Caro desconhecido... escrita por Miss Sant


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

hey ho! kkk, vocês adivinham tantas coisas kkk



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Samantha Puckett

Bati a porta do desconhecido e suspirei, ainda me dispus a um riso fraco. Ele sabia mesmo satisfazer uma mulher. Me surpreendi com o prédio um tanto refinado para o tipo de apartamento.

— Nova York e suas loucuras arquitetônicas, por isso eu amo essa cidade! – disse descendo o elevador.

Sai do prédio sem olhar pra trás, não ia gravar o lugar, ou à noite inconscientemente, eu poderia simplesmente aparecer pra mais uma sessão de orgasmos múltiplos. Assim que eu peguei o táxi Lily me ligou.

—Diz Ly.

—Você tem que parar de me chamar assim sabia? É Carly. Vamos, repete comigo. Caaaarly!

—Caaaarly, fez o que te pedi?

—Fiz, de nada. Outra coisa que você tem que parar, eu sai correndo do trabalho sabia? Eu tenho uma audiência em meia hora, que pra sua sorte é perto do trabalho. Poxa Sam, se você vai sair por ai dormindo na casa de estranhos, leva uma roupa.

—Carly, meu amor, será que dá pra reclamar depois? O setor jurídico é muito bem pago pra você reclamar tanto.

—Ahhh, Samantha, você me estressa.

—Ok,baby. Já estou chegando. Onde você esta?

—Na minha sala.

—O que? Carly, eu não posso subir assim, eu tenho uma reputação a zelar.

—Pensasse nisso antes de sair pra dar no meio da semana do trabalho.

—Ugh! Seja menos agressiva, por favor, o que eu faço é uma consequência não um objetivo.

—Tá. Te vejo no Eleven.

Carly, a salvadora da pátria, melhor amiga, chefe da área jurídica das indústrias Bass. Encontrei Carlotta no Eleven Madison Park. Eu estava sentada em uma mesa escondida e próxima ao banheiro, quando Carly chegou trazendo as roupas. Troquei- me apressadamente, e durante o almoço  ouvia Carly falar de mil processos.

Até a nossa querida Carls, questionar me questionar sobre a vítima da vez, ao que  respondi de maneira despreocupada demais. Carly achou estranho e preferiu não comentar, mas Samantha sempre contava detalhes das noites. Sobre essa sexta-feira, ela disse de maneira turbulenta:

—Ah, foi normal. Sabe o de sempre? Um cara qualquer numa boate, bonito, achei que seria bom de cama, e foi... Aliviou o estresse. – Sam terminou com um suspiro.

—Carls, qual o horário da reunião?

—A minha é logo depois da sua.

—E que horas são?

—São 2h20min, pm! Ai meu Deus, corre Sam.

—Droga! Eu vou me atrasar...

INDUSTRIAS BASS, Sam

Cheguei ao prédio ofegante e aproveitei os momentos no elevador para me recompor...

Estava com os olhos fixos no espelho, enquanto passava um batom vermelho mate na boca. Vindo diretamente do nada, navegando em ondas para me assustar surge o toque do celular. Uma musica altíssima com um sono de guitarra me fez derrubar o batom.

— Quando eu mudei meu toque? – pensei, e em seguida atendi a ligação.

— Alô?

— É uma bela maneira de me deixar seu telefone sabia? Estou impressionado...

— Quem é? – respondi impaciente.

— Já se esqueceu de mim? Do homem que te fez gritar tanto que ficou rouca? Do caro desconhecido que a fez gozar enlouquecidamente.

Eu estava ficando vermelha, desconcertada com tamanha ousadia, perdendo o fôlego ao lembrar das sensações que aquele homem me causou... Respirei fundo para responder.

— Ainda esta ai? Ou esta sonhando acordada? Esta perdendo o fôlego?

Gargalhei antes de respondê-lo.

—Por acaso esta desesperado? Eu não vou te ver novamente, desista. Por sinal, como você conseguiu o meu número mesmo?

—O que? Você é lerda ou ocupada demais? Como não percebeu que esse não é seu celular?

—O que? Mas é claro que... – Verifiquei a senha – senha incorreta – Mais uma vez, eu não fui tão descuidada... E ai vem a confirmação.

—Por acaso seu toque é um solo de guitarra?

—Claro que não. Caramba, não pode ser... Esse celular é minha vida sabia?

—Sei, você tem um agenda perfeita, e fotos maravilhosas...

—Será que você pode não olhar o meu celular? Olha aqui, eu não sei o que você é, ou quem você é, e isso nem me interessa, mas se algo acontecer com meu telefone ou minha agenda perfeita, eu juro que você vai se arrepender. Portanto, vamos adiantar esse papo chato, e você entrega o celular para a minha assistente... Ah, pode ser no metrô?

—Qual o seu problema? Você não consegue pedir por favor? O que faz com que você presuma que deveria me curvar aos seus pés?

—Você mora num aparamentozinho mediócre, enquanto eu transito pelo palace. Tenho que dizer mais alguma coisa?

—Você não me conhece.

—Não, você que não me conhece. Eu entendo que eu seja cativante, fascinante, o tipo de mulher com a qual você claramente não esta acostumado a lidar. Mas foda-se você e o que você pode lidar, eu quero meu celular de volta, imaculado.

—Seu celular é tão virgem quanto você.

—Eu vou te denunciar por roubo.

—Vai? Você está com o meu celular nesse momento. E quer saber? Eu cansei. Eu ia ser legal com você, mas você não merece. Então, essas são as minhas condições, se você quiser seu celular de volta, você terá que pegá-lo, pessoalmente, e me dar algo em troca. Você vai jantar comigo essa uma noite. Eu te mando um sms com o local e o horário.

—Você deve ter algo que te comprometa no seu celular.

—Não Darling, ele é completamente novo e sem senha.

—Eu não vou a lugar nenhum!

—Não? Então talvez eu devesse olhar as suas fotos, responder os seus emails, e avisar ao seu chefe que você esta atrasada por que, passou a manhã dando pra mim. Te vejo em algumas horas baby!

A campainha do elevador anunciou a minha chegada ao 34º andar. Isso não estava acontecendo comigo, eu não estava sendo chantageada por um suburbano apaixonado.

Corri para a sala de reuniões cumprimentando o corredor de mesas com leves acenos de cabeça. Assim que cheguei à sala, abri a porta com tanta força que pude ouvir o desconto da minha raiva no som estrondoso. “Merda!”

Uma mesa oval de vidro com pelo menos 20 pessoas virou a cabeça para mim, mas eu os ignorei facilmente, estava concentrada no homem de pé, na cabeceira da mesa. Ele estava de costas, mas reconheceria sua postura em qualquer lugar.

—Então, Samantha, sempre com entradas triunfais? – Ele deu um riso fraco e eu respirei surpresa. Prazer , eu sou...


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