Cidade das Sombras escrita por Cris Herondale Cipriano


Capítulo 33
Inturiel.


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaa
Não me matem! Chegaram parentes aqui em casa e só consegui postar agora!!!
Boa leitura!!



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Londres - 1878.

— Cecily! - Repetiu Will pasmo, não acreditava no que seus olhos viam.

— Will. - Sussurrou a garota, para logo em seguida correr e se jogar nos braços do irmão. 

Surpreso por vê-la ali, Will correspondeu ao abraço apertado, por um momento se esqueceu da maldição, se esqueceu que era veneno para todas as pessoas ao seu redor. Tudo o que pensava era no quanto era bom ter sua irmã de volta, sua pequena Cecily, tão corajosa e geniosa quanto ele. Apertou ainda mais o abraço com se quisesse repor todo o tempo separados com ele.

— Will, como senti sua falta Will! - Sussurrava Cecily chorando.

De repente a ficha de Will caiu, Cecily estava ali, no meio de toda aquela guerra, sua irmã estava correndo perigo! Afastando-se bruscamente, Will a segurou pelos ombros e perguntou irado.

— O que faz aqui Cecily? 

Confusa a garota não entendeu a súbita mudança de humor do irmão.

— E-eu vim te ajudar, v-você corria perigo. Vim por você Will!

— Você não tinha que vim Cecily, tinha que ter ficado lá! 

— Por que Will? Por que você nos deixou? Precisávamos tanto de você. - Choramingou a menina.

— Esse lugar não é pra você, volte Cecily, volte para sua casa.

— Também é a sua, é a nossa casa. 

— Não mais, já não é minha casa a muito tempo, deixe de ser teimosa e volte para casa. Você não pertence a esse lugar, aqui não é seu mundo, entenda que não vou voltar. 

Dizendo isso Will virou de costas e começou a andar pelos destroços da mansão se afastando de todos. Cecily o olhava ir com um olhar magoado, seu irmão a odiava, não havia outra explicação, Will era genioso, teimoso e explosivo, porém ela também era, não se daria por vencida, iria levar Will de volta consigo. Teimosia era uma das marcas registrada de todo Herondale!

                                           * * *

Jace respirava com dificuldade, seu corpo estava deplorável, Lilith havia marcado seu corpo todo outra vez, usara uma adaga e fizera símbolos esquisitos nele. Estava deitado na mesa de madeira, que agora ele sabia que era para sacrifícios, Lilith entoava um canto em uma língua estranha. 

Olhou ao redor e viu que vários demônios e até algumas criaturas de Mortmain estavam fora do circulo de fogo apenas assistindo, sentiu uma forte tontura, estava perdendo muito sangue, as gotas caiam de seus ferimentos e pingavam no solo de pedra, correndo assim para a mesa onde se encontrava o corpo sem vida de Sebastian. 

Lilith terminou seu canto e olhou para Jace com um sorriso medonho nos lábios. 

— Agora pequeno Nefilin, você vai servir a um proposito maior. 

Dizendo isso fincou a adaga no peito de Jace, uma dor aguda o atingiu, sentia seu sangue jorrar pela ferida e escorrer pela mesa, começou a engasgar com o próprio sangue que lhe subia pela garganta, começou a ficar sem ar. 

Então é assim que vou morrer? Um tosse violenta fez com que regurgitasse uma dose considerável de sangue que lhe escorreu pelo queixo. Sinto muito Izzy, mas parece que não vou viver para ver o dia em que você vai aprender a fazer uma comida decente. Simon seu mundano, espero que você saiba que foi o mundano que mais admirei na vida, embora nunca tenha lhe dito, alias vou morrer e você não vai saber. Maryse obrigado por ser a mãe que nunca tive. Magnus obrigado por fazer Alec feliz e Alec, obrigado por sempre estar comigo, mesmo quando eu estou insuportável, o que é na maioria das vezes, obrigado por me entender, por ser o irmão que eu precisava. 

Jace sabia que não tinha muito tempo, sempre pensou que morreria em batalha, lutando, mas nunca lhe passou pela cabeça que morreria assim, acorrentado em uma mesa de sacrifício, dando seu sangue para que o diabo retornasse a terra.

Fechou os olhos com força e pensou na pessoa mais importante de sua vida, aquela que lhe trouxe a luz de volta, aquela lhe deu amor quando mais precisou, que foi seu norte sempre lhe mostrando o caminho. Clary, sua Clary, aquela que que podia ter pedido tudo no mundo, mais pediu ele, pediu a vida dele de volta. Clary que o amou, quando nem ele mesmo si amava.

Clary, espero que possa me perdoar um dia, me perdoar por não cumprir minha promessa e voltar para você. Espero que também nunca se esqueça que te amo, amo seu jeito de menina, amo sua teimosia, suas qualidades e defeitos, pois tudo isso é o que faz você ser tão especial. Quero que seja feliz Clary e que um dia consiga me perdoar por ter trazido esse demônio de volta a vida. Eu te amo Clary.

Uma lagrima solitária desceu pelo rosto do rapaz, Jace se sentia cada vez mais fraco, sabia que o fim estava próximo, uma sonolência se apossou de seu corpo, sua cabeça começou a ficar leve e a ultima coisa que viu foi Sebastian  deitado em sua mesa com os olhos negros abertos o olhando para ele. Deu um ultimo suspiro e fechou os olhos, a ultima imagem antes que viu antes de se entregar completamente ao vazio e a escuridão da morte, foi uma garota com longos cachos ruivos, olhos verdes brilhante e um sorriso encantador nos lábios.

                                           * * * 

Will estava sentado cabisbaixo num tronco de árvore, se sentia miserável, não suportava magoar Cecily, estava cansado de magoar as pessoas que amava, não suportava mais essa maldição. 

Sentiu um movimento ao seu lado e viu Magnus do futuro se sentar ao seu lado, por um instante ninguém disse nada, ficaram apenas sentados observando os outros caçadores discutirem algo. Will olhou para o lado e percebeu que Magnus não tirava os olhos de Alec, tinha um sorriso nos lábios e o olhava com tanto amor e carinho que Will se sentiu um intruso, embora tenha chegado ali primeiro. 

— Sabe Will, você tem que aprender a parar de afastar as pessoas. - Disse de súbito o bruxo assustando o rapaz.

— Você sabe que não posso, eu te contei tudo Magnus, não posso deixar as pessoas que amo se machucarem por minha causa.

— Will acha mesmo que seus pais deixaram de te amar? Que Charlotte não te ama como se você fosse filho dela? Que Jem não te ama mais que qualquer coisa no mundo? Que Tessa não te ame a ponto do desespero? Olhe bem para Cecily e veja nos olhos dela se ela realmente deixou de te amar durante todo esse tempo. 

— O que está querendo dizer Magnus?  - Perguntou confuso.

— Estou querendo dizer Will, que todas essas pessoas estão vivas e que todas elas tem uma coisa em comum, o amor por você. Elas te amam Will e não morreram, nem seus pais, nem seus amigos, seu parabatai ou a garota que corresponde com fervura seus sentimentos, todos estão vivos! 

— Se o que você está dizendo é verdade, como isso é possível? 

— Não existe maldição Will, nunca existiu, foi um blefe. Aquele demônio mentiu pra você. 

Will ficou pálido e sentiu seu chão sumir.

— Não, não pode ser Magnus, eu vi Ella morrer! 

— Aquilo não foi uma maldição, foi o ferrão do demônio, quando ele a acertou seu veneno entrou no organismo dela. Sinto muito Will. 

Will estava em choque, não podia ser, fizera tanta gente sofrer em vão, deixara a família para atras, maltratou pessoas boas como Charlotte e Henry, fora cruel com a mulher que amava, tudo em vão. 

Abraçou o próprio corpo ainda em choque, se sentia morto por dentro. Magnus olhava para a o garoto com pena, queria conserta-lo, queria que Will pudesse sorrir ao menos uma vez na vida, deu um sorriso amargo, sempre fora assim com Will, ele era tão belo e quebrado que era inevitável que não quisessem protege-lo. Seu único conforto era saber que Will seria feliz no futuro, porém com tantas mudanças ele estava duvidando onde esta historia iria parar.

Colocou a mão no ombro do rapaz e o fez virar em sua direção, com a outra mão segurou seu queixo e o fez olha-lo nos olhos.

— Ouça Will, mas ouça com atenção, não fique se remoendo por coisas que já passaram, siga em frente, não estou dizendo que será fácil, mas olhe, você tem um parabatai que te ama e que iria até o inferno por você, tem uma família que está ansiosa a sua espera, que nunca te esqueceu ou deixou de te amar, tem uma família adotiva que sempre esteve com os braços abertos para você, tem uma garota linda que te ama e tem uma irmã corajosa e destemida que te da muita dor de cabeça. Will isso é mais que muita gente pode desejar, coloque na sua cabeça que ficar chorando pelo passado não vai resolver nada, corra atras de sua felicidade e tenha a certeza que ela está com essas pessoas. 

— Por que está me dizendo isso Magnus? Por que está me ajudando tanto? Eu lhe devo uma sei disso, mas nem sei como lhe pagar. 

— Você já me pagou a muito tempo Will, você me tratou como um ser humano, foi o primeiro caçador a fazer algo do tipo, me ajudou com Camille, mesmo que nem se lembre e foi meu amigo. E eu gosto de ver meus amigos felizes. Chega de sofrer Will, abra esse seu coração tão machucado, deixe as feridas cicatrizarem. Você mais que todos merece ser feliz ao menos um pouco, por tudo o que já passou com tão pouco tempo de vida. 

— Obrigado. - Disse Will com um pequeno sorriso nos lábios.

As palavras de Magnus eram reconfortantes, o bruxo sabia exatamente o que ele precisava ouvir, deu rápido e desajeitado abraço no bruxo e ambos ficaram a observar os outros caçadores.

Passado algum tempo Magnus percebeu que o sol estava nascendo, um novo dia surgia. Olhou para os outros caçadores e como sempre procurou Alec entre eles, percebeu o namorado um pouco mais afastado com uma expressão mesclada de dor, surpresa, horror e angustia. Preocupado levantou com Will em seu calcanhar e foi atém Alec.

O garoto não parecia nada bem, suava frio e tremia, estava pálido e tinha dificuldade para respirar. segurava o peito com força e estava ajoelhado no chão. 

— Alexander? O que você tem? - Perguntou enquanto se ajoelhava na frente do rapaz.

Alec não respondeu, não conseguia, de repente lagrimas brotaram em seus olhos e ele retirou a mão do peito, esta voltou vermelha de sangue e uma mancha onde seria o local de sua runa parabatai era apenas uma mancha de sangue fresco em sua camisa. 

— Essa não! - Exclamou Jem reconhecendo os sintomas, Jace deveria estar morto.

Alec não conseguia se controlar, abraçou o próprio corpo e começou a se balançar, estava num estado de topor. As lagrimas caiam mas ele não sentia. Magnus ficou assustado com o estado dele, ele sabia o que aquilo significava, e estava com medo da reação de Alec, em vez de gritar, socar o chão ou chorar, Alec simplesmente se fechou em si mesmo e deixou que lagrimas silenciosas caíssem por seu rosto.

— A culpa é minha. - Sussurrou Clary que assim como Alec estava em choque.

Queria chorar, mas as lagrimas não vinham, queria gritar mas sua voz não saía. Sua vida estava acabada, o amor de sua vida estava morto e ela sabia que dessa vez era verdade, sentia em seu coração, havia visto a morte dele naquele sonho macabro, mas não conseguira impedir, não conseguira encontra-lo a tempo. 

Sabia que agora era real, não sabia dizer como sabia disso, mas tinha certeza que Jace, o homem que amava estava morto. Não precisava de uma runa parabatai para saber disso, a dor e a angustia em seu peito lhe dizia isso, a linha que o unia a Jace estava cortada, não sentia a presença dele mais. 

Estava acabada, tudo o que queria era deitar em alguma canto e nunca mais  levantar. 

— Não pode ser! Jace está morto? - Perguntou Isabelle num fio de voz.

O alívio que sentira mais cedo quando constatou que Jace estava vivo agora se foi e veio o desespero, porque ela sabia que alguma coisa estava errada, sentia que agora era de verdade, sentia que Jace não voltaria mais. 

— Por que? Jace você me prometeu. - Disse Clary baixinho. 

— Acho que consegui localiza-lo! - Disse Magnus do passado alegremente se aproximando do grupo. 

Porém sua alegria durou pouco ao ver as expressões em seus rostos. Ele havia perdido algo, havia se afastado do grupo para tentar rastrear Jace, Alec havia lhe dado um velho soldadinho de brinquedo, que segundo ele era de Jace, a peça funcionou e ele conseguira uma localização, mas pelo visto tarde demais.

                                               * * * 

Lilith gargalhava olhando extasiada para Sebastian, este estava sentado na sua mesa de pedra e olhava sem expressão alguma o corpo sem vida de Jace.

— Meu menino voltou! 

— Onde estamos? - Perguntou depois de um tempo.

— Estamos em Cadair Idris, onde você poderá abrir um portal direto para Idris, vamos acabar com todos os Caçadores! - Disse Lilith alegremente.

Sebastian lançou um ultimo olhar para o corpo de Jace, não estava feliz, mas também não estava triste, algo o incomodava na morte do garoto. Sempre tivera uma ligação com Jace, fora criado assim pelo pai, mas não era o tipo de ligação saudável que tem dois irmãos, era mais uma ligação de ódio e até amizade, Jace mesmo que contra a vontade, por um tempo fora seu melhor amigo, seu único amigo. Mas isso não interferiria em seus planos, Idris iria cair e ele reinará no céu, na terra e no inferno, isso tudo com Clarissa ao seu lado. 

Levantou-se da mesa pegou a estela de Jace que estava caída em um canto e começou a fazer símbolos, passado alguns segundos um portal se abril e ele pode ver uma boa parte da Cidade de Vidro, no fim aprendera alguma coisa com sua irmã, pensava com um sorriso diabólico nos lábios. Sua pequena vingança começaria por Idris, ele já havia dito uma vez e não cansava de repetir,  se não posso mover o céu, moverei o inferno. 

                                         * * * 

Os caçadores chegaram onde parecia ser um lugar para rituais, não foi difícil notar que um sacrifício  havia sido feito a pouco tempo. Magnus se aproximou do circulo que ainda queimava, atravessou e olhou ao redor, a primeira coisa que viu foram duas mesas de pedra, toda desenhada com símbolos satânicos, observou com mais atenção e viu que nos pés das mesas havia uma poça de sangue enorme. 

Se aproximou com cautela, mas não havia nem sinal de Lilith ou Sebastian, quando chegou onde estavam as mesas pode ver que uma delas estava ocupada, se aproximou mais e percebeu que era Jace. 

O garoto tinha símbolos estranhos desenhados no corpo, ou melhor retalhados no corpo, estava pálido, seu rosto tinha uma expressão serena que somente a morte podia dar. Apenas para confirmar tocou o pescoço dele para tentar sentir a pulsação. Nada, realmente Jace estava morto. 

Com um suspiro derrotado bateu as mãos e o fogo que circulava o local se apagou, deixando uma visão perfeita para os outros que haviam ficado para atras o esperando. Temeroso olhou para Alec esperando ver alguma reação do namorado, mas nada, Alec havia se trancado dentro de si mesmo e isso estava apavorando o bruxo. 

Clary se aproximou da mesa, Magnus ficou a observando, assim como os demais que ficaram mais afastados dando uma certa privacidade a garota. Ela passou a mão no rosto sem vida de Jace e afastou delicadamente uma mecha rebelde do cabelo loiro que estava sobre os olhos fechados do rapaz.

— Ele ainda está lindo, não importa o que aconteça ele sempre fica lindo. - Sussurrou a garota.

Magnus fez menção de se afastar para dar mais privacidade a ela porém a garota o impediu.

— Sabe o que Jace detestava Magnus? 

— Não, o que? - Perguntou suavemente. 

Clary estava sofrendo, isso era visível, a luz de seus olhos verdes haviam se apagado, ela não derramava uma única lagrima, mas a tristeza em seus olhos diziam tudo. 

— Patos, ele os odiava sem motivo algum. - Disse com um sorriso nostálgico nos lábios.

— Sinto muito Clary. 

O sorriso se desfez e Clary continuou a olhar para Jace, parecia hipnotizada. Mesmo morto Jace estava lindo, cabelos loiros chacoalhando com o vento frio da manhã que soprava, a pele estava muito pálida, mas isso normal para os mortos, os lábios bem desenhados estavam roxos, e seus incomparáveis olhos dourados estavam fechados. Uma nova onda de dor atravessou o corpo de Clary e ela se curvou, nunca mais veria aqueles olhos de novo, nunca mais veria aquele sorriso de canto, nunca mais o ouviria dizer que a amava, que ela era tudo para ele. 

Então como se finalmente ali, vendo o corpo de Jace sem vida a ficha finalmente caiu,  a onda de choro veio arrebatadora, caindo de joelhos ao lado da mesa, Clary pegou a mão de Jace e deu livre acesso ao choro, lagrimas angustiadas caiam, seus soluços eram ouvidos por toda a clareira ao qual se encontravam. 

— Você tinha me prometido Jace. - Disse a garota em meio ao seu desespero, estava despedaçada e sabia que nunca mais conseguiria se concertar outra vez.

Magnus assistia a tudo impotente, lhe partia o coração ver o desespero de Clary. Sentiu uma movimentação ao seu lado e percebeu que era Alec, mas ao contrário de Clary ele não chorava, apenas observava o corpo sem vida do parabatai sem expressão alguma e o que Magnus mais temia tinha acontecido, Alec havia se trancado dentro de si mesmo, dentro de sua dor. 

Passado alguns minutos Iabelle se aproximou chorando com Simon em seu encalço. A garota agarrou a  mão que Clary havia soltado e soluçava baixinho, Simon se aproximou de Clary que ainda chorava e a abraçou.

Os caçadores do passado se aproximaram lentamente, sabiam que precisavam respeitar o momento de dor daqueles cinco, por isso ficaram apenas observando sem dizer nada. 

Pela posição do sol, Magnus julgava que já havia passado pelo menos umas duas horas que haviam chegado, estava preocupado com o que Sebastian podiam estar aprontando desde que revivera. 

— Magnus, sei que vocês estão sofrendo, eu tmbém estou, por mais que conheça Jace a pouco tempo, gosto do garoto, ele é que se tem de mais parecido com Will, mas temos que ir, precisamos achar Lilith e agora Sebastian, não podemos deixa-los soltos por aí. - Disse Tessa do futuro com a mão no ombro do bruxo. 

Magnus soltou um suspiro exausto e olhou para Alec que estava na mesma posição, em pé ao lado da mesa olhando o corpo sem vida de Jace sem expressão alguma. 

— Eu sei Tessa, estava pensando nisso agora, mas como dizer isso a eles? - Disse apontando com a cabeça Isabelle e Simon que estavam abraçados e depois para Clary que estava ajoelhada segurando a mão de Jace e o olhando com os olhos sem vida.

— Temos que tentar. - Disse com pesar.

 O bruxo se levantou exausto e colocou a mão no ombro de Clary, suspirou cansado e se preparando para o que viria a seguir.

— Clary, precisamos ir, temos que encontrar Sebastian. E não podemos deixar Jace assim. - Disse suavemente.

Mas para sua surpresa Clary concordou.

— Eu sei, Sebastian é um perigo para o mundo, temos que detê-lo. Mas Magnus, quero te pedir um favor. Não queime o corpo de Jace. - Pediu a garota baixinho.

— Clary o que você pretende fazer? - Perguntou preocupado, tinha medo que Clary acabasse fazendo alguma loucura para trazer Jace de volta.

— Nada Magnus, não vou tentar traze-lo se é isso que está pensando, só quero leva-lo de volta para o nosso tempo e deixar que Robert e Maryse tenham a chance de se despedir do filho. - Disse enquanto passava a mão lentamente pelo rosto de Jace.

— Certo Clary, vamos deixa-lo aqui então, minha magica pode deixa-lo conservado por uma tempo e nenhum animal selvagem vai incomoda-lo. 

Clary concordou com a cabeça, não tinha mais animo para nada.

— Como acharemos Sebastian e Lilith? - Perguntou Tessa do futuro. 

— Eu sei onde eles estão. - Disse Clary desviando os olhos de Jace e encarando o grupo. 

— Onde? - Quis saber Will. Ele tinha contas a ajustar, a morte de Jace não seria em vão.

— Lembram do sonho de Jace? Sombras em Idris? E Sebastian envolto delas? Acho que ele foi para Idris.

— Como? - Perguntaram todos ao mesmo tempo, a exceção de Alec que desde a morte de Jace não abrira a boca.

— Pensem, todos os sonhos de Jace e também os meus se cumpriram até agora, acho que Inturiel nos mandava esses sonhos como uma forma de nos deixar preparados para o que viria a seguir.

— Faz sentido, mas onde está Inturiel? Não está mais no meu anjo. - Disse Tessa. 

— Eu não sei, ele apenas me manda sonhos, não sei onde ele está, mas sei que Sebastian está em Idris. 

— Clarissa está certa, Sebastian está em Iris e sua presença aqui faz muito mal a todas as pessoas em geral, desde caçadores, mundanos a submundanos. 

Todos viraram para atras assustados, Clary achava que seu coração iria sair pela garganta, conhecia aquela voz, mas estava diferente. Quando olhou para a mesa onde estava o corpo de Jace foi tomada pela surpresa. Jace estava sentado na mesa e tinha os olhos fechados.

— Jace! Como isso é possível? - Perguntou Isabelle atônita.

Clary percebeu que algo estava errado, aquele era o corpo de Jace, mas aquele não era Jace, sabia que Alec sentia a mesma coisa pelo som de confusão que o garoto fez. Observou " Jace " atentamente e percebeu surpresa que seus ferimentos haviam sumido. Quando o garoto finalmente abriu os olhos, Clary sentiu seu sangue gelar, não eram os magníficos olhos dourados de seu amado, mas sim olhos azuis frios e indiferentes, olhos que ela jamis esqueceu desde que os viu pela primeira vez.

— Jace? Como você pode estar vivo cara? Você tem mais vidas que um gato! - Disse Simon já esperando pela resposta espirituosa do garoto.

— Jace? Você quer dizer Jonathan Christopher Herondale? Sinto muito, mas ele está morto. Ele não resistiu ao ritual de Lilith. - Respondeu " Jace " assustando a todos com suas palavras.

— Que brincadeira é essa Jace? Se não é você quem seria? - Exasperou-se Isabelle.

— Não sou Jonathan Herondale, apenas estou usando seu corpo emprestado, ele não tem serventia ao dono agora, pois este já partiu. Eu sou aquele que procuraram em seu pescoço Tessa.

Tessa do futuro arregalou os olhos sem acreditar, não podia ser. 

— Inturiel? - Sussurrou a garota incrédula. 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e por favor não me matem!!! Me doeu e eu chorei muito, mas tive que matar o Jace!!!
Bjssss até o próximo!!!!



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