Sara foi a primeira a acordar. Ainda se sentia tonta e, quando tentou se levantar, sua cabeça pesou e ela teve que voltar para a posição inicial.

Escutou o barulho do trinco da porta e tentou novamente se levantar.

A porta se abriu e ela observou bem a pessoa que estava parada, antes de gritar e soltar vários palavroes.

—PORRA FLACK! PRECISAVA TENTAR NOS MATAR?

—Grissom pediu uma medida extrema e meus técnicos estavam a postos. O gás não iria matá-los, só os manter desacordados por algumas horas.

—E VOCÊ AINDA OUVE O QUE O GRISSOM DIZ? MEU DEUS, QUE TIPO DE CHEFE VOCÊ É, PARA FICAR DANDO MORAL PARA AS COISAS QUE SEUS FUNCIONÁRIOS DIZEM? -Sara voltou a se sentar na cama de dossel que ocupava parte do quarto em que ela estava, junto com uma escrivaninha de madeira real, uma poltrona de veludo e um guarda-roupa espelhado.

As paredes foram pintadas na cor beje e havia uma cortina branca  com renda.

—Como se sente? -Conrad pergunta sem se mover.

—Péssima. Minha cabeça dói e parece que eu tomei um porre.

—Vou pedir para a Selina trazer um remédio. Enquanto isso, porque você não tenta tomar um banho? -Ele sai da porta do quarto e caminha de volta pelos corredores.

Sara tenta novamente se levantar da cama. Ela usa as vigas da cama para se segurar e continua se apoiando em cada móvel até chegar no banheiro.

Quando chega no banheiro, olha para o teto e aradece mentamente por ter uma banheira e, enquanto liga a torneira e espera a banheira encher, começa a tirar sua roupa.

Depois de nua, Sara senta-se na borda da banheira e começa a cantarolar uma musica enquanto espera.

Muitos minutos depois, uando Sara acabara de terminar seu banho, ela se enrola em uma toalha e sai do banheiro.

Em sua cama, viu Grissom sentado olhando na direção de onde ela saía. Pode vê-lo abismado com a imagem dela, mas percebeu que ele não fez questão de tapar os olhos ou virar-se.

—Como você está? -Grissom pergunta sem tirar os olhos do corpo dela.

—Muito boa a sua ideia de nos envenenar com um gás... -Ela responde sarcástica.

—Na verdade, eu pedi ao Flack uma saída rápida e não uma morte eminente. -Ele a olha nos olhos e pergunta novamente. -Como você está?

—Bem, na medida do possível. Confesso que o banho de banheira me ajudou bastante. -Grissom soltou uma risadinha.

—Você tem uma banheira?

—Sim.

—Meu quarto nem banheiro tem. Parece um porão comparado com este. -Ambos riram um pouco e voltaram a se olhar.

Grissom, em um ato de ousadia, se aproximou de Sara e retirou uma mecha de cabelo que caía sobre seu rosto.

—Eu fiquei com muito medo. -Ele diz. -Achei que tinham nos capturado.

—Pensei nisso também.

—Eu não quero te perder. -Grissom consegue fazer com que Sara o encare duvidosa.

Aquilo parecia uma declaração... Parecia, pois na cabeça de Sara, Grissom nunca sentiu nada, alem de amizade, por ela.

—Não é assim que funciona. -Ela desvia o olhar.

—Não entendi. -Responde, a segurando pela cintura.

—3ª Lei de Newton. Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.

—Bem, acho que quebramos essa regra. -Sara o fita e então, Grissom a beija.

Da mesma forma como imaginou, Grissom sente o sabor de Sara. Ela era doce. E ele, por um momento, queria mais do que podia. Queria jogá-la na cama e fazer o que houvera fantasiado durante todo esse tempo, mesmo com sua consiencia gritando e pedindo que ele fosse com calma.

Já ela, sentia vontade de continuar. Sua libido estava aflorada desde que recebeu o olhar de Grissom. Vê-lo sentado em sua cama apenas com um robe era demais para ela. Queria com urgencia que ele a possuisse, nem que fosse em pé, encostada na escrivaninha a sua esquerda.

Ambos queriam se deliciar nos corpos um do outro.

E, quando Grissom levou sua mão até a ponta da toalha e a desenrolou do corpo de Sara, ela entendeu que ele queria, tanto quanto ela, fazer amor.

...

Sara permanecia deitada no peito de Grissom, ainda sem acreditar no que acabara de fazer,

A dor de cabeça havia sumido, ela não sentia mais dores no corpo e se sentia muito melhor fisicamente.

Parecia que nada havia acontecido na noite anterior.

E Grissom também estava diferente. Seu semblante agora estava mais leve e sentiu-se realizado tendo Sara em seus braços.

Era como se nenhum problema existisse.

Mas, infelizmente, aquela calmaria não iria durar por muito tempo. E ambos sabiam disso.

No entanto, eles não queriam conversar sobre isso. Sara relaxava deitada no colo de Grissom e ele, se sentia tão realizado quanto ela. Nada poderia estragar aquele momento.

—ECA!

Selina para na porta do quarto e encara a cena. Sara se enrolava no lençol e Grissom tentava se esconder atrás dos travesseiros.

—Podiam ter fechado a porta. Sorte que eu não estava aqui para ouvir os gemidos de vocês. Meu Deus, eu não precisei passar por essa situação nem com os meus pais... -A menina falava enquanto voltava para o lugar de onde veio.

...

Já vestidos, Grissom e Sara caminham até a cozinha de mãos dadas e encontram Selina almoçando e Conrad tomando um copo de café. A menina desvia o olhar do casal e Conrad ergue a sobrancelha pedindo explicações.

—Vi Gil e Sara transando. -Selina logo fala.

—Como assim? -Flack pergunta curioso.

—S.E.X.O! Entre Gil e Sara. Qual parte o senhor não entendeu?

—Bom, eu fico feliz por saber que vocês usaram o tempo livre que tinha fazendo algo produtivo. No entanto, o dia de folga acabou. Vocês precisam terminar logo a missão. Eu analisei os documentos que a Sara baixou e eles nos deram uma pista importante: Bradovsky irá dar uma festa em sua casa. Será uma festa ao estilo black-tie na mansão dele em Sydney. Vocês dois irão a festa e encontrarão a arma. E, o mais importante de tudo... Ficaram atentos a qualquer movimentação estranha dentro do ambiente. É claro que quero que tomem o máximo de cuidado com a vida de vocês. -Grissom e Sara apenas concordam sem argumentar.

—Muito bem... Eu já terminei de almoçar e agora eu irei mostrar algumas coisas especiais para a caracterização de vocês. -Selina se levanta da mesa e caminha pelo extenso corredor da casa até um dos quartos.

—Pedi ajuda para a equipe que cuida dos disfarces e eles me arrumaram algumas coisas. Temos narizes, queixos, botox para todas as areas do rosto, incluindo preenchimento labial. Tenho cilios postiços, sobrancelhas e tinta de cabelo. -Grissom e Sara se olham enquanto Selina mostrava os itens.

—Eles também fizeram uma digitalização com os rostos de vocês para descobrirem qual seria a melhor caracterização para o disfarce. Sara, você será Radina Koslov e Gil, você será Peter Henrick. Sara, você vai poder usar uma peruca e lentes de contato para mudar a cor dos olhos. Já Gil, terá que pintar o cabelo e a barba, além das lentes escuras. E ambos terão que colocar os implantes.

Novamente Grissom e Sara apenas concordam e começam a se arrumar. Selina havia chamado uma maquiadora profissional para ajudar Sara a colocar os implantes, enquanto que Selina pintava o cabelo e a barba de Grissom.

Quarto horas mais tarde, ambos já estavam arrumados, porém, foram separados durante o processo. Sara terminava de retocar a maquiagem e Grissom a esperava na sala.

Assim que ela aparece, todos, sem excessão, ficam imprecionados com o resultado final. E não era para menos. Sara parecia outra pessoa com aquele vestido cor de vinho, olhos claros e cabelo loiro na altura dos ombros.

Grissom não ficava para trás: seus cabelos e barba estavam completamente escuros e os olhos azuis que tanto chamavam a atenção, estavam mais escuros, devido a lente, além de parecer mais magro. E, para completar, um belo smoking azul marinho.

—Bom, ambos estão irreconheciveis. Isso é otimo! -Flack anuncia. Ele passa dois fones internos e os agentes os colocam.

—São os pontos. -Selina avisa. -Irão ouvir tudo o que dissermos e eles também possuem um rastreador.

—Quero que tomem muito cuidado! Bradovsky é ardiloso e saberá que estão lá se não se comportarem como devem. Lembrem-se: vocês são um casal russo. Ele não pode desconfiar de nada.

—Nos cuidaremos!