Bastard escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 7
Jon Sand


Notas iniciais do capítulo

E então? Dessa vez tentei não demorar tanto.
Então leitores espero que gostem do capitulo.
Boa leitura.



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Jon era de Dorne apesar de sua aparência não ter muito haver com os traços típicos daquele reino. Mesmo porque a casa de sua mãe não era das mais tradicionais afinal mesmo suas características são atípicas entre os dorneses se assemelhando mais aos habitantes do restante dos Sete Reinos em aparência e costumes.

Mas não havia qualquer traço nele que lembrasse a sua casa materna. Todas as suas cores mesmo os traços faciais eram de um nortenho. E o Sand não podia se sentir pior por isso afinal ele era uma constante lembrança da desonra e ruina de sua mãe por ter amado a pessoa errada.

Jon fora concebido durante o torneio em Harrenhall quando um segundo filho do Lorde Protetor do Norte a conquistara. Ele a ludibriou e a conquistou com promessas de casamento que nunca viriam a ocorrer. A moça apaixonada acreditara em cada palavra e esperou por ele mesmo quando ele foi para uma guerra em busca de uma irmã sequestrada e vingança pela morte de seu irmão e pai.

Ele se casara então no lugar do irmão com uma garota das Terras Fluviais. Era um contrato com benefícios para conseguir o apoio da casa dela para a guerra que já acontecia. E a dornesa entendeu que ele não amava aquela mulher e que se pudesse escolher seria ela. Mas o nortenho sempre cumpriu com seus deveres antes de qualquer coisa.

Era uma guerra em que as duas casas lutavam em lados opostos. Talvez seja por isso que manteve sua gravidez em segredo por medo que a ligassem ao rapaz que lhe cotejara anteriormente. Poderiam usar o bebê como algo para atingi-lo.

Ele tinha se casado com outra só que era ela que estava gerando sua semente. Mesmo que ele não fosse mais dele ainda assim a moça com longos cabelos negros e espantosos olhos violeta o amava.

A dornesa se manteve fiel a seu amado e rezava por sua proteção pela fé dos Sete para que retornassem a se encontrar. Que ele fosse capaz de conhecer seu filho que era gerado no ventre de sua prometida.

Então Jon nasceu forte e saudável e foi amamentado e cuidado por sua mãe que lhe amou muito desde que o olhou. Seu coração bateu mais forte quando viu seu amado vindo até Tombastela quando a guerra aparentemente já tinha terminado.

Jon já tinha algumas semanas quando foi apresentado ao pai que se surpreendeu por vê-lo afinal não tinha sido informado sobre sua gestação anteriormente. Ashara Dayne pensou que fosse melhor que assim fosse caso contrário o rapaz poderia ser afetado de alguma forma em seu desempenho.

A feição de Eddard Stark, no entanto o surpreendeu. Ele não tinha a mesma aparência de quase um ano atrás. Ele parecia ter envelhecido rápido estando com um aspecto sofrível e cansado. Ela o conheceu quando era apenas um segundo filho de um lorde e agora aquela guerra o tinha feito o Senhor Protetor do Norte.

A guerra tinha tido grandes perdas para ambos os lados. Eddard perdera três familiares e companheiros de batalha. Enquanto Ashara havia perdido sua grande amiga Elia Martell e os filhos dessa (era um pensamento amargo e odioso que mantinha em mente desde que recebera a noticia por Oberyn que jurara em sua frente que um dia iria se vingar dos Lannisters). É claro que nada a preparou para o que veio a seguir.

Eddard lhe estendeu a espada de sua família e lhe contou sobre como ele e seus companheiros haviam enfrentado três cavaleiros da Guarda Real entre os quais se encontrava Arthur Dayne, irmão de Ashara. E de como o melhor espadachim que um dia os Sete Reinos haviam conhecido até então perecera.

Ashara não pode suportar a noticia e questionara sobre quem matara seu irmão. O silêncio e a expressão do homem lhe denunciaram fortemente como o culpado. Ela lhe dera um grande tapa e o mandou que sumisse antes que sujasse a espada de sua família com o sangue dele. Ashara não seria capaz de mata-lo é claro só que ele não sabia disso. Ela não poderia matar o pai de seu filho.

Eddard perguntara se ela queria que ele levasse o garoto para ser criado no Norte. Ela recusara. Não iria deixar que o Stark lhe arrancasse seu filho como havia feito com Arthur. Perdera uma das pessoas que mais amara na vida e não iria deixar que lhe arrancassem a outra.

Ela pediu para que o homem esquecesse aquela criança e após esses eventos foi que Eddard Stark retornara para Winterfell e nunca mais voltara a rever Ashara Dayne ou mesmo soubera de noticias do filho.

Jon também nunca quis saber do pai não depois das historias que havia dessa historia que haviam lhe contado de como ele quebrara o coração de sua mãe. A decepção, magoa e desgosto em saber da perda do irmão pelas mãos de seu amado havia feito com que a mulher perdesse a sanidade rapidamente.  

Sendo que logo nem seu filho recém-nascido se fez razão para que continuasse viva. Ashara pulou do topo de uma das torres do castelo, chamada Espada Branca, num penhasco sobre o mar. Seu corpo nunca foi recuperado.

Ashara tinha feito sua irmã prometer que cuidaria do bebê caso algo acontecesse a ela. E Allyria prometeu isso e o fizera tratando a Jon como se fosse seu filho.

Quando Jon tinha onze anos, sua tia Allyria viera a ser prometida a Beric Dondarrion o que fez com que houvesse uma maior proximidade entre o garoto e o cavaleiro que se tornou uma espécie de figura paterna apesar dele se tratar de um senhor muito jovem. Os dois de Allyria, Jon Sand e Edric Dayne seguiram para Portonegro onde serviriam de protegidos no castelo do prometido da moça.

Quando Edric fizera dez fora feito escudeiro de Beric enquanto Jon aquela altura já com catorze se mostrara um prodígio com uma espada e lhe foi dado o cargo de chefe da guarda de Portonegro.

O primo do bastardo dizia que ele deveria reivindicar a posse da Alvorada (A espada da família dada ao melhor espadachim) já que ele era a nova Espada do Amanhã. E o Sand ria daquele comentário do mais novo afinal nem ao menos era cavaleiro ainda para poder exercer aquela honra em empunhar tal lamina.

Jon Sand crescera próximo de seu primo Edric Dayne, que por ser o mais próximo na linha de sucessão fora feito lorde em uma idade de doze anos. Foi Edric que pediu a Beric de quem era escudeiro para que também levasse Jon ao Torneio que aconteceria em Porto Real. E o lorde concordara.

No caminho de Porto Real que Jon veio, a saber, que o Torneio seria realizado em honra da nova Mão do Rei que era ninguém mais do que Eddard Stark, seu pai.

Jon pela primeira vez vira seu pai e pudera ver que a semelhança com ele era realmente grande desde o tom dos cabelos até os olhos acinzentados. O bastardo, no entanto ignorou a presença do progenitor e se dedicara em aproveitar o torneio.

Apesar de ser complicado de fazer isso com Lorde Beric perdendo um cavalo em uma disputa com um cavaleiro andante e derrubado da sela por Thoros de Myr depois.

Após a conclusão do torneio, eles permaneceram em Porto Real sendo que esse fato fez dois pontos distintos acontecendo com Jon como Thoros de Myr lhe convidando para ser seu escudeiro e o Mão do Rei descobrindo sua presença de seu bastardo tentara conversar com ele e se aproximar numa forma de conhece-lo.

Jon fora arredio com o Lorde Stark. Ele não o reconhecia como seu pai apenas era o homem que fora responsável por causar a morte de sua mãe e isso era algo que não era fácil de esquecer. A insistência do nortenho foi tamanha que o fizera ceder apesar em contragosto a ter algumas conversas com ele.

Jon odiou a ter que admitir que por mais que tentasse ver defeitos naquele homem não conseguia encontra-los. Não era nem de longe o maldito a quem crescera pensando ser uma espécie de monstro por conta do que aconteceu com sua mãe. Mesmo assim havia magoa em seu coração ainda presente pela ausência dele enquanto estava crescendo.

Jon Sand conhecera suas irmãs. Elas eram as filhas legitimas do Mão do Rei que haviam lhe acompanhado vindas do Norte. A mais velha fora arredia e ele sentiu que havia certa facilidade como se estivesse sendo educada apenas em respeito ao pai. Enquanto a mais nova lhe tratara normalmente parecendo até bastante animada em saber que tinha um irmão que não conhecia.  

Ele não teve muito tempo em conversar com elas. Porque Beric Dondarrion havia sido nomeado para liderar uma expedição para apreender Sor Gregor Clegane, que tinha assaltando as Terras Fluviais  após a captura de Tyrion Lannister. E Thoros de Myr o acompanharia sendo assim a primeira chance de Jon atuar como escudeiro em uma missão.

Isso culminou na Batalha no Vau do Saltimbanco, local onde pela primeira vez Jon Sand matara seu primeiro homem num combate e também em que Beric foi morto pela primeira vez pela lança de Gregor Clegane e defendido por seu escudeiro, Edric Dayne. Ele foi ressuscitado por Thoros de Myr e se tornara o lider de um bando de fora da lei, a Irmandade Sem Bandeiras.

Eles passaram a assaltar as forças Lannister para enfraquecê-las.  E o grupo de Sor Gregor Clegane estava os perseguindo assim como as forças de Tywin Lannister, estacionadas em Harrenhall.  

 Seu grupo encontra camponeses atormentados pela devastação que as forças Lannister causaram, mas não os incomoda, e tenta pagar pela comida que tiveram de levar. E Jon Sand percebeu que eles eram diferentes dos inimigos que enfrentavam em vários aspectos.

Beric Dondarrion foi morto várias vezes, mas foi trazido à vida depois de todas as suas mortes embora a cada vez que era revivido o lorde vinha com menos memórias de sua vida antes da guerra. No final, Beric havia se tornado um espantalho, seu corpo agredido suportando todas os machucados de suas mortes anteriores.

Durante o tempo em que passaram juntos em batalha Thoros e Jon se aproximaram. Vê-lo ressuscitando cada uma das vezes o líder do bando fez com que Sand viesse a nutrir uma grande admiração pelo homem.  O bastardo pediu ao sacerdote que lhe ensinasse os ensinamentos do Deus Vermelho e foi assim que veio a se converter ao R’hllor.

Jon aprendera rapidamente algumas habilidades que lhe eram ensinadas. Ele obteve sucesso em muitas proezas como ver visões na chama, e acender espadas com sangue e preces.

Como um fora da lei, o Cão de Caça foi preso nas Terras Fluviais pela Irmandade Sem Bandeiras, que também tinham agora Arya Stark  sobre custódia deles.

A Irmandade pôs Sandor em julgamento por várias atrocidades cometidas por soldados Lannister, mas nenhum crime seria atribuído a ele pessoalmente até Arya Stark testificar a morte de Mycah, o filho do açougueiro, pelas suas mãos. Ele escolheu julgamento por combate, enfrentando o líder da Irmandade, Lorde Beric Dondarrion. O Ousado também havia se convertido a fé de R’hllor. Beric lutou com sua mágica espada flamejante, mas Sandor conseguiu derrotá-lo apesar de sua ressaca e medo do fogo.

Jon teve de se aproximar mais da irmã e conhece-la melhor. Soube da morte do pai naquela ocasião e seu coração pesou de uma forma estranha apesar de mal conhecê-lo sentiu uma sensação de luto lhe atingir.

— Eu sinto muito – falou Jon Sand – Pelo seu pai.

— Nosso, Pai – respondeu Arya – Você é nosso irmão, Jon.

— Eu mal o conhecia e sinto sua dor em perdê-lo – falou Jon Sand – Ele foi decapitado não foi isso que você me contou?

— Sim – respondeu Arya parecendo desconfortável em contar – Eu vi.

— Thoros me falou que não é possível trazer de volta alguém que foi morto dessa forma – falou Jon – Está além de nossas capacidades.

— Você tem habilidades como às dele? – perguntou Arya.

— Eu nunca fiz – falou Jon Sand – Mas eu tenho aprendido muito com Thoros e me converti ao Deus Vermelho. Sei que vocês do norte acreditam em seus Antigos Deuses. Eu acreditava na Fé dos Sete só que eles nunca fizeram nada por mim... – ele olhou para a garota – Eles nunca me mostraram a prova de que estão agindo diferente do senhor do fogo.

— Eu sei o que quer dizer – falou Arya olhando para uma moeda em suas mãos – Você pensa em ir para Essos?

— Essos? Que pergunta é essa? – questionou Jon Sand – Temos uma guerra aqui para lugar não podemos fugir.

— Essa guerra não é sua – falou Arya Stark – O que você ganharia com ela? Eu iria para Essos se pudesse e sei muito bem para onde seguiria.

— Para onde você iria? – questionou Jon.

— Braavos – falou Arya – É uma viagem longa até lá e eu adoraria companhia.

— Nós estamos pensando em leva-la até as Gêmeas para junto de seu irmão – falou Jon Sand – Ouvi falar que ele está indo junto de sua mãe para o casamento de seu Tio Edmure.

— Quem disse que eu irei com vocês? – falou Arya – Vocês absolveram o Cão de seus crimes. Eu posso encontrar meu próprio caminho sozinha seja para junto de minha família ou para outro lugar.

— E o que você faria em Braavos? – perguntou Jon Sand – É para lá que irá caso não os reencontre não é?

— Tenho alguns assuntos a resolver por lá – falou Arya Stark – Um amigo me disse que seria bem recebida. E você? Não me respondeu se não pensa em ir para Essos.

— Eu não sei se deveria – falou Jon – O que há para mim em Essos?

— Thoros é de lá não? – perguntou Arya – Essa sua fé nova nasceu do outro lado do Mar Estreito.

— Thoros vem de Myr – falou Jon Sand – E você está falando que irá para Braavos. Não há maneira de seguirmos viagem juntos depois de atravessar o mar. Seguiremos caminhos diferentes.

— Você não precisa necessariamente ir para Myr. Existem templos do Deus Vermelho em Braavos provavelmente – falou Arya Stark – Você pode aprender mais por lá do que aprenderia aqui com Thoros. Poderia até se unir oficialmente a fé e quem sabe se tornar um sacerdote vermelho?

 

Jon Sand não deixou de ficar abalado com aquele pensamento. Thoros de Myr era um bom professor só que não era dos melhores sacerdotes e ele mesmo admitia isso. Ele queria ser capaz de realizar todas as proesas que R’hllor lhe permitisse e para isso precisava de conhecimento.

 

— Tentaremos as Gêmeas juntos - falou Jon Sand com uma voz séria  - Iremos tentar reunir você junto de sua família antes de pensarmos em seguir para Braavos. 

Ele iria entregar a garota aos parentes sendo que se isso não viesse a ser possivel então continuaria a manter por perto mesmo que para isso tivesse que acompanha-la em sua jornada.

Até porque ele não podia deixar sua irmã atravessar o Mar Estreito sem ninguém mesmo que isso fosse sua vontade. Ele estava inclinado a pensar a respeito em acompanha-la e se acabasse por aceitar sabia que teriam que achar um meio de se livrar de Sandor Clegane, o Cão de Caça.


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Notas finais do capítulo

Admito que eu ia deixar o Sand para depois que eu escrevesse o Flowers só que eu estava dando uma lida sobre o pessoal de Dorne (Em especial a Casa Dayne e Ashara) e acabou que eu decidi adiantar-me nos meus planos.
Espero que tenham gostado.

Deixem seus comentários sobre o que acharam dessa versão do Jon.
Até mais.



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