Declaração

Stiles observava Lydia de pouco em pouco enquanto dirigia, ela ainda estava adormecida, porém sua expressão agora era tranquila. Ela ia ficar bem. Stiles estacionou o Jipe e saiu de encontro a Scott que estava sob a moto parada ao lado do carro, em frente a sua casa.

– Me ajude a carregar Lydia até o quarto.

– Sim. Claro.

Scott desligou a moto e desceu, acompanhou Stiles até o Jipe no lado do passageiro, Stiles entregou a chave da casa para ele e então puxou Lydia para fora do carro erguendo-a em seu colo. Scott fechou a porta do Jipe e passou a frente de Stiles no intuito de abrir a porta da casa.

– Tem certeza que não quer que eu a carregue? Sabe que não pesa nada para mim, certo?

– Não! Tudo bem, eu aguento. A Lydia nem é tão pesada.

Stiles falou dando uma bufada. Scott foi abrindo passagem pela casa cheia de cadernos e revistas espalhadas, abriu a porta do quarto de Stiles e esperou até que ele depositasse Lydia sobre a cama.

– Então, alguma novidade do seu pai?

– Nada ainda. Acho que a polícia não foi notificada sobre o desaparecimento dela. O que é bom para nós.

– Sabe que Theo não desistirá fácil, não é?

– Sei. Temos que descobrir o por que dele estar atrás da Lydia.

– Concordo, mas agora precisamos descansar. Vocês ficarão bem? Quer que eu fique também? Posso chamar o Liam para ajudar.

– Não, tudo bem. Meu pai vai estar em casa logo. Ficaremos bem. Meu pai instalou um novo sistema de alarme. Mesmo Theo e seu bando não passariam sem acioná-lo.

– Ok, nos vemos amanhã então. Na minha casa. E Stiles, cuide dela.

– Pode deixar. Até amanhã. Aviso qualquer coisa.

Stiles acompanhou Scott até a porta de entrada da casa. Se despediram mais uma vez, e então Stiles fechou a porta. Scott colocou o capacete, ligou a moto e deu a partida. Voltando ao quarto, ao entrar Stiles encontrou Lydia acordada.

– Lydia? Ei, você esta bem? Como esta se sentindo?

– Bem melhor agora. Tenho que agradecer Deaton depois. Onde esta seu pai?

– Ele ainda não chegou, mas deve chegar logo. Você precisa de alguma coisa?

– Bem, eu não aguento mais usar essas roupas ridículas de paciente de um sanatório. E estou com um pouco de fome. Mas não se preocupe, já fez bastante por mim.

– O que? Não foi nada, sabe disso.

Stiles caminhou até o closet, abriu a porta, e procurou dentro dele por alguns segundos. Puxou para fora uma camisa cinza e apontou na direção de Lydia.

– Aqui. Vista isso. Não é bonita como seus pijamas, mas é confortável.

– Esta ótima, obrigada.

– Enquanto você se arruma eu vou até a cozinha pegar algo para você comer. Quer algo em especial?

– Qualquer coisa serve Stiles.

Lydia havia se levantado e estava caminhando em direção ao banheiro.

– Perfeito. Porque temos pouca coisa em casa mesmo.

Stiles falou coçando a nuca, deu um sorriso e começou a caminhar em direção a cozinha. Parou na porta do quarto e deu uma olhada para o banheiro, Lydia tinha deixado a porta aberta, ele a viu de sutiã olhando-se no espelho enquanto tirava as calças. Ela era tão linda. Depois de alguns segundos Stiles percebeu o que estava fazendo, balançou a cabeça e saiu do quarto. Quando retornou, Lydia já estava arrumada e tinha se acomodado novamente na cama dele.

– Trouxe um sanduiche de peru e suco de laranja. Espero que goste.

– Parece delicioso! Obrigado.

Lydia deu uma mordida no sanduiche e fez uma expressão de prazer chegando até a soltar um “huuum”, parecia que ela não comia algo decente há um tempo.

– Não conhecia suas habilidades culinárias Stiles. Está de parabéns.

– Obrigado. Sabe eu não costumo divulgar muito, mas sou ótimo nisso.

Os dois riram.

– Ahn, meu pai ligou, ele disse que ainda não ligaram para a delegacia o que significa que provavelmente só irão avisar sua mãe pela manhã o que nos dá tempo para planejar.

– Ótimo, isso é bom. Poderemos descansar por uma noite.

Enquanto Lydia terminava seu lanche, Stiles apenas a observava, feliz por tê-la em segurança finalmente.

– Stiles...

– O que foi?

– Precisamos conversar.

A expressão de Lydia agora era séria, concentrada, como se o que ela tivesse a dizer fosse de extrema importância.

– Tem algo errado? É sobre o que fizeram com você? Sobre os Doctors?

– Não. Iremos falar disso também, mas tenho outro assunto mais urgente antes. Algo que eu deveria ter te contado há muito tempo.

– Não acha que o assunto mais importante agora é falarmos das criaturas que estão tentando nos matar? E matar nossos amigos?

– Stiles! Por favor! Preciso falar isso agora justamente porque não sei se vamos sobreviver a tudo isso. E eu nunca me perdoarei se você nunca souber.

– O que é?

Stiles estava tenso, sua respiração começava a pesar, dava para perceber que a ansiedade estava tomando conta do seu corpo.

– Como eu começo...bem tem a ver com o que fizemos na Eichen quando me encontrou. Com o beijo que te dei, depois que você me beijou. Enfim.

– Lydia você não precisa se ex...

– Eu te amo Stiles!

BAM. Era real, ela não estava alucinando quando disse isso antes. Stiles não conseguiu esconder a surpresa em seu rosto quando a escutou falar. Tanto tempo esperando por isso, e agora que estava acontecendo ele mal podia acreditar.

– Lyd...

– Eu sei! Me desculpe! Eu deveria ter te contado isso há muito tempo. Estou apaixonada por você Stiles. E eu sei que você seguiu em frente, e que eu perdi minha chance. Sei que me beijou para me salvar apenas e eu...

– Espere! Espere! Lydia!

Lydia se calou e respirou fundo, ela já tinha lágrimas rolando em seu rosto. Stiles estava atônito ainda se recuperando do choque das palavras de Lydia, mas dentro dele seu coração dava saltos de alegria.

– Há quanto tempo? Há quanto tempo esta apaixonada por mim?

Stiles perguntou olhando diretamente para os olhos dela.

– Desde,... desde que eu beijei você para parar o seu ataque de pânico. Eu sabia que sentia algo forte por você antes disso, mas só tive certeza depois daquilo. Mas eu também estava com medo, sinto muito! E então tudo aconteceu tão rápido, você começou a ficar doente, e quando eu terminei com Aiden e estava pronta para ir falar com você descobrimos que você não era mais você.

– Eu estava possuído pelo nogitsune.

– Isso! E quando tudo finalmente acabou, e eu estava pronta mais uma vez para me declarar você chegou com a Malia. Eu não queria destruir aquele momento, destruir sua felicidade. Não depois do que você tinha passado, depois de tudo que nós tínhamos passado.

– E depois de todo esse tempo, você ainda gosta de mim?

– Sim. Mas me sinto terrivelmente mal agora por ter te beijado, não quero que a Malia me odeie. E sei que você a ama. Eu só precisava te contar isso, não queria morrer sem que você que você soubesse disso.

– Lydia você não vai morrer! Nenhum de nós vai! E sobre a Malia, nós terminamos.

– O que? Do que esta falando?

Lydia demonstrava confusão.

– Você não ficou sabendo por que estava internada. Terminamos há alguns dias já.

– Por quê?

– Porque somos muito diferentes, queremos coisas diferentes. E porque apesar de ter tentado eu nunca vou amar alguém como eu amo você Lydia Martin.

Dessa vez a expressão de surpresa foi de Lydia. Stiles segurou firme as mãos dela e continuou:

– Você tem razão, seu tempo é uma merda mesmo. Mas eu nunca deixei de te amar.

– Não me entenda mal, mas estou me sentindo aliviada agora que não preciso me culpar por beijar o namorado de uma amiga. Apesar de que acho que ela não vai mais querer ser minha amiga agora.

Stiles riu, ele ergueu uma das mãos e acariciou os cabelos ruivos que caiam ao lado do rosto de Lydia. Ela aproximou –se mais dele e novamente seus lábios se tocaram desta vez um beijo mais ardente e intenso. Enquanto se beijavam Lydia esgueirou suas mãos do pescoço até base do abdômen de Stiles e começou a puxar a camisa dele para cima.

– Ei, o que v...

– Stiles, eu quero você! Quero você agora.

– Você não esta muito fraca para isso? Deveria descansar.

– Eu não preciso descansar. Eu preciso de você.

Lydia deu um sorriso maroto e então beijou Stiles novamente. Dessa vez ele deixou que as mãos dela completassem o serviço e logo já estava sem camisa, suas mãos também se direcionaram para Lydia puxando a camisa cinza para longe do corpo dela e puxando-a para cima do seu corpo. Ela estava sentada em seu colo, seu foco estava em abrir sua calça jeans, enquanto ele cobria o corpo dela de beijos, no pescoço, peitos, boca, orelhas. Lydia passava suas unhas no pescoço de Stiles e gemia de prazer cada vez que era beijada no pescoço. Stiles ergueu-se com Lydia e se virou em direção a cama. Ele a deitou e começou a beijá-la nas pernas, depois na barriga, e foi subindo até a boca. Quando Stiles entrou nela pela primeira vez Lydia deu um grunhido de satisfação. Ela enroscou as pernas nas dele e colocou os braços em volta do seu toráx puxando o corpo dele cada vez mais para cima e perto dela.

Stiles sentia-se completo, pela primeira vez ele tinha em seus braços a mulher que amava, ela era dele, só dele. Ele não queria que aquilo acabasse jamais, o êxtase tomava conta de seu corpo a cada gemido de Lydia.

Ela nunca imaginou que poderia sentir-se assim, mas fazia sentido, já que Lydia nunca havia se sentido amada de verdade. Mas isso, esse prazer de pertencer a alguém que o preza mais que tudo na vida, mais que tudo no mundo. Isso era o que Alisson queria dizer naquela conversa no carro: “Aquele sentimento de quando você chega na escola e o vê no corredor e não consegue respirar até estar com ele, ou quando você fica olhando o relógio da sala o tempo todo contando os minutos, porque sabe que ele esta lá fora esperando por você”. ERA ISSO. Essa era a sensação que ela sentia enquanto Stiles passava suas mãos por todo seu corpo, cada vez que ele entrava nela deixando-a nas nuvens.

Era amor, não uma paixão de infância, mas amor de verdade. Enquanto Lydia o beijava ela se lembrou de algo “se você morrer eu vou literalmente perder minha mente perturbada”, e pensou: eu também Stiles!

– Eu te amo Stiles.

– Eu te amo Lydia!

Continua...