Pov. Sterling

Minha cabeça estava girando de tantas informações, não conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir, era tudo tão patético. O pior é que eu avisei! Avisei que aquele assistente não era confiável! Mas ninguém mim ouviu...

Eu sentia ódio; ódio de mim e de todos. Abracei minhas pernas e apoiei meu queixo sobre meus joelhos e fiquei observando a piscina que ficava a uns 5 metros de distância dos degraus onde estava que ficava na entrada do casarão.

Pode ouvir um barulho de maçaneta, mas não me virei para ver quem tinha saído, continuei estático.

- Vai ficar aí até quando? - Reconheci a voz, era Emma.

- Até que tudo fique bem claro. - minha voz saiu quase em um sussurro e trêmula. Então ela se posicionou em minha frente e fez uma careta.

-Está chorando? –foi mais uma afirmação de que de fato uma pergunta. Enxuguei minhas lágrimas rapidamente olhei e para ela, parecia um pouco preocupada, apesar do sorriso que se formava em seu rosto não precisa responder, é obvio que está chorando!- fiquei em silêncio e ela começou a se irritar- não vejo motivo pra isso!

Nesse momento a raiva tomou conta de mim e era isso que ela queria, que eu reagisse. Estreitei meus olhos e a observei.

-Como não vê motivo?! Estamos falidos! Sem ter aonde cair morto, sacou?!

- Até que em fim abriu essa boca pra falar alguma coisa!-ela disse sorrindo e eu apenas a fuzilei, deixando-a séria- Olha só... Eu já entendi que você não tá muito a fim de papo, então...

-então o que? Desembucha logo!- falei amargamente e apressado.

-então que eu só vim avisar que o papai marcou uma reunião com toda a família às 3 horas, no escritório daqui de casa- ela flou apressadamente e foi em direção à porta.

-Emma, espera!- suspirei e levantei-me rapidamente agarrando seu braço. Ela me encarou- Sobre o que é exatamente essa reunião?

-eu não sei... Mas creio que devi ser sobre a nossa ausência de sorte já que ninguém mais fala de outra coisa, nem mesmo os jornais!- eu sorri de lado e ela continuava- sabe... Às vezes eu fico pensando que... Jogaram uma praga na nossa família! Por que só pode, né?

Soltei uma gargalhada e ela começou a rir comigo.

-eu também creio- disse em meio às risadas e ela arregalou os olhos- que é sobre a nossa falência!- falei e ela tentou fingir certa decepção.

-mas o que eu falei é verdade! Eu realmente penso assim!

-acredito!- disse pondo meu braço direito sobre seus ombros- mas sabe o que eu acho?- ela balançou a cabeça sorrindo- acho que devemos entrar, daqui a pouco é 3 horas e o maninho aqui- disse apontando para mim mesmo- está louco para ouvir o que o papai tem a dizer!

-sempre estraga prazeres, né?

-e lindo, você e nem ninguém pode se esquecer disso! Até porque não tem como!

-pareci que alguém já está se sentindo melhor, não é mesmo?- disse bagunçando meus cabelos.

-Bem melhor!- sorri para ela de volta- vamos?

-vamos!

Abri a porta do casarão e nós adentramos. Eu realmente estava me sentindo bem melhor, capaz de até as baboseiras do meu pai. Tomara que pelo menos ele tenha alguma boa para nos dar diante de toda essa tragédia.