A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, peço imensas desculpas por não ter postado ontem. Eu sei que as postagens são há sexta mas ontem foi completamente impossível para mim. Mil desculpas :)
(Aqui está também o link da música que irá passar neste capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=qgy7vEje5-w)
Espero que gostem do capítulo, boa leitura :)



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Rose encarava Scorpius sem saber o que dizer. Ela estava mesmo a ouvir bem? Aliás, ela estava mesmo a ver bem? Ela tinha Scorpius Malfoy, naquele momento, à sua frente a convidá-la para dançar.

—Este era o momento em que dizias alguma coisa. – comentou Scorpius tentando brincar com a situação. Na realidade, ele estava mesmo nervoso com a possibilidade de Rose dizer não.

Rose não conseguia formular uma frase. Ela sentia-se estúpida. Era só dizer sim ou não. Mas nem isso conseguia. Por fim, ela apenas acenou.

Scorpius puxou-a para se juntarem aos outros que também dançavam. Naquele momento, como em tantos outros daquela festa, tocava uma balada. Scorpius agarrou a cintura de Rose e puxou-a para si. Esta colocou os braços em volta de Scorpius.

Por momentos, Rose desejou que Julia Foster estivesse a ver aquele momento e estivesse a roer-se de inveja. Não sabia porque estava a pensar naquilo. Aquilo era o que ela estava a sentir.

When you hold me in the street

And you kiss me on the dancefloor

I wish that it could be like that

Why can't it be like that

'Cause I'm yours

A música iniciou e com ela começou também a primeira dança entre Rose Weasley e Scorpius Malfoy. Naquele momento não existia mais nada, apenas dois jovens concentrados na dança e um no outro. Nada era proferido. Os olhares trocados diziam tudo.

We keep behind closed doors

Every time I see you I die a little more

Stolen moments that we steal as

The curtain falls

It'll never be enough

—Quem diria que Rose Weasley sabia dançar? – sussurrou Scorpius no ouvido de Rose para que esta o ouvisse.

—Há muitas coisas que não sabes sobre mim. – respondeu Rose numa falsa coragem. Ela nunca pensou responder daquela maneira a alguém. Parecia uma Rose totalmente diferente a falar.

 Scorpius apenas olhou para ela e sorriu. Apesar de não ter a resposta ao que queria, ele adorou o que Rose disse. A forma como os seus lábios se moveram enquanto ela proferia aquela frase tão misteriosa. Ele adoraria saber tudo sobre Rose.

It's obvious you're meant for me

Every piece of you it just fits perfectly

Every second, every thought

I'm in so deep

But I'll never show it on my face

But we know this, we got a love that is

Homeless

A cada passo de dança, Scorpius e Rose estavam cada vez mais entregues. Não existiam pessoas, não existia festa, não existia nada. Só eles os dois. E, embora sem nenhuma palavra trocada, eles compreendiam-se perfeitamente.

Why can't you hold me in the street

Why can't I kiss you on the dancefloor

I wish that it could be like that

Why can't we be like that

'Cause I'm yours

A música terminou e Rose separou-se de Scorpius. Ela estava a sentir-se tão bem nos braços de Scorpius mas ao mesmo tempo estava com algum receio. Todos aquelas sensações eram novas para ela.

Scorpius pegou na mão de Rose e levou-a consigo para fora da sala das Necessidades. Para ele, Rose estava demasiado envergonhada por estar a ser observada por todos os presentes. Mal ele sabia que o motivo de Rose estar assim era ele próprio.

Rose não percebia o que Scorpius estava a fazer. Ele tinha-a levado para fora da festa e continuava a puxá-la sem dizer para onde a estava a levar.

Só quando Rose chegou perto de umas escadas é que ela percebeu para onde Scorpius a levou. Aquelas escadas levavam-nos à torre de Astronomia.

—Hoje é noite de lua cheia. O céu fica maravilhoso nestes dias. – comentou Scorpius enquanto seguia, junto com Rose, para o topo das escadas.

Encostaram-se numa das grades da torre e permaneceram em silêncio enquanto observavam as estrelas.

—Ainda não te tinha dito isto Rose mas tu estás linda. – elogiou Scorpius olhando para Rose. Esta manteve o olhar na mesma direção. Ela não queria que Scorpius notasse o quanto ela estava envergonhada. Claro que essa tentativa falhou redondamente – Não devias ficar assim quando te dizem a verdade.

—É a minha forma de reagir, não tenho culpa.

—Eu não disse que tens culpa.

—Scorpius onde queres chegar com esta conversa? – perguntou Rose finalmente encarando Scorpius. Este permanecia com o seu olhar em Rose.

—Rose é apenas um elogio, aceita. Tens de relaxar mais.

—Desculpa. – desculpou-se Rose – Eu não estou habituada a isto.

—Isto o quê?

—Tudo isto. – Rose apontou para si mesma – Festas, arranjar-me, amizades. Tudo. Eu estou habituada a estar sozinha.

—Isso deve ser tão triste. – Scorpius deixou escapar arrependendo-se logo em seguida – Desculpa Rose, não era isto que eu queria dizer.

—Era exatamente isso que querias dizer, Scorpius. Eu sinceramente não sei qual é o meu problema.

—Rose, tu não tens problema nenhum. Apenas és mais tímida e introvertida.

—Tu não percebes. Eu não consigo. Eu simplesmente não consigo manter uma amizade.

—Isso não é verdade. Nós somos amigos, não somos? – perguntou Scorpius na esperança que Rose dissesse sim. Porque, apesar de tudo, ele já considerava Rose uma amiga.

—Acho que sim. – respondeu Rose baixinho.

Scorpius aproximou-se de Rose e abraçou-a. Ele queria que ela soubesse que poderia contar com ele para tudo, que eles eram amigos. Rose retribuiu o abraço.

—Pois eu tenho a certeza que tu és minha amiga. – sussurrou Scorpius ao ouvido de Rose. Esta, involuntariamente, arrepiou-se. Ter ali Scorpius, tão próximo a si, estava a deixá-la nervosa.

—Obrigada. – sussurrou Rose.

Scorpius levou Rose até às escadas e convidou-a a sentar-se. Depois, Scorpius sentou-se ao seu lado.

—Não podes ser tão insegura. Há pessoas que gostam de ti e que te consideram como uma amiga.

—Não sei…

—Todos os teus primos gostam muito de ti. E não só…

Rose corou com o comentário de Scorpius. Ela não era burra nenhuma e percebeu perfeitamente que Scorpius se estava a referir a ele próprio. Porque era verdade, eles tinham-se tornado amigos. Apesar das discussões iniciais, aliás apesar dos sermões de Rose para Scorpius, ele tinha-a tolerado e insistido com ela. Ele tinha-a confortado quando aconteceu aquele mal-entendido com James. Mesmo sendo meros conhecidos, Scorpius foi até ela e esteve lá a apoiá-la.

Rose aproximou-se de Scorpius e voltou a abraçá-lo. Rose tinha de confessar, ela adorava os abraços de Scorpius. E não só. Mas para já Rose preferia não pensar nisso.

—Rose. – sussurrou Scorpius – Há uma coisa que eu queria saber.

—O quê? – perguntou Rose curiosa.

—Qual foi a razão para te afastares do Albus?

Rose afastou-se repentinamente de Scorpius. Levantou-se, pronta para sair, mas Scorpius impediu-a.

—Não vás. – Rose olhou para Scorpius – Por favor.

Rose voltou a sentar-se ao lado de Scorpius mas manteve-se em silêncio. Ela não sabia o que dizer. Ela não queria falar daquele assunto e, sinceramente, não queria que Scorpius insistisse nele. Já era difícil para ela pensar nisso. No quanto sofreu, no quanto foi injusta, em tudo.

—Desculpa ter insistido neste assunto. Se não queres falar sobre isso, não falamos. Agora, por favor, não tentes ir embora sempre que o assunto te deixa incomodada.

—Ok. – respondeu Rose.

—Agora é melhor irmos andando. – Scorpius levantou-se e esticou a mão para ajudar Rose a levantar-se. Esta aceitou a sua ajuda – Agora vamos levar esta linda marmoiselle até aos seus aposentos. – brincou Scorpius.

Ambos seguiram, pelos corredores de Hogwarts, até à entrada do salão comunal da Ravenclaw. Scorpius soltava umas piadas pelo caminho arrancando risadas de Rose.

Por fim despediram-se e Scorpius retornou ao sétimo andar. Mas o seu regresso não foi da forma como pensava. Pelo caminho, Scorpius encontrou Diana. Esta, como em tantas outras noites, encontrava-se a fazer a ronda.

—Olha se não é o grande Scorpius Malfoy. – disse Diana aproximando-se perigosamente de Scorpius – Estavas com saudades?

Nem um pouco, pensou Scorpius. A verdade era que, desde que ouviu Diana falar aquelas coisas para Rose, o interesse por ela simplesmente desapareceu. Ele nunca sentiu nada por Diana, era apenas uma atração física. Eles estavam juntos quando queriam, sem qualquer compromisso. Scorpius não era um homem de se agarrar a uma mulher. Ele envolvia-se com várias e estas sabiam que não podiam esperar nada de sério com ele.

—Na realidade não. – respondeu Scorpius. A sua voz saiu firme e fria. Naquele momento, ele sentia desprezo por Diana.

—Quem é ela? – perguntou Diana com uma falsa calma. Scorpius apenas riu com a pergunta dela. Ela sabia que não existia nada de sério entre os dois e mesmo assim estava a fazer aquela pergunta.

—Diana, não estejas a dar uma de dramática agora. Tu sempre soubeste que entre nós não havia mais nada além de amassos e sexo. Não percebo o porquê desse drama todo. E perguntares quem é ela? Tu sabes bem que existe mais do que uma na minha vida e mesmo assim fazes essa pergunta estúpida?

—Quem tu pensas que és para falar assim comigo? – perguntou Diana já irritada.

—Sou Scorpius Malfoy. Aquele que tem as raparigas que quiser aos seus pés. Aquele que já não quer ter nada contigo.

—Vais-te arrepender do que acabaste de fazer. Tu fizeste a pior coisa que podem fazer a um slytherin. – disse Diana referindo-se ao seu orgulho.

—Já estou a tremer. – proferiu Scorpius antes de seguir o seu caminho.

Se perguntassem a Scorpius se estava arrependido, a resposta seria claramente não. Não podia negar que gostou dos bons momentos que passou com Diana. Mas a simples lembrança de Diana a tentar humilhar Rose sobreponha-se a isso tudo. Ele simplesmente não conseguia estar com ela sabendo de todo o ódio que esta destilava por Rose.

Para sua sorte, não encontrou mais ninguém nessa noite. Seguiu para o dormitório para se deitar. Adormeceu mal se deitou. Ele estava completamente cansado.

—----//-----

Os dias seguintes até às férias de Natal passaram normalmente. Dominique e James mantinham em segredo o seu relacionamento. Para sorte de ambos, não havia mais ninguém que sabia o segredo dos dois. Finalmente aprenderam a disfarçar melhor. Isto claro depois da bronca que Dominique deu a James por causa da atitude de James na festa de Hugo. Com este relacionamento bem encaminhado, Rose acabou por se aproximar da prima. Dominique era a primeira amiga rapariga que tinha. E não podia ter escolhida amiga melhor. Rose adorava a maluqueira da prima. Ela adorava o quão Dominique podia ser madura e, ao mesmo tempo, espalhafatosa. Adorava quando a prima chegava perto dela e a levava para fazer as coisas que Rose nunca pensou fazer.

Além de tudo isto, também a amizade entre Rose e Scorpius cresceu. Já era comum os encontros noturnos entre os dois. As conversas fluíam espontaneamente como se há muito tempo se conhecessem. Cada vez se conheciam melhor. Era verdade que durante o dia, quase nunca estavam juntos. Apenas cumprimentos e breves conversas. Mas mesmo assim, eles tinham-se tornado grandes amigos.

Já Albus estava cada vez pior. Depois de ter terminado, definitivamente, o seu relacionamento com Alice, Albus andava com uma rapariga diferente por dia. A sua relação com Alice chegou a um pouco que já não dava para suportar. Além disto, a sua amizade com Scorpius cada vez estava pior. Ele não entendia onde tinha surgido toda aquela cumplicidade e amizade com Rose. Era verdade que Rose e Scorpius apenas se cumprimentavam e, por vezes, conversavam mas isso era o suficiente para Albus pirar completamente. Mal ele sabia o quão amigos Rose e Scorpius eram.

A chegada à estação começava a sentir-se. As férias de Natal finalmente iriam começar. Os alunos caminhavam para a saída a fim de encontrar as suas famílias e regressar a casa para mais um Natal. Com a família Weasley não era diferente. Várias cabeças ruivas caminhavam pelos corredores do comboio em busca da saída.

Rose tinha ficado para último porque estava à procura do seu livro. Esta tinha adormecido enquanto lia e o livro tinha acabado por cair.

—Estás à procura do quê? – perguntou Scorpius assustando Rose.

—Scorpius. – resmungou Rose. Este apenas riu – Não sei do meu livro.

Scorpius começou também à procura do livro de Rose. No fim, ele estava num canto debaixo de um dos bancos do compartimento onde Rose seguiu a viagem.

Depois de entregar o livro a Rose, seguiram para a saída do comboio a fim de encontrar as suas famílias. Mas antes de Rose caminhar para perto de Hermione e Ronald Weasley, Scorpius travou-a.

—Espero que as tuas férias corram bem. - desejou Scorpius.

—Espero que as tuas também. – comentou Rose sorrindo para Scorpius.

Scorpius beijou a testa de Rose, despedindo-se dela. Rose prosseguiu com o seu caminho até à sua família e Scorpius fez o mesmo.

O que ambos não repararam foi que alguém os observava atentamente. Diana Anderson olhava furiosa para os dois não acreditando no que via.

—Vocês vão pagar. – jurou Diana a si mesma.


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Notas finais do capítulo

Apesar do dia de atraso, espero que tenham gostado do capítulo :)
Tivemos momentos fofinhos entre Rose e Scorpius e vimos também uma faceta de Scorpius que não conhecíamos. Agora que acharam disto tudo? Espero encontrar-vos nos comentários, beijos :)