O dia em que eu me apaixonei pela primeira vez escrita por Bia de asa


Capítulo 6
Cinco


Notas iniciais do capítulo

Estou em dívida com vocês, eu sei. Muuuuuuuuito tempo passei sem postar. Mas eu não estava me sentindo à vontade para postar (mesmo já tento o capítulo escrito). Garaças a Deus eu não gosto mais do meu professor e isso fez eu perder um pouco o foco pra ter que relembrar de todos os momentos do ano passado e etc... Mas aí vai, vou tentar postar mais.



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Primeira quarta-feira de outubro.

Eu estava mais calma. O Tarcísio já sabia que eu existia. Toda a euforia das semanas anteriores baixou. Isso mostrou que eu nunca estive apaixonada, foi só uma pequena emoção passageira. Acabou.

O professor atravessou a sala sorridente e parou de frente para mim ainda com um sorriso nos lábios.

— Ei - ele me chamou. Fiquei sem ação. Ele estava falando comigo? Pela segunda semana consecutiva? - És aluna nova?

Mão entendi se ele estava falando sério ou em tom de brincadeira. Aluna nova? De onde ele tirou isso? Estávamos no final do ano, nas aulas de revisão, nenhum aluno se matricularia nesse período. O Fofis só podia estar de gozação! Tudo bem, se era brincadeira, também ia entrar nessa. Dei um sorriso e assenti. Caramba, bia! Tu não sabes falar, não? Para de só mexer a cabela, fala com ele!

mas, quando eu pensei em puxar qualquer assunto, Fofis deu meia volta e foi conversar com outra aluna.

Segunda decepção.

E agora? Será que ele acreditou mesmo que eu era uma novata? Já estava na escola há três anos, não tinha nada de novo nisso! Tudo bem, eu já não me importava com isso, não é? Tinha vivido uma paixão por quase um mês, mas já tinha passado.

A primeira aula de matemática acabou, mas ainda tínhamos mais uma. As garotas ao meu redor começaram a ficar inquietas e cochichando entre si. Cutuquei Lívia, que estava do meu lado, e perguntei o que estava acontecendo.

— É que, um pouco antes do intervalo, vai ter uma partida de futebol entre as turmas do convênio e o namorado da Dani vai jogar junto com o garoto que a Ana gosta - ela explicou.

— E vocês querem ver o jogo? - eu perguntei.

— Sim, mas a gente tá discutindo qual de nós vai pedir pro Fofis liberar a gente mais cedo.

Quando a Lívia acabou de falar, Dani, que estava atrás dela, chamou o professor. Ele se virou rapidamente.

— Oi, amor.

Oi, amor? Ele disse... "Oi, amor"? E pra uma garota que não era eu? Isso estava muito errado!

— É que... - de repente pareceu que Dani tinha perdido todas as palavras. Esperava que não fosse por estar encantada com a beleza do Fofis. Isso eu não admitiria.

— Elas querem ver os garotos! - eu intervi, falando mais alto.

O professor olhou para mim com uma expressão confusa e perguntou:

— Quem?

— O-os garotos - respondi com a voz mais baixa. Em menos de um segundo ele já estava rindo bem alto.

— Os garotos? - Ele olhou para todos nós.

Eu não, respondi mentalmente. O único homem pra quem eu quero olhar é você.

Tarcísio passou o restante da aula com um sorriso brincalhão e olhando de vez em quando para mim repetindo a palavra"garotos".

E não é que ele nos liberou para o intervalo mais cedo? E ainda saiu dizendo:

— Podem ir ver os garotos agora.

Como podia caber tanta fofura em uma pessoa só?

Era seis e meia quando todas as aulas terminaram. Dois colegas e eu fomos até a coordenação apenas para dar uma olhada e , quando saímos, adivinha quem estava do lado de fora segurando a mão de uma menina de, aparentemente, cinco anos? Ele! O amor da minha vida!

E aquela menina era... Filha dele! Claro que era, a criança era a cara do pai. Fofa como ele. E até um pouco gordinha.

Era a nossa filha...

Filha... Espera. O Tarcísio não podia ter tido uma filha sozinho. E bonita daquele jeito, só podia significar que a esposa dele era bem bonita.

Eu sempre tive consciência de que eu nunca teria chance com o meu professor de matemática, mas vê-lo todo feliz segurando a mão da filha e a apresentando para nós dizendo que se chamava Taissa, vê-lo com um sorriso no rosto só me fez acordar de vez pra realidade.

Ele não me pertencia. Era casado, tinha filhos e eu era nem um pouco importante pra ele. 

Foi a minha terceira decepção.


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