Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira


Capítulo 20
O impactante retorno de Mabel


Notas iniciais do capítulo

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Mabel aproximou-se de Isabelle, dizendo com meiguice numa voz suave que saia pelos lábios rosados em forma de sorriso, como muito bem observou Rick:

— Belle, a sorveteria da esquina está com promoção, só hoje! A gente não pode perder!

— Não podemos mesmo, priminha! Lembra-se do Rick? – apontando para o garoto que parecia hipnotizado.

— Rick, é você? Nossa! Como você cresceu! – disse Mabel, simpática.

— Vo...vo...cê também – gaguejou o garoto.

— Ele não costuma ser gago desse jeito – caçoou Isabelle – Por que você não convida o Rick para ir conosco, mais tarde, à sorveteria, Mabel?

— É uma boa ideia! Quer ir conosco, Rick? – convidou a loira mais nova.

— Não vai dar, tenho que estudar. Tchau, meninas – falou Rick, saindo apressado.

Isabelle comentou com a prima:

— Percebeu o jeito dele? Tá caidinho por você. Se quiser, já tem um candidato para perder o B.V.

— Quem disse que ainda sou B.V.?

— Você era da última vez que nos vimos.

— Muitas coisas aconteceram na Suíça.

— Nossa! Será que eu posso saber?

— Se eu te contasse, você não acreditaria.

— Por que não tenta?

— Quem sabe mais tarde. Agora, vou pro apartamento do meu pai. Prometi ajudar o Cris com a Sophie, hoje. Depois, nos vemos na sorveteria?

— Claro.

— Por falar em Cris, como vai sua relação com ele?

— Que relação?

— Vocês não namoram?

— Não! Somos amigos. Nós já ficamos algumas vezes, mas só isso. Bel, minha relação com o Cris é complicada. É aquela coisa que nasce para não dar certo. Somos muitos diferentes. Não conseguimos passar muito tempo sem brigar. É melhor deixar tudo como está. A cada dia que passa, fica mais claro para mim, que nós dois nunca funcionaríamos como um casal.

— Que pena.

Mabel saiu do restaurante, deixando Isabelle pensativa.

No Bushwell Plaza, Mabel e Cris brincavam de esconder com Sophie. A menina contava e os mais velhos corriam para se esconder. A pequena divertia-se procurando por eles.

Mabel e Cris acabaram se escondendo ao mesmo tempo dentro do closet de Carly. A menina puxou assunto:

— O tempo passa rápido, né Cris? A Sophie já está com 6 anos! Não tem mais nada de bebê.

— Você também não tem. Cresceu bem rápido, irmãzinha.

— Cris, você sabe que não somos irmãos.

— No meu coração, você sempre foi minha irmãzinha.

— Eu sou uma moça de 13 anos, prestes a fazer 14, e não tenho o seu sangue. Você não me enxerga?

— Como assim? Vejo que você era uma garotinha e cresceu.

— Vê mesmo? Dizem que sou bonita, você me acha bonita?

— É claro que eu acho. Você é tão bonita quanto a sua prima, Belinha. A beleza é de família.

— Sempre a Belinha, né?

— Como assim?

— Você é lerdo ou se faz?

— Mabel, você não continua com aquela bobagem de criança, quando veio me dizer que queria que eu me casasse com você um dia, não é?

— Não sou mais criança.

— Que bom!

— Sei muito bem quem sou e o que quero. Quem anda iludido é você.

— O que quer dizer?

— Belinha hoje me disse que não pensa em namorar você nunca, que vocês são só amigos, que cada dia que passa ela tem mais certeza de que vocês nunca funcionariam como um casal.

— Ela disse isso?

— Disse!

Cris ficou tristonho e não conseguiu disfarçar. Mabel aproveitou o momento e ajoelhou-se no chão ao lado de Cris, fazendo a minissaia subir mais ainda. O garoto, por um momento, reparou nas coxas bem torneadas da menina e se sentiu culpado, desviando rapidamente o olhar. Ela abraçou Cris e puxou a cabeça dele para perto do seu peito. Ele podia ouvir as batidas do coração dela e sentir o calor de seu corpo. Os olhos passaram pelos seios da menina, destacando-se na blusa justa. Novamente, ele desviou o olhar e fez menção de se levantar.

Mabel foi mais rápida, puxando Cris para si e roubando-lhe um beijo na boca. Cris, por um momento retribuiu o beijo, permitindo a passagem da língua de Mabel, que fazia movimentos rápidos, movimento a própria língua em sincronia, até que voltou a si e empurrou a garota:

— Você está louca! Somos irmãos! Eu me sinto péssimo por ter permitido que isso tenha acontecido! Você é uma criança! Eu me sinto um cafajeste incestuoso! – esbravejou ele.

— Não somos irmãos! Sou filha de Melanie Puckett e Cornelius Gibson! Você é filho de Faye Shay e August! Carly e meu pai te criaram, mas você não tem o sangue deles. Ainda que tivéssemos feito sexo aqui e agora, não haveria incesto, quanto menos num simples beijo.

— Eu jamais faria sexo com uma garotinha!

— Não sou mais uma garotinha e você nunca fez sexo com ninguém! Está na sua cara que é virgem!

— Do jeito que fala, parece que é muito experiente. Quer saber? Não te devo satisfação da minha vida. Fica longe de mim!

Cris saiu do closet e deu de cara com Sophie:

— Eu sabia que iria encontrar vocês aqui, só faltava procurar no armário da mamãe!

— Achou, meu amor! Muito bom! – elogiou Cris, pegando Sophie no colo – Vem assistir desenho no quarto do mano? Só nós dois, o que acha?

— E a Bel?

— A Bel já está de saída – falou Cris, lançando um olhar raivoso para Mabel, que entendeu o recado, despediu-se de Sophie com um beijo no rosto dela, pegou sua bolsa e foi direto para o apartamento da família Puckett Benson.

Isabelle ajudava Eddie e Nick nos deveres quando a prima chegou, dizendo:

— E aí, vamos tomar sorvete?

— Quando eu terminar de ajudar meus irmãos, vamos – respondeu Isabelle a Mabel.

— Sorvete? Também quero! – disse Nick.

— Eu não posso tomar – choramingou Eddie – A maldita intolerância à lactose.

— Acho que tem sorvete sem lactose, Eddie. Mas, prometo levar vocês outro dia. Hoje, vocês têm aula de espanhol, lembram-se?

— Que droga! – falaram os gêmeos, ao mesmo tempo.

— A vovó Marissa já deve estar vindo para levar vocês, vamos terminar logo o dever.

No caminho para a sorveteria, Mabel comentou:

— Quando se tornou a irmã exemplar, boa filha, boa neta, boa aluna... a senhorita certinha?

— Pensei que esse título era seu, Mabel. Quando éramos crianças, viviam nos comparando e advinha quem era a senhorita certinha e o modelo a ser seguido?

— As coisas realmente mudaram. Quem sabe a Belinha e a Mabel de anos atrás não existem mais.

— Você falando assim até me assusta. Parece que há outra Mabel ocupando esse corpo e que eu nem sei quem é.

— Também não tem uma nova Belinha aí dentro?

— Acho que não. Bem que eu deveria ser a senhorita certinha e ter mais juízo na cabeça. Quem sabe eu queira me transformar nessa pessoa para me envolver em menos encrencas e dar um tempo para minha consciência pesada. Somos adolescentes. Nosso corpo está mudando, nossas idéias, personalidade... Mas, que as mudanças façam de nós seres humanos melhores.

Haviam chegado à sorveteria e ambas foram se servir no Buffet de sorvetes. Quando se sentaram para degustar, Mabel voltou ao assunto, perguntando de supetão:

— O que fez de tão grave para estar com a consciência pesada?

— Eu não disse isso – surpreendeu-se Isabelle, pensando para onde havia ido a doce, meiga e educada prima que sempre conheceu.

— Eu entendi muito bem o que disse. Por que não se abre comigo? Pode aliviar sua consciência.

— Não tenho nada a dizer.

— Se eu te contar um segredo meu, você me conta o seu? Assim teremos a garantia que uma não vai poder contar o segredo da outra, sob pena de ser entregue.

— Está bem. Conte-me o seu segredo primeiro.

— Vai me contar o seu depois?

— Só se for um segredo de real impacto.

— É sim, de muito impacto! Lá vai: Eu e o Cris nos beijamos!

Isabelle empalideceu e emudeceu. A fala de Mabel caiu-lhe como uma bomba.

— Tá tudo bem, prima? Você disse que não quer namorar o Cris, pensei que não fosse se incomodar com isso.

— Não estou incomodada, só surpresa. Você e o Cris são irmãos! Isso é muito estranho!

— Quantas vezes vou ter que repetir que não somos irmãos? Por acaso temos o mesmo sangue? O mesmo pai ou a mesma mãe?

— O mesmo pai. Por adoção, mas o mesmo pai. Irmãos adotivos também são irmãos. Eu sempre percebi que você gostava do Cris de um jeito que não como irmão, mas me surpreende que ele te veja de outra forma que não como irmã. Ele te beijou mesmo ou você o beijou?

— Que parte de nos beijamos você não entendeu? Foi recíproco! Se a Sophie não tivesse aparecido, do jeito que a coisa ficou quente, poderíamos ter ido ainda mais longe.

Isabelle tossiu, cuspindo o sorvete, nesse momento. Dizendo em seguida:

— Cris não faria isso! Você só tem 13 anos!

— Quase 14! Os olhos dele, cheios de desejo para cima de mim, diziam o contrário. Ele já te olhou assim, prima?

Isabelle não respondeu, apenas mudou de assunto:

— Termina logo o sorvete, tenho que buscar meus irmãos na aula de espanhol.

— Nada disso! Não vamos sair daqui sem que você me conte o seu segredo. Não é justo eu te contar o meu e você não contar o seu. Você prometeu.

— Tem razão...

Isabelle não queria contar o segredo dela e de Cris. Haviam jurado não contar a ninguém sobre o acidente com o carro de Freddie. Mas, nem sabia mais se podia confiar em Cris depois das revelações de Mabel. Porém, seria a revelação de Mabel verdadeira? Não imaginava Cris, sempre tão correto, cobiçando a irmãzinha de criação. Podia ser só excesso de imaginação da prima. Na dúvida, ela contou a primeira mentira que lhe veio a cabeça:

— Eu não sou mais virgem!

— Jura? Como foi? Com quem foi? Quando foi?

— Já contei o segredo, não preciso dar detalhes, agora vamos.

Naquela noite, Mabel esperou Carly, Gibby e Sophie saírem da sala para sentar-se no sofá ao lado de Cris, que se afastou.

Mabel riu e falou:

— Tem medo de ficar perto de mim?

— Mabel, está quente e tem espaço no sofá. Quanto aquele beijo, não precisa contar a ninguém.

— Eu só contei para a Belinha. Não vou contar mais para ninguém.

— Você enlouqueceu?

— Desculpe. Fui obrigada! Ela me contou um segredo dela também.

— Que segredo?

— Se é segredo, não posso contar.

— Você contou o nosso.

— Você não tinha dito que era segredo.

— Está bem.

— Mas, quem sabe o segredo da Belinha não seja segredo para você. Pode ser até um segredo que vocês tenham juntos.

— Ela contou o nosso segredo? Ela me fez jurar que eu não contaria para ninguém. Era um pacto!

— Quer dizer que você e a Belinha perderam a virgindade juntos? Desculpe por eu ter dito que você tinha cara de virgem – falou Mabel, rindo.

— A Belinha perdeu a virgindade?

— Oh! Acho que falei demais!


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