Ódio no passado. Amor no futuro? escrita por Eduarda


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal
Ondem não deu para postar, mas olha capitulo especial.
Beijão.



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John

Tudo estava em silêncio, Rebecca havia ido para sua casa e as crianças estavam cada uma em seu quarto. E no silêncio, me perdia em meus pensamentos. O que Mary quis dizer com “noites chorando de medo”? Do que Anna tinha tanto medo? Eu nunca tinha se quer levantado a voz contra ela, pelo menos enquanto estávamos casados, ela nunca tinha me falado de nada relacionado a isso, assalto ou coisa do gênero, para ela ter ficado com tanto medo. Será que Mary mentira para me fazer sentir mal pelo modo como tratei sua amiga? Eu não sei o que ela quis dizer, mas eu estava curioso.

Eu estava no escritório, apreciando um copo de Whisky, o silencio me fazia bem, era lá que eu podia me concentrar em meus pensamentos. Mas mesmo eu gostando de pensar, aquilo deveria ser esquecido, estava perdendo o sono de novo por causa dela e eu já estava cansado disso. Subi para meu quarto e me deitei, se ia dormir, era outra história.

....

Eu imaginei que fosse bom para mim sair um pouco para aliviar a cabeça, resolvi que íamos ao cinema, no começo Hannah ficou um pouco relutante, mas no final acabou cedendo, na condição de assistirmos um filme que ela escolhesse. Íamos assistir Guardiões da Galáxia, eu nunca tinha ouvido falar desse filme, mas Hannah fez uma lista de como o filme era bom, então apenas aceitamos.

– Certo, vocês vão comprar a pipoca e eu os ingressos, ok. – Rebecca e Hannah foram comprar a pipoca, mas Jaime quis ficar comigo.

Comprei os ingressos e no momento em que me virei, eu a vi, ela estava do outro lado do saguão do cinema, e me encarava.

–Jaime, toma os ingressos e vai encontrar a Rebecca e a sua irmã, fala para elas que podem ir entrando eu só vou no banheiro. – Esperava que ele me entendesse sem fazer perguntas, se ela viesse falar com ele, ia ser um desastre.

– Ta bom! Não demora. – Ele foi bem rápido.

Me virei em sua direção e percebi que ela estava vindo em meu encontro, quando chegou, ela passou reto, ia atrás de Jaime. Agarrei seu braço.

– É meu filho? – Eu podia sentir a voz afinando e os olhos ficando cheios de lágrimas.

–Sim, é o Jaime. – Senti que seu coração começou a acelerar.

– Eu vou atrás dele. – Ela tentou se soltar, mas eu a impedi.

– Está louca? Ele não pode saber que você é a mãe dele. – Ela começou a chorar, aquilo doía. – Você não pode chegar perto dele, sabe da restrição, se você se aproximar vai presa.

– Como pode dormir à noite sabendo do mal que me fez? – Ela tinha ódio na voz – Você é um monstro! Como pude demorar tanto tempo para perceber isso.

– Eu sou o monstro da história? Você consegue imaginar o quanto eu sofri ao saber que a mulher que eu amava me traia? – Aquelas palavras me levavam de volta a 6 anos atrás. A dor era igual. – Eu não podia deixar você perto de mim, aquilo ia doer para sempre.

– E a melhor alternativa foi tirar meus filhos de mim? Pagando para forjarem documentos? Que pai do ano, não? – Ela sofreu, mas eu também, era tão difícil entender?.

– Olha, porque você não tenta me entender? Só um pouco.

– Eu te odeio, te odeio com toda minha alma – Seu olhar com desprezo me machucava.

– Anna, eu acho que vamos assistir Guardiões da Galáxia, pode ser? – Mary apareceu de repente.

– Eu não quero mais assistir, eu vou para casa. – Quando Anna se virou, ela deu uma cambaleada para o lado. Eu a segurei.

– Anna, você está bem? – Fiquei preocupado.

– Eu estou, vamos embora? – Ela não parecia bem, estava pálida.

– Você não parece bem. – Eu estava com medo de que ela passasse mal a caminho de casa.

– Você é meu mal. – Aquilo me acertou como um soco. – Mary, vamos agora!

Mary e Anna foram embora juntas. Entrei no cinema, o filme já tinha começado.

– Onde estava? – Rebecca estava com uma cara nada feliz.

– O banheiro estava em reforma, tinha fila para entrar – Ela não pareceu acreditar muito, mas não queria que ela soubesse que eu encontrei Anna.

....

Quando chegamos em casa as crianças estavam agitadas, havia deixado Rebecca na casa dela, Hannah estava até brincando comigo, isso era estranho vindo dela.

– Cara, você viu àquela hora da explosão, nossa que demais. – Hannah e Jaime estavam conversando e aquilo me deixou feliz, porque esses momentos eram raros.

– A hora da máquina do dedo do meio foi melhor. – Eles riram e isso me deixava mais feliz, apesar de meus erros, nós podíamos ser uma família feliz.

– Boa-noite, pai. – Jaime me deu um beijo e subiu para o quarto. Hannah foi na cozinha e pegou uma lata de refrigerante.

– Boa-noite, pai. – Ela me deu um beijo e um abraço, aquilo fez meu coração palpitar, a muito tempo ela não me abraçava. – A noite foi maravilhosa.

– Pode ter certeza que foi, Berry. – Ela odiava esse apelido, mas mesmo assim sorriu e subiu para o quarto.

Me direcionei para o escritório, me servi com um copo de whisky e me sentei para pensar um pouco. Anna havia dito que eu era um monstro. Eu não era um monstro, eu só estava me protegendo, fazendo uma cúpula para meu coração, doeu muito saber que ela se deitava com outro, ela sussurrava em meus ouvidos todas as noites o quanto me amava. Aquilo era amor? Me traia de dia e me amava a noite, eu sabia que se ela tivesse ficado próxima a mim, eu teria acabado cedendo aos seus encantos, o pior de tudo é que eu devia odiá-la, mas não, eu ainda a amava, eu ainda a amo. Me servi de mais um copo de Whisky.

....

Anna

Minha cabeça explodia, porque ele tinha que ser tão cruel? Me falar palavras tão duras, as vezes eu pensava que a culpa fosse minha, eu devia ter contado a ele sobre o que estava acontecendo, se eu tivesse falado, ele talvez entendesse melhor do que com as outras pessoas falando em sua cabeça. Mas eu já sabia, ele não estava pronto para a verdade e para mim a verdade doía muito.

Mary tinha ido a uma festa com os amigos, não quis ir, estava cansada demais, ia terminar meu chá e ir para a cama.

Acordo assustada com a campainha tocando desesperadamente. Meio sonolenta, caminho até a porta.

– Mas que merda! A Mary não levou a chave de novo. – Aquela campainha fazia minha dor de cabeça piorar.

Abro a porta.

– O que raios você está fazendo aqui?!

– É assim que você me trata, eu vim fazer uma visitinha – John estava na minha porta, bêbado. – Deixa eu testar a sua cama? Vai ser rápido.

– Testar o que? Olha, a única coisa que você vai testar é a saída. – O que ele estava fazendo aqui? E pior, bêbado!

– Nossa você é muito receptiva. – Ele se jogou no meu sofá.

– Não! Pode tirar essa bunda fedendo a bebida de cima do meu sofá novo. – Cheguei perto dele para convencê-lo a sair do meu sofá, ele me agarrou e me jogou no sofá com ele e se apoiou em cima de mim, eu podia sentir seu hálito quente em meu rosto.

– Me solta! Agora. – Ele era pesado, eu não conseguia tirar ele de cima de mim.

– Porque Anna? Me responda. Porque me traiu? – Ele parecia falar sério, mas lembrei que ele estava bêbado – O que você faria se eu tentasse te beijar, hein?

– Você seria uma mulher se continuasse vivo para descobrir, agora saí de cima de mim!

Mesmo bêbado ele era gentil, ele acariciou meu rosto.

– Você consegue imaginar o quanto eu sofri por você? Quantas noites passei acordado, sonhando em como a queria ali, em quantas vezes tive saudades de seus beijos e sua caricias? – Aquilo começava a doer, eu sabia que não tinha sido fácil pra ele, como também não tinha sido para mim. – Você me fez falta, muita falta.

Ele desceu a mão até minhas pernas e começou a apertar a lateral de minha coxa.

– Me solta, John! Agora – Ele parou e virou o rosto para fora do sofá, e vomitou – A MEU DEUS! O meu tapete novo!

Aproveitei e o empurrei e consegui me libertar de suas caricias. Ele caiu no chão e ficou lá, como se tivesse dormindo.

– John, você vai me pagar por isso, pode ter certeza. – Agarrei ele pelos braços e o arrastei até o banheiro, ou melhor, tentei arrastar, John tinha um físico invejável, era alto e tinha um corpo definido e forte, ele era tudo o que uma mulher gostaria romântico, doce, bonito e charmoso (e deus como ele era bom de cama) arrastei ele até o banheiro do corredor, era o máximo que eu podia chegar, eu estava suando. Entrei com ele no banheiro, tirei a camisa, depois os sapatos e por último as calças, deixei-o apenas de cueca.

– Olha só! Eu tiro um cochilo de 5 minutos e você já tirou a minha roupa. – Deus, porque deu a ele uma boca.

– Cala a Boca, John.

Liguei o chuveiro e o coloquei embaixo dele. Quando fui me levantar, acabei escorregando e caindo em cima do colo dele e é claro ele não perdeu a piada.

– Nossa, mas a gente já vai começar, achei que fosse tirar a roupa primeiro? – Ele agarrou minha blusa e tentou tira-la, ao tentar impedi-lo, acabei rasgando a blusa.

– John, era minha blusa favorita!

– Eu garanto que você fica melhor sem ela. – Meu deus, quando ia terminar as piadinhas. – E sem esse sutiã preto também, sabia? – Eu nem tinha percebido que agora dava para ver o sutiã. Droga!

– Você fica ai! Se você se levantar é melhor que seja para preparar o velório.

Peguei uma camiseta, de um ex-namorado da Mary, junto com uma cueca box preta, também de um ex-namorado dela. Peguei uma regata amarela para eu vestir e o celular para ligar para alguém. Disquei Mary.

– Alô? – Ela parecia estar numa festa bem animada pelo barulho.

– Estou com problemas, venha para casa agora.

– Que problemas?

– Explico quando chegar, vem logo! – Desliguei, tinha que voltar logo para o John, ele podia fazer muita merda sozinho.

Quando cheguei ao banheiro, ele ainda estava lá. Ufa! Peguei uma toalha no banheiro, desliguei o chuveiro e o sequei. Levei ele para o quarto, tirei a cueca molhada e coloquei a seca, lhe vesti a camiseta, assim que terminei ele se deitou em minha cama e agarrou um de meus travesseiros e dormiu.

Meia hora depois Mary chegou. Ainda na sala, gritou.

– Qual é o problema? – Ela veio ao quarto, antes dela entrar eu comentei.

– Esse é o problema – Apontando para John dormindo na minha cama.

– OMG! Vocês transaram! – Até num momento desse, Mary só pensa em sexo.

– É claro que não!

– Então, o que ele está fazendo na sua cama e seminu? – Peguei as roupas dele e levei até a lavanderia, Mary me acompanhou.

– O que você vai fazer? – Ela perguntou enquanto eu colocava a roupa dele na lavadora.

– Vou ligar para a noiva dele vir busca-lo. – Estava procurando o sabão em pó.

– Está louca! Ela vai pirar quando souber que ele está seminu e na sua cama, a ex-mulher. – Ela surtou quando soube o que eu ia fazer. Voltei a cozinha, para beber água aquilo de carregar ele tinha me deixado exausta.

– Olha, eu estou pouco me importando com o que ela deixa ou não de pensar, eu quero ele fora da minha cama e da minha casa, ele aqui, só vai me arranjar mais problemas.

– Se a questão é mais problemas é melhor não ligar para ela.

– Está bem, agora me ajuda a tirar o tapete da sala – Ela me olhou com um olhar meio sem entender nada. – Ele vomitou no tapete.

– Ai Deus!

Tiramos o tapete da sala e colocamos na lavanderia, tirei as roupas dele da lavadora e coloquei na secadora. Contei a Mary tudo o que tinha acontecido e também que tinha pegado as roupas dos seus ex-namorados emprestadas.

– Eu disse que elas iam ser úteis um dia. – Ela estava preparando chá.

– Ótimo, úteis para um John bêbado, adorei. – Espero que ela tenha pego a ironia.

Tomamos o chá e cada uma foi dormir, dormi na sala para não dormir do lado de John.

....

John

Deus! Como minha cabeça doía, ela estava latejando, parecia que eu estava levando uma martelada a cada movimento. Onde eu estava? Vestia apenas cueca Box preta e uma camiseta preta, o quarto parecia ser feminino, tinha cores pastéis na parede, mas cosméticos em uma penteadeira no canto, o cheiro nos travesseiros me era familiar. Foi quando Anna entrou no quarto, ela vestia um short de algodão, uma regata Amarela e o cabelo estava preso em um rabo de cavalo, carregava nas mãos uma xícara e pelo odor era café.

– O que você está fazendo aqui? – A cama estava bagunçada – Nós fizemos? – Não terminei porque imaginaria que ela tinha entendido.

– Não, não fizemos nada. – Então o que eu estava fazendo ali? – Você apareceu ontem na minha porta, bêbado e tentou me agarrar, me beijar, rasgou minha blusa e fez piadinhas insinuando coisas.

O olhar dela não era nada bom, ela estava irritada, eu não me lembrava de nada.

– Eu sinto muito, porque eu estou com essas roupas? – Eu tentava me lembrar de algo.

– Você vomitou no tapete e caiu bem em cima, eu te carreguei até o banheiro te dei um banho gelado e troquei a suas roupas.

– Trocou minhas roupas? – Que vergonha, porque eu fiz isso.

– É. Não venha com essa cara, eu já te vi muitas vezes sem roupa, uma a mais outra a menos, para mim tanto faz. – Ela me entregou a xicara de café. – Toma isso vai fazer melhorar a ressaca.

– Obrigado, eu sinto muito pelo que aconteceu aqui hoje, eu estou muito envergonhado. – Eu mal conseguia encara-la – Eu não sei porque fiz isso, me perdoe.

– Toma a suas roupas limpas – Ela me entregou uma pilha de roupas e saiu para que eu pudesse me trocar – Aliás, hoje é segunda-feira e já são 10h.

– O que como assim? Meu deus, o escritório! As crianças! Que merda eu fiz.

– Calma, eu liguei para o Dave, ele mandou um motorista levar as crianças e ele disse que vai manter segredo do que houve aqui.

– Obrigado, eu sinto muito, muito mesmo. E me perdoe se eu tentei de alguma forma passar dos limites com você, eu não queria ter feito isso.

– Tudo bem, o pior que aconteceu foi ter que ouvir suas piadinhas sem graças tipo “ Você fica melhor sem ela” quando rasgou minha blusa. – Aquilo me deixou imensamente envergonhado, com tantas mulheres no mundo, eu havia escolhido Anna para ter feito essa bagunça toda, parabéns John, você é um idiota. – Mas é melhor trocar de roupa e ir embora, eu vou para sala.

Ela fechou a porta e eu troquei de roupa, o quarto dela tinha o cheiro dela em todo lugar e aquilo me deixava louco. Saí do quarto e a encontrei na sala, tomando café.

– Eu espero não ter te atrasado para o trabalho? – Eu nem tinha me ligado que já era 10h e ao contrário de mim ela não era a dona.

– Falei com Jack que tive que ir ao hospital, ele disse que tudo bem e que não precisava ir hoje.

Ela me acompanhou até a porta.

– De novo, eu sinto muito pelo que aconteceu, isso não vai se repetir.

– Eu prefiro assim. Tchau. Ela fechou a porta.

Como eu pude fazer tanta merda em uma noite só, vir até a casa da Anna foi um completo absurdo e o pior tentar levar ela para cama. Isso era um reflexo do que ela fazia comigo, ela estava me deixando louco, me matando aos poucos.


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Notas finais do capítulo

Eai gostaram?
Não esquece de deixar o comentário para a continuação da história.
Beijão galera.



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