Capítulo 7 – Meu lugar

Você pode ser um doce sonho (ou um lindo pesadelo)

De qualquer jeito, eu não quero acordar de você

(Doce sonho) ou um lindo pesadelo

Alguém me belisque, seu amor é bom demais para ser verdade.

Meu prazer culpado, eu não vou a lugar nenhum

Baby enquanto você estiver aqui

Eu estarei flutuando no ar porque você é meu

(Você pode ser um doce sonho) ou um lindo pesadelo

De qualquer jeito, eu não quero acordar de você

Acordar de você, você

Tatuar seu nome em meu coração

(Tatuar seu nome em meu coração)

Nem a morte pode nos separar (ohh, ohh)

(Nem a morte pode nos separar)

Tatuar seu nome em meu coração (ohh, ohhhh)

(Tatuar seu nome em meu coração)

Nem a morte pode nos separar

Que tipo de sonho é esse?

Eu te amo (3x)

Baby eu te amo

Você é minha vida

Meus momentos mais felizes não são completos

Se você não estiver ao meu lado

Você é minha relação

Em conexão com o sol

Com você perto de mim

Não há escuridão que eu não possa superar

Você é meu pingo de chuva

Eu sou a semente

Com você e Deus, que são a minha luz do sol

Eu desabrocho e cresço tão maravilhosamente

Baby eu sou tão orgulhosa

Tão orgulhosa de ser sua garota

Você faz a confusão

Toda ir embora

Nesta frieza e desordem do mundo

Eu estou apaixonada por você

Você me deixa livre

Eu não posso fazer essa coisa

Chamada vida sem você aqui comigo

Porque eu estou perigosamente apaixonada por você

Eu nunca vou deixar

Apenas continue me amando

Do jeito que eu te amo me amando

(Sweet Dreams Medley (I Am Yours Version) – Beyoncé)

-----------------------------------------------------------------------------------------

Bella estava parada em frente a porta da escola, ela olhou para trás e viu Edward se afastando aos poucos parecendo meio que inseguro, e arrependido, mas ignorou. Levantou a cabeça e deu passos firmes até a entrada. Os corredores estavam vazios, todas as portas das salas de aula estavam abertas, exceto uma, que ela supos que era onde seria realizada a reunião. Se aproximou lentamente da porta e após um longo suspiro segurou fortemente a maçaneta, sabendo que estava fazendo era o certo.

Girou lentamente a maçaneta, tentando tomar coragem para esse passo que estava dando. Abriu a porta lentamente esperando ver várias cabeças viradas em sua direção, mas não aconteceu. A sala estava extremamente escura, ela não conseguia enxergar absolutamente nada, só ouvia vozes. Deu um passo para trás tentando sair da escuridão, mas a claridade não veio, ela se virou para trás, mas não estava mais no corredor da escola. Ela espremeu os olhos tentando ajustar a sua visão, e aos poucos começou a enxergar, mesmo que muito mal.

Ela estava em uma floresta, mas parecia um labirinto escuro, cheio de árvores enormes que impediam a entrada da luz. Várias vozes familiares saiam bem do meio da densa floresta. Bella estava desesperada, por mais que corresse ela não ia a lugar algum, gritava desesperada por Edward, pedindo ajuda, mas ele não aparecia, e para seu desespero quanto mais ela corria mais o tempo parecia haver se passado.

Bella vagou por entre as árvores grandes e medonhas, já estava quase desistindo, quando uma luz muito forte atingiu uma das árvores que caiu revelando uma casa de campo, cercada de flores coloridas de todos os tipos, e árvores carregadas de frutas maduras e convidativas, com vários brinquedos espalhados pelo chão. Aos poucos foi se aproximando da pequena, mas aconchegante casa. Não tinha ninguém a vista, mas ela podia ouvir vozes familiares vindo de dentro.

Lentamente foi se aproximando da porta de entrada, ela estava insegura, mas isso não a impediu de estender sua mão para bater na porta, mas mesmo antes de sua mão chegar próxima a madeira rustica a porta se abriu e um solavanco fazendo Bella retroceder alguns passos, e antes que ela mesma soubesse o que estava se passando sentiu pequenos braços a abraçando pela cintura.

- Senti a sua falta mamãe.

- Filha? - perguntou Bella em um misto de emoção e confusão.

Mas antes que a menininha de cabelos cor de bronze pudesse responder, um homem com cabelos bronze iguais aos da menininha e olhos verde esmeralda bem profundos apareceu com um maravilhoso sorriso torto.

- Bella. - disse com sua voz de veludo.

Era Edward, ele aparentava cerca de quarenta anos, estava maravilhoso. A idade o havia deixado ainda mais atraente se é que fosse possível. Vendo a confusão de Bella ele se aproximou lentamente, e a abraçou não tão forte quanto ela queria, por conta da pequena que estava entre os dois. Ela esperou o toque frio chegar a sua pele, mas ele não veio, pelo contrário, era um toque quente e aconchegante, que fez uma corrente elétrica passar por todo o seu corpo.

Os três passaram um bom tempo abraçados, naquele momento intimo e familiar. Mas foram tirados de sua bolha por uma mulher baixinha, com os cabelos escuros na atura do ombro, e olhos verdes, que apesar dos seus quarenta e poucos anos ainda parecia uma fadinha. Que era seguida por um homem loiro de olhos verdes bem carismático.

- Bella.

- Alice. Jasper. - Bella sussurrou

E logo em seguida apareceram Carlisle e Esme com seus cabelos grisalhos, mas as mesmas feições bondosas de sempre, e Emmett e Rosalie igualmente alegres seguidos por três crianças pequenas. Dois parecidos como miniaturas de Emmett e uma pequena fadinha toda de rosa com os cabelos curtos repicados.

Eles eram a imagem de família perfeita, a típica família dos comerciais de televisão, mais alguma coisa estava errada. Apesar de todos parecerem ter envelhecido, a aparência dela era de uma adolescente de 18 anos, e ela estava brilhando. Ela entrou na casa e parou na frente do pequeno

espelho que ficava na entrada. Se olhou no espelho e confirmou o que já imaginava. Era uma vampira.

Ficou se encarando por um longo tempo observando seus olhos âmbar na face perfeitamente esculpida, se transformando, ficando negros, quando a pequena menina de cabelos bronze caiu e fez um pequeno corte no joelho. Antes que pudesse se conter um forte rugido emergiu de seu peito, como um monstro despertando. O aroma inebriante do sangue entrou pelas suas narinas provocando ainda mais o monstro recém desperto.

Todos prontamente se colocaram a frente da pequena que chorava assustada. E Bella encontrou os olhos esmeralda de Edward suplicante, implorando para que ela não atacasse a filha. Bella estava pronta para atacar, o seu monstro estava agitado, feroz. Mas ela tinha consciência, de que o monstro queria que ela atacasse. Ela estava travando uma batalha interna, quando escutou a voz de Edward.

- Por favor. Sou eu o seu Edward. Sua filha Renesmée. Sua família. Eu confio em você. Por favor Bella.

Aos poucos ela foi se acalmando. Ela caiu no chão soluços fortes substituíram a voz do monstro, eles vinham de dentro de seu peito, da sua alma, culpada pelo quase ataque a sua pequena.

- Desculpem. - disse soluçando muito, e com as mãos no rosto, escondendo toda vergonha, medo e frustração por quase ter perdido o controle. - eu não quis. Me perdoem, me perdoem.

Bella não parava de pedir desculpas, não queria olhar para os outros e ver o desprezo estampado em seus rostos. Ela estava tão envergonhada e soluçava tanto que estava até tremendo.

- Tudo bem meu amor. Você conseguiu parar. Estamos todos bem. Eu confio em você. - Edward disse e se aproximou lentamente para lhe dar um abraço. - Tudo bem, tudo vai ficar bem. Não se preocupe. Eu te amo.

Aos poucos ela foi se acalmando e retribuiu o abraço.

- Eu também te amo.

- Mamãe. - Renesmée veio correndo ao encontro de Bella.

- Nessie, meu bem. Perdoa a mamãe, eu não quis...

- Eu sei mamãe, eu te amo.

Eles ficaram repetindo e declarando o amor que sentiam um pelo outro.

A tarde se passou rapidamente e com ela a noite se impôs trazendo suas estrelas e sua lua que iluminavam todo o campo florido. Junto com a noite uma imensa camada parecendo vidro se formou bem em frente da casa. Bella achou estranho e caminho lentamente até lá. Ela estendeu a mão tentando tocar o vidro, mas foi impedida

- Não. Não vá, aqui é o seu lugar. - Edward disse enquanto corria para ficar ao lado dela.

A princípio ela não entendeu. O que era aquela parede? Olhou novamente para o vidro, e se viu refletida, juntamente com Edward, só que do outro lado ela parecia mais velha, lá pela casa dos quarenta, e Edward o eterno jovem de 17 anos.

Tudo o que ela fazia a Bella do outro lado também fazia. Ela encarou melhor o vidro e pode ver todos os Cullen, vampiros do outro lado, e quando olhou para trás, também viu que os humanos estavam lá. Ela ficou confusa.

- É tão errado. Aqui não parece o meu lugar. - as duas Bellas falaram juntas.

- Não aqui é o seu lugar, não importa o que acontece Aqui é o seu lugar. Por favor - disseram os Edwards.

- Por favor. - repetiram as famílias.

Ela quis negar. o outro lado parecia o certo para ela. Vampiros com vampiros, e humanos com humanos. Era um sensação estranha de pertencer e não pertencer ao lugar certo.

- Como pode ser o certo? - as duas disseram.

- Você pertence a essa realidade, por isso é certo. Mesmo que pareça errado, você tem que compreender. - eles responderam.

Elas não conseguiam entender só queriam que tudo fosse fácil, que fosse o certo. Então mesmo diante dos pedidos tomaram impulso e foram em direção ao vidro, que no momento que se chocou com os corpos quebrou em milhões de pequenos pedaços.

Ela agora estava sozinha, não sabia se era a vampira, ou a humana, olhou para todos os lados mas não havia nada, ninguém.

- NÃO.

Bella vagou, vagou, vagou pelo nada, mas não encontrou ninguém, entre lamurias e pedidos de perdão.

- Perdão, eu não queria, por favor voltem. Agora eu sei onde é o meu lugar, por favor, perdão.

- Edward.

- Por favor.

- Bella. Bella, eu estou aqui. Shhh, foi só um pesadelo. - Edward sussurrou dando,uma leve sacudida em Bella.

- E-edward. - disse gaguejando com a voz embargada pelo choro.

- Sou eu meu amor, está tudo bem, eu estou aqui.

- Edward. - disse agora derramando grossas lágrimas. - Foi horrível.

- Tudo bem, já passou shhh. - Edward disse abraçando Bella, e afagando o seu rosto.

Após um longo momento ela se lembrou aonde estava.

- O que você está fazendo aqui? - perguntou Bella fungando.

Edward a olhou meio envergonhado, antes de responder.

- Eu vim te pedir desculpas. E não queria que você ficasse sozinha. Eu que deveria ter saído de casa, não você. Foi tudo culpa minha. Me perdoe. Não vai acontecer de novo.

Ela ainda estava atordoada demais pelo pesadelo e não conseguiu prestar muita atenção nele.

- Por favor, diga alguma coisa.

Bella aos poucos foi voltando a realidade, e viu Edward parado a sua frente ainda esperando por uma resposta. Ela não consegui responder nada e com um impulso o abraçou longamente. Naquele momento ela não tinha mais forças para ficar longe de Edward apesar de tudo o que havia acontecido. Eles estavam brigando constantemente, desde que Bella havia começado a dar aulas a 5 anos atrás.

Apesar de todos os esforços de Edward , Bella começou a se sentir deslocada da família Cullen. Tudo o que ela pensava em fazer ou dizia que ia fazer, Edward como um bom cavalheiro sempre se prontificava a fazer apesar dos protestos dela, e isso, apesar ser somente para ajudá-la, fazia com se sentisse mal. E tudo isso somado ao ciúme excessivo de Edward, mais a implicância dele por ela ainda dar aulas, e principalmente o fato de estar quase chegando na casa dos 30, estava deixando desgastada e deprimida.

Eles não conseguiam passar mais de um dia sem uma nova discussão. E a última delas fez com que Bella saísse de casa tamanha a tensão que se instalou entre eles. Ela realmente ficou com medo de que Edward não viesse atrás dela, e acontecesse como no sonho, em que ela ficasse sozinha sem a sua luz. Mas felizmente um era como uma droga viciante para o outro então eles jamis conseguiriam se manter afastados por muito tempo. Assim ela esperava.

- Nós temos que parar com isso. - ela conseguiu dizer com a voz ainda rouca por causa do choro.

- Me perdoa. Eu sei que eu sempre digo isso mas, eu não consigo me controlar. Vendo e ouvindo como todos aqueles fedel... garotos pensam e olham para você.

- Por favor. Não vamos falar sobre isso agora. Só me abrace por favor.

Ela não precisou pedir duas vezes. Edward a tomou nos braços e deixou seus corpos colados, com a cabeça dela em seu peito e ele com a cabeça enterrada nos cabelos dela. Permaneceram assim por muito tempo. Todos os planos que ela havia formado em sua cabeça de dar um tempo na relação deles foi embora no mesmo instante em que ela viu Edward após o pesadelo. Aquele era o lugar dela. Pelo menos nesse momento. Mas o futuro quem poderia saber.