A mulher do retrato escrita por Lady Town


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

curiosidade



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Consuelo deixou a filha dormir a manhã toda. Afinal, havia sido uma belíssima noite. Pensou que talvez outras viriam agora que a condessa se instalara no casarão. Luíza desceu para o almoço e logo começou a encher a mãe de perguntas: "Até quando a condessa ficaria?", "por que, afinal, viera? Sim, era sua propriedade, mas ninguém ousou perguntar-lhe o porquê da estadia", "Em que tipo de acidente morrera o filho?", " por isso usava preto?"

— Não sei, minha filha! Mas enquanto ela estiver, Belarrosa será mais interessante!-assegurou Consuelo. Mas que beleza de rapaz o tal sobrinho...se não estivesse noivo poderíamos arranjar seu casamento com ele!

Luíza não se casaria nunca com alguém que os pais lhe arranjassem. Só por amor e não havia ainda conhecido nenhum rapaz que tivesse lhe despertado mais que amizade. Agora que o colégio terminara, seus pais não passavam uma semana sem mencionar-lhe "que já era hora de casar-se", mas Luíza tinha o firme propósito de fugir, se preciso fosse, a casar-se sem amor, mesmo não sabendo exatamente o que sentia uma pessoa enamorada.

Já perdida a manhã, deixou a cavalgada para o dia seguinte e, sem que a mãe percebesse, continuou o interrogatório sobre os Castellini, agora tentando tirar informações da governanta.

— Não sei mais do que todos sabem, menina! - respondeu Amália.

— Mas você é mais velha, tente se lembrar da época em que a condessa vivia aqui ainda!

— Foi sempre uma arrogante. Dava grandes festas. Daí ficou viúva e logo morreu também o filho, num acidente de coche. E então ela foi embora pra São Paulo. É o que sei. Nem os empregados sabem mais que isso a não ser a governanta, Zilda. Esta convive com a megera! Deve saber até seus segredos de alcova!

Luíza, por alguma razão, sentiu-se ofendida com o escárnio da governanta. E, também por algum motivo que não compreendia, precisava saber mais. No dia seguinte, alongou-se no passeio e cavalgou até os portões do casarão. Não havia movimentação nos jardins. Apeou, como se descansasse, e tentava adivinhar, das inúmeras janelas abertas da casa, qual seria a da Condessa. O que importava? Não sabia...De repente surgiu o jardineiro, o que já cuidava das rosas durante o abandono do casarão. Ninguém sabia por que o jardim permanecia cuidado, nem mesmo ele. Era apenas contratado e recebia todos os meses. Luíza apressou-se a voltar antes que o homem a visse. E retornou sem respostas. Parece que só precisava saber que a senhora estava lá. Que não havia ido embora. E aproveitou o sol corando sua face.


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