Strangers escrita por Feryumiko


Capítulo 2
Paranóia




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Eu podia estar em casa aproveitando os meus, prováveis, únicos minutos de descanso durante o dia, o que não seria tão ruim assim, mas não, eu tinha que seguir o bocó do Sagitário, deixando para trás todo o conforto e sossego que eu teria durante o resto do dia, meus pais estariam viajando, momento perfeito para me focar em tempo integral nos meus estudos, os dois vivem discutindo, então a casa estaria no mais perfeito silêncio pelo resto da semana, quando eles me disseram que passariam o aniversario de casamento em uma viagem para a Virgínia eu quase me ajoelhei no chão e chorei de tamanha alegria. Bom, voltando ao assunto, eu poderia estar sentado em frente a televisão assistindo a algum daqueles realitys shows e me entupindo de pipoca pelo resto da tarde, ou melhor, eu poderia estar estudando para a prova de amanhã! MAS NÃO!
Estou me sentindo um idiota por seguir um idiota maior ainda que possui a mesma resistência de um maratonista, o infeliz continua andando sem parar como se ele mesmo fosse feito de titânio! Agora entendo como a tartaruga se sentiu ao apostar corrida contra o coelho.
Meus pés estão implorando por um descanso sem falar que os coitados devem estar cheios de bolhas a essa altura, sinto como se minhas pernas fossem cair a qualquer momento, a minha garganta esta mais seca do que um deserto, e estou suando como um porco, não consigo pensar em mais nada que faça algum sentindo, acho que devo estar delirando por conta do sol, mas uma coisa eu posso garantir, eu nunca andei tanto na minha vida! Eu acho que vou morrer!
Passamos por uma sorveteria e eu precisei resistir ao impulso de ir até lá e comprar um milk shake geladinho, que cairia muito bem agora, continuamos andando por meia hora, MEIA HORA e aquele infeliz continua andando como se aquilo não fosse nada demais, estou sentindo uma vontade de socar a cara daquele idiota!
Depois de mais alguns minutos de tortura, chegamos a uma casa que, posso jurar já tê-la visto pelo menos umas cinco vezes ao longo daquele tortuoso caminho, e foi só aí que a ficha caiu.
AQUELA ERA A CASA DELE! NÓS ESTÁVAMOS ANDANDO EM CÍRCULOS ESSE TEMPO TODO!
Tive vontade de gritar, de chorar, de bater nele e quebrar cada dente da existente na boca daquele idiota! Mas eu não podia, não iria jogar o meu orgulho no ralo e dizer que estava seguindo-o até agora, não, eu jamais faria uma coisa dessas!
—Finalmente! _Pude ouvi-lo dizer antes de adentrar a casa, mas por um momento, só por um momento, tive a impressão de que ele estava dizendo aquilo para mim, eu sei que é besteira, afinal, não tinha como ele saber que era eu, né?
Eu devo estar paranoico por pensar em algo assim, deve ser o efeito de ficar tanto tempo exposto ao sol sem nenhum tipo de proteção.


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