O Sol já estava no céu e já entrava pelas brechas da cortina azulada do quarto de Pérola, o que fez com que a menina abrisse os olhos e despertasse.

—Que horas são? -disse Pérola para si e com a voz falhando do cansaço. Ela pegou o celular e então viu que estava cedo, 8:00 da manhã, porém já estava bom para acordar.

  A jovem levantou-se da cama e então separou uma roupa para ir a praia ver Newt, ela escolheu um short com tachinhas, uma blusa escrito New York e um tênis. Logo depois de escolher a roupa Pérola preparou a água para se banhar e então logo depois de dez minutos ela por fim entrou na água.

*

 Logo depois de banhar-se a jovem deu um jeito de pular pela janela, como fez da outra vez e então pegou sua Mercedes Benz rosada e foi em direção a praia. O caminho foi todo silencioso, exceto pela música Sorry do cantor Justin Bieber que tocava na rádio que Pérola colocou, era um de seus cantores favoritos e de suas músicas prediletas, aquilo fez com que ela dançasse no caminho até a praia.

**

 Logo depois de alguns minutos Pérola por fim chegou a praia, saindo do carro ela avistou a barraca de Newt e foi em direção a ela.

—Newt! -disse Pérola radiante e se apoiando no balcão.

—Lamborghini! Oi! -disse Newt sorrindo e se apoiando no balcão.

—Posso falar com você? -perguntou Pérola.

—Claro, espera um pouquinho. -disse Newt.

 Pérola esperou por uns cinco minutos até que Newt chamasse Thomas para ficar em seu lugar e fosse se juntar a Pérola.

—Então, quer falar sobre o que? -perguntou Newt sorrindo.

—Eu não tenho certeza se quero te pedir isso... -disse Pérola.

—Peça, vamos, fale. -disse Newt sorrindo.

—Eu preciso fugir, é que... Vou ter que casar. -disse Pérola balbuciando a cada palavra.

—Fugir? -disse Newt digerindo o que Pérola havia acabado de falar. -Casar? O quê?

 Pérola gargalhou com a surpresa de Newt, porém ele continuava parado.

—Minha mãe quer que eu me case com aquele garoto do jantar, por dinheiro, entende? -ela parou por um segundo. -Eu vou precisar fugir e...

—Eu vou com você, se é isso que você quer. -ele sorriu e acariciou Pérola.

—É isso que eu quero. -sorriu Pérola.

—Vamos fazer o que então? -ele deu um sorriso doce.

—Eu vou para casa arrumar as malas, minha mãe está ocupada, então vou arrumar tudo e descer e te encontro aqui, ok? -ela sorriu e deu um selinho em Newt.

—Tudo ótimo. -ele sorriu e deu um selinho em Pérola.

 Pérola se despediu de Newt com um beijo caloroso e foi em direção ao sue carro animada. Dirigindo por alguns minutos ela por fim chegou em casa, subiu as escadas rapidamente e então montou uma mala com as coisas que precisaria, dinheiro e roupas.

 Logo depois de preparar uma pequena mala com o essencial a jovem por fim desceu as escadas rapidamente e colocou a mala dentro do carro e saiu dirigindo até a praia. Depois de alguns minutos ela por fim chegou a praia e avistou Newt com uma mala e acenando para ela.

—Você chegou! -ele disse sorrindo e apoiado na janela do carro.

—Vamos, entra! -ela sorriu.

 Quando Newt se dirigiu a mala Pérola ouviu um barulho estranho.

—Newt?! -Pérola gritou.

 Sem resposta.

 Preocupada a jovem saiu do carro e lá estava Newt sendo segurado por dois homens altos e fortes.

—Newt! Quem são vocês?! -disse Pérola assustada e indo para trás. -Soltem ele!

—Pérola, minha querida. -disse um homem se aproximando, quando ele então se aproximou Pérola pode vê-lo, era o pai de Minho.

—O quê?! Você?! -vociferou Pérola e então começou a socar o homem que ria.

—Querida, o caso é outro, pare com isso! -ele disse e segurou os braços de Pérola para que ela parasse de socá-lo.

—Solta ela! -vociferou Newt tentando sair dos braços dos homens que o seguravam.

—Cale a boca! -disse o pai de Minho para Newt e então se virou para Pérola. -Vamos logo ao que interessa, você vai se casar com meu filho, senão esse garoto morre!

—O quê?! Minho concorda com isso?! -vociferou Pérola.

—Ele não precisa saber de nada, se ninguém contar! -disse o pai de Minho segurando o rosto de Pérola.

—Solta ela! -disse Newt tentando se soltar novamente.

—Eu vou falar! -vociferou Pérola tentando se soltar.

—Então você quer que ele morra?! -disse o homem apontando para Newt. -Se é assim. -disse o pai de Minho puxando uma arma e apontando para Newt.

—Não! Por favor, não! Eu me caso! -gritou Pérola.

—Boa garota. -disse o homem sorrindo e atirando no ombro de Newt. -Vai doer um pouco, mas morrer não vai. -sorriu o pai de Minho.

—Não! -disse Pérola tentando se soltar. -Soltem ele! Por favor!

—Tudo bem. -o pai de Minho sorriu. -Soltem ele!

 Os homens que seguravam Newt soltaram o mesmo e Newt correu para Pérola.

—Eu não vou deixar você, ok? -ele acariciou o rosto dela.

—Eu queria te ajudar. -ela caiu em prantos e abraçou Newt. -Me desculpa.

—Você não é culpada, ok? -disse ele sorrindo. -Abre um sorriso pra mim?

—Oh, Newt! -disse ela sorrindo e beijando Newt, um beijo doce.

—Vá logo, garoto! -disse o pai de Minho apontando a arma para Newt.

 Newt se levantou, recolheu sua mala e saiu andando, Pérola caiu em prantos e gritou pelo nome dele.

—Ele não vai voltar nunca! -vociferou o pai de Minho. -Levante-se e vá para casa, agora!

—Seu monstro! -disse Pérola se levantando e socando o homem novamente.

—Cale a boca, garota! -ele disse segurando Pérola com força. -Se você não fosse se casar com meu filho eu te matava nesse momento!

—Me mate então, seu monstro! -disse Pérola séria.

—Cale a boca! -disse o homem cuspindo no rosto de Pérola.

—Seu nojento! -disse Pérola secando o cuspe do homem. -Seu monstro!

—Vai pra casa, agora! -disse o pai de Minho empurrando Pérola para dentro do carro. -Se você falar algo, já sabe!

 Pérola conseguiu pegar por fim a arma da mão do pai de Minho e então atirou na perna do mesmo, cuspiu em cima dele e o chutou e então por fim fugiu dos capangas entrando dentro do carro e indo até um local afastado da praia, porém próximo a sua casa.

 A jovem deitou no banco do carro e então caiu em prantos lembrando-se de Newt, ela não iria querer aquilo nunca para ele.

"Será que ele pensa que eu armei aquilo? Ele ainda confia em mim?" Eram perguntas que passavam pela cabeça de Pérola.

 Logo depois de longos minutos em lágrimas e palavrões destinados ao pai de Minho, Pérola por fim parou de chorar e decidiu se arrumar, limpou o rosto cheio de lágrimas, arrumou o cabelo e então dirigiu até sua casa.

 Dirigindo por aproximadamente vinte minutos a jovem então parou na frente de sua casa, recolheu a sua mala de viagem da mala do carro e subiu as escadas, arrumou todas as roupas no armário, tomou um banho, colocou um vestido branco com detalhes brilhantes, um salto preto e um colar de pérolas, que fez com que se lembrasse de Newt.

"Oh, Newt!" Pensou Pérola. "Eu preciso dele" Ela disse e uma lágrima caiu de seus olhos.

  Pérola logo depois de se arrumar desceu as escadas e lá estava o pai de Minho sorridente, vestindo um terno que parecia ser novo, ele estava mancando, o que fez com que Pérola se sentisse orgulhosa de ter atirado nele, e perto dele estava Minho, desanimado como Pérola nunca vira, aquilo deixou ela com um pouco mais de animação. Será que ele desistiu? ela se perguntou.

—Filha! -disse a mãe cantarolando. -Minho quer lhe falar uma coisa.

 Aquelas palavras fizeram com que Minho colocasse um sorriso falso no rosto e então se arrumasse, seu pai fez o mesmo e a mãe de Pérola apenas sorria, ela sim parecia estar animada.

"Oh, não! Ele não desistiu!" Pensou Pérola querendo fugir daquele lugar o mais rápido possível.

—Pérola, eu... -disse Minho ajoelhando-se.

—Não precisa fazer isso. -disse Pérola segurando ele para que se levantasse, isso fez com que sua mãe e o pai de Minho fizessem uma careta, porém Minho continuou ajoelhado.

—Pérola, você quer se... -ele balbuciou nas palavras e então limpou a garganta. -Se casar comigo? -ele disse sorrindo e exibindo uma caixinha aberta com um anel brilhante.

—E-eu... -balbuciou Pérola. -Acho que... -ela disse balbuciando novamente.

—Você quer se casar comigo? -disse Minho repetindo novamente o pedido.

—Sim, Minho eu acho que sim. -disse Pérola por fim, uma tristeza tomou conta de seu peito, ela sentia vontade de chorar, de fugir, ela queria Newt, apenas ele, mas o destino tinha traçado linhas tortas que ela não podia consertar.

***

 O restante do jantar foi completamente animado, é claro que para os outros convidados, pois Pérola havia ficado calada em todo o instante do jantar, sua mãe conversava com o pai de Minho e com Minho sobre o vestido de noiva, preparativos para o casamento e sobre o casamento, ou melhor o que aconteceria depois do mesmo, a Lua de Mel, era o que Pérola mais temia em tudo aquilo, ela queria que tudo fosse especial, com a pessoa especial, porém Minho não era essa pessoa em circunstância alguma, ouvir tudo aquilo fez com que Pérola passasse mal, então ela se despediu e subiu para seu quarto.

 Já em seu quarto a jovem banhou-se e então vestiu-se com roupas leves, uma camisola esverdeada e rendada. Pérola deitou-se na cama e então pensou em tudo que aquele dia havia reservado para ela, primeiro uma esperança, depois a destruição de todo o seu coração e agora um casamento, um casamento com alguém que ela ao menos conhecia direito, lembrar de tudo aquilo fez com que ela caísse em prantos em menos de alguns segundos, porém sem perceber logo depois de chorar por meia hora ela adormeceu, o rosto cansado de chorar, os olhos e o nariz vermelhos.

Por que traçar linhas tão tortas, destino?