Como Treinar o seu Dragão Interior 2 escrita por Kethy


Capítulo 15
Voo Romântico


Notas iniciais do capítulo

Que maravilha... Tô atrasada de novo... (-_-)
Whatever ! Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/670125/chapter/15

Como pode me pedir isso?!— Gritou Melequento. – Lo-logo você...? Po-por que você quer que eu a use assim...?!

— Eu sinto muito, mas se funcionar significa que ela é mesmo a pessoa certa para você. Se ela realmente gosta de você, não nos trairia de qualquer jeito. Só estamos tendo certeza.

— Mas... Mas... – Melequento gaguejou.

— O Soluço tem razão, isso apenas vai confirmar que ela é confiável. – Completou Olavo.

Um silêncio desconfortável se instalou entre nós.

— Melequento, por favor, diga não! Um Imprinting é para ser algo especial, um ato de amor puro! Usa-lo para estratégia de guerra... Isso não é Imprinting!— Stormy esperneava desesperada.

— Sinto muito Stormy... – Intervi segurando no ombro da minha nova amiga. -... Mas eu... Acho que seria melhor assim. – Terminei me odiando tanto...

— Astrid, você devia discordar também! Você deveria saber a importância de um Imprinting... E dos Olhos!

“Por que você acha que eu me odeio tanto nesse momento?”— Pensei, mas não falei. – Me desculpe, mas o momento exige uma exceção.

Outro silêncio.

— E-eu acho que isso cabe ao Melequento decidir. – Helga cortou.

— I-isso mesmo, a decisão final é dele! –Perna completou o pensamento. Mais uma troca de sorrisos bobos.

Soluço suspirou.

— Ok, se você não fizer ninguém vai te julgar, mas as consequências também serão suas. – Disse Soluço olhando fixamente para o primo.

Melequento pensou um pouco.

— Eu assumo os riscos. – Eu não percebi tanta confiança assim naquele tom de voz.

Soluço pareceu se odiar também.

— Boa sorte. Dispensados. – Todos se afastaram.

Eu fiquei congelada no mesmo lugar, os Olhos de Dragão tinham muita importância para mim, ainda mais agora que eu soube de todo o seu significado; amor, destino, união... Minha razão e emoção entraram em guerra. O que eu podia ter dito? O que eu deveria ter dito? Eu não pude nem pensar naquele momento.

Vi o Soluço sentado na saída de uma gruta olhando o céu, de alguma forma, isso me descongelou, fui até lá, tanto por querer companhia quanto para conforta-lo. Perto de ele, apenas repousei minha cabeça em seu ombro, Soluço também se apoiou em mim e ainda segurou minha mão; nenhum de nós disse nada, nem pensamos nada, apenas ficamos quietos e juntos.

***

À noite, quando todos estavam dormindo, – Em camas dez mil vezes mais confortáveis do que as do último ninho. Estas eram feitas de folhas ainda verdes e tufos que parecem com algodão amarradas e amontoadas de uma maneira convidativa. – Melequento estava acordado e observou Heather dormindo durante um tempo, tentando reunir coragem, e ânimo, para cumprir sua parte do plano. O Primo-Dragão tentou visualizar o quão divertido isso seria e o quanto eles poderiam ser felizes caso tudo desse certo. Ainda assim, isso não parecia correto. Ele queria que isso acontecesse naturalmente e quando tivesse certeza de que ela realmente era a pessoa. Mas não... Era uma estratégia de guerra, como Stormy disse. E para completar, eles tinham razão, era necessário. Ao se convencer, porém ainda sem ânimo, ele decidiu acorda-la para leva-la ao passeio.

— Heather... Heather... – Chamou ele a sacudindo delicadamente. – Ei, princesa, acorda...

— Melequento, que horas são...? – Perguntou ela rouca de sono se espreguiçando.

Risada sem graça.

— Desculpa te acordar, mas... Você quer... Hã... – Melequento estava bem nervoso. – Quer vir comigo num... Enc...

—... Encontro? – Heather despertou de uma hora para outra.

— É! Isso mesmo! – O nervosismo piorou. – Se você não quiser, quer dizer, tá muito tarde... E-e alguém pode dar por sua falta e achar que você fuigiu... E-e você pode se meter em encrenca... E-e o pessoal já tá desconfiado que você pode estar trabalhando com o...

— Não, não! Eu adoraria. – Disse ela com um sorriso doce. Ela queria mesmo um tempo a sós com ele, pois realmente gostava do Dragão de Fogo.

Melequento ficou calado durante um tempinho.

— É... Sério? – Perguntou ele feito um bobo.

— Claro que sim! – Heather sorriu mais.

Que ótimo!— Melequento deu um pequeno grito. Heather fez um “shiiu” e pôs a mão na frente da boca dele; sem perceber, Melequento também cobriu sua própria boca e acabou tocando as mãos de Heather.

— Tudo bem, ninguém ouviu. – Disse ela olhando em volta. Melequento ficou vermelho ao ver suas mãos se tocando. – Para onde vamos? – Perguntou a morena retirando seu toque.

Melequento tentou disfarçar.

— Para nenhum lugar especifico, só voar por ai... – Falsa confiança.

Heather se animou.

— Maravilha! Vai ser bom voar em um ritmo mais calmo. Meu primeiro voo foi muito... – Heather fez uma careta e não completou a frase.

Melequento se levantou.

— Então se prepare! – Ele sorriu e puxou ela pela mão.

 

Eles foram para uma beirada, Melequento fechou os olhos e respirou fundo. Uma brisa, levemente, morna soprou. O Primo-Dragão sorriu de leve.

— Segure nas minhas costas.

Heather sorriu e o fez, como se o abrasasse.

— Feche os olhos.

Heather o fez, levemente, como se estivesse dormindo.

— Você confia em mim? – Melequento perguntou baixo.

— Confio, sim. – Respondeu ela.

Melequento pulou. A sensação de queda fez a morena apertar o abraço, cerrar os punhos e forçar os olhos. Quando já estavam perto da água e das rochas, o vento parou de vir de baixo e começou a soprar de lado. Heather engoliu seco e abriu os olhos, ela estava perto do mar, e pode ver seu reflexo, ela tocou e espalhou água. A jovem estava montada no pescoço comprido da forma dragão do amigo, sua pele era mais quente que as dos outros e suas escamas tinham um toque de couro. Melequento pegou mais altitude devagar, por precisar de mais apoio, Heather teve que entrelaçar suas pernas no pescoço, – Constrangedor! – mas Melequento não pareceu se importar. Eles subiram até as nuvens, e como eu, Heather precisou tocar. Depois eles desceram até uma ilha com uma grande floresta, voaram bem perto, o vento das asas do dragão espalhou as folhas, estas subiram fazendo uma pequena “nevasca” em cima da passageira, ela ergueu os braços e se sentiu como se fosse uma celebração e ela a homenageada. Mas isso a fez entristecer, até olhar para a montaria; Heather voltou a sorrir e o abraçou. Melequento viu uma oportunidade e fez algumas acrobacias leves, como se fosse uma dança lenta no céu, Heather ficou de olhos levemente fechados, apenas sentindo os movimentos.

— Obrigada... – Murmurou Heather.

O passeio durou um tempo que nenhum deles pensou em contar, acabou com eles de volta na ilha. Melequento voltou à forma humana no ar e foi levitando até o solo com Heather ainda abraçada a suas costas e ainda de olhos fechados. Ela não o soltou quando eles pousaram.

— Heather... – Chamou ele.

— Só mais um pouco...

Melequento sorriu. Eles ficaram abraçados mais um tempo.

Até Melequento lembrar-se o que era para ser feito.

— H-Heather...

— O que foi? – Ela percebeu o tom de nervosismo em sua voz.

— Vai ser meio estranho... Mas... Eu queria que...

.........................

 

No dia seguinte, todos nós acordamos e fomos direto falar com o Primo-Dragão. Ele estava tomando café, não parecia estar muito bem, mas quando ele nós viu, pareceu piorar tudo.

— E aí? – Perguntou Soluço ainda se odiando.

Melequento ficou em silêncio e respirou fundo.

— Tudo feito. – falou ele pesadamente.

Ninguém disse nada, apenas sentamos ao lado de ele para darmos apoio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Será?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como Treinar o seu Dragão Interior 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.