Aurora Goldwin and The Rise of Night escrita por Nightshade


Capítulo 18
Papai Decide Vir Ajudar




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— Nós já estamos em Wyoming. - disse Ariana, sem tirar os olhos da estrada.

Eu estava deitada no banco de trás, já que Nico e Ariana estavam na frente. Ariana dirigia rápido demais e já estava anoitecendo. Meus pensamentos me torturavam... eu precisava deter Nix, porque se as coisas piorarem, seria minha culpa. E eu não iria me perdoar. Toquei no pequeno frasco que eu carregava pendurado no pescoço, mas escondido dentro da roupa; de acordo com Morfeu, eu precisava encher o frasco com o Rio Dourado.

Ariana parou o carro na beira da estrada; olhei ao redor e a imagem de um deserto veio em minha mente.

— Vamos acampar hoje? - ela sorriu, mas eu podia notar que ela estava cansada.

***

A fogueira que eu havia feito brilhava ali na noite. Isso era estranhamente reconfortante. Nico e Ariana já dormiam, podia ouvir suas respirações calmas próximas de mim, mas eu não conseguia pegar no sono. Estava olhando para o céu, milhares de estrelas brilhavam lá, como se soubessem que eu as estava vendo.

Esse pensamento me deixou tensa.

Hoje mais cedo, após minha luta com os filhos de Lyssa, raiva e adrenalina corriam por minhas veias, e pela primeira vez pensei que tivesse chances de derrotar a titã da noite. Mas agora, à noite, eu não me sentia mais tão confiante. Afinal, eu era... como Nix havia me chamado mesmo? A criança do sol.

Olhei para Ariana; ela dormia com um leve sorriso nos lábios e uma adaga firme em sua mão.

Me virei para Nico.

— Nico? - chamei sussurrando - Nico?

— Sim? - ele virou o corpo para minha direção.

— Estou com medo. - falei simplesmente.

Quando aquelas palavras saíram, eu notei o quanto elas eram verdadeiras. Eu... eu não era uma guerreira, só estivera no Acampamento por o que? Três ou quatro semanas. Não estava acostumada a isso, não estava acostumada a cruzar o país inteiro, não estava acostumada a lutar e não estava acostumada a ser uma meio-sangue!

Quando essa realidade me atingiu, senti meus olhos lacrimarem.

Nico parecia não saber o que fazer, mas, hesitantemente, me abraçou. Deitei em seu ombro.

— Nico, não sei o que vou fazer... - foi tudo o que consegui dizer, e eu me referia a hora em que eu enfrentaria Nix, em como eu acharia o Rio Dourado, em como poderia evitar que um dos dois morresse...

— Você não vai estar sozinha, Aurora. - disse Nico - Eu vou fazer tudo o que puder para te ajudar, e tenho certeza de que Ariana também. Ela considera você como uma irmã mais nova.

— Naquela noite, no Acampamento Meio-Sangue,  eu desejei que algo estivesse errado... para ter algo o que pensar... - falei, e acho que algumas lágrimas escaparam de meus olhos - E agora... Nix está se erguendo.

— Cuidado com nomes. - Nico ficou tenso, mas em seguida enxugou minhas lágrimas - Não se martirize tanto, Aurora. Quando chegar a hora de encontrarmos com ela vamos saber o que fazer. E eu não vou deixar que nada aconteça com você.

Senti como se houvesse borboletas em meu estômago.

— Obrigada, Nico. - relaxei levemente - Gosto muito de você. - falei, feliz por estar escuro e ele não poder ver meu rosto vermelho - Queria conhecer meu pai. - murmurei para mim mesma.

— Eu conheci seu pai a alguns anos atrás. - disse Nico - Ele levou minha irmã e eu, as Caçadoras, Thalia e Percy para o Acampamento Meio-Sangue.

— Como ele era? - perguntei.

— Você parece com ele, quer dizer, seu rosto parece com o dele. Tirando o fato de você ter o cabelo escuro e os olhos violeta. - ele parecia pensativo.

Finalmente estava me sentindo relaxar. Me aconcheguei em Nico.

— Você gostou do Acampamento da primeira vez que o viu? - perguntei, já de olhos fechados.

— Sim, eu achei a coisa mais fantástica do mundo, pela primeira vez...

E então, eu caí no sono.

Eu estava sentada em uma grande sacada, que dava vista para uma praia grande. Eu via as luzes da cidade. O sol estava se pondo, como se tocasse o mar. Eu conhecia aquele lugar, eu havia nascido ali.

Los Angeles.

— Aurora. - disse uma voz próxima a mim.

Me virei. Um cara que aparentava ter entre dezessete e dezenove anos estava sentado ao meu lado, usava óculos escuros do estilo aviador. Ele era provavelmente a pessoa mais bonita que eu já havia visto até agora. Sua pele era perfeitamente bronzeada e seus cabelos dourados como o sol. Seu sorriso era divertido e talvez um pouquinho arrogante, e era tão branco que poderia cegar. Mas o que me fez ficar sem reação, foi o fato de nossos sorrisos serem exatamente iguais, assim como nossos narizes e o formato do rosto.

— Pai. - falei, com a voz falhando.

Apolo sorriu para mim um sorriso gentil.

— Aurora, você cresceu, doçura. - ele correu os dedos pelo meu cabelo. Aquele gesto mexeu com minhas lembranças mais remotas de quando eu ainda era uma criancinha.

— Estou em uma missão. - falei, recuperando minha voz.

— Eu sei. - ele disse - E eu estou aqui para te ajudar.

 


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