Começar de novo escrita por UchihaHime Chan


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, só tenho uma coisa a dizer: Perdão pela demora!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669405/chapter/6

Em todas as aulas, tive que esperar o professor ou a professora me dizer onde sentar. Passado o susto inicial ao ver a minha cara, todos puxavam conversa comigo. Perguntavam coisas do tipo "como vai?” e diziam coisas como "que bom que você voltou".

Só metade deles parecia sincera.

No fim das contas, a escola não foi um problema. Levei alguns minutos para deduzir em que ponto se encontravam as aulas, mas a matéria não estava fora do alcance da minha compreensão. Sayaka estava na minha turma de inglês, e ela me puxou para a carteira ao lado dela.

Com meu corpo pairando sobre o corredor minúsculo, ela puxou a manga do meu cardigã.

— Acordou tarde hoje?

— Não, porquê?

Seus olhos me percorreram inteira.

— É só que isso aí que está vestindo não é exatamente... — Gracinha — sugeriu Tayuya, jogando os cabelos ruivos por cima do ombro. — Quer dizer, é ótimo para o fim de semana, mas eu sei que você tem roupas mais gracinhas que esse aí no seu closet.

— Na verdade, queremos um closet como o seu. — Sayaka deu uma risadinha e tamborilou as

unhas na carteira. — Certo, também queremos o Sasori.

— Menina, nem me fale — Tayuya abanou as bochechas. — Ele disse que daria um pulo na sua casa ontem. Ele foi?

— Sim, ele deu uma passada lá. — Mostrei o colar. — Me devolveu isto. Eu tinha deixado na casa dele.

Os lábios de Sayaka tremeram antes de ela estampar um enorme sorriso no rosto.

— Foi difícil? Vê-lo sem se... lembrar dele?

Fiz que sim.

— Foi diferente, mas nós... tiramos o atraso.

Tayuya lançou um olhar de cumplicidade para Sayaka

— Aposto que sim.

— Não nesse sentido. Nossa, ele é um desconhecido para mim — eu disse, erguendo as

sobrancelhas.

Sayaka não perdeu tempo.

— Eu falei com o Gaara hoje de manhã, e ele disse que o Sasori estava bem contente depois de ver você. É bom, não é?

— É. Falando do... Gaara, como ele anda?

Como se alguém tivesse acionado um interruptor, as duas garotas ficaram sem expressão.

— Como assim? — perguntou Sayaka.

— Ele namorava a Karin, certo? Ele está bem?

Duas carteiras adiante, um garoto de cabelos pretos bufou e olhou para trás. Seu rosto era de uma palidez medonha. Um delineador preto e grosso contornava seus olhinhos puxados.

— Gaara está ótimo. Ele praticamente limpou a garganta dela com a língua na aula introdutória — ele apontou Tayuya com uma unha pintada de preto. — Deve ser assim que ele lida com o problema.

A face bronzeada de Tayuya assumiu um tom de vermelho, mas Sayaka se inclinou para a frente.Seus peitos quase pularam para fora do suéter decotado, mas isso em nada impressionou o gótico.

— Escute aqui, Pham, Ching Ling ou seja lã qual for seu nome, pode ir se virando para o outro

lado que a conversa não chegou no galinheiro. E você deve estar é com ciúme. — Os olhos dela

travaram no alvo feito lasers programados para destruir. — Você queria que o Gaara limpasse a sua garganta com a língua.

— Sayaka! — falei boquiaberta e envergonhada pelo menino e por ela.

Sem dizer uma palavra, o garoto girou em sua carteira. Sua nuca ficou cor de sangue.

Eu me virei para ela, mas ela sorria para Tayuya.

— E eu lá tenho culpa se ele quer jogar no meu time? — ela disse, piscando um olho.

A ruiva soltou uma risadinha.

Senti uma pontada de raiva, mas a professora entrou e começou a aula. Eu podia não saber quem eu era, mas sabia que aquilo era errado. Quando a campainha soou, apanhei minhas coisas e corri para fora da sala, ignorando aquelas duas, que ficaram berrando meu nome.

Alcancei o garoto e segurei o braço dele.

— Escute, sinto muito mesmo pelo que aconteceu.

O gótico era mais baixo que eu, e ele teve de levantar o queixo para me olhar nos olhos. Mesmo assim, mal consegui ver os olhos dele no meio dos cabelos tingidos.

—Como?

— Eu disse que sinto muito pela maneira como elas se comportaram. Não foi bonito.

Suas bochechas roliças ficaram coradas e ele soltou o braço com um tranco.

— Sério?

Ele deu risada. Algumas pessoas passaram por nós e houve quem parasse para olhar, de boca

aberta.

— Não tem preço. A Rainha das Patricinhas se desculpando pelas filhotas. Não dou a mínima. Não fale comigo.

Ele me deixou plantada no meio do corredor, boquiaberta. Uma risadinha aguda desfez meu

espanto. Tão logo me dei conta do que era, um calafrio me desceu pela espinha. Eu me virei para a direita, e a origem do som foi bloqueada por um coro de corpos irrequietos em movimento. Vislumbrando um vestido vermelho e acetinado, meias calças pretas e cabelos de um  avermelhado intenso, senti meu coração vacilar dentro do peito. Uma risada zombeteira deixou meus braços arrepiados.

Foi aí que eu a vi. Estava de pé ao lado do bebedouro, o batom nos lábios carnudos combinava com o vestido... mas não o mesmo vestido da fotografia que eu trazia comigo. Havia algo... algo errado com o vestido.

Avancei um passo e cortei o caminho de um cara grande. Ele deu risada, segurando-me pelos

ombros antes que eu caísse para trás.

— Cuidado, Saky. Não quero mandar você de volta para o hospital.

— Foi mal — murmurei, contornando-o rapidamente.

Não havia ninguém ao lado do bebedouro.

Passando a mão pela testa e os cabelos, girei nos calcanhares e corri para a aula de biologia.

Dirigindo-me a uma bancada nos fundos, eu me sentei e comecei a fuçar minha bolsa, com a

respiração entrecortada.

Eu tinha mesmo acabado de ver a Karin? A... visão em nada se parecia com as anteriores. Com as mãos trêmulas, coloquei o caderno sobre a mesa e fui procurar uma caneta. Fechei os olhos durante alguns segundos, controlei a respiração e voltei a abri-los.

Um papelzinho dobrado em triângulo estava bem na frente da minha bolsa aberta.

Talvez tivesse caído de dentro dela ou...

Dei uma rápida olhada ao redor, mas não havia ninguém por perto.

Parte de mim não queria ler o bilhete, não queria sequer começar a entender como foi que aquilo tinha ido parar dentro da minha bolsa ou se tinha caído do céu. Oportunidades não faltaram nas três primeiras aulas. Alguém poderia ter enfiado o papel lá. Respirei rapidamente e desdobrei o papelzinho.

“Havia sangue nas pedras. O dela. O seu.”

Fitei as palavras até virarem um borrão no papel amarelo. O sangue da Karin... Meu sangue nas pedras? Fui tomada por ondas de náusea.

— O que é que você tanto olha aí?

Sobressaltada com a voz que surgiu do nada, bati a mão sobre o bilhete e olhei para cima. Dois

olhos de um ônix vivo encontraram os meus. Sasuke estava se sentando na cadeira ao meu lado.

— Por que vai se sentar aqui? Perguntei, dobrando rapidamente o papel.

— É aqui que eu me sento — Ele respondeu, arqueando uma sobrancelha.

Enfiei o bilhete na bolsa.

— É?

— É, sou seu colega de laboratório. Foi assim o ano inteira, Saky. — Sasuke apoiou o cotovelo na mesa, descansando o queixo sobre o punho fechado. E aí, o que está fazendo?

— Estou... Não encontro minha caneta.

Ofereceu-me a dele.

Sorriu de leve com um lado só da boca.

— Tenho muitas, muitas outras. Tenho fetiche por canetas. Não paro de colecioná-las.

Eu não soube dizer se ele estava brincando, mas sorri e peguei a caneta. Nossos dedos se tocaram, e uma descarga elétrica subiu pela minha mão. Ergui os olhos e encontrei os dele. Ele  ainda segurava a caneta, mas havia apreensão em seu olhar.

— Obrigada? - falei, puxando delicadamente a caneta.

Sasuke a soltou.

— Como foi seu primeiro dia até agora?

— Ótimo — respondi depois de rir baixinho.

— Dá para ser mais específica?

— Que surpresa. Você está curioso.

Ele me observou por um momento e aí recuou, cruzando os braços à altura do peito largo.

— Bom, eu só estava tentando ser legal e puxar conversa. Normalmente, a gente só olha feio um pro outro e bate boca. Podemos voltar a fazer isso, se quiser.

— Não. — Minha voz saiu triste. — Não quero isso.

Ele tentou esconder as piscadelas surpresas com uma risada breve, mas eu vi.

—Ah, bem...

Emoções vertiginosas vieram à tona: mágoa, raiva, confusão. — Sinto muito por ter pegado tanto no seu pé desde... bom, desde sei lá quando. Sério, sinto mesmo. Não podemos começar do zero?

Ele me encarou de olhos arregalados e pupilas dilatadas. Sua expressão era indecifrável.

Balançando a cabeça, eu me virei para a frente da sala de aula. Por que tinha me dado o trabalho?

Um simples pedido de desculpas não remendaria anos de maldade. E, ao me socorrer naquela manhã, na cafeteria, Sasuke não tinha acenado com a bandeira branca da amizade.

Acho que não.

— Saky...

— Esqueça — resmunguei.

Abri o caderno e tentei ler as anotações de biologia que, pelo jeito, eu não me lembrava de ter feito,quando vi Tayuya na frente da sala de aula.

Ela também me viu, e seu olhar se alternou rapidamente entre mim e Sasuke. Quando os olhos dela encontraram os meus, suas sobrancelhas se ergueram. Dei de ombros e voltei a ler as anotações que eu obviamente não tinha me esforçado muito para registrar. Não olhei sequer uma vez para ele durante toda a aula, mas a presença dele era avassaladora. Cada parte do meu corpo registrava os movimentos dele: rabiscando alguma coisa, passando a mão no peito ou flexionando o pulso direito.

Meus nervos estavam à flor da pele quando a campainha soou. Disparei para fora da sala feito um bichinho assustado e engaiolado.

O almoço não foi muito diferente.

Tive de encarar a fila sozinha e nada parecia comestível. Contentando-me com pizza, peguei uma garrafa de água e passei os olhos pelas mesas. Sayaka estava nos fundos, acenando com a mão feito um controlador de tráfego. Começando a me acostumar com os olhares, fui em direção dela.

— Ouvi falar que ela não se lembra de nada — uma garota cochichou. — Até tiveram de contar

para ela como ela se chamava. Não é doido?

— Bom, com certeza ela se esqueceu de quem era amiga — retrucou uma outra garota, muito mais alto. — Eu a vi falando com o Louis no corredor hoje. Nevou no inferno.

Passando por outra mesa, ouvi um cara dizer:

— Não sei bem qual delas eu queria que voltasse. As duas tinham tudo durinho lá...

Andei mais depressa para não escutar o resto da frase. Passei por meu irmão, sentado ao lado de uma morena bonita. Pelo jeito, não repararam em mim, porque estavam de bocas grudadas.

Sentando-me ao lado de Sayaka, obriguei meus músculos a relaxar. As garotas falavam do que

tinha acontece numa série de tevê na noite anterior e consegui comer metade do pedaço de pizza em silêncio. Alguns minutos depois, um cara supermusculoso e de cabelos pretos e curtos se juntou a nós. Ele se sentou ao lado de Tayuya.

— Gaara— ele disse, estendendo bruscamente a mão e sorrindo. Tinha um leve sotaque... britânico?

— Prazer em conhecê-la.

Sayaka afastou a mão dele com um tapa.

— Não seja idiota.

— Que foi? — Ele piscou para mim. — Sasori me disse que ela não se lembra de nada. Achei melhor me apresentar.

— Sakura.

Estendi a mão, entrando na brincadeira. Ele deu risada apertou minha mão e se recostou, passando um braço pelo espaldar da cadeira de Tayuya.

— Droga, você não se lembra mesmo de nada?

Droga, eu estava ficando cansada de tanto dizerem aquilo.

— Nadica.

— Então, não faz ideia do que aconteceu com a Karin? — ele perguntou, estreitando os olhos.

O silêncio baixou sobre a mesa feito um cobertor grosso e comichento. Quando meus olhos

encontraram os de Gaara, a inquietação que se formara abaixo das minhas costelas era do tamanho de um punho fechado.

— Não. Você faz?

— Não — gargalhou Gaara — Nem vi a cara dela naquele fim de semana. Terminamos o namoro.

Sayaka limpou a garganta.

— Pessoal, podemos falar de outra coisa? Esse assunto é sinistro.

Ele a ignorou.

— Perguntou ao Sasori se ele a viu naquele fim de semana?

A inquietação aumentou, ganhou peso. Se eu tinha perguntado ao Sasori? Eu achava que não, pelo menos não com aquelas palavras.

— Ele não mencionou nada nesse sentido.

O olhar de inocência de Gaara não me enganava.

— Era bom perguntar de novo. Fica a dica.

— O que quer dizer com isso? — eu quis saber.

— Nada — falou Sayaka, cutucando uma folha de alface sobre o prato. — Gaara só tem dois

neurônios. Mas então, Matsuri e eu estávamos planejando ir à Filadélfia neste fim de semana e comprar vestidos novos para a festa que Sasori vai dar no fim do mês.

Matsuri era a garota de cabelos escuros e mechas loiras, a mais calada da turma. Ela sorriu para mim.

— Ele vai dar uma festa? — perguntei.

Ela me respondeu sacudindo a cabeça e gargalhando.

— Ah, sim. Que burrice a minha. Ele dá uma festa todos os anos na estreia da temporada. Todo mundo vai. E algumas pessoas que não deveriam estar Iá também, mas não dá para controlar a população.

— Tipo assim, se ela aparecer, vamos ter de esconder comida — Tayuya falou, retorcendo o lábio.

— E trancar a geladeira.

As palavras saíram tão alto que eu não precisei adivinhar de quem ela estava falando. A garota

estava sentada à mesa bem na nossa frente. Os cabelos cacheados estavam presos no alto da cabeça e sua nuca estava vermelha feito uma beterraba.

— Óínc, óinc — fez Sayaka, unindo as sobrancelhas.

Encarei as duas.

— A menina nem é gorda — eu disse em voz baixa.

Não era magra como elas, mas, até aí os habitantes de países de terceiro mundo eram mais pesados que aquelas duas.

Tayuya olhou de relance por cima do ombro e riu com desdém, dizendo:

— Qual tamanho ela usa? Quarenta e quatro?

Fiquei de queixo caído.

— É, uau, chamem os Vigilantes do Peso. Vocês estão brincando, né?

Gaara se inclinou ainda mais para trás, achando tudo muito engraçado. As garotas da mesa olhavam fixamente para mim, como se eu estivesse dançando pelada. Peguei minha garrafa, com vontade de jogá-la na cabeça de uma delas.

— Nossa, é tanta grosseria que eu nem sei por onde começar.

Sayaka atirou a cabeça para trás.

— Ah, sei, vindo de você?

— Que é que tem? — falei.

Ela mordeu o lábio inferior e passou os olhos pela lanchonete.

— Beleza. Está vendo aquela ali? — disse, apontando uma garota bonita, cor de chocolate e com botas arrasadoras nos pés. — Na quarta passada, você a chamou de... — baixou a voz. — " Piranha gorda da periquita quente". Daí, que você não tem moral para falar.

Meu queixo bateu no chão.

—Eu... Eu não diria uma coisa dessas.

Matsuri balançou lentamente a cabeça, os olhos focados no prato.

— Disse, sim.

— E uma semana antes, você chegou a oferecer salada para uma fulana aí e sugeriu que ela

trocasse a pizza por folhas, — Gaara gargalhou. Achei que você fosse apanhar naquele dia.

Uma sensação horrível percorreu-me as veias quando encarei minhas amigas: o mesmo misto de vergonha e confusão que senti ao tentar me desculpar com o garoto no corredor. Não sabia o que era pior: O que eu tivesse dito e feito coisas daquele tipo ou o fato de que todo mundo achava normal.

Com nojo daquelas pessoas e de mim mesma, pequei a bandeja e fiquei de pé.

— A gente se vê.

Ela escancarou a boca.

— Saky!

Eu a ignorei, piscando os olhos para conter a enxurrada furiosa de lágrimas. Mais do que tudo, eu queria fugir de mim mesma... e de qualquer coisa que me fizesse lembrar o que eu costumava ser. E eu sabia exatamente onde sentar.

Parei diante da mesa de meu irmão, com os olhos fixos nele.

— Posso me sentar aqui?

Ele pareceu surpreso, mas concordou.

— Claro. Puxe uma cadeira.

Com o rosto ardendo e um soluço preso na garganta, eu me sentei. Vários segundos se passaram antes de eu perceber que Sasuke estava à mesa, e ele me observava com os olhos semicerrados.

Quando ergui a cabeça, meus olhos encontraram os da garota sentada ao lado do meu irmão.

Soube quem era ela no mesmo instante: a garota da qual eu me lembrava vagamente, a tal do

chapéu vermelho e de aba larga. Fiquei toda empolgada ao perceber que conhecia alguém.

— Você é a Hinata!

Ela olhou de relance para meu irmão e voltou a me fitar, piscando rapidinho. Naruto baixou o garfo.

— Você se lembra dela, Saky? — ele perguntou.

Eu fiz que sim, toda animada, parecendo o cachorrinho que eu tinha visto no comercial de ração um dia antes.

— Sim. Quer dizer, eu me lembro de uma versão mais jovem dela. Você usava um chapéu

vermelho. Eu não encontrei uma foto sua no meu mural, mas acho que éramos amigas...

Olhei rapidamente para Naruto, que me fitava de olhos esbugalhados. Na verdade, metade da mesa estava embasbacada comigo. Meu rosto corou e minha voz foi se apagando no meio da frase.

Hinata pigarreou.

— Eu costumava usar um chapéu bem grande quando era mais nova. Foi da minha mãe. Nós, você eeu, achávamos aquele chapéu a coisa mais bacana de todos os tempos, mas isso foi há séculos.Antes de eu me tornar a patricinha-mor ou desenvolver a capacidade de deixar a mesa inteira pasma pelos motivos errados. Enfiei um pedaço de pizza na boca.

— Tem razão, Naruto. É bizarro — Sasuke falou, chacoalhando a cabeça.

Apertei os lábios e corri os olhos por toda a lanchonete. Não vou surtar. Não vou surtar. O nó

estava quase na minha boca, travando o pedaço de pizza. Sasori entrou pelas portas duplas, conversando com um garoto de camisa polo verde neon.

Que camisa horrorosa.

O olhar de Sasori passou por mim e voltou em seguida. Ele arregalou os olhos. Sua expressão era quase cômica. Falou alguma coisa para o amigo e aí veio na minha direção.

— Ótimo — resmungou Sasuke, voltando a rosquear a tampa da sua bebida. — Ela sentada aqui, euconsigo aguentar, mas não o escroto do Sasori.

O riso foi crescendo dentro de mim antes que eu conseguisse contê-lo, e comecei a me virar para Sasuke quando uma coisa vermelha chamou minha atenção.

No mesmo instante, tudo congelou a meu redor. Um segundo depois, o refeitório desmoronou, desfazendo-se em montinhos de cinzas e pedras moídas. A barulheira de pessoas falando, rindo e comendo desapareceu. Uma película cobriu meus olhos, fazendo tudo se apagar e assumir um tom cinzento e sem vida, com a exceção de uma cor.

Vermelho.

A única cor em todo o recinto era o vestido vermelho e rasgado que pendia do corpo dela.

Karin estava ali parada, na outra ponta da mesa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eita, agora tenho certeza que deixei todo mundo pirado!