Dear Hogwarts - Interativa escrita por Harleen Quinzel


Capítulo 12
Capítulo 12 – É Uma Questão Familiar


Notas iniciais do capítulo

DH saiu do hiatus? Saiu! haha Sim, tomei vergonha a cara, já que é feriado, e vim escrever um capítulo que eu gostei bastante! Ia escrever uns três antes de postar, mas não espero nem três minutos, quem dirá tempo suficiente para escrever três capítulos, certo?
Como sempre, sou uma pessoa necessitade de segundas (terceiras, quartas....) opiniões, estou pensando em reabrir vagas masculinas para corvinos, lufanos e grifinórios (porque esse fic tá sobrando mulher), mas não sei se abro as vagas mesmo ou crio os persogens. O que acham?
Anyway, esse capítulo tá grande? Tá! Aparece todo mundo? Não, porque quero dar um esfoque maior no próximo, ok? Então, você, cujo o persongem não apareceu, eu não esqueci de você. Não tenho mais nada pra falar, só espero que gostem!
PS: Estou sempre aberta a críticas, opiniões, sugestões, conversa e todo tipo de coisa via review/MP, na verdade, eu amo isso! haha

XX, HQ



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Duas semanas já haviam se passado desde a visita a Hogsmade, quando Samantha havia colocado uma “pulga atrás da orelha” de Hunith. A loira havia se indagado mais vezes que deveria o motivo da amiga esconder um sobrenome e, principalmente, por que contar a ela.

Naquela manhã, os representantes de cada família iriam até a Escola de Magia e Bruxaria para ouvir sobre o desempenho dos alunos. A loira sabia que seus avós não ficariam satisfeitos ao ouvirem sobre as detenções obtidas pelos gêmeos. Suspirando, ela retornou à atenção para a estranhíssima carta enviada pelos parentes d’Auvergne.

— Vai descer agora, Hun? Eles vão chegar logo. – Samantha indagou, colocando sua cabeça no interior da cortina.

— Claro.  O que não precisamos é uma detenção por chegarmos atrasados hoje – Ela respondeu enfiando a carta sob o travesseiro e acompanhando a amiga. – Thomas, Kate, Lyra e Dae?

— Desceram há séculos! – A loira resmungou, fazendo-a rir.

Ao chegarem no Salão Principal, a maior parte das famílias já estava presente. Elas rapidamente localizaram as duas Ackles com um senhor, claramente infeliz com as duas; Tiberius abraçava um homem extremamente parecido com ele; Thomas estava sentado ao lado de uma mulher numa cadeira de rodas; Avery conversava animadamente com sua avó; Lyra fitava seriamente um homem – que provavelmente era seu pai; Daeron dividia sua atenção entre “vó Sommers” e o avô d’Auvergne; Peter e Alexis observavam Aryanna Buckhardt e Viktor Kraskov conversando; Delayla, Vicenzzo Cerasis, Felicity e Matteo Sartori conversavam em italiano, além dos amplos gestos enquanto Mary e Ronan conversavam com sua avó e mãe, respectivamente, sobre alguma receita.

— Já consigo sentir o gosto de amargo na minha boca. – Hunith resmungou, mantendo sua expressão ilegível.

— Como? – Samantha perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Não é incomum para mim e Dae associar “vovô d’Auvergne” a más notícias. – Ela replicou, sinalizando todo seu desprezo pelo avô no gesto de aspas.

— Bom, você não está sozinha nas más notícias. – Samantha falou em voz baixa, fazendo a amiga indagá-la com o olhar. – Nem tia Andy, nem tia Cissa, ou seja, tio Le Fay vai vir.

— Você o chama pelo sobrenome? – Hunith não pode evitar o sorriso discreto.

— Falei com ele uma vez na vida. “Olá Samantha, eu sou seu tio. Seus pais morreram, suas tias por parte de pai vão ficar com você a maior parte do tempo, mas se precisar de algo é só escrever para o tio Le Fay. ” – Ela imitou uma voz grossa, fazendo-a soar propositalmente ridícula – Ótimo tio, huh?

Enquanto as duas riam discretamente da imitação, foram avistadas pelo professor Slughorn, que gesticulava freneticamente para que elas se unissem aos seus familiares. As duas loiras foram ao encontro de seus parentes com a promessa muda de encontrarem-se no lugar e hora habituais, sem necessitar de palavras trocadas para tal.

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— Vocês realmente acham que poderiam ficar zanzando com mestiços imundos e sangues ruins sem que eu ficasse sabendo? – O patriarca da Casa Ackles falava em um tom contido, claramente irritado, para suas netas, que se escolhiam a cada palavra proferida.

— Nos perdoe, vovô. Prometemos que isso não acontecerá novamente – Katherine murmurou, olhando para o chão.

Por mais que Elize não gostasse da prima, ou que ela falasse em seu lugar, a loira sabia que permitir que a ruiva advogasse em seu favor era a melhor decisão a ser tomada. A meio-veela se amaldiçoava mentalmente por não ter se afastado antes.

— Não vai dizer nada, Elize? Está feliz por ser amiga da escória da sociedade? Quer juntar-se a eles, é isso? -  O homem rosnou entredentes, fazendo-a se encolher ainda mais.

— Não. Desculpe, vô. Foi uma atitude imperdoável que nunca mais se repetirá. Peço seu perdão por jogar o nome da família na lama, não permitirei que isso ocorra novamente. – A loira parecia honestamente envergonhada e culpada de suas ações.

Katherine buscou a mão da prima, que estava parcialmente escondida no meio das vestes, procurando demonstrar algum apoio. A ruiva sabia que Tobias cobrava e pressionava-a muito mais do que fazia a neta favorita.

Enquanto ambas apoiavam uma a outra secretamente, Tobias reforçava que seriam castigadas logo, que se elas sequer pensassem em outra pessoa pertencente a “escória da sociedade” nem precisariam retornar para casa. O homem ainda acrescentou que, assim que se formassem, elas seriam obrigadas a unirem-se aos “maravilhosos bruxos que estavam limpando o mundo” e que logo provariam seu valor.

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— Pai! Estava sentindo sua falta! – Tiberius abraçava o contrabandista, que era uma versão mais velha de si próprio.

— Ty! Soube que você tem aprontado bastante! – O homem fingiu-se de sério por alguns instantes, antes de abrir um sorriso jovial. – Que orgulho, garoto!

— Sua mãe contratou cinco pessoas para trabalhar no pub, acredita? Assim que o anúncio saiu foi questão de horas! – Ele iniciou a conversa animadamente.

O assunto entre os dois fluía naturalmente, sequer passando perto de assuntos como as detenções adquiridas, a perda de pontos ou outros fatores que seriam questão de vergonha para outras famílias. Afinal, eles não eram uma família qualquer.

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Thomas e sua mãe conversavam baixo sobre a detenção, ela tentava convencê-lo de que não tinha problema, que não era culpa dele, mesmo sabendo que era em vão. Jane sabia o quão inseguro o jovem era, assim como sabia que ele se culparia, mesmo que não houvesse razão alguma para tal.

— Tom, não tem problema algum em ser jovem e quebrar algumas regras. O importante é saber que você está seguro e te amigos tão bons como os seus. – Ela sorria gentilmente, enquanto acariciava os cabelos negros do filho.

— Desculpe, mãe. Não vou ser irresponsável assim de novo. – Ela replicou silenciosamente, olhando de relance para a cadeira da mãe, sentindo a culpa cada vez mais forte.

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Avery relatava, animada, para sua avó sobre os acontecimentos do ano.  Sobre os fascinantes erumpentes que se abrigavam na Floresta Proibida, sobre o quão duro o time de quadribol estava treinando e, sobretudo, sore o quanto seu grupo de amigos se expandira naquele ano.

O grupo, antes formado apenas por ela, Kate e Lyra, se expandira consideravelmente, não apenas na casa, mas também no sangue e na tolerância do mesmo, ela inseriu mentalmente Samantha e Elize no último quesito.

A morena contava sobre as “aventuras” do grupo e sobre o “encontro acidente”, como eles passaram a mencionar o episódio de Hogsmade. A avó, sentada numa cadeira, em uma das extremidades da mesa lufana, ouvia, imensamente satisfeita a neta, não sendo capaz de brigar com ela pela detenção.

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Lyra ainda não conseguira retirar os olhos do homem à sua frente, o mesmo homem que permitiu uma criança de doze anos fosse morar sozinha. A morena não conseguia acreditar que Richard tivera a coragem de comparecer a “reunião” escolar.

— Lyra, querida, não vai abraçar o papai? – O trouxa debochou.

— Eu me tornei órfã no dia em que nasci, Richard. – Ela rebateu friamente.

— Pobre menina Winchester, você conta essa história para todos? – O moreno caçoou irritado.

— Por que você veio? Não te importa o que eu faço. – A garota indagou, mal escondendo sua curiosidade.

— Eu não viria, mas não pretendo ir para a prisão por “negligenciar” uma aberração como você. – Ele respondeu, exibindo uma expressão enojada para a filha e o ambiente – Agora, me diga, onde diabos fica a bebida deste lugar?

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— Hunith! Graças a Merlin você chegou! Estávamos nos perguntando onde você estava. – Daeron exclamou, aparentemente indiferente, mas sua irmã conseguia ver o alívio nos olhos do moreno.

— Desculpem a demora, me distraí debatendo um assunto muito importante com Samantha. – Ela falou, cumprimentando ambos os avós – Que surpresa vê-lo aqui, vô.

— Não é mesmo? Me ocorreu há pouco tempo que venho negligenciando atenção aos meus únicos netos. O quão imperdoável é isso? – O patriarca d’Auvergne comentou sorrindo, um sorriso que não alcançava seus olhos.

— Nada que não se possa perdoar, Victarion. – Donna Summers replicou o homem, dando um sorriso honesto.

— Soube que vocês têm entrado em problemas. – O avô sugeriu o tópico.

— Oh, nada mais que um acidente no primeiro dia. – Daeron respondeu imediatamente – Apenas um cálculo errado de hora.

— Espero que não tenham entrado na detenção sozinhos. – Victarion falou severamente.

— Não, todos os envolvidos ficaram em detenção também. – A loira replicou, sorrindo falsamente.

— Oh, vamos mudar de assunto, sim? Como estão os encantadores amigos de vocês esse ano? – Donna dispensou o assunto interior, sorrindo.

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Peter e Alexis assistiam, não exatamente felizes, seus pais conversando e trocando contato. A desculpa esfarrapada de que as “crianças” talvez precisassem só fazia tudo pior. Peter estava feliz por saber que sua mãe havia superado o assassinato de seu pai após quinze anos, ele só precisava presenciar o ato.

Alexis, por outro lado, encarava o pai num misto de ressentimento e felicidade. Havia tanto que ela queria pergunta-lo. Se ele largara aquele trasgo que chamava de esposa, se ela poderia ir para a Hungria nas férias. A morena suspirou, encostando sua cabeça no ombro do amigo, que repetiu o gesto.

— Nunca pensei que veria uma cena dessas. – O loiro falou baixo, num tom de piada, fazendo-a rir.

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— Non credo che mi hai mai detto che il suo amico era praticamente nostro vicino, Delayla! (Não creio que nunca me disse que sua amiga era praticamente nossa vizinha, Delayla!) – Vicenzzo Cerasis exclamou, batendo amigavelmente nos ombros de Matteo Sartori.

— E 'stato un “accordo" reciproco, il signor Cerasis. (Foi um “acordo” recíproco, sr. Cerasis). – Felicity intercedeu.

— Vicenzzo per te, tesoro! Abbiamo molte cene d'ora in poi, a destra Matteo? (Vicenzzo para você, querida! Vamos ter muitos jantares de agora em diante, certo Matteo?) – O puro sangue exclamou animado.

— Sicuramente, il mio nuovo amico. Non potrei essere più Felice! (Com toda certeza, meu novo amigo. Não poderia estar mais contente!) – O trouxa replicou.

— Vamos deixá-los combinando os almoços dos próximos dez anos e vamos comer algo, sim? Estou faminta! – Delayla falou baixa, apenas para a metamorfomaga ouvir.

— Lidere o caminho!

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Se havia algo que Rose se orgulhava era de sua neta. Mary sempre fora ótima, apesar de tudo que acontecera a família. A senhora de cabelos negros conversava animadamente sobre diversos assuntos com Jean Moon. A mulher que tanto lembrava seu genro, mas também tanto se opunha. Com sua visão periférica, conseguia enxergar Mary e Ronan resolvendo algum assunto que ela supunha ser da monitoria, antes deles se aproximarem.

— Vovó, como Monitores Chefes, eu e Ronan precisamos resolver alguns assuntos pendentes, já voltamos. – A morena falou, ao se aproximar, com o loiro em sua cola. – Foi um prazer conhece-la, Sra. Moon.

— Digo o mesmo, srta. Hoffwen. – A ex-comensal sorriu para a grifinória, apertando-lhe a mão – Vejo-o logo, querido.

Mary e Ronan rapidamente se afastaram, fazendo um gesto discreto para o resto do grupo, que não tardou a tecer desculpas esfarrapadas aos parentes. Ao dirigirem-se para uma das passagens secretas, Mary finalmente soltou o ar, que ela não notara estar segurando.

— Você acha que eles acreditaram no assunto de monitoria? – A morena indagou, ao retirar a varinha do bolso e iniciar a “digitar” o padrão na fria parede de pedras.

— Com certeza. – Ronan respondeu.

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Samantha sabia que não deveria ter retornado ao dormitório para “pegar algo que havia esquecido” ao avistar seu tio, mas não pode evitar. Ela não gostava do homem, talvez por ter sido ele a informar-lhe de forma tão banal sobre o acidente mágico de seus pais, ou, mais provavelmente, por Narcissa e Andrômeda o odiarem tanto.

Após desperdiçar o máximo de tempo possível no dormitório que dividia com Hunith, a loira retornou ao Salão Principal e aproximou-se de seu tio. O aristocrata possuía seus olhos fixados nela, como se tentasse ler sua alma.

— Tio, que surpresa vê-lo aqui. – Ela sorriu falsamente.

— Soube que seu primo Theodore irá casar-se logo, não quis que suas tias desviassem sua atenção de um evento de tamanha importância. – Ele respondeu em seu tom usual, frio e autoritário. – Soube que não tem usado o sobrenome de sua mãe.

— Ser uma Black é razoavelmente mais simples, traz menos interesseiros e menos perguntas. – A loira se limitou a responder. – Como está tia Morgaine?

— Extremamente desgostosa por você não usar o sobrenome que devia. – Ele rebateu friamente. – Soube que ocorreu grande comoção por aqui quando aquele sangue ruim imundo morreu.

— Oh, sim. Ela era... querida, por alguns. – Samantha respondeu, tendo sua atenção desviada de seu tio para Mary que sinalizava para uma reunião.

— Morgaine e eu conversamos com Narcissa e Andrômeda e elas concordaram que você passasse o próximo feriado conosco. – O nobre comentou.

— Oh, esplêndido! Desculpe fazê-lo se atrasar para a reunião com a professora McGonagall, vou sair de seu caminho agora, sim? Foi um prazer revê-lo, tio! – Ela exclamou e apressou-se para sair do Salão Principal, encontrando-se com os gêmeos na porta, que a aguardavam.

— Numa escala de um a dez o quão ruim foi hoje? – Hunith perguntou, assim que Samantha uniu-se aos gêmeos.

— Dez elevado a infinito conta como um número? – Ela respondeu, exasperada, fazendo-os rir. – O de vocês?

— Dez elevado a infinito menos um. – Hunith respondeu, fazendo a outra loira sorrir em cumplicidade.

— Vocês estão atrasados! – Elize resmungou ao vê-los entrar no pequeno compartimento onde a “reunião” estava acontecendo.

— Ela não está de bom humor. – Peter explicou.

— Nosso avô praticamente afirmou que fazia parte dos Puristas. – Kate constatou de um dos cantos.

— Praticamente? Ele afirmou e nos ameaçou caso não nos juntássemos! – Elize sibilou irritada.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo, cada tentando dar seu depoimento familiar ou organizar para que acontecesse, o que só fazia a confusão pior. O grupo tentava defender e condenar as famílias, o que certamente não aconteceria de maneira justa, devido a divergência de princípios.

— Hun, acredito que chegou a hora de saber mais sobre mim. Me acompanha? – Samantha disse em voz baixa para a loira, oferecendo-lhe sua mão.

Sem hesitar, Hunith segurou a mão da amiga, que a guiava para longe de toda a gritaria e algazarra feita pelo grupo. Enquanto andavam pelos corredores, em direção as masmorras, nenhuma das se incomodou em separar as mãos, principalmente ao notar que ambas se sentiam mais confiantes dessa maneira.


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