Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira
Notas iniciais do capítulo
Isabelle aos 17 anos: https://gazettereview.com/wp-content/uploads/2017/07/olivia-holt-2-200x300.jpg
Isabelle percebeu o semblante sentido de Richard ao elaborar a pergunta e disse:
— Não estou nem um pouco arrependida de ter sido com você, alguém que eu confio, respeito e amo de certo forma.
— Mesmo? Não parece.
— Foi tudo perfeito, Rick. Você foi maravilhoso. Eu nunca vou me esquecer da minha primeira vez, foi muito boa e especial...
— Mas...
— Mas, não sei se não nos deixamos levar pelos hormônios da adolescência, se deixamos o nosso cérebro de lado.
— Como assim?
— Rick, você tem uma namorada e nós somos apenas amigos.
— E você ama o Cris – completou ele, sentido.
— E você não ama a Petra?
— Não! Eu estava tentando amá-la, porque há tempos percebi que não teria chance nenhuma com você. Mas, eu amo você, Belinha – aproximando-se da garota e tomando os lábios dela.
Isabelle parou o beijo, dizendo:
— Você tem certeza disso, Rick? Ou está se deixando levar pelo momento?
— Eu sei o que sinto, Belinha! Estou muito feliz pelo o que rolou, não poderia ter sido mais especial. Nós podemos começar a namorar, eu falo com seus pais e...
— Rick, me desculpa, mas eu acho melhor a gente deixar tudo como está.
— Se é pela Petra, ela nem vai querer mais olhar na minha cara depois de ontem, eu também nunca estive a fim dela de verdade.
— Não é isso.
— É o Cris, né?
— Não, Rick. Eu e o Cris nos perdemos um do outro. Ele fez as escolhas dele e eu as minha. O problema sou eu. Não quero iniciar um namoro com você sem ter certeza dos meus sentimentos. Eu curti muito a nossa noite, ou melhor, a nossa tarde de amor e nunca vou me arrepender disso. Foi sim muito especial – acariciando os cabelos dele – Muito obrigada por ter compartilhado essa experiência comigo, ou melhor, por ter experimentado isso comigo, nós fizemos uma descoberta hoje, juntos.
— Eu sou lento, mas isso eu entendi. Foi uma descoberta e não um ato de amor, pra você pelo menos – baixando a cabeça, triste, sem conseguir olhar para a garota.
— Seria mais cruel se eu mentisse para você. Mas, Rick, se eu não tivesse um carinho todo especial por você, confiança e atração também, isso não teria rolado, eu não teria me entregado. Você é muito especial para mim, nunca se esqueça disso. Apenas, permita que eu pense a respeito de nós antes de assumirmos um compromisso, pode ser?
— Está bem, Belinha – ainda de cabeça baixa.
Isabelle levantou a cabeça dele com a mão, fitou os olhos verdes tristes dele, acariciou o rosto do garoto, e depositou um beijo estalado nos seus lábios, dizendo em seguida:
— Vou ao banheiro me recompor e depois eu vou embora.
Richard continuou calado e triste. Ela prosseguiu:
— Não estou fugindo, apenas não quero estar aqui quando a sua avó voltar, eu iria ficar muito constrangida.
— É só isso mesmo ou você vai fugir de mim agora?
— Jamais,Rick! Eu não sei viver sem você – sorrindo para o menino, que retribuiu o sorriso.
Isabelle, enrolada no lençol, catou suas roupas pelo chão e entrou no banheiro da suíte em que se encontravam.
Mais tarde, no apartamento da família Puckett Benson, Sam percebeu que a filha estava calada demais e com o pensamento distante demais. Mal havia tocado no jantar, o que era esquisito demais. Esperou a garota ir para o seu quarto e foi atrás, entrando e fechando a porta atrás de si:
— Isabelle, o que aconteceu? Eu te conheço! Tem algo errado. Se mentir para mim, vou saber.
— Estou cansada mãe e triste. O Cris agora deu para andar cercado de garotas no Colégio, virou um galinha, fica com várias, na cara dura.
— Eu sei o quanto gosta do Cris e o quanto isso te incomoda. Mas, se ele virou esse rapaz babaca, o melhor que você faz é esquecer que ele existe. Você ainda é muito jovem e ainda vai conhecer rapazes que valem a pena.
— Talvez você tenha razão, mas ainda dói agora.
Sam aproximou-se e abraçou a filha, que apertou a mãe e suspirou fundo. A mãe intuiu que tinha algo a mais:
— Belinha, tem certeza de que é só isso que está te incomodando?
— É claro que sim.
— Está bem, se precisar conversar, estou sempre a postos.
— Obrigada, mãe – abrindo um sorriso fraco.
Isabelle sentia suas idéias confusas. Ao mesmo tempo que se entregara a Rick de forma consciente, sentia uma certa melancolia por não ter sido com Cris, mesmo pensando que ele nem merecia esse seu sentimento.
Bolinha entrou correndo no quarto e pulou no colo de Isabelle, sentada na cama. Ela abraçou o cachorro e acariciou seu pelos dizendo:
— Os sentimentos humanos são tão complicados, Bolinha. Queria eu ser um bichinho lindo e feliz que nem você, sem nenhuma preocupação na cabeça, sem nenhuma confusão...
O cachorro olhava para ela atento com os olhos negros e redondos e a língua para fora. Lambeu o rosto da dona em consolo.
A menina sentia-se sufocada e ao mesmo tempo sem saber como expressar o que viveu e o que sentia, seja à mãe ou à melhor amiga. Preferiu apenas deitar e tentar dormir.
Na manhã seguinte, Sam anunciou à família:
— Cat vem no final de semana com Robbie e as meninas!
— Que boa notícia! A saúde de Nona está melhor? – perguntou Freddie.
— Que nada. Alzheimer é doença degenerativa. A Nona está na cama, sem se lembra de nada, nem ninguém, no lar de idosos, sendo cuidada por enfermeiros o dia inteiro.
— Que coisa triste – disse Freddie, comovido – Logo ela, uma senhora sempre tão alegre.
Sam concordou com a cabeça, também triste.
— Que bom que eles vêm com as filhas. Tenho visto as fotos da Valentina nas redes sociais, tá gatinha! – falou Nick, com malícia.
— Elas são nossas amigas, Nick. Devemos tratá-las com respeito – rebateu Eddie.
— O nerd politicamente correto, até parece que não reparou também. Só aviso que eu vi primeiro – alertou Nick ao irmão.
— Vocês acabaram de entrar na adolescência e Valentina nem isso ainda, se comportem – alertou Sam.
Isabelle nada falou, chamando ainda mais atenção de Sam no sentido de que algo estava errado.
No colégio, Isabelle e Richard se falaram como se nada tivesse acontecido, embora tenham evitado ficar a sós, estando sempre com Alison e Cris, no planejamento para o último ICarly.
Combinaram de se encontrar no final da tarde no apartamento de Cris, no sótão do ICarly para os ensaios. Antes, Cris e Rick iriam ao Clube AV.
No caminho ao clube, depois da última aula. Cris falou:
— Hoje nem olho na cara do Michel.
— Por que? Pensei que vocês fossem amigos.
— Eu também pensava, mas aquele mané entrou no campeonato de Clubes no meu lugar, puxando o meu tapete.
— O que ele fez?
— Disse que ia entregar o meu projeto junto com o dele para o supervisor, naquele dia que eu e você não pudemos ir por causa do ICarly e não entregou. Quando publicaram a lista, vi que eu nem tinha sido inscrito. Fui falar com ele e ele veio com uma conversa de que a mãe está doente e precisa de dinheiro para o tratamento e que sabia que não teria chance de concorrer comigo. Eu até poderia perdoá-lo se tivesse me dito a verdade, eu mesmo não teria inscrito o meu projeto, mas traição de amigo eu não tolero. Batava me dizer, poxa.
— Se eu não te contasse algo você também ficaria chateado comigo, mesmo se esse algo fosse te magoar?
— Eu ficaria ainda mais magoado se você não me contasse, ainda mais que eu te considero o meu melhor amigo de todos e melhores amigos não têm segredo, não é mesmo?
— Cris, eu transei com a Belinha ontem – soltou a bomba de uma vez.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!