Bastard escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 8
Jon Flowers


Notas iniciais do capítulo

Então recebemos o bastardo da Campina finalmente.
Espero que gostem.
Boa leitura.



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A Batalha de Vaufreixo foi travada durante a Rebelião de Robert entre forças rebeldes e reais. Seria lembrada mais tarde como a única derrota que o Rei Robert Baratheon sofrera durante a guerra em que o levaria ao poder. O local em que fora travada o embate entre as tropas inimigas se deu em Vaufreixo, sede da Casa Ashford.

Para Jon Flowers poderia ter sido mais um dos pontos em que seriam apenas lembrados como mais um dos fatos relatados em antigos documentos da Campina. Uma batalha que não causara tanta diferença quanto pretendia e não impediu a queda da dinastia Targaryen e a Ascenção de Robert ao trono de ferro.

O único diferencial que mantinha aquilo tendo alguma importância para Jon era a ligação que possuía. Porque foi decorrente daquela batalha que ele estava ali. O bastardo tinha sido concebido em decorrência das comemorações das tropas depois de terem feito as forças rebeldes recuarem.

O crédito por aquela vitória fora dado ao Protetor do Sul, Lorde Mace Tyrell do Jardim de Cima apesar de os verdadeiros soldados saberem que o verdadeiro comandante daquele confronto ter sido Lorde Randyll Tarly. Randyll Tarly era o pai de Jon.

Jon Flowers não sabe muito sobre suas origens. Não se recordava de sua mãe afinal segundo disseram fora uma mulher que tratara dos ferimentos de seu pai decorrentes da batalha. Fora apenas um caso de uma única noite que rendera ao soldado um bastardo que levou consigo para Monte Chifre após o termino da guerra.

E foi assim que Jon crescera ao lado de seus meio-irmãos, filhos de seu pai com Melessa Florent, a esposa do Lorde de Monte Chifre. A mulher aceitara sem muitas palavras a traição do marido e o fato deste ter trazido o pequeno bastardo recém-nascido para casa.

Ela era uma mulher sensata e de bom coração apesar da decepção e tristeza em saber da infidelidade de seu amado ainda assim sabia que a criança não era culpada pelo que havia acontecido. Era uma criatura inocente que não merecia que ela o odiasse.

E seu coração fora bondoso o suficiente para saber que não deveria se impor ao seu esposo e sua vontade de manter o bastardo por perto. E mesmo que esse viesse a fazê-la servir de ama de leite para o bebê ilegítimo já que também estava amamentando o primogênito dos Tarly que lhe nascera do ventre durante a guerra.

E foi assim que Samwell Tarly e Jon Flowers dividiram o mesmo leite. Uma ligação, que dizem fortaleceria os laços conforme crescessem. Os antigos e seus contos não podiam estar mais certos sobre essa parte.

Ambos os garotos eram diferentes entre si de uma maneira perceptível que fez com que Lorde Randyll se perguntasse se seu bastardo e filho legítimo não haveriam de ter sido mudado enquanto estavam no berço. Mas ele sabia que não havia como ter acontecido não como Sam lembrava em tanto sua esposa em seus traços.

Jon Flowers crescera forte e trazia as características que o faziam soar como um verdadeiro guerreiro. Ele não lidava bem com uma espada era fato e isso não agradava Randyll, mas o garoto compensava com suas habilidades de arqueiro.

Ele era preciso e talentoso com o arco e flecha de uma forma que fez com que o Lorde de Monte Chifre pensasse que talvez ele pudesse ser a representação viva do Caçador do estandarte de sua Casa.

Enquanto isso, o seu filho herdeiro se mostrava uma decepção. Samwell Tarly não tinha porte de guerreiro e era péssimo em armas ou mesmo não possuía aquela chama em seus olhos em querer aprender. Não cavalgava bem e não tinha voz de comando.

Talvez tenha sido esses fatos que fizeram com que Jon começasse a ser visto como herdeiro natural de seu pai apesar de sua bastardia. Os vassalos não o viam como um ilegítimo e sim como o natural a assumir as terras e o titulo de lorde depois da morte de seu pai.

O Flowers ouvia esses boatos e não concordava. Ele amava a seu irmão o suficiente para saber que apesar das diferenças não queria roubar dele seu titulo ou mesmo seu direito como herdeiro. Apesar de não ser um guerreiro ainda assim o Flowers sabia que Sam tinha suas qualidades e era uma pena que o pai deles não enxergasse isso.

Jon Flowers respeitava e admirava o pai. Mas não o amava. Era incapaz disso não quando o via fazendo aquelas coisas como costumes e tentativas falhas de rituais que segundo diziam ao lorde iriam despertar o guerreiro que se atrofiara dentro de Sam.

É claro que havia outros irmãos. Talla e as gêmeas eram gentis com Jon e apesar de tudo ele ainda tinha um bom relacionamento com Lady Melessa. O bastardo arriscava até pensar nela como uma figura materna pelo modo como ela era com seus filhos e mesmo com o de seu marido. Mesmo que Jon fosse um bastardo ainda assim não era como se a mulher fosse lhe maltratar ainda mais como via que Sam e ele eram tão apegados um ao outro.

Havia também Dickon. Quando ele nascera depois de três meninas vir um segundo menino certamente foi uma alegria para Randyll. Flowers se lembra de nunca ter visto seu pai parecendo tão feliz e o sorriso que dirigiu ao bebê era algo que ele nunca tinha visto na face do lorde com nenhum de seus filhos.

Depois daquilo os boatos sobre Jon herdar Monte Chifre no lugar de Samwell sessaram. Ao mesmo ponto em que seu pai deixara suas investidas em fazer de seu primogênito pararam. Agora ele não se importava mais com o filho e o deixou viver como ele queria.

Sam passou a ter paz e poder apreciar a sua música, os cães, e comer em paz. Enquanto Jon passou a ser tratado e visto por Randyll como mais um de seus soldados nem ao menos mais se sentando a mesa para compartilhar as refeições com a família.

Ele passou a ser atribuídas funções de caçador geralmente participando de caçadas em matas próximas junto dos outros homens. Jon Flowers não era mais tratado com privilégios e sim como outro vassalo qualquer da Casa Tarly. Era estranha toda aquela situação e apesar do bastardo gostar da vida simples que levava agora não é como se não deixasse de se preocupar com o que seu pai pudesse ter em mente.

Então o pior aconteceu quando seu pai lhe procurou uma noite anterior ao dia do nome de Samwell. Ele lhe chamara para ter uma conversa em particular pegaram suas montarias e cavalgaram juntos além da propriedade dos Tarly próximos da mata onde costumavam caçar ao lado de outros homens. Era afastado de qualquer um que pudesse ouvi-los.

E então fez o pedido que Jon esperava nunca ser capaz de imaginar que seria feito. O bastardo digeria as palavras que tinham sido pronunciadas por seu progenitor e uma certeza veio tomar a consciência de Jon ao constatar o que sentia.

Ele descobriu que não seria capaz de amar o pai a muito tempo só que naquele momento soube que poderia odiá-lo. Não havia outro sentimento que pudesse sentir naquele momento além desse depois do pedido que recebera.

“O senhor me pede para que eu tire a vida de meu irmão” – falou Jon Flowers ao pai – “O que lhe faz pensar que deva fazer isso?” – o homem calvo lhe encarou com seu olhar duro.

“Ele não é como nós” – falou Randyll seriamente – “Eu o criei e tentei fazer dele um cavaleiro para continuar o legado de nossa Casa com os nossos lordes só que não fui bem sucedido nisso” – ele olhou para o bastardo – “Eu sou capaz de vencer batalhas em guerras só que debaixo do meu teto acabei sendo derrotado ao não conseguir fazer de Samwell um guerreiro que desejava”.

“Ele não é um cavaleiro como queria e é por isso que deseja que eu o mate?” – falou Jon Flowers – “O que espera que eu faça que apenas feche os olhos enquanto acerto uma flecha na cabeça ou no coração de meu irmão?”.

“Samwell não é um herdeiro que Monte Chifre merece” – disse Randyll – “Os deuses foram bons comigo e me entregaram você que teria herdado minhas terras mesmo caso eu não tivesse tido um segundo filho”. – então fez uma pausa – “Mesmo tendo um filho bastardo sabia que não era o suficiente então continuei tentando até conseguir um herdeiro que finalmente veio”.

“Dickon é o seu herdeiro” – falou Jon concluído – “Por conta disso de desde seu nascimento que você mudou o jeito em tratar tanto a mim quanto a Sam”. – era tão obvio que o Flowers sentia que deveria ter notado antes – “O senhor tem orquestrado isso durante tanto tempo e ainda assim vem me pedir para que seja eu o carrasco a executa-lo”.

“Seria um acidente de caça” – falou Randyll – “Quando estivéssemos caçando Samwell se colocaria na frente entre você e a presa sendo mais um erro estupido dele que lhe causaria a sua trágica morte”.

“Eu não irei mata-lo” – falou Jon – “E não deixarei que o faça”.

“Se coloque como um obstáculo e será removido” – respondeu Randyll – “Não quero ter que encomendar a morte de dois filhos meus por mais que um seja um desastre e outro um bastardo”. – ele fez um silêncio – “Se você fosse meu filho legitimo no lugar dele quem sabe as coisas não precisassem ser assim”.

“Deveria aceita-lo como é” – respondeu Jon com aspereza na voz – “Ele não nasceu para seu um cavaleiro e lutar em guerras porque diferente do que pensa ele está destinado a usar a cabeça em vez da espada”.

“Cavaleiros não são estúpidos há muito uso de mentes em batalha do que possa imaginar” – falou Randyll parecendo com raiva como se o filho o chamasse de estupido – “Não venci a Batalha de Vaufreixo sem que utilizasse de estratégia militar assim como tantas outras nas guerras não são apenas espadas que são o caminho para vencê-las”. – fez uma pausa – “Saberia disso se tivesse ido para a batalha alguma vez em sua vida”.

 “O senhor quer que eu mate Sam para que Dickon seja seu herdeiro” – respondeu Jon retomando a conversa – “Há outros modos de conseguir que isso seja possível sem que seja preciso recorrer ao assassinato”.

“E o que lhe faz pensar que isso já não tenha passado pela minha mente?” – questionou Randyll seriamente. “Minha esposa não sabe do plano só que percebeu minha preferencia para Dickon e pediu que eu enviasse Samwell para a Cidadela”. – ele soltou um riso com a ideia – “Consegue imagina-lo se tornando um Meistre?”

“Por que não?” – questionou Jon.

“Porque está além das capacidades dele” – falou Randyll – “E nunca em toda a história da nossa casa um homem renegou o nome de nossa família para se tornar um Meistre e não vai ser agora que acontecera”.

“E quanto a Patrulha da Noite?” – questionou Jon tentando buscar chances de proteger ao irmão – “Ele faria votos e não seria capaz de ser seu herdeiro porque suas obrigações seriam com a Muralha até sua morte”. – ele olhou para o pai esperando uma resposta – “Outros homens da Casa Tarly já vestiram o negro em outras épocas e ele não envergonharia o nome da família porque estaria cumprindo com seus deveres”.

“Ele não sobreviveria a chegada do inverno” – falou Randyll.

“O senhor subestima demais seu filho, meu pai” – respondeu Jon.

“O que o faz acreditar que eu acate essa sua ideia?” – questionou Randyll.

“Porque os deuses costumam não gostar muito de homens que derramam o próprio sangue se eles me amaldiçoariam por matar meu irmão então o que fariam ao senhor por encomendar a morte do próprio filho?” – questionou Jon deixando o progenitor surpreso apesar de disfarçar sua atitude.

“Ele irá para a Muralha” – falou Randyll – “Mas terá de fazer a sua parte também para que eu não volte atrás” – então se voltou para o bastardo – “Você irá me prometer que na próxima guerra que lutarmos estará a frente de minhas tropas e liderara alguns de meus homens na vanguarda”.

“Primeiros em Batalha” – falou Jon – “Não é esse o lema da Casa Tarly?” – E o homem assentiu – “Eu lutarei a próxima guerra se enviar Sam para a Muralha antes do próximo dia do nome de Dickon”.

“Ninguém saberá sobre nosso acordo” – respondeu Randyll.

“Ninguém” – falou Jon Flowers.

E o Lorde de Monte Chifre assim como seu bastardo cumpriram o acordo. Samwell Tarly foi para a Muralha onde se tornou intendente da Patrulha da Noite enquanto Jon Flowers algum tempo depois se juntou aos homens da casa de seu pai e se juramentaram a causa do Rei Renly que era apoiado pelos Tyrell na Guerra dos Cinco Reis.

 


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Notas finais do capítulo

Sinceramente, estou satisfeito com que escrevi aqui.
Eu queria ter feito o Flowers antes do Sand só que a inspiração me bateu para escrever sobre Dorne antes.


Não queria escrever um bastardo Tyrell apesar de ter tido ideias para um. Caso eu faça uma segunda temporada ou outras versões alternativas de novos bastardos quem saiba eu não use.

E espero que tenham gostado.

Deixem seus comentários.
Até mais.



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