Como Treinar o seu Dragão Interior 2 escrita por Kethy
Notas iniciais do capítulo
Desculpa! Desculpa! Eu sei que estou atrasada!
Bom, tá aqui, fresquinho!
Não me coloquem na fogueira!
No dia da vista da nossa nova equipe, Heather caminhava pela vila apressada e nervosa, no entanto conseguiu andar por ai sem chamar a atenção. Ela se sentiu mais confortável quando Melequento passou por perto. A novata não conseguiu conter seu sorriso, Melequento retribuiu, mas não conseguiu ver um degrau, tropeçou e quase caiu de cara, Heather riu baixo e se afastou rumo à floresta.
“Até que ele é... Simpático.”— Refletiu a morena com um sorriso no rosto. Porém, ele murchou quando outro pensamento lhe veio. – “Não... Ele não deixaria...”— Lágrimas brotaram de seus olhos.
Do nada, um falcão pousou em um tronco a sua frente antes que o choro começasse de verdade. O pássaro grasnou e se inclinou, havia um tubo oco preso em suas costas. Com muito receio e de mãos tremendo, Heather pós um papel já enrolado que tinha escondido no seu sutiã dentro desse tubo e fez sinal para a ave sair voando. Enquanto observava-a indo embora, a novata sentou-se no tronco, apoiou o rosto em suas mãos e começou a chorar, arrependida por não conseguir enfrentar seus medos.
***
Ainda no mesmo dia, um rapaz desconhecido trabalhava forjando armas para uma guerra. Eram afiadas, fortes e resistentes; feitas para perfurar armaduras potentes, dessa vez o inimigo não resistiria. Ele tinha braços fortes cobertos por cicatrizes, tatuagem no queixo, branco de cabelo preto e sobrancelhas grossas. Apesar de a ocasião exigir concentração, seus pensamentos estavam longe, em uma garotinha com que ele costumava brincar quando era criança, cabelos negros, olhos verdes e pele alva. A menina estava em terreno desconhecido e ele temia por sua segurança, entretanto, por mais incrível que pareça, ele tinha consciência de que ela estava mais segura com o inimigo do que em sua própria casa. Sua distração o levou a se queimar no ferro quente. O rapaz reclamou, mas não do jeito que a maioria das pessoas faria.
“Isso dói menos do que com ele.” — O jovem riu consigo mesmo, mais de nervoso do que por achar graça.
— Mas como você é desastrado, primo Eret. – Uma voz arranhada foi ouvida atrás do tal Eret. Ele se virou e deu de cara com o filho do homem do dia em que soubemos da espiã.
— O que foi agora, Dagur?! Agora não posso nem me queimar durante o trabalho?! – Eret se enfureceu, tanto que perdeu a noção do perigo.
— Você deveria me tratar com mais respeito. – Dagur o ameaçou mirando uma faca com a ponta a milímetros do pescoço de seu parente. – E respondendo a sua pergunta: você se ferir, significa que se distraiu; se você se distraiu, significa que você falhou; e se você falhou, significa que é um peso morto, e como você sabe, pesos mortos devem ser descartados. Entende onde quero chegar?
— S-sim, senhor. Sinto muito, senhor. Isso não se repetirá. – Eret abaixou a cabeça, assumiu uma pose respeitosa e odiou tudo o que disse a ele.
— Que bom. Ah, e lembre-se da nossa conversa enquanto ela não volta para casa. Nunca se sabe. – Disse ele com um sorriso maquiavélico.
Eret se segurou para não agarrar o primo. Quando não se podia mais vê-lo, Eret deu um soco na mesa mais próxima.
“Essa ‘família’ não sabe o que é amor.”— Concluiu em pensamento.
***
Heather não teve coragem de ir falar conosco depois do falcão; ela ficou o dia inteiro sem fazer nada na floresta, até que teve coragem de nos encarar. Mais do que isso, ela queria dizer a verdade.
— Eu vou conseguir...! Eu vou! – Heather se incentivava.
Quando ela estava prestes a abrir a porta da casa de Soluço, Heather ouviu risadas. A novata se esgueirou pela janela e nos viu conversando sobre assuntos sérios, mas ainda assim nos divertindo. Quando viu isso, um filme passou em sua mente, cenas mostrando que a pouca felicidade que tinha, havia passado aqui em Berk e viu que éramos o mais próximo de amigos sinceros que ela tinha. – Fora o seu parente preferido, claro. – Não, ela não podia estragar isso. Ela não queria estragar isso.
— Mamãe, o que eu faço...? – Sussurrou ela para o vento.
— Parece que encontrei a nossa espiã. – Melequento chegou de surpresa, mas a garota não se assustou, e até enviou um olhar raivoso. – Desculpa, foi só brincadeira.
— Eu sei... Eu só fico com medo. – Heather falou sem pensar, mas também sem arrependimento.
— Medo de que? – Melequento se aproximou preocupado. O coração da novata acelerou um pouco.
— Eu... Não posso falar. – Heather se virou dando as costas. Ela odiava ter que mentir para uma pessoa que confiava nela e a tratava tão bem, porém odiava ainda mais a ideia de ser odiada por ele. Sua mente ficou confusa e Heather se conteve para não chorar. De repente, ela foi tirada de seus pensamentos por braços que a viraram delicadamente para olhar nos olhos de seu dono.
— As pessoas daqui podem até não confiar em você, mas saiba que eu confio. – Melequento falou enquanto tirava uma mecha dos olhos da garota.
Heather sorriu, não sabia o motivo, pois ainda estava triste, mas sorriu. Quando viu o rosto rubro do Primo-Dragão ela consegui rir, mesmo que baixo.
— Obrigada. – Disse ela o olhando docemente.
— De nada... – Melequento respondeu com vergonha.
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