O jantar foi bem tranquilo e desta vez Ty não estava lá para fuzilar eu e Harry com os olhos.

— Bella, a tia Holly está cansada. Posso ir dormir? – Perguntei bocejando.

— Ah fica só mais um pouquinho vai! – Fez bico.

— Que tal você ir dormir comigo hoje? – Desta vez Harry fez bico e cruzou os braços. Quê? Ele tá achando que vou ficar toda hora do dia satisfazendo os desejos dele? Ele está totalmente enganado. Tá, talvez de vez em quando eu faça.

— Eba! Mãe, mãe, mãe eu posso? Posso? Posso? Por favor! – Bella disse fazendo bico e eu ri.

— Vai Bella, mas se comporte e é pra dormir tá bem?

— Tá bom.

Ela pegou o pijama e o ursinho de pelúcia dela que ela não largava e veio comigo e com Harry pro quarto. Quando chegamos, Bella se jogou na cama – literalmente – e Harry me puxou.

— Ei, isso não é justo! Não quero ter que dividir a cama com ela! – Ele disse fazendo bico.

— O sofá está a sua disposição então. – Ele bufou, cruzou os braços e continuou com a cara amarrada.

— Bella, a tia Holly vai trocar de roupa e escovar os dentes tá bom? – Falei indo em direção ao banheiro.

— Tá bom.

Eu fui e os dois ficaram sozinhos no quarto. Coloquei meu short de moletom preto e minha regata vermelha que eu amava, escovei os dentes, tirei um pouco da maquiagem que restava e lavei meu rosto. Saí do banheiro e encontrei uma Bella aos prantos chorando em cima da cama com a expressão assustada. Eu corri até ela e gritei com o Harry.

— O que você fez com ela Harry? – Gritei.

— Ele não fez nada, minha querida. – Eu conheço essa voz e fez com que eu me arrepiasse e de imediato colocasse Bella por de trás do meu corpo.

— Ty. – Falei com um medo percorrendo em minhas veias. Virei-me e vi que ele segurava uma arma em direção a Harry, que estava totalmente paralisado. – Solta essa arma, por favor.

— Não Holly querida. Desta vez VOCÊ vai comigo por bem ou por mau. – Disse com ironia.

— Porque você está fazendo isso? Só porque eu não quis ficar com você?

— Sim querida. Aprenda uma coisa: ninguém nunca me rejeita. – Disse gargalhando.

— Então deixa Harry ir e eu vou com você. – Eu disse séria.

— Holly o que você está fazendo? – Harry gritou.

— Estou salvando quem eu amo. – Disse e uma lágrima brotou dos meus olhos. Virei-me para Bella. – Vai ficar tudo bem querida. – Falei depositando um beijo em sua testa. Ela apenas assentiu.

— Holly não! – Harry gritou enquanto eu me aproximava.

— Eu te amo. – Falei para Harry já aos prantos.

E essa foi a última coisa que eu lembro. Depois minha visão escureceu e eu não vi mais nada.

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Minha cabeça doía e meu corpo também. Parece que uma manada de elefantes passou pelo meu corpo. Eu tentei abrir os olhos, mas não conseguia, parece que eles pesavam toneladas e mais toneladas.

Sabe aqueles filmes de terror que você sabe que o mocinho vai morrer mesmo lutando com todas as suas forças? Pois é, era assim que eu me sentia. Sabe a gente nunca acha que essas coisas de noticiário vão acontecer com você até que acontece e você fica totalmente sem saída. É como se você estivesse sendo seguida e acabasse parando justamente em um beco sem saída. Você querer que as coisas melhorem é uma coisa totalmente inútil e decepcionante.

Minha mãe costumava falar que quando as coisas estão ruins, elas tendem a piorar ainda mais. Não ache que sua vida é ruim, porque te garanto tem gente em situação pior. Acredite.

Nunca pensei que esse tipo de coisa fosse acontecer comigo, ainda mais porque eu simplesmente não quis ficar com um cara. Acabo de perceber que ainda existe aquele cara que não aceita levar fora, mas nesse caso eu acho que Ty é doido. Ele deve ter sérios problemas de cabeça. Acho que quando eu acordar vou falar pra ele se cuidar porque né, vamos combinar que homem doido e com problemas de cabeça – é eu sei, dá no mesmo – mulher nenhuma quer.

Com muito custo eu consegui abrir meus olhos, e eu estava em um quarto escuro, sem janela alguma e uma porta. Por Zeus! Que esta porta esteja aberta, por favor! Levantei-me com certa dificuldade, e cambaleei até a porta que estava trancada. Por que o universo gosta de conspirar contra mim?

Voltei ao lugar em que estava, onde tinha apenas uma manta fina que me impedia de ficar no chão frio. O Lugar era frio e eu estava morrendo de frio, estava até batendo queixo de tão frio. Olhei em volta e não tinha nada, apenas uma luminária que dava um pouco de luz ao lugar. Escutei um barulho vindo em direção onde eu estava e me encolhi toda. A porta se abriu e revelou um Ty com uma bandeja.

— Veja só, a bela adormecida finalmente acordou. – Disse sarcasticamente.

— Á-água. – Foi tudo que eu consegui dizer.

— Você está com sede? – Perguntou. Eu assenti. – Como não sou uma pessoa tão ruim assim, eu trouxe algo pra você comer e um copo de água.

Ele veio até mim e me empurrou a bandeja. Eu a peguei e analisei o que tinha lá. Um sanduíche e um copo com água. Eu não quis saber se tinha veneno ou algo a mais ali, só sei que eu comi e bebi tudo. Não pensei que eu estivesse tão faminta assim.

— Vejo que está mais calma. – Ele falou e eu assenti me encolhendo no até a parede que estava do meu lado. – Deveria me agradecer por não deixar você morrer de fome e de sede.

— Obrigada.

— Ah, não é assim que se agradece. – Ele me levantou e me prendeu em colada em seu corpo. – É assim que se agradece. – Ele me beijou. Quer dizer, tentou porque eu mordi seu lábio e cuspi em seu rosto.

— Me larga seu crápula! – Esbravejei. – Ele me soltou e limpou o rosto. Logo em seguida cuspiu sangue. É fiz um belo estrago.

— Vadia! – Ele gritou e me deu um tapa no rosto. Ele usou tanta força que eu cambaleei e cai no lugar em que eu estava antes. – Você vai me pagar!

— Eu prefiro morrer a beijar você.

— Vadia! Mil vezes vadia! Você vai fazer tudo que eu mandar ou você vai morrer! – Ele gritou, mas eu não senti medo algum.

— Me mate então! Eu não vou fazer nada que você mandar. – Disse dando de ombros.

— Cale a boca!

Ele disse isso e saiu batendo a porta e me xingando de tudo que é nome.

Zeus, me ajude! Alguém, por favor me ajude!