A Garota do Lago escrita por Flora Medeiros


Capítulo 1
Capítulo 1 - Losing me...


Notas iniciais do capítulo

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Após um dia estressante de treinos o que ela mais queria era chegar em casa e descansar, mas após uma terrível discussão com sua mãe ela saiu de casa com seus patins em busca de algum lago congelado onde ela pudesse patinar sem perturbações. Mal sabia ela que aquela seria a última vez que ela patinaria... Pelo menos por muito tempo.

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— Doutor isso não é possível! Ela estava sem pulso agora pouco...

— Eu sei, eu sei... - Exclama nervoso ao mesmo tempo em que sinto meu pulmão implorar por ar e abro os olhos respirando ofegante.

— Pressão arterial normalizando senhor. – Alguém exclama com terror na voz.

— Minha nossa... Isso é impossível! A pressão dela normalizou... Está 120/80 em milímetro de carbono.

— Você pode me ouvir? Está consciente? – Falou enquanto uma luz enorme invadia meus olhos. – Ai meu Deus, olha a cor dos olhos dela!

— Nunca vi algo assim em toda minha vida. Pupila dilatada, mas também se normalizando.

Foi a última coisa que ouvi antes de cair em um sono profundo.

Acordei com uns sons estranhos de maquina bipando. Olhei em volta e estava em um tipo de gabinete médico. Tinham várias luzes em minha volta e eu estava com o corpo cheio de fios.

Havia uma enfermeira ao meu lado e a mesma me encarava com cara de espanto.

- Ai meu Deus, você acordou... VOCÊ ACORDOU! – Falou eufórica. – Quer dizer... – Limpou a garganta ficando em postura ereta. – Irei chamar o Doutor Machado Senhorita. – Falou pondo um tom sério em sua voz e saindo logo em seguida.

Eu me sentia um pouco zonza e sentia um gosto ruim na boca. Olhei em volta e tinha um controle estranho ao lado da cama. O peguei e tinha dois botões sendo um deles com um símbolo de + e o outro -. Apertei no que dizia mais e de repente minha cama começou a levantar em ambas as partes tanto nas pernas quanto nas costas. Isso era muito legal... Com certeza eu deveria estar em algum hospital de Nova Iorque porque em Chicago com certeza ainda não havia máquinas assim. Eu já estava quase sentada quando tentei diminuir para baixar a cama apertei novamente no + sem querer e a cama começou a levantar mais rápido e eu já estava quase dobrada na cama quando comecei a gritar.

- SOCORRO! – Gritei em busca de alguém quando um homem vestido de branco entra com a enfermeira. Supus ser o tal do Doutor Machado. Minha mãe com certeza já deveria ter dado em cima dele, pois o médico era um quarentão boa pinta. A enfermeira correu em minha direção e pegou o controle fazendo a cama assassina voltar a forma original. – Obrigada.

- Senhorita Sophie... Como está se sentindo? – Falou em tom divertido por ter me encontrado naquele estado.

- Estou bem, quer dizer... Acho que sim...– Falei observando-os olharem atentamente pra mim. – Olha onde está a minha mãe? Ela deve estar grilada por notícias minhas.

- Grilada? – Soltou a enfermeira dando um risinho sendo repreendida pelo médico.

- A senhorita não lembra de nada? – Perguntou o médico.

- Na verdade eu nem sei porque estou aqui... – Falei tentando recordar de algo, mas a última coisa que vinha a minha cabeça era eu saindo de casa com meus patins. – Eu fui atropelada? –Eles lançaram um olhar preocupado um para o outro.

- Com licença... Voltaremos em um minuto.

Saíram e a janela transparente para o corredor revelava uma mulher já com seus trinta e poucos anos que estava vestida de terno e saia. Terno... Nunca vi uma mulher usar roupas de homem... Que coisa estranha, mas eu tinha coisa mais importante para me preocupar. A competição estava chegando e não dava pra perder tempo no hospital.

- Bom dia. Você que é a Sophie? – Falou a mulher de terno entrando no quarto. Ela tinha os olhos azuis e me sorriu gentil.

- Sim, você é...?– Perguntei anda observando o terno dela. Não era de todo masculino, mas ainda assim muito estranho uma mulher de terno. Nunca fui preconceituosa ou coisa do tipo, mas não é algo muito comum de se ver.

- Meu nome é Nancy Styles, sou psicóloga. – Falou me fitando.

- Bom Nancy... Espero que você possa me explicar o que está acontecendo aqui porque amanhã à noite vamos de carro pra Seattle em Washington então preciso me preparar tanto para a competição quanto pra a viagem. – Ela endireitou os óculos e me olhou durante alguns segundos.

- Sophie vai ser muito difícil de lhe contar tudo... Na verdade em todos os meus anos de trabalho nunca encontrei um caso como seu.

- Caso? – Perguntei levantando a sobrancelha.

- Primeiro me diga... Do que você se lembra?

- Eu não sei como eu vim parar aqui! Na verdade eu nem sei onde estou. Tudo que me lembro é que saí de casa pra relaxar porque tinha discutido com minha mãe. – Arqueei a sobrancelha em forma pensativa. – Depois só me lembro de estar andando em direção aos lagos. Só isso.

- Não vou tomar muito seu tempo e nem demorar muito para explicar... Vai ser difícil e até inacreditável o que irei te dizer, mas... – Fez uma longa pausa me encarando e eu já estava começando a ficar nervosa. – Sophie... No dia 26 de março de 1960 sua mãe prestou queixa na polícia devido ao seu desaparecimento. Até ontem ninguém sabia o que tinha acontecido com você.

- Desaparecida? Eu só saí pra... Patinar! – Falei ao mesmo tempo tudo veio à mente...

~FLASHBACK ON~

- Droga de vida! Ela não entende que eu preciso patinar? O gelo é minha vida! Tudo bem que cheguei atrasada para o almoço, mas esse fim de semana já é a competição. Não dá pra perder qualquer tempo que seja. – Falei enquanto andava procurando um lago para praticar á que o ginásio fechava pra almoço.

Após andar por uns 15 minutos encontrei um lago perfeito. Ele estava totalmente congelado e o gelo estava liso... O que ajudava bastante na hora de praticar as manobras. Após observar a linda paisagem soube que havia sido um dia de sorte, pois não estava frio e o vento caia sobre meus cabelos de forma doce.

Me encostei em uma árvore ali perto e pus meus patins. Verificando se o solo continuava firme fui andando devagar até o centro.

Comecei o treino com um Loop e um Salto de Valsa em sequencia. Repeti a sequencia algumas vezes para aquecer e comecei a treinar meu Grand Finale. Corri um pouco em volta do lago e chegando perto do centro fiz o Axel. Um dos saltos mais difíceis que eu tinha decidido para encerrar minha apresentação. Fiz o giro no ar e ao pousar com a perna esquerda senti o solo firme se rachar e abrir sob meus pés. Ao sentir o toque da água gelada com meu corpo entrei em pânico e tentei me agarrar à parte do gelo ainda firme o que só fez o solo se quebrar mais. Comecei a afundar e já sabia que a tentativa de permanecer fora da água era inútil. Minhas suspeitas se confirmaram quando senti meu corpo afundar e tudo se escureceu.

~FLASHBACK OFF~

Eu mal conseguia respirar e me coração parecia que ia pular da boca.

- Sophie? Sophie? Você está bem? Vou chamar o Doutor... – Falou indo até a porta.

- Não. – Falei baixo, quase como um sussurro. – Preciso saber... De tudo. – Falei com a voz

falha.


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