Star Trek USS NUUK 1x2 - Saindo pela culatra escrita por Doc Yewll


Capítulo 3
"Dequada"


Notas iniciais do capítulo

"Dequada"

No Pantanal, ocorre um fenômeno natural de deterioração da qualidade da água, por causa do apodrecimento de restos mortos de arvores, denominado regionalmente de "Dequada”



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Kelly, vai visitar Tom Paris para que ela possa conhecer Miral e lhe dar o violão de presente.

Ela teme que os restos emocionais de anos de traumas podem virar restos tóxicos de consequências imprevisíveis!

***

Eles deixam a sala de transporte, escoltados pelo segurança , e no meio do corredor mais dois seguranças se juntaram a eles, Kelly sentiu a tensão, a desconfiança e a angustia em pleno ar, mesmo o homem simpático que os recepcionou na sala de transporte trazia a tristeza por traz de seu sorriso tímido, os tripulantes passavam sem se cumprimentar e Kelly se sentiu como se estivesse andando em uma corda bamba atravessando um precipício todos estavam no limite ela imaginou que a situação só não estava pior porque a capitã dessa nave ainda devia estar narcotizada pelas endorfinas que lhe roubou, perigoso vai ser quando ela sair do efeito do seu toque.

— Não precisa ser betazoide para ver que o negócio aqui esta a ponto de explodir - murmurou Kelly para Vador, ele acenou a cabeça concordando com um ar que mostrava uma certa tensão, - Será que devo levar todos os tripulantes da Wiston para a NUUK? Não estou certa se é seguro manter Mont aqui, parece que o “dia de furia” esta próximo para a maioria deles...

— A senhora se refere à o A Síndrome de Burnout?

— Bem se tem haver com o clássico do “stress te deixa louco” do primeiro século xx terrain o O Filme “Um dia de Fúria” aquele que William Foster, está totalmente estressado após ter perdido seu emprego e sua esposa, sai atirando em todo mundo..– Vador olha para ela com ar interrogativo. – ela desistiu, ninguém a entende mesmo.

— Bem fico pensando, anos sozinhos... Só se defendendo e defendendo uma instituição que não pode prestar qualquer tipo de apoio, gente morrendo a tripulação cada vez menor, trabalho demais... Medo, morte e agora vocês podem imaginar? Eles já estavam no quadrante Alpha quando...

A’Nair a interrompe..

— Estávamos todos no Quadrante Alpha...

— Não fode “numero um” - exclama irritada A capitã Kelly – Não estou falando da gente.

O comandante vira para o conselheiro e tenta esclarecer um pouco as coisas que Kelly estava falando.

— A capitã tem um ótimo conhecimento da era pré-terceira-guerra mundial terrain - BVador acena com compreensão e admite pra si mesmo que apesar de ter nascido e crescido na Terra nunca iria entender a referencia, mas consegue entender o enredo da coisa toda.

— Meu medo é alguém ter um surto psicótico e estourar tudo, meu filho esta aqui, lamento informar, mas você vai vir para cá em empréstimo eles precisam de um conselheiro muito mais que a NUUK.

— Minhas ordens são sobre a NUUK e especialmente sobre a senhora, disse com uma franqueza calma e irritante - Mas se a senhora acha mais conveniente eu posso me transferir para a Voyager..

— Não, não sinto isso no meu coração, você vai continuar meu tripulante, e seguir as minhas ordens.

— Vou ficar numa situação delicada senhora, não posso dividir lealdade...

— Pões uma coisa em seu juízo conselheiro, a lealdade que você deve ter é com a sua consciência... Se você quiser se transferir tudo bem, mas eu sinto aqui dentro – ela demostrou o que sentia dando um soco em seu próprio peito sobre seu coração -... Que seria um erro.

B’Vador sentiu que devia confiar, mas se sentia inseguro, pois tinha certeza que ela estava escondendo muita coisa”...

— Desculpe-me capitã, mas a senhora é muito sensível para um... Um... Humano?

— Meio humana - Kelly sorriu - tem duas coisas que os humanos fazem bem. Guerra e amor – Agora ela deu uma gargalhada sem vergonha - tem humano misturado com tudo quanto é espécie por ai...

— Bem chegamos ao refeitório. - disse um dos seguranças.

— Me esperem aqui, aproveitem para conhecer nossos colegas, eu vou ver meu amigo, ele esta com um recém-nascido não é bom muita gente visitando ao mesmo tempo, voltarei em breve.

Kelly passa as garrafas para o conselheiro, e pega o violão que estava num belo estojo de couro trabalhado a mão, e continua o caminho com um dos seguranças.

— Ela adora fazer isso, vai se acostumando. – Diz Anair com indiferença.

B’Vador ficou esperando que o comandante continuasse a critica, mas ele se calou. Ele tomaria bem uma cerveja gelado agora.

— Obrigada tenente, por favor, me espera na porta eu sairei em breve. – Kelly queria rir, claro que ele ia esperar, por algum motivo não queriam deixar eles sozinhos andando na nave, é, isso é injusto eles se enfiaram em todos os buracos em sua nave, bem, ela estava inconsciente se não estivesse talvez ela fosse desconfiada também, apesar de ter gente que acha que eles estão em férias no Quadrante Delta, Kelly sabia que a vida nunca era tão fácil, e pelo que viu, o buraco é “bem mais embaixo.” Ela deu o sinal da porta e ela se abriu, um loiro não tão jovem Paris surgiu ao mesmo tempo surpreso e triste.

— Comandante Kelly? É você mesmo? Você esta servindo na NUUK?

Kelly estendeu o braço em punho e ele repetiu o gesto, tocando seu punho fechado no dela.

— Se lembra né moleque? Olha só, onde eu tive que parar para poder te cobrar os 300 créditos que você me deve!!!! Ela disse ainda na porta e começou a rir.

Bellana surgiu na porta carregando a criança.

O rosto da klingon estava hilário de surpresa, será que era a calça de couro ou os cabelos soltos chegando até a cintura, talvez as tatuagens, talvez a jaqueta, já sei o violão...- pensava Kelly se segurando para não rir.

— Bem se vocês se sentirem mais seguros o segurança entra comigo...

— Desculpe capitã, - Disse Bellana- eu não esperava, quer dizer me avisaram que iriamos ter uma visita surpresa de um amigo mas..

Kelly cansou de esperar a permissão para entrar e foi entrando. Paris estava meio que atordoado.

— Desculpe-me o mau jeito, voltarei outro dia, eu só vim para conhecer a neta do Owen, mas eu queria deixar o presente.

— Não entre, eu estou surpreso, desculpe é capitã agora? Ele olhou com um descredito divertido.

— É o desespero senhor Paris, a frota me tornou capitã. É muita falta de mão de obra, um marevik como eu, se demorar um pouco viro almirante... Brincadeira, nem sei como virei capitã – ela parou de rir e concluiu com uma voz grave,

— Sei sim, todos meus oficiais superiores morreram na guerra ou enlouqueceram – mas do jeito que a voz grave veio ela se foi e a voz divertida e leve de Kelly voltou – Não esta fácil para ninguém... Enfim esse violão é para sua criança, não tem ninguém na sua família que sabe tocar nada, bando de chato!

Bellana já tinha achado a mulher estranha à primeira vez que a viu, agora ela era amiga de seu marido? Ela não sabia ao certo se gostava dessa história.

Kelly notou o desconforta da Klingon e continuou.

— È senhor Paris, nos fizemos as pazes, minha filha sempre que pode visita sua mãe, ela é amiga de seus sobrinhos, seu pai mudou muito eu lamento se minha nave não foi capaz de ajudar vocês ficarem no quadrante alpha. – Kelly falou com sinceridade,

— Pare ai, não vem com essa história, agora você esta presa aqui com a gente... Exclamou Paris com energia - Se alguém tem culpa é a capitã Janeway,  entregou o leme para o Chakotay, só podia dar nisso! - Ele ria junto com Bellana, Kelly percebeu que devia ser uma piada interna e ignorou.

— Vai ter azar assim no inferno, tanta nave para ajudar vocês a sair daqui, poderia ser o Picard...ai vocês teriam uma chance...ela gargalhou alto abaixou a cabeça, e a levantou com um sorriso olhando para Bellana.

— Fiquei muito impressionada com a senhora, realmente tem muito talento! Estou muito grata, - Kelly abaixou a voz num falso sussurro - mas não fale para o Chef, pois ele vai ficar com ciúmes, aquele velho parece que nasceu grudado aos motores, me deu um baita susto, mas agora já esta lá mimando a NUUK.

— Sr. Paris eu estou preocupada com todos vocês, se precisar de qualquer coisa... Para o bem ou para o mal! Vocês não estão mais sozinhos...

— Será que eu posso? Kelly estendeu as mãos para pegar a pequena preciosidade.

— Eles crescem tão rápido, aproveitem bem, o meu menino ficou comigo até os 4 anos ai a guerra começou eu preferi deixar ele na terra com minha mãe, senti muita falta dele mas era preciso, agora quis o destino que ele estivesse servindo na Wiston agora ele esta aqui...

Um olhar de reconhecimento veio aos olhos de Paris.

— O jovem segurança oriano é seu filho?

— Sim alferes Montemor ou Mont como todo mundo chama.

— Ele é , bem…by the book…

— E´, ele é um ótimo oficial, deve ter puxado ao pai, nunca tive reclamações ou tive que fazer um “controle de danos sequer por ele”. Mas por favor, continue meu amigo e não pergunte se ele teve que fazer “controle de danos” para mim. - ela sorriu um sorriso malandro Paris começou a gargalhar.

Bellana olhou para os dois

— Para tudo! Que diabos significam esse “controle de danos” não parece que seja nenhum problema com engenharia.

— “Controle de danos” é com a reputação, quer dizer encobertar as coisas errados que seu amigo faz. Desde que isso não comprometa ou prejudique ninguém, tipo eu encho a cara durante a minha folga, “coisa que nunca acontece”, ela ri, e a tropa de controle de danos da um jeitão para que ninguém me veja numa situação fora do decoro. Eu particularmente acho que o que eu faço na minha folga é problema meu, mas tem uns hipócritas que ficam querendo cuidar de sua vida pessoal; para evitar problemas às vezes recorremos aos amigos.

— Você tem certeza que você é uma capitã da frota estrelar? Perguntou Bellana. – desculpa sem querer ofender.

—Ofensa alguma! Acredite querida isso é muito comum, só não sou fingida ou hipócrita, é por isso que o pai do Tom e o resto dos figurões me odeiam, bem agora nem tanto... Acho, sei lá, não estou nem ai, eu faço o meu trabalho direitinho nunca ninguém teve motivo para reclamar, ah fora as duas cortes marciais, mas eu fui absolvida... Bem é isso ai, Eu sou Capitã Mariah Kelly Montemor, capitã da nave interestrelar USS NUUK da federação de planetas, muito prazer... Ela sorriu um sorriso bem forçado.

Bellana ria alto agora, essa mulher era o a capitã mais estranha e engraçada que ela podia imaginar, mas ao mesmo tempo por algum motivo ela conseguia a obediência e admiração de sua tripulação, que também era estranhamente não humana, tinha andorianos, klingons, bolianos e cheia de espécies que ela não reconheceu, e até dois oficiais ex-borgs, talvez seja isso uma capitã fora do padrão para uma tripulação fora do padrão;

A criança agora dormia no colo de Kelly que a devolveu com cuidado.

— Você conseguiu faze-la dormir... Sussurrou Bellana colocando-a no berço.

— Precisando de uma baba, eu me prontifico adoro crianças. Minha caçula vai fazer 13 o ano que vem... Agora só é curtir os netos. “Quem sabe o Mont pare de enrolar a Millena e se casa com ela logo” - ela explicou antes que eles perguntassem - Millena é meu piloto chefe, bem vou indo vou ter que me encontrar com seus comandantes.

Bellana abriu a boca para falar alguma coisa, mas recuou o encontro não iria ser agradável, eles encontraram muitas irregularidades na NUUK, coisas que não deviam estar numa nave da frota, enquanto ela começou a simpatizar pela Kelly ela também desconfiou será que ela não estava ali para tirar alguma informações deles?

Kelly sabia o suficiente da vida para não deixar ninguém ficar em apuros sem necessidade por ela.

— Não se preocupe senhora Torres, eu sei tudo que ocorre nas entranhas da NUUK, não se indisponha com seus comandantes por mim, Além do mais acho que o pior já foi resolvido ontem entre eu e a ruiva, Até mais foi um prazer.

Ela saiu e assim que as portas se fecharam Tom se jogou no sofá dando altas gargalhadas.

— “Ruiva!”, - repetiu Bellana com surpresa pela falta de respeito.

— Receio que vai ser difícil elas se entenderem, mas vai ser divertido. – ele falou por entre as gargalhadas.- Ela é o máximo você não acha?

Bellana de repente não sentia tanta simpatia, pela estranha mulher.

No refeitório.

Um simpático boleano os recepcionou na entrada do refeitório.

— Senhores, em que posso servi-los, chegaram na hora certa estamos servindo o jantar. Meu nome é Chell eu sou o responsável aqui.

Vador logo pegou a iniciativa da conversa e se apresentou assim com apresentou Anair, que olhava discretamente tudo com seu irritante olhar arrogante e mal humorado, Vador era bem mais simpático e logo fez amizade com o cozinheiro.

Anair tinha que melhorar sua diplomacia se um dia queria chegar a capitão, de todas as coisas, lidar com seres se-cientes sempre foi sua maior dificuldade. Não que ele se considerasse melhor, mas ele era melhor com maquinas e cálculos do que com pessoas, muitas vezes ele achou que ter ido pelo lado do comando ao invés de continuar na engenharia tinha sido um erro., mas enfim seu jeito estoico e contido batia de frente com o jeito agressivo e emotivo da capitã, como disse o falecido almirante Gomes, ”

— Ela precisa de alguém para lembra-la que ela ainda representa a frota estrelar!” e tem que se comportar como tal.

— Mas, se esse é o caso porque promovê-la a capitão em primeiro lugar?- O almirante tossiu um pouco, limpou a garganta e continuou.

— Ela é um herói de guerra e é competente no que faz, mas quando esta fora de serviço... - ele revira os olhos – Deve ser da cultura de seu planeta, dizem que lá todos são assim, às vezes temos que relaxar os padrões, estamos com pouca mão de obra especializada, não podemos deixar alguém popular como Mariah Kelly de molho colocando ela como capitã compraremos a confiança de muitas colônias nos limites do quadrante betha.

— Colônia de piratas, prostitutas e marginais, é difícil ver aonde podem ser úteis para federação.

— Mão de obra e recrutamento Comandante, fora matéria prima! Tirando as famílias tradicionais o recrutamento na terra é o pior desde começo da federação, não podemos mais padronizar toda frota para o padrão humano, tem que expandir e diversificar.

—Mas tem oficiais bem mais capacitados para colocar a capitã Kelly em prumo! Por que eu? Tem certeza que não é pelo mal estar que ficou entre a frota e meu planeta por me recusar a fazer o “tratamento”?*** Eu não sou obrigado a isso! Seria voluntario, e eu não tenho nada a esconder nunca fiz nada de errado.

Segundos de Silêncio...

— Não foi oferecida a capitania para Mariah Kelly, ainda, na verdade era para ela ser seu primeiro oficial, essa nave pode ser sua.

— Pode ser se...

— Se você não tem nada a esconder, porque você não passa pelo tratamento preventivo e acalma as coisas na área da diplomacia?...

O olhar de Anair se torna frio e decidido.

— Tenho certeza que farei um bom trabalho como o primeiro oficial da NUUK.

O almirante balança a cabeça ciente da decisão do jovem Jnai.

— Então Seja um bom oficial, obedeça e faça menos perguntas.

— Sim senhor, desculpe senhor.


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Notas finais do capítulo

Notas:
*** (TNG: "The Outcast")
Quando um Jnaii era suspeito de ter uma opção sexual diferente da androgenia era chamado de desviante, ele era ridicularizado e marginalizado, e expulso da sociedade, a terapia psychotectic era usada para alterar a identidade do género para androginia. Uma pessoa só seria re-aceito na sociedade, se eles aceitaram este procedimento, alterando por meio dessa terapia sua opção sexual.



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