Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 9
Capítulo 9 – Sinalizador


Notas iniciais do capítulo

Oi :D
Decidi voltar mais cedo, porque decidi mesmo e okay :)
Agradeço a vocês pelos comentários, pelas pessoas que comentam regularmente (amo vocês) e pelos reviews dos novos leitores também (Sejam bem-vindos)!
Vamos lá !

GENTE QUE RAIVA
Minhas notas finais está um bugs só, não tô conseguindo por tudo que quero lá :(
Então vou colocar aqui, mas vocês só leiam depois que lerem o capítulo Okay?

NOTAS FINAIS

O título do próximo capítulo é "Intruso", mas como é só uma palavra e não diz muita coisa, vou deixar um trechinho para vocês:
Em um dado momento, Peeta virou-se para a direção certa e a viu. Ela corria com as armas nas mãos sorrindo o que o fez abrir um sorriso ainda maior. Mas antes que ela conseguisse chegar até ele, uma bala pedida a derrubou.
— KATNISS! "

E aí gente o que vocês acham que vai rolar? O que vocês acham que Katniss vai fazer pra ajudar ele? Vai chegar atirando? Vai pedir ajuda de marcianos? Vai dar uma de mulher bomba?
Deixem suas hipóteses e a que chegar mais perto eu vou divulgar nas notas iniciais do próximo capítulo!
Comentem muito que o próximo capítulo é o Xeque Mate dessa confusão toda, e eu só vou postar quando ver vocês comentando dando as hipóteses para o plano da nossa miga loka Kat.
Conto com vocês, bjoss até o próximo! :D

(Leram as notas finais? Se não leiam lá, há uma observação importante, e foi tudo o que eu consegui colocar lá.)



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“Eu ainda estou vivo”

Desde de que leu o bilhete deixado por Peeta, Katniss só conseguia agradecer aos céus por aquela frase. Ele ainda estava vivo, ainda havia uma esperança. Algo ainda podia ser feito.

Andando como um fantasma imperceptível pelas ruas ainda molhadas, Katniss se misturava à paisagem suja o máximo que podia. Estava se preparando psicologicamente. Ela sabia que uma grande luta estava por vir e ela queria ajudar. Tinha que ajudar.

“Eu ainda estou vivo” sim, está, mas em que condições? Conseguirá enfrentar uma luta tão grande quanto é a que planejou?

Ao chegar em casa, Katniss retirou as botas pesadas e fez seus pés descansarem. Eles estavam frios e molhados, e precisavam se aquecer: Ter os pés em más condições derruba qualquer soldado. Ela lembrou de ter lido relatos assim no livro “Onde nascem os ventos”*, e diante das informações que adquiriu cuidaria bem dos membros que a ajudava a andar.

Olhou pela janela observando se o carro ainda estava onde ela estacionou e lá se encontrava ele, imóvel no beco da esquina. “Menos mal” pensou. Na noite de ontem decidiu tirar alguma pistola e uma faca de lá. Era arriscado esconder todo o armamento em um só lugar.

Naquela noite Katniss dormiu melhor, pensando que, apesar de machucado, Peeta seguia vivo e agora provavelmente era um deles. Considerando a escassez de armas, convenceu-se de que talvez Dick via realmente um futuro em Peeta. Se ela pensasse bem, qualquer um veria um futuro em ter Peeta em seu bando: Ele era forte, habilidoso com facas e armas, esperto e sagaz e ainda por cima tinha uma sobrevivência de meses trabalhando sozinho no currículo. Katniss pensou que se fosse líder de um bando, o recrutaria como pudesse.

Na manhã seguinte ela apanhou um dos pesos que Peeta erguia para exercitar os braços e fez o mesmo. Imaginou que se haveria uma hora em que ela precisaria se preocupar em ficar mais forte, aquele era o momento.

Comeu suas refeições estranhando a todo tempo o silêncio da casa: nada de risadas sarcásticas nem provocações irritantes. Nada. Apenas alguns zunidos que o vento fazia ao passar pela janela alta. Estranho.

À tarde fez o que ficara o dia inteiro esperando por fazer: voltar ao esconderijo dos bilhetes. Ela tinha esperança que Peeta tenha depositado mais um e não podia perder uma palavra se quer.

Andou silenciosamente pelo caminho já conhecido, olhando sempre para todos os lados cuidando para não ser vista. Ela sabia que Peeta vinha para cá à noite, dando seu jeito para passar pela frota de carros e chegar ao lugar afastado em que jazia o carro verde escuro abandonado que guardava suas mensagens.

Chegando em segurança ao local,  avançou para dentro do carro, alcançando o bilhete debaixo do velho tapete. Dessa vez, um papel menor, com uma letra bastante apertada:

“Estou melhor agora. Eles estão me pressionando para ir pegar as armas e eu disse que iria logo que minha costela melhorasse: finjo que sinto mais dor do que realmente estou sentindo para ganhar tempo. Mas claro, eles não são bobos, então provavelmente terei de agir hoje. Traga duas facas e uma pistola carregada para mim, deixe aqui e me deseje sorte.”

O nervosismo que sentiu por todo o caminho de volta refletia nas suas mãos: frias e trêmulas. A mulher caminhava apressadamente, ansiando chegar em casa, juntar as armas e voltar para deixar no lugar combinado, para depois voltar para casa e planejar como o ajudaria.

Na rua do abrigo de Peeta, ela não entrou em casa: andou direto para o carro parado, vigiando para saber se não era observada enquanto retirava as armas do esconderijo e seguia pelo caminho que veio, refazendo-o com pressa.

Tomando cuidado de esconder bem as armas, porém de uma forma que Peeta pudesse encontrar, Katniss sentou-se no banco e começou a escrever no caderninho que trouxe mais cedo acompanhado por uma caneta quando percebeu que Peeta estava ficando sem utensílios para escrever:

“Passei na loja da rua 36 e achei o sinalizador que está junto com as armas. Se a coisa sair do controle, não hesite, use-o e eu saberei. Por favor, não tente resolver tudo sozinho.”

Deixando tudo organizado partiu de volta para casa refazendo o mesmo caminho de antes. Quando chegou, já era começo de noite: comeu bem, se banhou e ficou deitada, pensando e descansando.

Aproveitou o banho e a comida o máximo que pôde, pois não sabia se ainda teriam aqueles privilégios depois daquela noite. Talvez tenham simplesmente que fugir. Devia estar preparada para tudo.

Mais a noite, Peeta arrastou-se por debaixo dos carros como fazia toda noite para chegar ao lugar que escrevia para Katniss sem ser notado. Chegando lá  e averiguando a bolsa de armas e o bilhete, se permitiu sorrir em um secreto agradecimento por ter alguém no mundo que ainda se importava com ele e estava disposto a se arriscar para tirá-lo do apuro. Porém não cogitou a ideia de usar o sinalizador: tudo daria certo, pensou. E se não desse, ele resolveria. Apesar do apelo dela, não queria fazer com que ela viesse para a luta tendo grande chances de ser capturada. A não ser , talvez, que tivesse problemas realmente sérios.

Rumou de volta para seu lugar passando por debaixo dos carros, agora com mais dificuldade por causa da mochila. Passou por um ou dois novatos do bando, mas estes não deram atenção à sua bolsa e nem a ele, novato quebrado que ainda estava andando torto.

Passou pela sua tenda e deixou a mochila lá, entre os lençóis que o cobriram desde que chegou, depois, sem delongas, saiu vendo a fila para a alimentação começar a se formar.

Andando curvado e com a cara amarrada Peeta não falava com ninguém: se fosse sociável depois de ter levado uma surra seria suspeito demais. Bom, pelo menos ele suspeitaria de um idiota que se junta com os que lhe bateram até desmaiar.

Ninguém o cumprimentava e ele quase não via Dick esses dias. Troid disse na noite anterior que o recrutamento de Peeta o inspirou a pensar em mandar homens para encontrar sobreviventes e recrutá-los. Mais homens, mais força. Dick queria se fortalecer.

Terminou sua sopa (que por sinal estava horrível) e voltou à sua tenda onde pretendia descansar até que fosse chegada a hora. Não tinha toque de recolher, mas por todos levantarem muito cedo, Peeta sabia que depois da meia noite todos já dormiam.

Chegada a hora, o loiro levantou-se e pegando suas armas e o sinalizador e saiu  de sua tenda para executar seu plano da forma mais rápida que conseguisse. O ar estava gélido e o silêncio embargava o local como uma canção de ninar. Os únicos sons que se ouviam eram os das asas das corujas que insistiam em passar por aquela parte feia da cidade ou os passos dos dois homens que estavam de guarda aquela noite.

Peeta achou uma falta de estratégia muito grande da parte de Dick deixar apenas dois homens de guarda na entrada da frente, porém agradeceu aos céus por isso.

Respirou fundo.

Tomou consciência de que nunca havia matado tantas pessoas ao mesmo tempo, quanto ia matar agora.

“vamos lá Peeta, qual a diferença entre 3 e 15?” pensava tentando encorajar-se a si mesmo.

Vagou com destino ás tendas vizinhas e na primeira a esquerda entrou encontrando um homem baixo e magro, que dormia com a boca parcialmente aberta. Ao perceber a movimentação a sua frente, o homem acordou de repente, arregalando os olhos para Peeta, abrindo a boca preparando-se para o grito, que não chegou a sair. Antes que sua voz ecoasse, o sangue de sua cabeça se espalhava pelo chão da tenda, o mesmo sangue que banhava a faca brilhosa de Peeta.

Saindo silenciosamente do local do primeiro crime, Peeta seguiu para o próximo abrigo, ao qual um homem dormia de bruços, alheio a tudo, com uma garrafa de um licor branco ao lado. Aquele não acordaria, nem se daria conta de nada. “Melhor” murmurou Peeta, tão baixo quanto pôde. Dado a facilidade, não levou mais que alguns segundos para apaga-lo sem que ele ao menos se mexesse.

Seguiu para as duas tendas seguintes e não teve problemas: ambos homens cansados que morreram antes que pudessem se dar conta do que acontecia. Peeta não pôde deixar de pensar que aquilo era uma covardia, mata-los enquanto dormiam, porém não deixava de ser a melhor forma.

“menos quatro”

Seguindo seu caminho, invadiu mais duas tendas. Um dos homens quase o entregava: conseguiu dizer alguma coisa como “maldito” antes da faca acertar-lhe, o que preocupou o loiro, temendo a atenção que aquilo poderia trazer. Esperou. Como passou-se alguns minutos e nada aconteceu, seguiu em frente.

Sua faca trabalhou em mais dois homens (um que lutou, mas se achava bom de mais para pedir ajuda) antes de passar para a tenta verde escuro, mais à extremidade.

Entrou nela silenciosamente, os pulsos já molhados por todo o sangue dos supostos companheiros, mas parou estático ao entrar e encontrar um rapaz, não mais que 18 anos, abraçado a seus joelhos, enquanto chorava.

— Não... Não por favor... Não...

O garoto repetia aquilo como uma prece, hora com os olhos firmemente fechados, hora exageradamente abertos.

— Shiu... Cala a boca! – ordenou o loiro. O mais novo se calou na hora, permitindo apenas as lagrimas a continuar a rolar sendo que ele não parecia ter controle sobre elas – Qual o seu nome?

— Eu... Ren... – gaguejou

— Tudo bem Ren. Olha você não precisa morrer, mas se continuar aqui você vai, está entendendo? Vai embora. Sei lá, fala que vai mijar e se manda daqui. Isso aqui não vai estar nada bonito pela manhã.

Ele acenou freneticamente, sem esperar que Peeta dissesse algo e já foi se levantando.

— E tira essa cara de medo. Se tua cara de medo me entregar...

— Não vai, senhor... Vou... Eu vou...

— Tá, tá. – finalizou Peeta – vai logo. Preciso continuar.

O garoto não perdeu tempo e pulou para fora, indo em direção ao portão. Ao vê-lo falando com os guardas da frente viu a oportunidade perfeita para passar para o outro lado sem ser notado.

Porém ao passar por um local mais escuro, ele bateu de frente com alguém.

Dick não o teria reconhecido no escuro, mas o que o fez se forçar a prestar atenção foi o cheiro de sangue impregnado na sua pele.

— Mas o que você...

Antes que ele terminasse Peeta sabia que pelo tom alto de voz que ele pronunciou e pelo reconhecimento da voz do líder que o plano de ser silencioso tinha ido por água a baixo.

Ao ver os dois homens que estavam armados de guarda e mais dois que se levantaram empunhando facas, Peeta não viu outra solução se não sacar a arma e fazer Dick de refém. Ele só torcia que os homens se importassem com aquele imundo.

— Para trás! – gritou – Não cheguem perto!

Ao perceberem a confusão, mais homens se levantaram e agora estava Peeta, um refém e todos os outros que restaram.

A missão já estava quase completa, haviam poucos, ele só precisava de uma ajuda e...

Bem se ele fosse usar o sinalizador, aquela era a hora.

E foi o que ele fez.


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Notas finais do capítulo

*Onde Nascem os ventos:Uma singela homenagem ao livro "Onde Nascem os Ventos" do Bryan Payton, que me tirou várias lágrimas. Karl, John e Helen terão sempre um lugar em meu coração