porcaria. Nem sei como é que a Domi começou a namorar comigo. Nem sei como é que a Rose se dá comigo.

—Talvez porque elas gostam de ti, idiota. Que falta de auto estima é esta? Nunca te vi assim.

—Hogwarts está a acabar, man. Hogwarts está a acabar.

—É verdade.

—E agora esclarece-me o que eu vou fazer da minha vida. Eu não sei o que vou fazer da minha vida. Eu não sou bom em nada. Eu não sou como o meu pai.

—Acredito que o Harry Potter também tenha tido essas dúvidas na vida. Além do mais, tu não tens de ser igual ao teu pai. Tu tens de ser quem tu és. Tu tens de fazer algo de que gostas. Tens de agir. Não pensar no que os outros vão pensar. Tens de te atirar de cabeça.

—E se eu falhar? – perguntou James com voz de criança.

—Voltas a tentar de cabeça erguida!

—Nunca te imaginei tão sábio. Devias seguir a carreira de psicólogo.

Scorpius sorriu. James estava longe de imaginar a confusão que ia na cabeça dele. Mal ele sabia.

—Isso não iria resultar. Eu mal consigo resolver os meus problemas. Eu não tomo atitudes para os resolver.

—Afinal não sou só eu que estou na fossa. – comentou James dando mais um gole – Conta lá o que se passa.

—Apaixonei-me. – confessou Scorpius, admitindo aquilo, pela primeira vez, em voz alta.

—Estás tramado. – respondeu James.

—Eu sei. Principalmente com quem é. Desde o início que eu não tinha estas intenções com ela. Eu só queria ser amigo dela. Pode ser estranho ouvires isto, mas é a verdade. Mas o jeito dela…aquele jeito inocente. A forma como ela age quando está comigo. Isso mudou tudo. Eu apaixonei-me pela Rose. – Scorpius esperou que James reagisse de alguma forma, mas quando olhou para ele, James estava a dormir. Scorpius apenas sorriu. Mesmo que tivesse falado para uma pessoa adormecida, ele agora tinha uma certeza. Ele estava apaixonado por Rose Weasley.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muitas conversas aconteceram neste capítulo...que acharam da pequena discussão do Scorpius e da Rose? E o que acharam do pedido de desculpas de Albus? E da discussão entre o Albus e a Octavia? E, por fim, da conversa entre o James e o Scorpius?
Contem-me tudo. Estou com saudades vossas, meninas :)
Beijos :)
Apareçam nos comentários :)