Kallanyn Alleyn e o Amuleto de Tigre escrita por Tali Wentworth


Capítulo 3
Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Narrado por Tiago e Roxanne. A troca entre os narradores está devidamente sinalizada.



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Narrado por Tiago.

Enquanto o trem desacelerava, segui com meus primos e meu irmão Albus para pegar nossos malões. Nós, os mais velhos, havíamos compartilhado um mesmo vagão, e minha irmã Lily e nossos primos que nunca tinham colocado os pés em Hogwarts antes, haviam compartilhado um vagão com a menina que conhecemos na estação e sua prima.

Eu estava feliz por eles terem feito amizade tão rapidamente. Eu tinha certo receio que eles tivessem dificuldade para se enturmar. Durante toda a sua vida, a única pessoa de fora com quem eles tinham interagido de nossa idade havia sido Scorpius Malfoy.

Eles sempre foram unidos como unha e carne, e eu temia se caso fossem para casas diferentes, se sentissem isolados.

Apesar de não saber para qual casa as novas meninas iriam, eu estava animado que minha irmã e primos não se sentiriam solitários, para qual casa fossem, encontrariam um de nós como companhia. Eu, Teddy, Victorie, Molly e Fred estávamos na Grifinória, Albus na Sonserina, Rosa e Lucy na Corvinal e minha prima Dominique na Lufa-Lufa.

Quando já estávamos no sentando no Salão Principal, e nós despedimos antes de cada um ir para a mesa de sua respectiva casa, não pude evitar ficar observando a mesa da Corvinal. Rosa sentou-se próxima a seu grupo de amigas, e bastou apenas seguir alguns outros rostos vagamente familiares para que meus olhos encontrassem Elizabeth Bloedorn.

Ela ria de algo que sua amiga lhe contara, e suas feições se tornaram tão delicadas que senti um sorriso tentar se instalar em meu rosto. Mesmo de longe eu conseguia perceber o contraste das luzes do salão contra seu cabelo escuro, uma cascata negra com tons de azul.

Fazia apenas um ano desde que eu me descobrira apaixonado por ela. E, para meu pesar, dois desde que ela namorava Nathan King, apanhador do time da Sonserina.

Tudo começou quando tivemos uma aula conjunta entre nossas casas e ela me foi designada como par. E então eu me lembro de ela ter rido de algo, e eu ter ficado estático, a encarando maravilhado. Quando ela me perguntou o que havia de errado, tentei rapidamente inventar algo criativo.

Desde aquele dia nos tornamos bons amigos, mais sei que ela me vê apenas como um ombro amigo. E como veria como algo a mais, quando o incrível Nathan King a tratava como uma princesa?

Ela enfim me notou, e acenou para mim e retribui o gesto. Eu não sabia o que fazer. Eu estava cansado de ser visto apenas como um amigo, mas também não queria ser a causa do término dos dois. Nathan era um colega, e eu não podia fazer algo como trair sua confiança, mesmo estando louco por Elizabeth.

— Cara, você ouviu o que eu disse? – Meu amigo William Greens me perguntou, uma mão acenando frente aos meus olhos.

— Não. O que foi que disse? – Finalmente desgrudei meus olhos de Elizabeth. Não era bom alimentar um sentimento que poderia causar tanta dor.

— Eu disse que a seleção das casas para os do primeiro ano irá acontecer... Seus primos e irmã não irão participar este ano?

— Sim, é o primeiro ano deles.

As portas se abriram e diversos novos alunos surgiram em duas filas indianas. Voltei meu olhar para Elizabeth uma última vez. Se apenas por um acaso do destino, ela e Nathan terminasse, eu finalmente confessaria meus sentimentos.

Mas até lá, eu iria enterrar aquele sentimento bem no fundo de meu coração, e ser apenas o amigo que ela precisava. Assim como todos os alunos, aplaudi os novatos. Pude reconhecer minha família facilmente, a maioria com o cabelo ruivo inconfundível e não pude evitar o sentimento de orgulho que me invadiu.

Eu tinha a sensação de que aquele ano iria ser memorável.

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Narrado por Roxanne

Eu estava maravilhada com a arquitetura da minha nova escola. Eu sempre ouvira os comentários de meus pais, irmãos, primos e tios sobre a o quanto Hogwarts era linda, mas ainda assim não consegui esconder o enorme sorriso em meu rosto, maravilhada com a arquitetura. Felizmente, eu não era a única.

Enquanto meus primos mais velhos já haviam seguido para o Salão Principal, nós, novatos, seguimos uma professora que nos deu uma breve instrução sobre o que iria acontecer em seguida.

— Vocês irão passar pelo processo de Seleção. Após eu chamar seu nome, e o Chapéu Seletor indicar qual sua casa, você deverá se juntar a mesa de sua nova casa. As casas em Hogwarts são como suas novas famílias. Desejo que todos gostem de suas futuras casas e façam amizades duradouras.

As portas do Salão principal se abriram, e fomos saudados por aplausos de todos os alunos e professores. Enquanto seguíamos a professora em duas filas indianas, pude identificar vários membros da minha família espalhados em todas as casas. Meu irmão Fred sorriu me encorajando da mesa da Grifinória.

Quando chegamos ao final do Salão, a professora nos mostrou o Chapéu Seletor. Lembrei-me de todas as histórias sobre ele, quando ajudou meus tios na Câmara Secreta, ao levar-lhes a espada do fundador da casa Grifinória.

— Bem-vindos, queridos alunos!  — a diretora Minerva nos saudou. — É com grande prazer que iniciamos um novo ano letivo! Como é de conhecimento geral, todos os alunos que chegam a Hogwarts pela primeira vez irão passar pela Seleção. Desejo que todas as casas sintam orgulho de seus novos membros!

Houve nova rodada de aplausos.

A professora que nos guiara até ali, Sprout da casa Lufa Lufa, começou a nos chamar por ordem alfabética de sobrenome. Minhas novas amigas seriam uma das primeiras.

— Boa sorte! — desejei as duas. Eu havia me tornado muito próxima de Kallanyn durante a viagem no Expresso Hogwarts, e desejava que ela fosse para a mesma casa que eu.

— Adams, Julie. — Chamou ela, e uma garota de cabelo escuro e olho verde se sentou na cadeira.

Quando a professora colocou o Chapéu Seletor em sua cabeça, não se passaram segundos antes que o Chapéu anunciasse que ela iria para a Sonserina. A garota caminhou para a mesa de sua nova casa, sendo recebida com aplausos e sorrisos.

— Adams, George. — Um garoto extremamente parecido com Julie se sentou na cadeira. Aposto que são irmãos gêmeos!

O Chapéu demorou um pouco para dar sua sentença, mas acabou enviando o garoto para a Corvinal.

— Alleyn, Helena. — Minha nova amiga sentou-se na cadeira, olhando curiosa para todas as mesas.

O Chapéu também pareceu incerto sobre qual casa coloca-la, e pude perceber que ambos conversavam, apesar de não conseguir distinguir suas palavras. Finalmente ele anunciou que ela iria para a Grifinória.

— Alleyn, Kallanyn. — Apertei a mão de minha amiga, lhe desejando boa sorte.

O Chapéu mal encostou no seu cabelo antes de anunciar que sua casa seria a Lufa Lufa. Antes de ela caminhar até a mesa de sua casa, ela me deu abraço.

A professora Sprout seguiu lendo nomes e mais nomes em sua lista, e quando eu já estava cansada de ficar em pé, ela finalmente começou a chamar os Weasley.

Sem hesitar o Chapéu mandou Hugo e Lily para a Grifinória. Já meu primo Louis causou um pouco de espera até que o Chapéu o colocasse na Lufa-Lufa.

— Weasley, Roxanne.

Sentei-me na cadeira um pouco apreensiva. Meus pais haviam estudado na Grifinória e meu irmão Fred também. Mas eu sabia que para qual casa fosse, poderia encontrar algum membro da minha família como companhia.

— Interessante. — O Chapéu falou em um tom que apenas eu conseguia ouvir. — Você tem muito de seu pai, um espírito vivo e alegre. Mas também tem um coração bondoso e leal. Para qual casa devo mandá-la?

— Eu não sei... Eu ficarei feliz em qualquer casa. — Fui sincera. Sabia que meus pais não ficariam decepcionados se eu fosse para outra casa.

— Então está decidido. — Ele fez uma pausa e então, com a voz audível para todo o salão, exclamou. — Lufa Lufa!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido a leitura!



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