Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira


Capítulo 2
Mal-entendido


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores!
Mais um capítulo saindo do forno, espero que gostem!



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Depois de 3 dias de suspensão, Isabelle estava apta a retornar às aulas, o que faria na manhã seguinte. Ela arrumava o estúdio do ICarly para a primeira edição do web show quando Cris entrou estendendo para ela um calhamaço de folhas impressas.

– O que é isso? - perguntou Isabelle sem entender – Estou com os roteiros – apontando para uma mesinha com papéis.

– Não são roteiros, são minhas anotações das aulas. Você perdeu e vai precisar compensar.

– Valeu pela preocupação Cris – agradeceu Isabelle, pegando os papéis das mãos do garoto.

– Não precisa agradecer, eu sempre me preocupo com você. Você é especial – sorrindo.

– Claro, uma amiga especial.

– Na verdade...

A fala do garoto foi interrompida por Alison:

– Cheguei galera! E trouxe maquiagem. Belinha, hoje vou te produzir pra você entrar arrasando no web show. Não que você já não seja bonita, mas tá pálida. Aliás, tá mais pálida que o habitual. Interrompi alguma coisa? - indagou com malícia.

– Claro que não! - falaram rapidamente Isabelle e Cris, ao mesmo tempo.

– Tá bom – disse Alison ainda desconfiada.

– Já que Alison chegou, vou descer pra pegar os presentes que comprei pras vocês na minha viagem – avisou Cris, descendo.

As meninas começaram a mexer na maleta de maquiagem. Alison falou:

– Sei que falta poucos minutos pro ICarly, mas preciso fazer xixi, tomei muita água vindo pra cá.

– Claro, dá tempo. Pode ir.

Alison desceu. A porta do elevador do estúdio se abriu e Isabelle mal acreditava no que via:

– Rick!!! - falou ela enquanto corria para dar um abraço apertado no amigo que quase caiu com a empogação dela.

Os dois ainda se abraçavam com força quando Cris entrou no estúdio e viu a cena. Ele ficou paralisado e continuou observando à porta sem ser notado.

– Pensei que você tinha me abandonado – falou Isabelle com ar manhoso.

– Eu jamais faria isso Belinha. Briguei com meus pais só por causa de você.

– Não me diga que fugiu de casa para vivermos felizes para sempre. Será nossa cabana e nosso amor? - indagou Isabelle, num tom brincalhão facilmente percebido por Richard.

– Não precisamos chegar a tanto Belinha. O seu amor chamou e eu regressei, mas pode continuar morando com seus pais e eu com minha avó, pelo menos até alcançarmos a maioridade – disse ele, rindo, também em tom de brincadeira.

– Sério que brigou com seus pais?

– Não foi bem assim. Acontece que quando voltei pra Los Angeles eu tive uma regressão no meu problema com esse autismo leve que já parecia superado. Voltei a meio que me fechar no meu mundo. Aqui eu superei isso, já tava enturmado, até meus pais perceberam que eu parecia curado quando fui visitá-los na África. Então, eu disse a eles que não estava feliz em Los Angeles, que sentia falta dos meus amigos. Eles me levaram no meu antigo terapeuta e ele disse que seria positivo eu voltar a conviver com meus amigos de Seattle. Então, depois de muito drama da minha mãe, eu voltei!

– Isso é bom demais!

– E eu devo isso a você. Graças a você Belinha, que desde sempre me puxa desse meu mundinho pra realidade do mundo, hoje posso dizer que estou aprendendo a viver com o autismo leve, consigo ter amigos e até gosto de te dar um abraço.

– Por isso não, vou te dar vários, porque estou muito feliz com o seu retorno.

Os dois voltaram a se abraçar.

Alison quase esbarrou em Cris perto da porta e chamou atenção dos demais ao dizer alto:

– Ai Cris! O que faz aí parado feito um poste?

– Eu esqueci uma coisa lá em baixo – disse ele, descendo apressado.

Isabelle e Richard ficaram olhando a cena sem entender.

– Acho que o gatinho ficou com ciúme – observou Alison.

– Você e o Cris estão namorando? - perguntou Richard à Isabelle.

– Não, por que? Ciúme bebê?

– Nada disso, sei que nosso amor é eterno – disse ele, piscando pra ela num tom brincalhão.

Isabelle devolveu o gesto, rindo.

– Fiquem brincando de namoradinho e vão deprimir o amiguinho – alertou Alison.

No quarto, Cris olhava com os olhos cheios de lágrimas para o pingente dourado em forma de coração que se dividia ao meio, cada qual em um cordão. A ideia era dar metade do pingente para Isabelle e guardar a outra metade, para deixar claro que ainda a amava e que esperaria o tempo necessário até os seus corações se unirem, como aquele pingente. Mas, depois da cena presenciada com Richard tinha dúvidas de que o coração de Isabelle fosse realmente seu, poderia muito bem pertencer a Rick.

Ele respirou fundo, secou uma lágrima que inadvertidamente deixou cair e voltou para o estúdio, pois ICarly entraria no ar em 3 minutos.

Assim que o garoto retornou, Alison perguntou:

– E os presentes?

– Esqueci na mala da minha mãe, quando ela chegar pergunto a ela onde está.

– Mas você tava com pacotes na mão.

– São os presentes pros meus tios e meu primo, eu confundi, por isso voltei pra procurar o de vocês – mentiu Cris.

– Pensei que sua mãe saísse do trabalho às 7 p.m.

– Ela sai, mas agora tá participando de um partido político.

– Sua mãe vai virar política? - perguntou Isabelle, surpresa.

– É, ela foi convidada pra se candidatar a vereadora, mas ainda não sabe se quer realmente isso, só tá observando. Ela é muito simpática e tal...

Richard se manifestou:

– Cara não vai me cumprimentar?

– Foi mal Rick. Eu já tava tonto com o interrogatório dessas matracas – apontando para Isabelle e Alison, que lançaram um olhar ofendido.

Os garotos apertaram as mãos.

– Melhor a gente se apressar, 1 minuto pro ICarly – alertou Cris.

– E o que eu faço agora que o Rick voltou? - perguntou Alison.

– Não esquenta, vai ser nossa assistente de palco – decidiu Isabelle.

Richard pegou rapidamente a câmera, ligou os aparelhos e iniciou a contagem:

– Em 5, 4, 3, 2... - apontando para Isabelle e Cris.

– Alô, alô marciano, aqui quem fala é da Terra... - começou Isabelle.

– Por que marcianos estariam interessados no ICarly? - indagou Cris.

– Porque é um programa muito divertido – respondeu a menina.

– Você tem razão Belle.

– Meu nome é Belle?

– Sim, e o meu nome é Cris...

– É esse é o ICarly – falaram Isabelle, Cris e Alison ao mesmo tempo.

– Espera, quem é essa intrometida Cris? - pergntou Isabelle.

– Boa pergunta, quem é você marciana? - questionou Cris à Alison.

– E.T. - começou a falar Alison, imitando o gesto do filme.

– Conta logo pra eles que você é nossa assistente de palco Alison – anunciou Isabelle.

– Você já contou amiga – disse Alison, rindo.

– Então seja uma boa assistente de palco e anuncie a próxima atração – pediu a loirinha.

– Com vocês: no que você está sentando – cantarolou Alison, enquanto Isabelle soltava o som no antigo controle.

Isabelle colocou uma venda em Alison e disse:

– Pode se sentar.

E assim o programa seguiu, cheio de diversão. Ao final, todos comemoraram mais um bom resultado.

Mais tarde, os quatro adolescentes jogavam carta sobre a mesa da cozinha, enquanto Gibby brincava com Sophie na sala. Carly chegou e cumprimentou a todos.

– Belinha, sobe comigo? A dinda comprou uns presentes pra você – informou Carly à afilhada.

– Legal dinda, vamos nessa! - disse Isabelle, largando as cartas e se levantando.

Cris se adiantou:

– Espera mãe, também vou – subindo as escadas correndo.

No quarto de Carly. A morena viu que Cris já havia revirado sua mala e questionou o filho, que disse:

– Eu tava procurando o presente que comprei pra Belinha.

– Tá na sua mala.

– Não, eu deixei na sua. Aqui Belinha – entregando um pacote para a menina.

Isabelle abriu e não escondeu a frustração:

– Um sabonete?

– É bem cheiroso. É francês – disse Cris.

– Tá me chamando de fedida?

– Claro que não, você é muito cheirosa, por isso o sabonete, pra ficar ainda mais cheirosa.

– Eu deveria tacar esse sabonete...

Carly se manifestou:

– Não foi esse o presente que você comprou pra ela Cris, eu me lembro muito bem. Esse era da Audrey.

– Foi esse sim mamãe – disse Cris com ênfase, olhando para Carly com firmeza como uma súplica para que se calasse.

– Se você diz... Vou pegar os meus presentes pra ela, então.

– E eu vou levar os presentes da Alison e do Richard – informou Cris, descendo.

Carly entregou à afilhada roupas e perfumes que havia comprado pra ela. Isabelle gostou de tudo, mas ainda estava chateada com a atitude de Cris.

Na manhã seguinte, no colégio, Isabelle encontrou os amigos na frente dos armários.

Alison estava irritada:

– Eu vou matar o Grégory!

– O que houve? Até ano passado vocês viviam aos beijos por aí, agora quer matá-lo? - perguntou Isabelle, sem entender.

– A gente só tava ficando, daí ontem o imbecil mudou o estatus dele na rede social: em um relacionamento sério com Alison! Hoje ele não me escapa!

Cris riu e questionou:

– Por que não assume logo o namoro?

– Porque eu não quero namorar e ele deveria ter me perguntado antes de fazer essa exposição pública – respondeu Alison, irritada.

– Ele passou pra cantina Alison, corre – informou Isabelle, apontando.

Alison correu atrás, furiosa.

Richard tirou os fones de ouvido e perguntou:

– O que rolou?

Isabelle e Cris apenas riram. O sinal tocou e cada um seguiu para suas salas.

Na hora do recreio, Isabelle fazia lanche com Alison e Richard.

– Cadê o Cris? - perguntou Isabelle.

– Ele tava na minha turma – informou Alison – Foi à biblioteca pegar uns livros pro trabalho que vamos fazer. Aquele professor chato de biologia já começou o ano nos enchendo de atividades.

Marcus aproximou-se da mesa e parou diante de Isabelle.

– Você realmente não tem amor à vida – disse a menina, encarando-o.

– Voltou da suspensão nerd?

– Não tá me vendo aqui?

– Bom pra você. Agora aceita o cinema sábado a noite?

– Qual é a sua garoto?

– Foi mal. Meu comportamento não foi bacana com você. Peço desculpa. Mas, realmente te achei muito bonita e quero sair com você.

– Valeu, mas não.

– Qual o problema? É só um encontro, custa?

– Não tô a fim.

– Tá bem, mas não vou desistir. Você não me deu qualquer explicação pra sua negativa.

– Eu tenho namorado – mentiu Isabelle.

– Já me informei no colégio e você não tem.

– Tenho e está bem aqui – disse Isabelle apontando para Richard.

– Não acredito nisso. Sei que são amigos.

Isabelle puxou Richard e o beijou na boca na frente de Marcus. Cris entrava na cantina e viu a cena, decepcionado. Ele saiu sem fazer barulho.

Ao final das aulas, Cris procurou Isabelle:

– Pode passar no meu apartamento hoje a noite?

– Claro, o que vamos fazer? Jogar video-game?

– Não, na verdade, preciso conversar com você.

– Está bem.


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