O Guardião escrita por Nelson Gomes


Capítulo 5
- Acordo em um lugar diferente -


Notas iniciais do capítulo

Hey Jovens, Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite!

Capitulo novo para vocês, espero que gostem.

Boa Leitura.



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Sabe quando você acorda, mas não abre os olhos? Então, naquele dia eu fiz isso. Sentia que alguém estava passando as mãos suavemente pelos meus cabelos. De cara imaginei ser minha mãe, tentando me acordar, como ela fazia todos os dias que eu dormia demais.

Graças a Deus, tudo não passou de um terrível pesadelo, eu vou abrir os olhos e vou estar deitado na minha cama, com a minha mãe sentada ao meu lado e sorrindo para mim! pensei.

Porém, quando eu abri os olhos, não foi exatamente isso que eu vi. Primeiro eu percebi que não estava no meu quarto, e que o teto, bem... Não era um teto. Bom, na verdade era um teto, mas parecia não ser. Confuso não é? Eu me senti assim também quando acordei. Porque o teto era aberto, de modo que dava ver o céu, estava de noite, chovendo, mas a chuva não chegava ate mim. Então, eu olhei para o lado, e me vi em uma pequena sala com uma iluminação fraca vindo de uma vela que estava em uma mesa no canto, ao lado de alguns livros. Fora isso havia apenas um armário no lado oposto a mesa e a cama onde eu estava deitado. Não havia nenhuma janela. Então, olhei para a pessoa que estava passando a mão em meus cabelos, esperando ver minha mãe sentada ali, olhando para mim. Mas quem estava lá não era ela. Então eu me assustei e dei um pulo na cama, sentando-me rapidamente, o que fez com o que o meu braço cortado doesse de forma lancinante. Levei minha mão até o corte, e notei que meu braço havia sido cuidadosamente enfaixado.

Quem estava ali sentada ao meu lado, sorrindo para mim, era Carol. A Linda Carol. Meu coração disparou freneticamente.

— Boa Noite dorminhoco, achei que você não fosse acordar nunca mais! – Ela disse, sorrindo.

— Mas... O que?... Como?... Carol? O que você esta fazendo aqui? Quer dizer, o que eu estou fazendo aqui? Quer dizer, que lugar é esse?

— Sério? Sério mesmo? Eu fiquei cuidando de você por quase seis dias, enquanto você estava apagado, e é assim que você retribui? Nem mesmo um mísero obrigado?

— O quê? Quase seis dias? Como assim quase seis dias? E a propósito, Obrigado!

 

Ela deu um pequeno sorriso com o canto dos lábios. Mas logo depois, seu rosto mudou bruscamente e ela ficou completamente séria.

— Depois que Seriff resgatou você em sua casa e te trouxe para cá, o corte em seu braço infeccionou seriamente, o que fez com que você tivesse febres contínuas. Não acordava, não reagia a nenhum medicamento. Você nem mesmo se movia, parecia estar... – Ela hesitou em dizer – Morto! E por um momento, nós achamos que isso realmente pudesse acontecer!

Quase como em um filme, lampejos do que aconteceu vieram a minha mente como uma tempestade repentina. Os três homens que atacaram minha casa. Minha luta com Bayon, onde eu consegui um imenso corte no braço e logo depois, eu estava deitado no chão com Oto a um triz de cravar a lança em meu peito, ate que um misterioso homem surgiu e o matou, salvando minha vida. Lembrei também dos homens me perguntando onde estavam as pedras, que eu sabia onde as encontraria, mas eu não tinha ideia do que eles estavam falando. As únicas pedras que eu sabia onde encontrar eram as que eu pegava na praia para jogar no mar, mas duvido muito que fosse atrás dessas pedras que eles procuravam. Então me lembrei do pior de tudo: Oto segurando meu pai com uma mão e minha mãe com outra! Meu pai... Morto. Minha mãe ainda com vida, mas seriamente ferida. Ela me mandava correr, mas eu não conseguia, só queria salvá-la. Ate que o homem que parecia ser o líder mandou que calassem sua boca, e Oto a arremessou contra a parede. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, incontrolavelmente.

— Minha mãe? Onde está minha mãe? Por Favor, me diga que ela esta bem. Diga-me que ela sobreviveu. Por favor! – Eu perguntei, ainda com um resto de esperança.

Carol me olhava nos olhos, com uma expressão de pena, como se não quisesse me contar a verdade, pois saberia o quanto seria doloroso para mim. Então ela respirou fundo e fechou os olhos.

— Seu pai já estava morto quando chegamos lá, não havia nada que pudesse ser feito. Sua mãe foi trazida ainda com vida, mas infelizmente seus ferimentos eram muito graves, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Fizemos tudo o que podíamos, tentamos de todas as maneiras possíveis curar seus ferimentos. Fazer com que ela sobrevivesse. Mas não obtivemos sucesso, e ela não resistiu. Sinto muito Bruno. De verdade. Nós cremamos os corpos, e os jogamos ao vento, para que eles pudessem descansar em paz e seus espíritos ficassem livres. Eu queria esperar você acordar, mas Seriff não permitiu, disse que você não precisava de mais sofrimento.

Naquele momento, o desespero me dominou. Eu havia perdido meus pais. Era o mesmo que perder a minha vida. As pessoas que eu mais amava, arrancadas da minha vida, do nada, em apenas um segundo. A raiva me dominou, um sentimento de vingança brotava em meu peito. Mas o pior de todos esses sentimentos era a tristeza, o vazio em meu peito e a dor da perda era pior que qualquer corte no meu braço. Então eu chorei, não tive medo, não tive vergonha. Apenas chorei. Queria tentar colocar aquele sentimento pra fora. Então Carol se sentou ao meu lado na cama e me abraçou apertado. Eu recostei a cabeça em seu ombro, o que me confortou um pouco. Mas eu não conseguia impedir que as lágrimas continuassem a escorrer pelo meu rosto. Ficamos assim por um momento.

Bruno, antes de morrer, sua mãe conseguiu dizer algumas palavras. Ela disse que te amava muito, tanto você quanto sua irmã, e que era pra você protegê-la, daqui para frente.

Então eu me lembrei da minha irmã, como eu podia ter me esquecido dela? Ela também estava lá no dia, assim como eu, ela presenciou tudo o que tinha acontecido. Assim como eu, ela estava sofrendo. Então, eu me desvencilhei do abraço de Carol, e sequei minhas lagrimas com as costas das mãos.

— Minha irmã? Ela sobreviveu? Como ela esta? Eu quero vê-la. Eu preciso!

— Sim, ela sobreviveu. Sofreu apenas algumas contusões, mas nada muito grave. Ela esta sendo treinada por uma de nossas curandeiras, para aprender a se tornar uma. E ela já mostrou muita habilidade, e pelo que dizem se tornará uma das nossas melhoras curandeiras.

— Espera... Curandeiras? Como assim uma de nossas curandeiras? O que vocês são exatamente? – E eu não consegui me conter – E do que é feito esse teto?

Ela riu.

— Esse teto é apenas vidro Bruno, nada mais que isso.

Sério, naquela hora eu me senti um completo idiota.

— E desculpe, mas eu não tenho permissão de te contar, Seriff quer conversar pessoalmente com você!

— Quem é Seriff? Que tipo de nome é esse?

— Ele é o homem que salvou sua vida. Ele é o Líder por aqui e vai te explicar tudo o que esta acontecendo. Será ele também quem irá te treinar!

— Me treinar? Não entendo, para o que exatamente eu preciso ser treinado? E já que eu preciso ser treinado, e neste lugar existem curandeiras, e eu fiquei desacordado por quase seis dias, e você ficou cuidando de mim por todo esse tempo... Quem é você exatamente?

— Não tenho permissão, lembra? – Ela disse, e um tom brincalhão.

Acho que ela percebeu a minha cara frustração, pois abriu um grande sorriso. E, nossa, que sorriso lindo. Carol era sem dúvida a garota mais linda que eu já havia conhecido. E ali, naquele momento, iluminada apenas pela luz de uma vela, ela estava especialmente mais bonita. Seu longos cabelos encaracolados estavam caídos pelos ombros, seus incríveis olhos verdes estavam ainda mais incríveis, pois estavam brilhando com a fraca luz da vela. Ela estava usando uma camiseta branca decotada, calça jeans preta e tênis brancos. Sim, uma roupa comum de um adolescente comum. Mas nela estava... Simplesmente maravilhoso.

Então eu fiquei olhando para ela, apenas admirando. Ate ela perceber.

— O que foi? – Ela perguntou.

— Hã? O que?

— Você esta olhando fixamente para mim, sem dizer nada, o que foi?

Eu enrubesci. Senti meu rosto queimar.

— Nada! E minha irmã? Posso vê-la? Pelo menos isso você tem permissão de dizer?

Ela ficou me olhando de uma forma intrigante, como se estivesse me estudando, e me olhava de cima a baixo!

— Pode sim, mas antes, vá tomar um banho. Você não quer que sua irmã te veja assim não é?

Foi então que eu olhei para mim mesmo, e a visão foi lastimável. Minha blusa branca do uniforme da escola, de branca não tinha mais nada. Estava em farrapos, e no braço onde eu fui cortado não tinha mais manga. Minha calça estava toda rasgada. A única coisa que estava intacta em mim era o tênis do meu pé esquerdo.

— Ok, mas... Onde exatamente eu posso tomar um banho? Aqui não parece ter nenhum chuveiro.

Carol riu,  se levantou e tocou a parede em um certo ponto. Então, uma parte da parede começou a se erguer, abrindo uma porta e revelando um salão imenso, com chuveiro, banheira e até hidromassagem. Como ela fez aquilo? Não sei explicar.

— Uau... Mas... Não vou nem perguntar, já sei qual seria sua resposta. – Então me esforcei para fazer a melhor imitação que eu podia fazer da voz dela – Não tenho permissão para falar sobre isso.

Ela sorriu. Cara, eu adoro quando ela sorri. Acho que eu já disse isso né?

— Tem roupas no armário, escolha algumas e vá tomar banho! Vou te esperar aqui.

Andei ate o armário, peguei uma blusa azul, uma calça jeans preta e um par de tênis. Quando eu passei pela porta, a parede se fechou atrás de mim, me prendendo lá dentro.

— Hã... Carol, isso é, tipo... Normal? – Eu perguntei

— Sim, não se preocupe. Quando você for sair a porta se abrirá sozinha.

Então eu tomei meu banho e coloquei as roupas limpas, o que fez com que eu me sentisse muito melhor. Olhei-me no espelho antes de sair, e não sei se era impressão, mas eu parecia estar um pouco mais velho, estava com a cara mais madura, meus cabelos castanhos pareciam estar um pouco mais claros e bagunçados, também aparentavam ter crescido um pouco. Imaginei ser apenas coisa da minha cabeça, afinal, seria impossível isso acontecer em apenas seis dias, mas tudo ali era estranho, então tentei apenas me conformar. Dirigi-me até a parede, e assim como Carol disse, ela se ergueu novamente quando eu me aproximei.

Carol estava sentada na cama, brincando com um pequeno objeto vermelho brilhante que levitava entre suas mãos, o que me deixou bastante surpreso. Assim que me viu, ela pegou rapidamente o objeto e colocou no bolso, sem falar sobre o assunto.

— Agora sim você esta apresentável. Esta até bonito. –Ela disse sorrindo. – Venha, vamos reencontrar sua irmã. Ela encostou a mão em outra parte da parede, fazendo com que uma nova porta se abrisse.

Ela saiu e eu a segui.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Espero que tenham gostado.

É isso, até a próxima.

That's all folks



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