Só peço que eu não perca a fé no amor

Pro novo sol de paz se abrir

E no que a escuridão tentar te dominar

Sempre uma luz irá surgir

Cantava a menina, baixinho, acompanhando a canção no rádio enquanto lavava a louça do almoço. Inesperadamente, o rádio deu interferência deixando somente uma voz abafada audível.

–Atenção… Cidadãos de Geórgia, mantenham-se dentro de suas casas… NÃO SAIAM! ISTO É UM AVISO!

Então a frase terminou com um grito horrorizado do homem, deixando o rádio mudo, e a garota assustada.

–Sophie!-A irmã da menina gritou do andar de cima, fazendo a pequena pular no lugar, assustada.

–O que há?-perguntou a garota, subindo rapidamente as escadas.

Ao passar pelo grande corredor de acesso aos quartos, deparou-se com a grande porta de acesso ao terraço escancarada, com a irmã olhando na janela com uma expressão horrorizada no rosto.

–Lucy?-perguntou a menina, tentando entender o porquê de sua irmã estar tão assustada.

Lucy virou rapidamente para sua irmã

–Sophie… Preciso que você fique aqui… Papai está com problemas no outro lado do terreno, lá na autopeças… Pessoas, aparentemente loucas atacaram o ajudante do papai, e ele não está conseguindo fechar o portão da loja. Preciso que me faça um favor- a menina, tremendo, assentiu- Fique aqui, e se perceber que alguém está vindo para cá, tranque-se no quarto. Pegue uma mochila e encha de comida, okay?

Ao terminar, Lucy abraçou a Irmã. Ao se separar, pegou algo no bolso da calça, que, minutos depois, a pequena menina percebeu ser uma adaga afiada com o cabo de madeira escura e pequenas pedras no final do cabo.

–Tome, - falou ela, entregando a adaga para a menina - Use-a somente quando for necessário, não se esqueça: somente se for necessário. - Ela beijou a testa da menina-E…. nós somos Di.

Ambas sorriram. Lucy correu escada abaixo, deixando Sophie assustada, mas feliz por sua irmã se lembrar de sua pequena superstição.

“Á praticamente um ano antes, Sophie descobriu que fora deixada na porta da casa dos Lawrence com apenas poucos dias de nascida, dentro de uma cesta, com uma carta, com os dizeres, ‘Cuidem dela, Seu nome é Sophie… Havia uma segunda palavra, que estava riscada. Os pais da menina só identificaram a primeira silaba da palavra, a qual era Di.

Então, colocaram o nome da menina como Sophie DiLawrence, diferente do nome de sua irmã, que era Mary Lucy Lawrence.

“Desde então, ambas brincavam, inclusive em momentos de medo e aflição, dizendo que eram Di, e que isso as faria forte”.

Um barulho de pneu derrapando tirou a garota de seus devaneios. Ela, assustada, olhou pela janela do terraço. Percebeu o carro de sua mãe tentar encostar-se à calçada batendo/atropelando várias “pessoas”.

Sophie desceu as escadas de sua casa, chegando no portão de casa. Ao abrir, a garota viu sua mãe fora do carro, com o portão da garagem de casa aberto, e chamou-a, distraindo-a por meros segundos. Segundos fatais. Nesse instante, um dos monstros mordeu Cristinne no ombro.

–Mãe!-Gritou a menina, chorando.

Christinne berrou de dor, sendo mordida mais uma vez no braço. Sophie enfiou a adaga na cabeça do monstro que se deliciava com a carne do ombro de sua mãe, a qual empurrou o outro. Rapidamente, Sophie fechou o portão com força, fazendo um grande barulho, atraindo mais walkers para frente de sua casa.

–Sophie... - falou a mãe, ajoelhando em frente à menina- pegue tudo o que puder: roupas, comida, agua, facas… Coloque em uma bolsa. Vá rápido!

A menina correu para dentro de casa, onde pegou sua bolsa, e encheu-a de suprimentos.

Ao voltar para a garagem, encontrou sua mãe conversando rapidamente com seu pai e sua irmã.

–Pronto… Arrumei minha mochila. - Falou a menor, mostrando a mochila.

–Ótimo, meu anjinho… - Christinne olhou rapidamente para Louis, seu marido, e para Lucy, que estavam com olhar baixo- Olha, você irá viajar com o seu pai e sua irmã, okay?

Sophie percebeu que os olhos de sua mãe estavam cheios de lágrimas, as quais ela teimava em não deixar cair.

–Mas… E você, mamãe?

–Mamãe vai ficar aqui, cuidando dos nossos cachorrinhos, do peixinho Fred…-A pequena franziu a testa, perguntando-se também onde estaria seus preciosos cachorros

–Mas, mãe…

A menina foi interrompida por um barulho que vinha do portão de ferro. Ao olhar, a garota percebeu que o portão havia ficado levemente encurvado.

–Vá, entre no carro!- falou Christinne, empurrando a filha para dentro do carro.

–Mamãe!- Exclamou a garota, segurando a mão de sua mãe fortemente. Christinne virou lentamente para sua filha. Fechando os olhos, ela se ajoelhou em frente á Sophie-Mãe… porque não vem com a gente?

–Meu amor… Eu não posso ir com vocês… - Ela abriu os olhos -Mas saiba que eu sempre vou te amar… E… - Nesse instante o portão rachou ao meio, fazendo com que vários walkers entrassem na garagem- Lucy, Sophie, eu amo vocês!-sussurrou ela, fechando a porta do carro.

Ao perceber o que ia acontecer, Lucy - que estava chorando-, pulou rapidamente do banco da frente para o de trás, tampando a boca da irmã, que tentava inutilmente abrir a porta e chamar a mãe que estava sendo morta pelos walkers.

Louis deu ré no carro, atropelando vários errantes.

Foi nesse momento, que Sophie percebeu estar no Fim do Mundo. Ou seria o começo de um mundo novo?

E assim se inicia a história

Apocalipse: New Age