Ódio no passado. Amor no futuro? escrita por Eduarda


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

oi pessoal, tudo bem?
Demorou, mas saiu. Ta ai o sétimo capítulo, espero que gostem.



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Hannah se recuperou rápido, em uma semana ela estava novinha em folha. Eu havia conversado com ela sobre praticar Tecido, como já havia ocorrido, se eu tentasse impedi-la ela iria fazer escondido, então resolvi apenas deixar ela praticar.

Nessa semana eu não tive notícias de Anna, isso é ótimo! Eu acho. Tinha muito trabalho e não podia ficar pensando nela. Elise avisou que o designer da Wintour ia chegar em uma hora, tinha que estar preparado para quando ele chegasse.

— John, o designer acabou de chegar – Elise tinha acabado de aparecer na porta.

— Ótimo, pode mandá-lo entrar. – Me abaixei para pegar as pastas dos projetos. Foi quando vi aquelas belas pernas chegarem até a minha mesa.

Me levantei e dei conta que a designer era Anna. Porque, meu deus? Porque? Só podia ser castigo. – O que você faz aqui?

— Olha, vou ser bem direta, eu não quero estar aqui e você não me quer aqui, certo? Então vamos ser profissionais e trabalhar, assim terminamos logo e eu vou embora e ambos ficamos felizes, pode ser?

Aquilo me pegou de surpresa, o modo como falou me fez pensar em não ser um babaca e sim um profissional.

— Certo, o que vamos fazer primeiro? – Ela deu um leve sorriso como se estivesse satisfeita por nós nos acertarmos, pelo menos por enquanto.

— Vamos começar pelo projeto 56, outdoor do novo perfume, temática safari. – Ela pegou uma pasta dentro da bolsa – Eu pensei nessa roupa, é parecida com a uma capa da Wintour do bimestre passado, podemos usar as roupas da última capa, o que acha?

Ela me mostrou um macacão bege de calça longa com uma bota de salto alto da Chanel. Ficou perfeito, se encaixava perfeitamente com o outdoor.

Ficamos ali trabalhando por cerca de 2h, faltava apenas um projeto.

— Eu vou pedir um café, aceita? – Eu era louco por café. Puro sem açúcar, existe algo melhor?

— Eu adoraria – o Sorriso simpático me lembrava tantas coisas. Peguei o telefone.

— Elise, pode trazer dois cafés: um café puro sem açúcar e outro com leite, açúcar, uma pitada de chocolate e uma pitada de canela. Ah! Traga também Donats de Framboesa e chocolate branco. Obrigado. – Desliguei o telefone, Anna me encarava – Que foi?

— Você ainda se lembra de como eu gosto o meu café, e também como os donats de framboesa e chocolate branco são os meus favoritos. – Aquilo me fez pensar, eu ainda sabia como ela gostava das coisas e do que ela gostava, isso só foi uma prova que anos tentando afastá-la para esquecer sua existência não adiantaram nada.

— Pois é, tem coisa que a gente simplesmente não esquece.

 Terminamos o último projeto e Elise trouxe nossos cafés. Me sentei em uma poltrona na frente de Anna, ficamos ali tomando café e conversando.

— Porque não contrata um designer? Não é mais fácil do que ficar alugando da Wintour? – Achei que nunca mais fosse me sentar com Anna para tomar um café e ter uma conversa normal.

— Eu não sei, nunca tinha pensado nesse assunto, mas estou cogitando a ideia. – O sorriso que ela me mandou após eu responder sua pergunta me fez explodir por dentro, por quanto anos esperei ver aquele sorriso? Por quantos anos esperei ter uma conversa comum como essa? Acho que a dor que senti a seis anos não foi do orgulho ferido pela traição foi, na verdade, falta de sua presença. – Como foi parar na Wintour?

Ela me encarou com um olhar de que como ela não quisesse lembrar daquele infeliz dia, mas mesmo assim respondeu minha pergunta.

— Eu precisava pôr em pratica os anos na faculdade, a Mary é jornalista em uma revista, ela me disse que a Wintour precisava de designer com experiência em moda, fui e fiz um pequeno desenho, Jack quase teve um surto ao ver meu croqui, disse que era surpreendentemente magnifico, ganhei o emprego.

 Anna sempre foi muito boa no que fazia, na faculdade ela era a melhor da turma, dois meses depois que nos conhecemos, ela fez um desenho do meu rosto, ficou tão perfeito que mandei fazer um quadro e o coloquei na parede do meu dormitório.

...

Flashback John

Estávamos em uma festa da faculdade, Dave tentava me convencer a tentar a chance com alguma garota da festa. Eram todas muito bonitas, mas eu tinha terminado com Rebecca não tinha nem um mês, eu precisava de tempo para pôr minha cabeça no lugar. Foi quando a vi, era linda, tinha cabelos enrolados em um castanho claro que se iluminava a luz da noite, tinha um corpo de dar inveja a muitas mulheres, não era magro, mas era bem distribuído, tinha um rosto poderoso, um olhar que exalava poder e uma boca carnuda.

— Quem é garota que acabou de chegar? Aquela de preto? – Ela usava uma calça Skinny jeans, sapatilhas e uma camisa de cetim preta.

— Aquela ali? É a famosa Anna – então ela era bem conhecida.

— Famosa Anna? Porque esse apelido? – Pelo olhar, ela era bem misteriosa.

— É! Todos na faculdade já tentaram ter uma chance com a bela Anna, mas ela não parece se interessar por nenhum dos caras da faculdade. – Então ela era famosa pela beleza exuberante.

— Bom, é porque ela não me conhece ainda. – Fiz uma cara de convencimento para Dave.

—Cara, desisti. Todos já tentaram uma chance com ela, todos falharam. Porque você acha que vai dar certo?

— Por que sou eu, meu caro.

Fiquei ali por um tempo admirando sua bela estrutura, ela não dançava com nenhum cara, apenas com as amigas. De vez ou outra, ela me olhava e sorria, será que eu tinha chances? É agora ou nunca, vamos tentar a sorte.

— Oi – Tentei parecer calmo, mas ela me causava uma estranha confusão de emoções.

— Oi – Ela respondeu com um belo sorriso. Deus! Eu ia ter um ataque, meu coração parecia que ia saltar pela boca.

— Eu estava te observando ... – Ela me interrompeu.

— Eu percebi – Aquilo me deixou um pouco vermelho, estava tão na cara assim? – Achei que ia demorar para vir falar comigo.

Eu tinha ouvido certo? Ela queria que eu viesse falar com ela? Mas eu achei que ela não desse bola para nenhum cara.

— É mesmo? Eu achei que ... – ela tinha um olhar que dizia “porque você não para de falar e me chama para dançar” – Você quer dançar? Eu sei que agora está uma música lenta mas sei lá.

— Eu adoraria – Ela me deu um belo sorriso, peguei a mão dela e fomos para o meio da pista, pude perceber o espanto das pessoas ao meu redor, e logico, o de Dave também. Ela colocou os braços em meus ombros e eu as mãos em sua cintura, estava tocando Iris, do Goo Goo Dolls, era a minha música favorita, a música combinava tão bem com ela. Ela estava tão próxima, que eu podia sentir sua respiração, ela tinha um cheiro de uma manhã gelada no campo, era energética, mas também era refrescante. Era perfeito, ela era perfeita.

...

John

Eu podia me lembrar como se fosse ontem como foi quando a conheci, ela era tão perfeita. Ela se encaixava perfeitamente no meu espaço vazio, mas foram tantos erros. Será que ela ainda cabia perfeitamente? Porque ela me deixava assim, me sentindo culpado? Eu havia errado? Mas ela me enganou, disse que me amava. Ela ainda me ama? Ou tudo foi uma mentira?

— Pensando em alguma coisa? – Anna me acordou de meus pensamentos. Ela tinha olhos tão lindos, uma boca Maravilhosa. Deus! Como ela era linda.

— Pensando nos projetos. – Peguei os donuts, entreguei um a Anna e mordi um.

Eu tinha que concordar eles tinham um sabor maravilhoso, me lembrava quando ela estava gravida de Jaime, ela me pediu para comprar uma caixa desses donuts as 3h da madrugada. O que dizer? Não ia deixar meu filho nascer com cara de donuts.

— Mesmo depois de tantos anos você ainda não aprendeu a comer? – Anna me apresentou um sorriso tão doce. Eu havia sujado a bochecha com o creme de framboesa. – Deixa eu limpar.

Ela pegou um guardanapo e começou a limpar minha bochecha. Em 6 anos ela nunca esteve tão perto, eu podia sentir seu perfume de novo, sua mão macia tocando meu rosto novamente. Por quanto tempo eu esperei por aquele toque de novo?

— Eu acho que seguindo a regra, é nessa hora que você me beija. – Eu percebi seus olhos tomarem assustados.

Ela se levantou em um movimento rápido, e eu fiz o mesmo, a segurei pelo braço e a puxei para mim. Seus lábios eram doces, como eu me lembrava, era tudo como me lembrava. E o melhor ela queria tanto quanto eu queria, subi minha mão até sua nuca, massageei seus belos cachos. Era como se não existisse mais nada, era só eu e ela, não tinha nada que nos separasse, não havia existido separação, ela estava ali como sempre esteve, só que, dessa vez era real, não era mais um sonho de uma noite sinuosa. Mas, infelizmente, a realidade quis me provar o contrário. Ela se soltou de meus braços, ela não aparentava felicidade, ela chorava.

— Nunca mais torne a encostar em mim, está me ouvindo? Nunca mais! – Ela estava irritada, mas porquê? Ela não queria? Ela não me amava mais? – Já que terminamos, eu vou embora. – Ela estava com uma voz, de como se lutasse para sair cada palavra.

E foi assim, ela pegou a bolsa e saiu correndo. Eu não tive oportunidades de me desculpar com ela. Me sentei em minha cadeira, não tinha forças para ficar em pé. Porque eu a beijei? No momento tudo fazia sentido, mas agora, porque eu fiz isso? Eu não a amava! ou amava? Eu não conseguia usar minha racionalidade quando ela estava perto de mim, eu não posso ama-la, pelo menos, não mais.

 A porta havia ficado aberta, e pude ouvir o celular de Elise tocar, ela tinha uma música de chamada que se chamava Same Mistake do James Blunt, o refrão da música dizia que ela devia lhe dar uma razão, mas que não desse uma escolha, porque se ela desse uma escolha ele iria cometer o mesmo erro outra vez. Era isso eu não iria cometer o mesmo erro outra vez. Quem eu estava querendo enganar? Eu nunca deixei de ama-la, por mais que tentei eu não tive forças para arrancar esse amor de meu peito. Era isso eu amava ela, estava disposto a perdoa-la. Eu quero que o mundo saiba, Eu amo Anna Swan, queria poder escrever isso em um outdoor.


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Notas finais do capítulo

Eai gostaram?
Não esqueçam de deixar o comentário para ajudar na continuação dessa historia.
Beijão pessoal, Até o próximo capitulo.



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