P.O.V Riley
Desço apressadamente as escadas, afinal, não era costume alguém me ligar, corro até o telefone, e engulo seco.
– A..alô?
–“ Boa tarde senhorita Parker”- logo reconheço aquela voz
– Boa tarde...
–“Como você está?”
– Melhor impossível –falo rispidamente, e ela pigarreia.
– “Acho que você já deve imaginar o motivo pelo o qual estou ligando.”
–Sim...
–“ Sabe também que seus pais ainda se importam muito com você não é?”
– Se você diz.
–“Ora por favor, eles não me procurariam se não fosse muito necessário”
– Sei disso, estão desesperados...
–“Sim estão, e você deveria os escutar”
– Não, não deveria... Já conversei isso centenas de vezes com eles, e expliquei centenas de vezes também que é a minha decisão.
– “Tente mais uma vez, por eles”
– Para quê? Para não dar certo mais uma vez, e eu ver o mundo ao redor desabando novamente? Não obrigado.
– “Riley...”
–É o meu futuro entendeu? A minha vida,e vocês não podem fazer nada á respeito para mudar minha decisão. Passar bem. –desligo o telefone, o colocando com toda força no gancho, já sentindo as lágrimas queimarem o meu rosto, as limpo imediatamente, não queria chorar na frente de Louis. Saio rapidamente pela a porta da frente, preciso ficar sozinha, caminho em direção ao parque. Chegando vejo algumas crianças brincando no parquinho ali próximo, e Deus, lembro imediatamente dos meus pais, me sento em um balanço ali perto que estava vazio, e apenas os observo. Várias e várias memórias inundam a minha mente, e tudo vem como uma pancada forte, e dói, dói muito, que nem naquele maldito dia em que essa batalha incansável começou, sem perceber já estou chorando novamente, dessa vez deixo que as lágrimas corram em minha face. Chorar é aliviante.

P.O.V Niall
Quando já estava a caminho da faculdade, acabo me lembrando que esqueci alguns papéis em casa, suspiro fundo e me viro, dando meia volta,corto caminho pelo o parque, observo as crianças brincando ali perto, sorrio cumprimento ao longe um dos pais. Ao passar por um dos balanços, escuto um leve choro, paro e recuo imediatamente, ao me virar, me espanto. Céus é Riley!. Me aproximo lentamente da mesma, me agachando em sua frente.
– R..Riley?? -toca em sua bochecha com o polegar, ao ouvir minha voz, ela me olha assustada, limpando rapidamente as lágrimas.
– Você não deveria estar na faculdade Horan? –ela me encara.
– Sim, mas voltei para pegar alguns papéis.. –fito a mesma- O que houve?
– Nada, vai lá pegar suas coisas. Você deve estar atrasado. –ela diz com a voz ainda embargada.
– Se não fosse nada, você não estaria chorando. Desabafa comigo. –seguro em sua mão.
– Niall... só me deixe sozinha por favor. Prometo a você que em outra ocasião lhe contarei. – olho para meu relógio, estava atrasado.
– Salva pelo o congo... Certo ruivinha, conversaremos mais tarde. –me levanto e bagunço seu cabelo. Caminho para casa, mas não paro de pensar em uma razão para ela estar chorando. Será que alguém da família morreu? E por que diabos estou com essa sensação de que tenho que ajudá-la? Entro em casa correndo, e vou até a mesa pegando a pasta que esqueci, encontro um Louis sentado na escada, com cara de poucos amigos. O ignoro e sigo meu destino. Já chegando na faculdade, olho para o grande relógio no corredor, ESTOU FERRADO DE NOVO. Então silenciosamente entro pela a porta do canto e vejo o Sr.Burn, ele está de costas lendo um livro para o resto dos alunos que ali estão a escutar ,sento em minha carteira e tiro meu livro da bolsa sem fazer ruído,me assusto quando o Sr.Burn ainda virado de costas fala com tom de voz arrogante
– Suponho que tenha uma explicação dessa vez Sr.Horan, não é a primeira vez que isso acontece.- engulo seco e todos me olham
–Me perdoe senhor Burn, mas acontece que.. –ele me interrompe
– APENAS LEVANTE E VÁ PARA A DIRETORIA POR FAVOR. –assinto com a cabeça, já devolvendo o livro para minha mochila, cerrando os pulsos, saio sem dizer nada, e ando de cabeça baixa para a diretoria. Não percebo quando sem pensar, bato com força no meu armário, recostando a cabeça no mesmo.
– “Seria ótimo se bater em armários resolvesse problemas.”-respiro fundo, para mandar a pessoa ir embora, mas ao erguer meu olhar fico paralisado, a dona daquela voz era muito bonita.Negra mas em um tom marrom, cabelos pretos longos e cacheados ,olhos verdes, tinha um sorriso lindo e covinhas nos dois lados, era baixa.
– Você está bem?- ela pergunta indecisa.
– Sim, não quero ser grosso mas me deixe sozinho por favor - ela entorta a cabeça.
– Jura? Não parece. – então olho para seus pés, era engraçado,havia batatas desenhadas neles, solto uma leve risada.
– Eu adoro batatas, são crocantes e me fazem feliz. – ela gargalha e estende a mão.
– Olá sou Amber . –aperto a mão da mesma em um cumprimento
– Sou Horan... Quer dizer Niall Horan. –ela assente com a cabeça, e ficamos ali, nos olhando por um tempo, noto uma semelhança nela, como se eu já a conhecesse. Meus pensamentos são interrompidos por ela.
– Bom Niall, preciso ir para a biblioteca, afinal, não tenho o dia todo, apesar de ser gratificante ficar olhando pra esses seus olhos encantadores – coro imediatamente, apenas esbanjando um sorriso de canto.
–E eu tenho que ir pra diretoria. –ergo as sobrancelhas, fitando o chão.
– Eita, não queria ter lhe interrompido. Nos vemos depois certo?
– Claro. Até mais –coloco as mãos nos bolsos, e ela sai em seguida, e eu sigo para a diretoria, rio baixo enquanto ando. Quem seria aquela garota?