The five dreams escrita por Yasmin


Capítulo 4
Capitulo 4 — Homenagem!


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora.
Sei que prometi postar uma vez na semana, mas não deu.
Trabalho + faculdade+curso de Inglês = Yasmin Maluca.
Só estou tendo tempo de escrever nos finais de semana ou na minha misera uma hora de almoço. Então me perdoem pelo atraso.
*Para compensar vou tentar fazer capítulos maiores com o de hoje.

Sobre a fic, resolvi fazer capitulo intercalados, entre Katniss e Peeta. Então esse é o primeiro capitulo do meu loiro favorito.
Quero agradecer as lindas que estão favoritando e comentando a fic.
Principalmente Paulinha e Mia que me deixaram tão felizes com suas palavras.
Obrigada lindas.



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—Bom dia filho, chegou tarde ontem, onde esteve? —pergunta minha mãe se juntando a mim, na mesa do café. Realmente cheguei de madrugada, só sai da casa da Katniss depois que terminamos as cervejas. Na verdade minha vontade era de dormir por lá, nem que fosse o sofá. Mas ela é um muito tinhosa, me expulsou sem cerimônia.

—Encontrei uns velhos conhecidos e ficamos até tarde colocando o papo em dia, nem vi a hora passar! —invento essa história, falar sobre Katniss, será prematuro.

—Que bom que está se enturmando, quando disse que ia passar suas férias aqui estanhei, pensei que estava fugindo da Beatrice. Pensei errado, não pensei? — Há com certeza, isso é um dos motivos, fugir da Beatrice passou a ser um dos meus passatempos favoritos. E como já estava nos meus planos pegar férias nesse período, não hesitei em vir para cá, ainda mais agora que conheci  a Katniss.

—Minha vida não gira em torno da Beatrice. Só quero descansar e passar algum tempo com a senhora, quase não fazemos isso. E também, não gosto que passe tanto tempo sozinha, isso não é saudável. — Me olha confusa, sei bem o porquê, Beatrice é minha ex-namorada, que inventou para família toda que estamos noivos. Uma mentira que não consigo esclarecer.

—Sei que está confuso querido, casamento é um grande passo. Mas é a Beatrice, vocês se dão tão bem. São tão parecidos. —Nos dávamos bem. Dávamos! Namorávamos a três anos, mas, em nossos últimos seis meses juntos foram um fiasco. Sem minha autorização ela resolveu dar um passo a mais em nossa relação. Mudou-se para o meu apartamento em Raleigh sem meu consentimento, só fiquei sabendo quando voltei da viagem que fiz a trabalho. Mas esses meses convivendo diariamente foram cruciais para perceber que ela não é a mulher com quem quero passar o resto da minha vida. Por isso terminei o namoro. E como Beatrice já ocupou tempo demais da minha vida mudo de assunto.

—Esta bonita, vai sair? — Vejo que está diferente, bem mais arrumada. Sem a roupa de dormir que fica a maior parte do tempo no seu corpo.

—Vou receber a visita de uma nova amiga. —arqueio as sobrancelhas, nova amiga? Ela quase não sai de casa, então não sei como fez novas amizades.

—Nova amiga mãe? —pergunto curioso

—Sim, você não a conhece. Falando nisso, seu irmão virá para cá esse fim de semana, estou doida para que ele a conheça. —agora sim estou intrigado. Cato é meu irmão mais velho. A cada semana está com uma garota diferente. Então não sei porque quer apresentar uma garota daqui para ele. Já que as mulheres da cidade não gostam de nada passageiro. Somente de relacionamento sério. Mas acho que talvez ela tenha esperança que ele encontre uma boa moça, se apaixone e pare com essa vida de vadiação.

—Há é, posso saber quem é a vítima? —pergunto debochado, já com dó da moça.

—Você não a conhece, se mudou assim que terminou a faculdade. Uma linda moça, frequenta a igreja, toca piano, personalidade forte e espirituosa. Talvez, ela consiga colocar seu irmão na linha. — Minha mãe é esperançosa demais, até parece que não conhece o filho que tem, o máximo que vai fazer é a moça sofrer. E mesmo sem  conhecê-la já a defendo.

—Não faça isso com a pobre garota mãe. Se gosta mesmo dela o melhor é não apresentá-los. Deixe como esta, assim você poupa sofrimento a ela, e quando chegar a hora Cato, vai amadurecer. — Meu irmão é uma ótima pessoa, seu único defeito é esse, não se apega a ninguém, ilude as garotas de um jeito que dá pena.

—Com essa moça vai ser diferente. Ela é linda, você precisa ver, não é fútil e bobinha igual essas garotas da cidade. Sabe se impor, igual a uma mulher de verdade. — Se já não estivesse interessado em outra pessoa, com certeza, me candidataria a vaga — Daqui a pouco ela chega, é a veterinária da cidade. Virá vacinar os filhotes da Bee. —me engasgo com suco de laranja assim que escuto “veterinária da cidade”. Katniss? Minha Katniss? De jeito nenhum vou deixar que a apresente a ele. Fico alguns minutos em silêncio pensando em um boa desculpa para evitar o encontro entre os dois. Mas, Darius entra e senta à mesa conosco como de costume.

—Bom dia senhora, desculpe pela demora. —diz se sentando

—Já disse pra não me chamar de senhora, sou quase sua mãe Darius, não sei pra que tanta formalidade.  Me sinto velha o suficiente e, se me chamar assim de novo, juro que faço você engolir sua língua— rio e fico espantado com sua determinação em falar. Acho que fazia anos que não escutava sua fala com tanta empolgação.

—Tudo bem Evelin, desculpe. — ele serve um pedaço de bolo de cenoura, que é meu favorito e diz.— Katniss, ligou. Está com um caso grave e, não vai poder se ausentar da clínica.—olho para minha mãe e vejo que ficou desapontada, o sorriso que estava no seu rosto logo murcha.

—É uma pena, queria tanto vela. Tinha prometido que viria. — diz se lamentando.

—Nossa essa garota deve ser encantadora. Estou ficando com ciúmes.—digo isso querendo entender todo  esse apreço pela Katniss.

—Não seja bobo filho. Vai entender quando conhece-la.  Ela é tão parecida com sua irmã. Cheia de vida, sorriso fácil, forte e meiga ao mesmo tempo. É linda! —seus olhos brilham—Não é mesmo Darius? —olho para o rosto do meu amigo e funcionário, vejo que Katniss possui uma legião de fãs. Mas, não posso culpá-la. Eu mesmo quando a vi pela primeira vez, fiquei abobado.  Lembro como hoje, de vê-la dançando com sua labradora no Talkhouse, algo inusitado, mas ela não estava nem aí.  Queria me aproximar, mas já estava acompanhada. Depois sempre a vi de longe, nunca tive coragem de me apresentar. Mas o destino fez o favor de coloca-la diretamente na minha vida, quando bateu no meu carro. Não digo que me apaixonei por ela aquele dia. Por que não sei se é bem isso. Mas gostei do seu jeito. A forma como arruma o cabelo, como pinta de vermelho as unhas do pé, ou como fala pelos cotovelos quando está nervosa.  Quanto a minha irmã, sim, elas possuem a mesma personalidade. Sabrina era a caçula, morreu a alguns anos em um acidente de carro. Uma fatalidade que desestruturou totalmente minha família. Seu sonho era ser veterinária, gostava de ter os cabelos ao vento, sorrir e dançar. Era a alegria daqui de casa. Se foi tão jovem, sem realizar seus sonhos de vida.

—Vou ter que levar os filhotes na clínica, precisam ser vacinados.— diz Darius interrompendo meus pensamentos. Penso que essa é uma boa desculpa para ir até lá, sem que ela pense que tenho outras intenções.

—Eu os levo, preciso ir na cidade mesmo! —ele me olha desconfiado, mas, depois explico a ele— E vou pedir para sua amiga vir te visitar.  Não fique triste. — me dirijo a minha mãe., termino meu café, deixo um beijo no seu rosto e subo para o quarto para me arrumar. Levo alguns minutos para descer até o galpão onde fica os animais e vejo as bolas de pelos esparramadas pelo chão. Darius, me ajuda colocando eles na picape.

—Você é um filho da mãe né Mellark.— ele quebra o silêncio.

—Sou?

—Vi seu carro, na porta da Everdeen ontem. Onde quer chegar com isso? —sua fala é séria, parece enciumado então não entendendo.

—Lembra quando disse que vi uma mulher linda na cidade, mas não sabia quem era? —ele assente com a cabeça. —Então, era ela! Não fazia ideia, que  era a tal veterinária que você falava. Só fiquei sabendo a poucos dias. E não resisti, convidei ela para sair.

—E a Beatrice Peeta? —Beatrice? É a ultima pessoa que estou pensando no momento, ou melhor, não estou pensando nada referente a ela. Me sinto enganado, isso sim. Me fez acreditar ser uma pessoa, mas descobri que é totalmente diferente. Egoísta, manipuladora, egocêntrica e obsessiva. Depois então, que usou a doença da minha mãe para me fazer ficar preso a ela, que me arrependi amargamente por ter sido tão leal a aquela desgraçada.

—Já disse que terminamos, essa história de noivado é falsa. Tecnicamente não estou enganando ninguém. — falo ríspido, estou cansado desse papo. Só preciso de tempo pra tirar isso da cabeça da minha mãe.

—Sua mãe fala pra todo mundo do seu casamento. Se Katniss souber disso, vai fazer você engolir suas bolas, se é que já não sabe.— fala debochado e fico encabulado com isso. Será que minha mãe disse algo? Acho que não, ela não teria aceitado sair comigo, sabendo que tenho outra pessoa.  Não parece ser do seu feitio. Encerro o assunto e dirijo rumo a cidade. Ruffus não pode vir comigo, tive que trazer Be no lugar dele. Os filhotes vieram a trás na carroceria. Assim que chego a clínica, coloco eles em uma cesta grande e puxo Be pela coleira. Quando abro a porta, vejo Katniss ajoelhada, tentando acalmar um garoto que chora sem parar.

—Max, seu pai fez o certo! Ele estava cansado, era a hora dele. —fala para um menino.

—Não tia, não tia, ele não podia. Ele matou o urso. —chora soluçando que chega cortar meu coração. Mas Katniss, não desiste, tenta acalmá-lo de todas as maneiras.

—Não meu querido, não foi isso. Ele já estava com vinte anos. Sabe o que é isso? Essa idade para um cão é como se ele fosse bem velhinho. Bem velhinho mesmo Max. —Agora entendo, perder um cão, não é perder um simples animal de estimação. É como perder seu melhor amigo, alguém da família.—Pense que ele está dormindo, que agora ele foi descansar. —argumenta novamente.

—Você diz isso porque não é sua Maia.— diz ainda choroso, ela o abraça e começa dizer algo no seu ouvido.

—Tenho uma ideia, feche os olhos e pense em todos os momentos bons que já viveram, nos sapatos que ele já comeu. Em toda traquinagem já fizeram juntos.  Pense nos momentos alegres, se apegue somente nisso. —Ele, faz o que  pede. Fecha os olhos. Respira fundo tentando engolir os soluços e depois um sorriso singelo brota no seu rosto.

—Está funcionando não está? — ela pergunta e ele assente com a cabeça.

—Como fez isso tia veterinária? Você já perdeu algum amigo igual o urso? — pergunta o garoto. Ela o solta, coloca as duas mão no seu rosto, abre um sorriso meio torto e leva alguns segundos para responder:

—Já, já perdi! Eles eram tão especiais quanto o urso. Então, não fique triste por sua partida. Lembre-se dele com alegria, com amor. Tudo bem? —ele assente e a abraça.

—Eu vou querer ter um novo amigo! — fala o menino um pouco mais animado. Ela coça os cabelos, parece nervosa e diz:

—Eu não tenho nenhum cãozinho aqui hoje! Mas, você vai ser o primeiro da minha lista assim que eu souber de alguém queira doar. —o garoto fica desapontado, olho para minha cesta e vejo as seis bolas de pelo dormindo um em cima do outro e acho que encontrei um lar para um deles.

—Oi!— me aproximo, ela se assusta, ainda não tinha me visto.

—Olá, está há muito tempo ai? —diz se levantando

—Um pouco!  Quem é esse rapazinho?

—Me chamo Max, tio. —diz o garoto que aparenta ter no máximo sete anos.

—Prazer Max, me chamo Peeta. Ouvi você dizer quer um novo amigo, é verdade? —Katniss me olha não entendendo.

—Sim, você sabe quem tem um cãozinho? — pergunta em uma expectativa

—Sei sim, você gosta de labradores? — confirma balançando a cabeça freneticamente, e seus olhos brilham assim que pego um dos cãezinhos na cesta. —Se quiser, esse pode ser seu novo amigo. —um grito de alegria sai de sua garganta, fazendo Katniss e eu rir.

—Muito Obrigado senhor tio! — rio do seu jeito. Tão pequeno, mas, tão desenvolto.

—Peeta, pode me chamar de Peeta. —parece achar graça do meu nome.

—Peeta!!! —fala saboreando meu nome e olha para o filhotinho.

—Bom, agora você precisa escolher um nome! Ele não pode sair por aí sem nome.

—Peeta! —diz e não entendendo —O nome dele vai ser Peeta. —olho para os lados e vejo todos segurarem o riso, menos a Katniss, que ri sem cerimônia.

—Uau, vou ser homenageado. Só, por isso vou te dar uma fêmea, assim você pode chamá-la de Katniss. —digo lhe entregando o outro cãozinho e fico satisfeito quando katniss cessa seu ataque de riso e me fuzila com olhar.

—Adorei, agora vou ter dois cãezinhos, Katniss e Peeta. Minha irmã, Lucy vai ficar com inveja. —sei que Katniss, vai me estrangular depois, mas, ver o sorriso estampado no rosto do garoto, e ainda ter o prazer de irrita-la, não tem preço.

—Gostou da homenagem doutora? —me aproximo e cochicho no seu ouvido.

—Adorei! — diz irônica, pelo pouco que a conheço já sei que quer me matar. —Max, vou ligar para o seu pai vir te buscar! — diz para o garoto e vai par sua sala.

—Ele é tão pequeno, veio sozinho? —pergunto fechando a porta atrás de mim.

—O pai aproveitou que ele estava na escola e trouxe o cão para ser sacrificado. De alguma forma ele ficou sabendo e veio aqui impedir.—agora entendo todo o desespero do garoto, mas é algo que não conseguimos evitar. — Porém, você, salvou o dia doando o filhote, obrigada! — para de folhear sua agenda e sorri.

—Não fiz nada, quando entrei em cena você já tinha o acalmado. — ela sorri e fala com o pai do garoto pelo telefone, enquanto isso, sento no seu sofá e noto como o ambiente está quente. Lembro dela ter comentado que o ar condicionado está quebrado e pessoal da refrigeração estão enrolando para vir consertar. Pego o controle do aparelho e tento ligá-lo.

—Está quebrado. Não sei mais a quem pedir para concertar.—sua fala é cansada.

—Você tem uma escada? —ela assente e vai a procura. Enquanto anda não consigo tirar os olhos do seu corpo. Hoje ela está de calça jeans e blusa regata. Até seu andar é gracioso. Não resisto, me aproximo, seguro sua cintura e inalo profundamente o cheiro de seu cabelo—Mereço uma recompensa por salvar o dia, não mereço? —tento barganhar algum beijo.

—Acabou de dizer que não fez nada, mudou de ideia? —diz e foge do meu contato de modo ligeiro.

—Não estou me referindo ao Max, mas por concertar seu ar condicionado. —falo isso, pego a escada atrás da porta, começo a trabalhar no ar condicionado e constato que é um simples curto nos fios.

—Porque não disse que sabia mexer com isso antes? Não sabe o calor que passei aqui ontem.—ela está sentada sob sua mesa balançando os pés, enquanto trança uma mecha dos seus longos fios ondulados.

—Se tivesse atendido minhas ligações e comentado que estava com esse problema, teria ajudado. —falo olhando pra ela, que rapidamente fita o chão. —Mas, agora seu problema acabou, e ai, já pensou na minha recompensa? —desço os degraus, pego o controle e ligo o aparelho.

—O que quer de recompensa?—parece apreensiva, poderia usar esse pretexto pedindo que saia comigo novamente. Mas, quero que deseje isso, quero que ela queira minha companhia também, então lhe faço outro pedido.

—Visite minha mãe, ela estava ansiosa por sua ida.—arregala os olhos e leva as duas mãos à boca. Não sei o que as duas tinham combinado, mas, parece mal por ter cancelado o compromisso.

—Nossa, esqueci completamente. O Urso veio, estava velho, cansado, não ia aguentar mais uma cirurgia e tudo aconteceu. Mas, amanhã prometo que irei ou...— olha no seu relógio —Acho que consigo sair mais cedo e passar lá. — nem respira para falar e rio de sua afobação.

—Calma, você pode ir amanhã. —tento tranquilizá-la— Afinal, o que vocês iam fazer? Estava ansiosa, falou muito de você! Foi unanimidade no café da manhã. São amigas a muito tempo? —pergunto porque, quero saber dessa proximidade entre as duas.

—Um dia desses nos conhecemos, conversamos bastante e prometi que voltaria para vacinar os filhotinhos, no caso hoje. Após isso, tocaria piano e colocaríamos o papo em dia.

—Papo em dia?

—Sim, papo de mulher.  Enfim, o que devo a honra de sua visita?

— Já que Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé.Trouxe os filhotes para a melhor e mais gata veterinária da cidade. — sua expressão é de deboche. Também com uma cantada dessa. Sei que já fiz melhores, mas essa mulher me deixa nervoso a ponto de minhas mãos ficarem  suadas.

—Há Há, obrigada pela credibilidade e reconhecimento. Mas essa cantada não cola Mellark. Preciso ir, alguém aqui tem que trabalhar.—desce da mesa, colocando seu jaleco e luvas. Quando coloca a mão na maçaneta digo:

— Não mereço nada por ter salvo o dia em duas ocasiões? —queria que a aproximação partisse dela, mas não resisto. Estou com sede dos seus lábios, ora quente, ora gelado. Penso que vou ter que implorar mais um pouco, mas me surpreende, beijando minha bochecha de modo demorado. Aproveito sua iniciativa e a beijo nos lábios, passo os braços possessivamente em volta de sua cintura. Só a libero minutos depois, quando ficamos sem ar.

—Você é um oportunista, sabia? —diz toda vermelha, não sei se é pelo esforço, ou vergonha. Gosto disso nela, esse ar de menina travessa, mulher inocente.

—Cada um, usa as armas que possui!—digo entre beijos, mas fica séria e diz que precisa trabalhar.

Saímos juntos da sala, na recepção vejo o pangaré do Hawthorne, brincando com Max.

—Oi Catnip— diz se aproximando e beijando katniss no rosto—Meu irmão não pode vir. Por isso estou aqui. Ele deu muito trabalho? —pergunta sem tirar os olhos de dela.

—Não muito. —responde ela.

—Tio Gale, foi o tio Peeta que me deu o Peeta e a Kat. —Max, fala ainda bastante animado com o presente, apontando seus dedinhos na minha direção.

—Preciso levar o urso. —fala o pangaré, me encarando e tenta segurar a mão de Katniss, que me olha rapidamente e se afasta dele, fazendo um sorriso involuntário escapar do meus lábios, o deixando irritado.

—Peeta, você pode ficar com Max na minha sala um pouco. —pede Katniss, balanço a cabeça confirmando e levo Max, comigo. Sento em uma das cadeiras de espera e observo sua clínica. Minutos depois uma moça entra na sala na companhia de Be e Maia, que pula no meu colo.

—Quais suas intenções com minha chefinha?—diz a garota que não conheço.

—Oi? —estendo minha mão, para um cumprimento, mas me olha feio e não retribui.

—Qual seu problema? O que você esconde em? Te procurei nas redes sociais e não encontrei nada. Quem em pleno século 21, não possui um Facebook ou Twitter. Se não tem, é porque tem culpa no cartório. O que você esconde em Mellark? É casado?  Quantos filhos? Quer enganar minha amiga? —me bombardeia com perguntas e parece irritada.

—Qual seu nome? —pergunto

—Rue, sou amiga e assistente da Katniss! —busco em minha memória se lembro dela, mas não. Acho que é nova demais. Não é do meu tempo de colégio. —Não lembra de mim? —pergunta e respondo:

—Não, mas é um grande prazer te conhecer Rue. —uso minha gentileza, para tentar ganhar sua simpatia.

—Não me olhe com esse olhar do gato de botas. Porque odeio gatos. E responda minhas perguntas. — rio de sua fala, parece uma pantera, pronta para entrar em ação— O que você esconde em Mellark? —insiste em querer saber porque não sou mais um refém da era virtual.

—Nada, só não gosto de me expor assim! Só prefiro a vida real..— falo isso. A verdade é que já passo boa parte do tempo trabalhando com maquinas, inventos, coisas desse tipo e, quando estou de folga me abstenho, de atividades ligadas a isso. —E porque estava a minha caça? — pergunto, quero saber porque esta querendo informações minhas.

—Saber coisas profundas! Ou, me certificar que não é um psicopata, tarado que gosta de esquartejar mulheres e jogar seus restos mortais no cemitério dos navios. — rio do sei jeito e lhe garanto que não sou e não faço nada disso.—Tem certeza?

—Tenho!

—Certeza que não é casado com uma loira ciumenta que não permite que tenha vida nas redes sociais?

—Com certeza!

—Ok, mas se eu descobrir algo. Juro que... —olha para teto e fica minutos pensando, mas o telefone toca e ela corre para recepção.

—Max, vamos! — diz o pangaré, entrando na sala, me despeço do garoto e eles partem.

Katniss aparece em seguida com os filhotes de Be. Me chama para ir na outra sala onde, é  seu pequeno hospital veterinário. Enquanto trabalha, não tiro os olhos dela. Aproveito para admirar sua beleza. A forma como fica concentrada arrumando as seringas ou  com a delicadeza que cuida dos seus pequenos pacientes. Olhando assim, toda vontade que sinto é de desacelerar o tempo. Fazer  que todos esses dias  aqui durem como eternidade. Quero reparar ao teu redor, aproveitar as oportunidades ou criar situações onde esteja envolvida. Utilizar esse tempo para amá-la, mesmo que seja de passagem.

—Pronto, agora estão vacinados e vermifugados.—chama minha atenção, segurando um filhote no colo  como se fosse um bebe. —Até que o cafajeste do Ruffus, fez um bom trabalho.— fala insultando meu cão e finjo estar ofendido.

—Não fale assim dele, que é um bom garoto. Só não tem culpa de ser bonito igual a  mim.—ela gargalha, e sua risada se torna musica para os meus ouvidos—Vou levar os filhotes pra casa, posso te levar pra almoçar depois? —faço esse convite, quero conhecê-la melhor, sinto que devo fazer isso. É como uma intuição.

—Não dá, tenho agenda até as quatro. Vou almoçar aqui mesmo. —Não era essa a resposta que queira ouvir. Mas tenho que entender.

—Tudo bem. Então, passo na sua casa mais tarde pra fazermos sua penitencia. — me refiro a sentença que o Padre Michel deu a ela por pensar que estava fornicando aqui no seu ambiente de trabalho. Esse momento me garantiu boa risadas.

—Não precisa Peeta. Eu rezei hoje cedo.—diz sem me olhar, quer me evitar igual a ontem. Não sei porque isso, por isso insisto em ir até lá.

—Não precisava ter feito sozinha, tive culpa também. Mas, vou lá assim mesmo, disse pra você que estou de férias. Vai ter que me aturar. — falo em um tom de brincadeira.

—É que não vou estar em casa hoje. —parece sem graça, esta de costas arrumando guardando as coisas de volta no armário.

—Há é, algum compromisso?—pergunto sério. Sei que não devo me intrometer, mas não consigo. E penso que se for algo a toa não terá receio em me dizer.

—Nada demais.—diz apenas isso. Olho bem para seu rosto, parece nervosa. Esta me dispensando é isso? Não que eu ache isso impossível de acontecer. Mas, sei que esta atraída por mim, assim como eu por ela. Ou não, como estou fodidamente na sua, posso estar imaginando ou fantasiando coisas. E tem o Gale. Eles estavam saindo, foi a casa dela e,  hoje esteve aqui, deve te-la convidado para alguma coisa e ela aceitou. É bem melhor que ficar em casa rezando. Mas quer saber, cansei. Não vou mais insistir. Que se dane os dois. Tiro de minha carteira quantia suficiente para pagar pelo seu trabalho.

—Não precisa Peeta. —diz empurrando minha mão— Estamos quites, me ajudou com o ar Lembra? — termina sorrindo, mas não estou mais no clima.

—Já recebi o pagamento de outra maneira, só lamento por não ter aproveitado mais do produto. — falo grosseiro olhando para seu corpo e jogo o dinheiro na mesa. Seu sorriso desaparece. Mas saio rapidamente do lugar sem olhar para ela novamente.

Em casa, aproveito para concertar algumas coisas que estavam quebradas. Darius é o nosso caseiro. Mas não tem nenhum habilidade para concerto, na verdade ele cuida mesmo é da mini fazenda que possuímos em nossa propriedade e de minha mãe principalmente. Desde a morte de Sabrina, ela vive em uma redoma. Já tentamos vender o lugar, mas não permite. Ela e meu pai vivem em um casamento de conveniência, cada um culpando o outro pela tragédia. E para piorar a situação, dona Evelin foi diagnosticada com câncer no pulmão. Mas se recusava a fazer o tratamento alegando que não tinha mais motivos para viver, até que Beatrice conseguiu convencê-la, dizendo que ela precisa estar viva para ver o nosso casamento. A principio, me senti agradecido por ela ter conseguido essa proeza, mesmo com a mentira. Mas agora, depois de seis meses, tudo que sinto é vontade de enforcá-la, por sua prepotência. Por aproveitar da fragilidade da minha mãe para me chantagear, querendo que me case com ela.  Algo que jamais acontecerá.

No meio da tarde, termino de concertar a banheira enorme que possuímos em nossa estufa. Levo Ruffus e minha mãe para um passeio de barco. Ficamos um bom tempo velejando. Dona Evelin em sua bolha, olhando para o nada como sempre e Ruffus com sua alegria de cão maluco que late sem parar cada vez que vê golfinhos saltando na água. No retorno passamos pela casa de Katniss. Vejo somente a Maia, correndo em circulo pela areia. Ruffus late querendo se juntar, mas estamos longe demais. Depois que sai da clinica, me arrependi por ter sido grosseiro. Por ter sido, mais uma vez grosseiro com ela e, ainda lhe faltei com respeito. E porque? Ciúmes? Despeito? Ou por me sentir preterido? Não sei. Não sei o que pensar. Preciso falar com ela, pedir desculpas. Mesmo que não aceite, mas preciso. Faço isso, me arrumo, pego uma rosa vermelha no jardim da minha mãe e dirijo ate sua casa.

Ruffus obediente, não corre para a praia, como lhe ordenei. Fica ao meu lado, enquanto toco a campainha da casa. Minutos se passam mas ela não atende. Mas sei que esta em casa, dou a volta pelos fundos. Ela esta de pé, frente ao mar, linda com os cabelos soltos  e o pano do seu vestido branco balançando ao vento. A verdadeira personificação de beleza.

—Oi! —Ela me olha assustada, mas logo sua expressão fica dura, porém não me acovardo, talvez ela me perdoe rápido, da ultima vez foi assim, então continuo.—Desculpa Katniss! Sei que fui grosseiro, não devia ter di... — sou interrompido com uma bela de uma bofetada, tenta sair de perto, mas lhe seguro pelo braço —Ka...

—Me solta! Você é um idiota! Sai da minha casa. Sai da minha vida.—diz séria.  Puxa seu braço e corre na direção da sua casa batendo a porta com força. Droga! Dessa vez não vai ser tão fácil, penso.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Vejo vcs nos comentários. Bjs



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