Reverse Falls - When Gravity Falls escrita por Belle Cipher


Capítulo 1
The First Gravity Fall




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Pacífica e Gideon estavam na Tenda da Telepatia, a super atração cheia de truques falsos de Bud Pines. Toda semana há uma apresentação quase tão estúpida quanto o povo que acredita nela. Por ser a primeira semana de Pacífica na cidade, ela não participaria desse show. Garota de sorte. Mas Gideon, por outro lado...

Falando em Gideon, este soltara uma risada nervosa e arrumou em sua cabeça seu boné, o qual era azul e branco com uma estrela azul, quando uma garota de cabelos rosas acenou para ele.

–Você PRECISA rir assim sempre que uma garota fala com você?-Pacífica perguntou.

–Com você eu não rio assim!-defendeu-se o garotinho.

–Sou sua prima, não conta.

–É só que...sempre sonhei com um romance nas férias de inverno.

–Ah, claro. Fase maluca de se apaixonar até por uma pedra se ela estiver de saia. Tente não levar o "maluca" tão a sério assim. É como se você olhasse para a entrada da tenda e pensasse que a próxima pessoa a passar por ela seria o amor de sua vida.

Então, o policial louco da cidade entrou na tenda, gargalhando como uma foca retardada. Pacífica não conseguiu segurar o riso.

–Pisou na bola, Paz-murmurou Gideon, corado.

–Bem, crianças, preciso que alguém vá pregar anúncios na floresta.

–Não vou, tenho que me preparar para o show-argumentou o garoto de cabelos brancos.

–Que seja. Vai você, garota-ele jogou as placas para Pacífica.

–O quê?! Tio Bud, sempre que vou na floresta sinto que estou sendo observada!

–Ah, nem comece. Pode chover olhos na floresta. Isso não vai atrair clientes. Mas placas vão.

Os protestos da garota entraram por um ouvido e saíram pelo outro. Ela foi, contra a sua vontade.

Para não se perder, Pacífica seguiu o curso de um riacho, o qual ela poderia jurar que não estava ali no dia anterior. De repente, ela ouviu algo como um soluço e em seguida a voz de um garoto pedindo silêncio. Tremendo, ela seguiu a direção dos sons, caminho o qual coincidentemente não a tirava de seu trilha nas margens da água. Depois de uns dois minutos de caminhada, se deparou com uma clareira. Lá, o riacho ficava muito maior e mais fundo, havia flores de todas as cores que se pode imaginar e a grama verde e macia era a descrição perfeita de um gramado de contos de fadas.

Erguendo o olhar ela deu de cara com um par de olhos esverdeados. Eles possuíam um brilho sobrenatural e pareciam mortos.

Mas não estavam.

Pertenciam a um garoto um palmo mais alto que Pacífica. Deveria ter lá seus quinze anos, tinha cabelos castanhos, usava uma roupa formal e uma capa, sem falar na gravata em seu pescoço, que tinha um amuleto de mesma cor e brilho sinistro de seus olhos. O garoto tinha uma expressão impassível estampada no rosto. Ela sorriu para ele.

–Olá, sou Pacífica Pines. Vim passar as férias aqui. Quem é você?

Ele hesitou, analizando-a, como se tentasse descobrir tudo sobre sua vida apenas olhando para ela. Cumprimentou-a em seguida. Sua mão era ainda mais fria que seu olhar.

–Dipper Gleeful-apresentou-se, sua voz desprovida de qualquer emoção-Prazer em conhecê-la.

Pacífica o observou. Ficou surpresa ao supor que aquele era seu típico tom de voz. Mas não havia nada comprovado, ela teria que testar sua teoria.

–Prazer, Dip. Não é novo na cidade, é?

Antes que ele pudesse responder, uma voz perguntou:

–Quem está aí?

Então, um garoto, também vestido formalmente, apareceu. Ele tinha cabelos azuis e um olho assustado de mesma cor. O outro estava coberto por um tapa olho. Pacífica gritou, assustada, e o garoto fez o mesmo.

–Calma, acalmem-se!-disse Dipper-Está tudo bem, Pacífica, ele é muito medroso, não vai te fazer mal. Seus gritos o estão assustando.

Ela parou de gritar e recuou lentamente até bater as costas em um pinheiro, ouvindo um ruído metálico vindo do tronco do mesmo.

–O que...-ela murmurou.

Virando-se, a loira viu algo como uma pequena maçaneta dourada. Girando a mesma, uma portinha se abriu, revelando um livro cor de vinho com uma mão dourada de seis dedos, na qual havia um número 3 escrito com tinta preta.

–É um diário-informou Dipper, observando o livro nas mãos da garota-Tenho outro desse, o meu é o segundo. Nele há nomes de criaturas que vivem em Reverse Falls e explica como lidar com elas. É bom ter um desses quando está na floresta.

–Mabel está vindo!-exclamou Will.

–Mantenha esse diário escondido. Não mostre-o a ninguém em quem não confie cem por cento. Se por acaso der de cara com uma garota muito parecida comigo, corra. Ela é Mabel Gleeful, minha irmã gêmea e a pior pessoa que já pisou neste planeta.

–Dipper...-mumurou Cipher, em um tom de urgência.

–Vá!-falou o garoto, em um tom de ordem.

Pacífica detesta receber ordens, mas dessa vez não criou caso. Ela saiu correndo, seguindo o riacho em direção à tenda. Não sabia quem era essa tal de Mabel Gleeful, mas a forma como Dipper falou dela fez a loira ter certeza de que não queria conhecê-la.

–------------

Ao chegar na tenda, procurou Gideon por todo lugar. O show havia acabado há meia hora o que a fez imaginar quanto tempo demorara na floresta.

–Hey, tio Bud, onde está o Gid?

–Saiu na floresta com uma menina de cabelos rosas.

Pacífica se lembrou da garota que viram mais cedo. Apesar de não comentar, a loira viu algo de estranho nela. Decidiu ver se o diário dizia algo. Achou uma coisa interessante:

"Sereias: garotas bonitas, metade peixe, que cantam para tripulantes de navios, blá, bla, blá. Em Reverse Falls não é bem assim. Por aqui, são belas garotas de cabelos rosas que podem assumir a forma humana. Convencem os garotos a irem em encontros com elas na floresta e os afogam na parte mais funda, localizada em uma clareira, de um riacho da cidade"

Pacífica saiu correndo em direção à clareira, trombando com Dipper no caminho.

–Meu primo...sereia...vem!-ela disse, agarrando o pulso do garoto e o levando com ela.

Quando encontraram Gideon, ele estava no meio de uma conversa com a garota.

–Preciso te contar algo-ela disse.

–Conte-Gideon falou.

–Sou uma ninfa.

–O que...-Pacífica murmurou-Nossa, passei longe.

Ela procurou no diário e achou uma página dessas criaturinhas:

"Ninfas: espíritos da natureza que parecem humanas e possuem cabelos das mais diversas cores. Fraquezas: desconhecidas. Não é motivo para preocupação. São criaturas calmas e pacíficas...quando não as irritam"

–N...não!-ao parar de focar no livro a loira ouviu Gideon dizer-Não posso me casar com uma ninfa!

–Péssima escolha de palavras-murmurou o garoto ao lado da Pines.

Dipper correu até o de cabelos brancos, fazendo um sinal para Pacífica seguí-lo e ela o fez. Ele agarrou o pulso de Gideon e os três correram em direção à Tenda da Telepatia.

A ninfa atrás deles estava furiosa. Chamou outras criaturinhas como ela e foram atrás do trio, que disparou pela floresta. Em meio a corrida, o Gleeful virava para trás em certos momentos, lançando um fogo esverdeado na direção dos espíritos da natureza.

Uma das ninfas fez galhos brotarem do chão e Pacífica ficou presa. Gideon estava prestes a voltar, mas Dipper falou para ele continuar a correr. O Gleeful se abaixou em frente à loira e usou mais uma vez aquele fogo esverdeado, colocando-o nos galhos e controlando-o para não queimar a garota. Logo ela estava livre e eles voltaram a correr.

Estavam a alguns metros da tenda e não viram nenhum sinal de Gideon. Mas tinham mais com o que se preocupar no momento, como o fato de estarem encurralados entre a parte de trás da tenda e as ninfas.

–Atrás de mim-Dipper disse e Pacífica o fez sem discutir-Fraquezas?

–Nenhuma.

–Ah, que lindo...-murmurou-Bem, hora de improvisar.

Ele ergueu uma mão na direção das ninfas. Seus olhos assumiram um brilho maior do que o normal e sua marca de nascença ficou mais destacada. Uma luz esverdeada envolveu sua mão e seu amuleto brilhou. Ele não se surpreendeu, já que isso sempre acontecia quando fazia qualquer tipo de magia.

Dipper se concentrou, imaginando um portal que levasse aquelas criaturas para qualquer outro lugar do planeta. Assim que o mesmo foi criado, tudo ao redor começou a flutuar, inclusive a dupla.

–QUEDA DE GRAVIDADE?! ISSO TINHA QUE ACONTECER?! COMO FEZ ISSO?!-gritou Pacífica por cima do barulho do vento, enquanto se agarrava a uma planta no chão.

–ACHO QUE NEM EU SEI-respondeu, se agarrando a um galho.

A planta a qual a loira estava agarrada se soltou do chão e a garota deu um grito ao sair flutuando em direção ao portal. Dipper segurou-a pela cintura, enquanto pedia que parasse de gritar para ele pensar em uma forma de desfazer isso.

No final, não foi necessário. O portal desapareceu por conta própria quando todas as ninfas foram carregadas pelo mesmo. Assim que isso aconteceu, a gravidade voltou, derrubando a dupla no chão.

–Ai, me desculpe, Dip! Eu não queria cair em cima de você!-disse Pacífica, mordendo o lábio.

–Não se preocupe, estou bem.

–Caramba, por que simplesmente você não fez as ninfas sumirem?

–Posso materializar coisas, não fazê-las desaparecerem. Ah, e me lembre de NUCNCA MAIS fazer um portal aparecer.

–Vem, vamos para a minha casa, é um quilômetro da tenda. Vou pegar água e fazer um pouco de comida para a gente.

Dipper estava faminto, então concordou.

Acabou que encontraram Gideon na cozinha e contaram o que acontecera. O de cabelos brancos soltou uma risada irônica.

–Não precisavam contar. Toda a cidade sofreu o efeito disso.

E, dito isso, ele saiu pulando pela casa.

–Efeito do açúcar?-Dipper perguntou.

–Nah, ele é assim mesmo-Pacífica riu-Bem, sempre que quiser vir aqui em casa ou na tenda, sinta-se bem-vindo.

–YUPIIIIII!-gritou Gideon rindo enquanto corria atrás de seu porco.

–Aqui-o Gleeful colocou um colar com um pingente de estrela cadente no pescoço de Pacífica-Você e Gideon parecem ser o tipo de pessoas que são imãs para encrenca. Se precisar de ajuda, aperte o pingente.

Ela sorriu.

–AWWW, QUE COLAR LINDO!-ela disse animadamente, dando pulinhos.

Será que todos os Pines são assim?, pensou o garoto.

Quando Dipper foi embora, Pacífica subiu até seu quarto e começou a escrever no diário, a partir de onde o autor parara.

"Enquanto lia este diário, vi uma página onde estava escrito: NÃO CONFIE NOS GLEEFUL! Mas quando você corre de ninfas raivosas ao lado de um e ele te salva não só delas, mas também de ser levada para dentro de um portal você meio que sente que pode confiar nele. Não sei se dá para entender, mas estou falando de mim. Na verdade, acho que já tinha dado para entender. Ah, deixa quieto.

Enfim, eu não tive nenhum motivo para duvidar de Dipper Gleeful. Mesmo ele tendo aquela expressão impassível e voz sem emoção que são meio sinistros, acredito que posso confiar nele.

Não sei quanto ao resto dos Gleefuls e, para ser honesta, não sei se quero saber. O modo como ele falou de sua irmã gêmea, uma tal de Mabel Gleeful, me deixou assustada.

Olha, não sei quando voltarei a escrever e nem SE o farei. Se minhas anotações acabarem de repente, é porque um monstro acabou comigo ou então conheci a Gleeful e não sobrevivi para contar a estória. Ou então é porque estava com preguiça, o que é bem provável, já que sou bem preguiçosa quando se trata de escrever.

Bem, por enquanto é só isso. Espero atualizar em breve.

Realmente espero.

–Pacífica Pines".


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