Bigorna escrita por Captain


Capítulo 1
Timidez curável


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma boa leitura, e é só isso. ♥



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Acordei com o barulho do despertador, meio-dia e meio do dia quinze de maio, mais um dia espetacularmente ''maneiro.'' Me levantei e fui até o banheiro para um banho gelado, já que é a única maneira de eu acordar para a vida e não perder mais o horário da escola... Sai do banho e vesti o uniforme da escola, junto com ele, calcei qualquer tênis, prendi meu cabelo em um ''rabo de cavalo'' e arrumei minha mochila com os materiais necessários daquele dia. Coloquei a mochila nas costas e andei até a sala de estar, sem fome alguma, saí a porta afora e caminhei até a escola, que era perto de casa. Valeu mãe! Eu tenho uma grave doença chamada ANTI-SOCIALISMO pode ser meio estranho alguém da nona série não ter nenhum colega de classe, e foi assim por dois anos até chegar meus quinze anos. Aquilo me incomodava, e isso acontecia pela minha tremenda timidez, não conseguia nem falar com o diretor da escola. Minha mãe sabia desse meu problema e me passou no psicólogo por três anos seguidos, o que não adiantou muito porque eu só olhava para o carpete da sala e apenas cumprimentava a psicóloga. Eu era uma pessoa normal como qualquer uma, apenas era tímida. Me perdi tanto em meu pensamento que esbarrei em uma garota (tá, esbarrar-se em qualquer pessoa é clichê, maasss, foi o que aconteceu) fitei-a por alguns segundos, apreciando seu rosto e tentando reconhecer a tal. Me virei, e sem dizer algo andei até o corredor da escola.
— Pedir desculpas é bom, sabia? - disse a garota em voz alta, mas não parecia zangada -
Me virei para ela, e a vi andando em minha direção, estendendo sua mão após ter chegado perto de mim.
— Ah, qual é? Vai me deixar no vácuo mesmo? - ela olhou para sua mão, indicando que eu apertasse a mesma como cumprimento -
— Eh.. - gaguejei um pouco mas cedi, apertando sua mão e suspirei em seguida - desculpe-me pelo esbarrão, não foi minha intensão.
Me virei como se a última palavra fosse uma despedida e dei um passo adiante. Senti ela apertar minha mão com força, impendindo-me de prosseguir com os passos, me virei rapidamente para ela, novamente.
— É educado se apresentar depois de ter esbarrado em uma pessoa. - ela largou minha mão e deu um sorriso - Já vi que não quer tomar a iniciativa, enfim, sou Laura.
O sorriso dela me encantou, Laura tinha jeito de se amigar rápido, ela insistia demais.
— Amy. - levantei meu olhar para ela - Posso ir agora?
— Não vai se livrar tão rápido de mim, esbarrona.
QUEEEE OUSADIAAAA!!! Mas finalmente largou minha mão e se virou, indo para outros corredores. Fui até a sala de aula, aquela garota.. Quer dizer, Laura, mexeu tanto comigo que nem prestei atenção na primeira aula, fiquei me repreendendo na aula inteira, o jeito de Laura era tão.. Que vou até repassar em minha cabeça o que foi que tinha acontecido. Uma garota com cabelos negros e seus olhos castanhos escuros, mais alta que eu, com suas vestes em um estilo largado (vocês sabem qual é, a pessoa gosta de usar roupas mais largas que elas, o que deixa um pouco sexy em minha opinião hehehe) e pulseiras de couro no braço esquerdo e anel no polegar (Tá, eu realmente prestei atenção nela) quis saber o meu nome? Caraca, nunca tinha passado por isso antes.
— SENHORA WENNEN! - gritou o professor de História meu sobrenome chamando minha atenção - A chamada..
— Presente!
Aquele gritou me fez pular da cadeira, assustada demais para pensar em alguma coisa, parei de pensar no que tinha acontecido. Ouvi o barulho do sinal, já era quatro e vinte da tarde? Intervalo.. Me levantei e andei em direção a porta, saindo da sala e andando pelo corredor até chegar ao pátio, vários alunos estavam em frente a o quadro-notíciario (deram esse nome porque é quando tem alguma novidade) ignorei aquilo e fui até cantina, peguei um copo de suco e me sentei nas mesas ao ar livre, bebi o suco enquanto olhava para algumas pessoas no parque em frente a escola, melhor coisa que tinha na escola era aquela vista. Senti uma mão em meu ombro, me virei para ver quem era e suspirei... Laura, ela tinha razão, não iria me livrar tão fácil mesmo.
— E aí esbarrona, o que tá tomando aí? - disse ela apontando para o copo. -
— Suco de... - olhei para a embalagem e prossegui - Maracujá, quer um pouco?
— Não, mas obrigado.
Ela se sentou do meu lado e ficou me encarando, o que rapidamente me deixou desconfortável. Talvez ela tivesse percebido e se virou para frente, olhando para o parque, junto comigo.
— O que tem demais nesse parque? - Laura falou - é só crianças repetindo várias vezes o mesmo movimento em brinquedo tolos.
— Já vi que não teve infância - suspirei - é realmente o que você falou, elas repetem várias vezes, e não se cansam, é o que me admira.
Eu tinha perdido minha timidez, era isso? VALEU LAURA, você foi melhor que qualquer psicólogo por aí.
— Tá bom observadora, vai gastar seus quinzes minutos aí olhando para esse parque ou ir comigo até o quadro e se inscrever em algum curso gratuito?
Ahh, era por isso que tinha tantas pessoas em volta.. Laura se levantou e me levantei junto, bebi o resto de suco que havia no copo e o devolvi na cantina. Fomos andando até o quadro, forcei meu olhar e fiquei olhando para os cursos que tinha, Laura com uma caneta colocou seu nome em um curso de informatica avançada, após aquela ação ela deu a caneta para mim.
— Vai se inscrever em algo? - ela deu um sorriso de lado - aconselho a colocar seu nome do lado do meu, é o único curso que presta.
Coloquei meu nome á baixo do dela, e Laura tinha razão, é o único curso que prestava. Devolvi a caneta para ela, veio umas duas garotas conversar com ela, o que ocupou toda sua atenção, me virei e sem dar muito atenção para aquilo (não era ciúme! eu nem conhecia aquela peste) fui para o corredor da minha sala, faltava uns cinco minutos para tocar o sinal para ter a continuação da aula. Entrei na sala e tinha mais quatro pessoas dentro da sala de aula, que fixaram o olhar para mim rapidamente, me sentei na primeira carteira, peguei o caderno e um livro, deixando em cima da mesa. Coloquei meu óculos e copiei a explicação da aula atual, odiava usar óculos , mas eu precisava dele, minha miopia estava piorando e em poucos meses teria que trocar o grau do óculos.
As horas se passaram rápido, devo admitir. Olhei para a janela, e já estava escuro, suspirei e guardei os materias, fechei minha mochila e sai da sala junto com outros alunos, indo em direção ao pátio, onde haveria uma palestra até o horário de saída, me sentei nas primeiras carteiras. Outra sala veio junto com a nossa, mas não prestei atenção na qual era.
— Amy, sabe qual é o assunto de hoje? - disse Thiago, eu quase nunca conversava com ele -
— Deve ser sobre aborto, eles disseram na semana passada que iria ser um tema que geralmente acontece no Brasil. - falei sem olhar para ele. -
— Ah sim, quer companhia para ir embora hoje?
— Não precisa Thiago. - dei um sorriso para não parecer grossa -
A palestra se iniciou, e senti novamente uma mão em meu ombro, era a Laura, ela estava na mesa atrás de mim, então me virei e observei seu sorriso aberto, sussurrei um pequeno ''oi'' e me virei. Cinquenta minutos se passaram, e coloquei a mochila nas costas, a palestra se finalizou e me despedi de Thiago com um beijo na bochecha, caminhei em direção a saída, e senti que alguém me seguia até uma esquina, parei de andar e suspirei, com medo.
— Não se preocupa, esbarrona, moro pra esse lado também.
Ouvir aquilo me fez relaxar, sem dizer nada, prossegui com os passos até minha casa, Laura andou do meu lado até o portão da minha casa, e não falamos nada, apenas me despedi dela. Ela se virou e seguiu para o lado oposto da minha casa, fiquei parada no portão.
— Você não disse que morava pra este lado? - perguntei -
— Agora sei onde você mora.
E ela deu um sorriso sacana, mas que bela filha da mãe, mentiu para mim.. Mas achei meio fofo, entrei em casa com um sorriso enorme, me sentei no balcão da cozinha, olhando para minha mãe que se surpreendeu com meu sorriso.
— E esse sorriso, Wennen? - disse minha mãe sorrindo -
— Nada mãe, só estou contente.
Peguei uma maçã na geladeira e voltei a me sentar no balcão. Conversei com minha mãe com assuntos aleatórios até dar dez horas, sai da cozinha e fui para a sala de estar, me sentei no sofá e fiquei assistindo uma das minhas séries preferidas, nem consegui prestar atenção, lembrei do sorriso da Laura. Me levantei do sofá e deixei minha mãe assistir suas séries de culinaria, dei boa noite a ela e fui até meu quarto, terminei de comer a maçã e joguei no lixo do meu quarto, troquei de roupa, e deixei o uniforme dobrado em cima da escrivaninha. Me deitei na cama, deixei meu óculos em cima do criado-mudo e desliguei a luz, fechei meus olhos e em poucos minutos, dormi profundamente.


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Notas finais do capítulo

Tem cheiro de aproximação no capítulo 2, fiquem ligaaaados no próximo capítulo.



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