Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 8
Capítulo 8 - Se cuide


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :D
Eu estou muitooooo feliz com a terceira recomendação de Cinzas de uma Era *-* Só tenho a agradecer à Justalover que é Legal (simmm) igual eu u.u ahsuahsuhaush
Flor, o capítulo é dedicado a você :D
Eu ia voltar mais cedo (mais precisamente na quarta feira), mas eu estava esperando aquelas pessoas que comentaram nos capítulos anteriores e não nesse. Sim, você que está lendo isso aqui e comentou nos outros e não no capítulo passado, eu estava esperando por você! Não me deixem, vocês que me sustentam aqui.
Não deixando de agradecer a todos os que comentaram no capítulo anterior: vocês são ótimos, galera ♥
Espero que curtam o capítulo!



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Rodeando o mesmo quarteirão duas vezes, Katniss tentava descobrir quem a seguia. Desde quando leu o bilhete de Peeta não conseguia pensar em mais nada que não fosse matar esse desgraçado para que ela pudesse seguir enfim o plano que ela mesmo traçou em sua mente.

1º- matar o perseguidor.

2º- ir para casa e se armar com tudo o que seu corpo aguentar.

3º - bolar um plano para ajudar Peeta no massacre.

4º- trazê-lo de volta para casa.

O fato é que com a demora da execução do primeiro plano, a impaciência e a ansiedade já a estava matando, a procura ficava mais intensa a cada minuto.

Quando suas veias já saltavam de irritação, ela enfim conseguiu um vislumbre daquilo que queria. Discretamente, a vários metros de distância dela, um carro cinza encostou esperando provavelmente o próximo movimento dela. Pronto, agora ela já sabia o alvo, agora só precisava de uma arma. Ou de uma distração.

Pensando nisso, olhou  pelo retrovisor e viu a garrafa de gasolina no banco de trás. “Obrigado, Peeta” , pensou, “estou te devendo mais uma”.

Sem pensar mais, arrancou a tampa da garrafa espalhando gasolina por toda parte interna do carro, e depois jogando o que restou sobre o capô, fazendo isso pela janela, sem ainda sair do carro. Sussurrando um “ação” , abriu o isqueiro que levava no bolso desde quando estava sozinha nas ruas e soltou dentro do carro assim que rolou para fora dele pela porta do passageiro.

A combustão foi instantânea e em minutos e carro já queimava, fazendo uma fumaça escura enquanto consumia os bancos. Katniss, que se arrastou até o beco ao lado, se preocupava no momento em apagar o fogo que se iniciou na sua própria calça.

Sem que desse tempo de controlar o incêndio na própria roupa, Katniss viu os dois homens que a seguiam encostar o carro junto ao o outro que flamejava e descer para averiguar se ela se encontrava lá dentro:

— Dick mandou por uma bomba para mata-la? E porque não nos disse? – ouviu um comentar.

Mas não os escutou por muito mais tempo; com a perna da calça ainda a queimar o tornozelo, Katniss deu a volta no carro, alcançando o objetivo primário do plano: o carro do inimigo.

Pulou para dentro dele e antes que o homem mais alto pudesse gritar alguma coisa, ela conseguiu ligar o carro e o atropelar, sem nem ter tempo de refletir que nunca pensou que atropelaria alguém de propósito em toda sua vida.

Olhou para o lado e encontrou um pequeno revolver que repousava sobre o banco do passageiro. Ao ver que o outro homem já tomava consciência do que tinha acontecido, apontou-lhe a arma, antes que ele pudesse levantar a sua que já estava na mão.

— Se você se mexer, vou atirar.

— Tudo bem... Tudo bem... – concordou ele – vou colocar a arma no chão, okay lindinha?  Olha, vou fazer devagar...

Antes de flexionar  os joelhos para se abaixar, a bala do pequeno revolver já ultrapassava sua bochecha.

— Eu te avisei. 

A morena desceu do carro para pegar a arma do defunto baleado e tudo o que ele tivesse de útil nos bolsos (que não era muito): um isqueiro azul*, uma carteira de cigarros, uma chave (que ela ignorou) e uma caneta.

Já no moço atropelado, que estava desarmado (com certeza foi o desatento que sentava no banco passageiro e deixou sua arma lá), encontrou dois pirulitos, um relógio de mão (uma relíquia) e duas munições para revolver.

“algo útil, enfim” pensou.

O rapaz a quem ela atropelara ainda estava vivo, percebeu. Mas não resistiria por muito tempo, e qualquer que via o modo como sua cabeça sangrava pela pancada saberia disso. Ele sobreviveria se tivesse atendimento médico e cuidados, mas como não teria nada disso, morreria ali mesmo, talvez até sem mudar de posição. Katniss se indagou se era mais piedoso deixa-lo como estava ou meter-lhe uma bala na testa.

Sem querer perder mais tempo pensando no assunto, deixou o moço ferido onde estava e entrou no carro, seguindo de forma veloz seu caminho.

Não demorou para que chegasse em casa; foi direto ao cômodo em que Peeta guardava suas armas e começou a averiguar tudo o que estava disponível ali:

Três punhais e quatro facas maiores. Uma lâmina cumprida que lembrava uma espada, ou uma katana. Três pistolas pretas, bem limpas e cuidadas. Não muitas munições, mas teriam de ser suficientes.

Juntou tudo o que conseguiu e levou discretamente para o carro sempre observando se havia mais alguém a espreita. Escondeu tudo por baixo dos bancos em uma mochila escura e seguiu de volta ao apartamento.

Tirou sua roupa imunda e tentou se lavar de jeito satisfatório. O máximo que conseguiu foi jogar um pouco de água em si mesma, limpando não mais que o necessário, sem conseguir para de pensar que Peeta também estava imundo e mataria por um banho.

Lembrou-se que tinha fome: desde o dia anterior não tinha comido nada, e a apesar de se apresentarem como hospitaleiros, a gangue que os prendeu não lhes ofereceu nem ao menos um pouco de pão. Enquanto seguia para a cozinha e abria alguns enlatados para comer, pensou mais uma vez em Peeta e em como deve estar faminto.

 Era um maluco: traçar um plano como aquele sem ao menos pedir sua opinião? Talvez ele estivesse certo. Talvez ela só surtaria e começaria a chorar como uma idiota do mesmo jeito que tinha feito na noite anterior. Se sentiu mais inútil e fraca do que tinha se sentido quando estava sozinha. Se sentir inútil só, quando você não tem ninguém para decepcionar é uma coisa, mas levando em consideração um companheiro...

Decidiu que pararia de pensar naquilo: não estava levando a lugar nenhum. Tinha que pensar no que faria para ajudar Peeta.

Sentou-se na cama que dividia com o moço com as costas encostadas na cabeceira e os joelhos junto aos queixos. Tinha que controlar aquele nervosismo, aquele medo. Lembrou dos homens que matou: tentou espantar o pensamento de que talvez eles fossem homens bons. Pelo menos, o mais jovem.

A noite caiu aos poucos, sem que Katniss saísse da grande cama para ir a lugar nenhum. A essas horas, no abrigo dos carros, como ela apelidou o local, a notícia que ela provavelmente abandonara Peeta já deve ter se espalhado e com certeza estariam zombando dele naquele momento.  

Junto à gangue, Peeta dividia sua irritação entre os homens que zombavam de seu suposto abandono e Dick que o olhava esperando por uma reação.

— Se você tivesse dividido ela com a gente, ainda a teria aqui companheiro. – disse um – está vendo no que dá o egoísmo... Agora não temos a vadia nem nós nem você.

— Vai pra o inferno. – vociferou o loiro.

— Bem companheiro Mellark – começou Dick – eu não queria começar essa conversa agora, queria ser sentimental e esperar você superar o abandono de sua... Amiga. – depois da pausa debochada, continuou com um sorriso – Mas, temos que definir sua situação aqui. Você sabe, tem duas opções...

Peeta calou-se em engoliu a saliva que travava em sua garganta. Era a hora. Tinha que se juntar a eles de forma convincente.

— Você não vai ser tolo a ponto de querer morrer, vai mellark? – continuou Dick – porque é isso que vai acontecer se você tentar alguma coisa contra nós. Você sabe, olho por olho, dente por dente.

Depois de um silêncio conturbado entre os dois, Peeta enfim se pronunciou:

— O que preciso fazer para entrar?

Uma rajada de comemorações e risadas ecoaram sobre o local, e Peeta se perguntou como ele não tinha percebido a existência daquela gangue antes.

— Você? – falou Troid pela primeira vez – Você nada. Nós que fazemos.

Ao ver sete homens se aproximarem se alongando com sorrisos estranhos, Peeta se viu forçado a perguntar:

— O que?

— Chamamos de batizado – explicou o líder – Relaxe e não revide, Mellark. Meus companheiros vão te batizar.

Antes que pudesse raciocinar algo, uma sequência de socos, chutes e pontapés se seguiu de uma forma tão ligeira que ele nem pode identificar quem começou.

Sem ter outra alternativa, deitou-se o chão em posição fetal, cobrindo o rosto firmemente com os braços, enquanto sentia suas costelas serem pisadas.

— Não quebrem ossos. Precisaremos dele logo.

Foi o que Dick disse antes de sair e deixar a selvageria continuar.

Por ter perdido a consciência , Peeta acordou em uma tenda afastada, vestido apenas de com a calça. Avergou suas costas tórax e barriga e observou como estava roxo, machucado e dolorido. Seus braços mal obedeciam seus comandos e haviam alguns cortes na sua testa apesar do seu esforço em cobrir o rosto.

O Mellark observou o máximo que pôde ao redor, e quando se viu totalmente sozinho dentro da tenda, tateou procurando no bolso da calça se seu bloquinho de papel e lápis tinham sobrevivido à surra e à confusão.

O lápis sim, mas o bloquinho infelizmente não.

Tentou Com esforço se arrastar por dentro da tenta: talvez em algum lugar ali houvesse um papel. Arrastou-se desconfortavelmente até encontrar um jornal velho que serviria.

Arrancou um pedaço pequeno e começou a escrever com a letra melhor que conseguiu, levando em consideração suas mãos trêmulas:

“Acho que entrei para o grupo. Eles me deram uma surra daquelas e disseram que aquilo era um batizado. Não vou conseguir fazer nada hoje e talvez também não amanhã. Não estou com frescura, a coisa está feia por enquanto. Não se preocupe, em um dia ou dois estarei recuperado e colocarei o plano para frente. Não faça nada estúpido até lá. Espere por outros bilhetes, mas sempre venha busca-los a pé, e com cuidado. Se você for pega, tudo acabará. Se cuide. Eu ainda estou vivo.”

Algumas horas depois após uma curta trajetória dolorosa, naquela mesma noite o bilhete já estava em seu devido lugar.


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Notas finais do capítulo

*Isqueiro azul - faz referência a uma música da Tiê, que eu gosto ;)
Peeta já ta dentro ashuahsu Também coitado, a que preço! Comentem beeeem muito gente, que no próximo capítulo tem o início da operação e nós começaremos a saber a proporção dessa confusão!
Espero suas opiniões nos reviews, Okay?
O título do próximo capítulo é "Sinalizador"
Bjsss