Insurgent escrita por GG


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores ♥
Espero que gostem.



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Capítulo 01

— É aqui que saltamos. — avisa Tobias enquanto levanta-se do assento junto com Tris.

Um por um nós pulamos para o desconhecido, sou a última a pular. Rolo no chão e o atrito com o calçamento provoca-me arrepios de tanta dor que sinto por causa do ferimento exposto causado pela bala em minha perna, eu mordo o lábio inferior impedindo que um grito de dor saia por eles.

Não sei exatamente em que lugar nós estamos, apenas que devemos estar próximos a cerca, esse era o quase plano que traçamos durante o trajeto. Está escuro e eu acompanho Tobias mancando, Caleb fica ao meu lado me encarando fixamente, eu nunca falei com ele e não estou no melhor momento para conversar agora.

— Quer se apoiar em mim? — ele oferece parecendo bastante ansioso.

— Não. — eu digo e vejo-o murchar por completo, então acrescento depressa. — Mas muito obrigada, por isso e por… por remover a bala da minha perna.

— Não há de quê. — ele diz abrindo um sorriso animado.

No momento nós estamos a alguns metros de distância do trajeto já antigo que os transportes da Amizade passam para que possam entregar mantimentos à cidade, e o portão que os permite sair está fechado agora.

— Os guardas daqui devem ter feito parte da simulação, geralmente há vários deles por aqui… — Marcus parece pensar em voz alta, ele já deve ter vindo aqui várias e várias vezes pois ele é, ou era, um dos líderes da Abnegação.

Observo Tobias se aproximar de uma caixa de metal pequenina em um dos lados da porta da Amizade e então abri-la, fazendo com que um teclado se revele.

— A nossa esperança é que a Erudição não tenha mudado essa senha. — ele murmura quietamente enquanto vai digitando.

— E como você sabe a senha? Por acaso ensinam isso na iniciação da Audácia? — interroga Caleb soando curioso e incrivelmente desconfiado, encaro-o de cara emburrada, quem ele pensa que é para questionar tão descaradamente Tobias?

— Eu trabalhava na sala de controle da Audácia, na parte do monitoramento de todo o sistema de segurança. E só alteramos o código no máximo duas vezes ao ano. — explica Tobias casualmente.

— É muita coincidência, não é mesmo?

— Não, foi uma escolha planejada. — diz Tobias dando de ombros, parecendo absolutamente a vontade. — Só queria meios para sair da Audácia quando quisesse.

Nós seguimos caminho lentamente, sinto minha perna latejar e sei que preciso dar um jeito de cuidar dela antes que piore, talvez ela infeccione e acabe necrosando.

Caminhamos através de um vasto e belo pomar, posso ver pontos de luz ao longe e até enxergar edifícios de madeira e também de vidro. Enquanto caminhamos pela sede da Amizade eu só consigo pensar em como seria minha vida se não houvesse essa maldita guerra e eu fizesse parte da Amizade.

— Deixe que eu os guie, eu conheço esse lugar. — diz Marcus pondo-se a frente, não há objeções e eu sei que todos estamos cansados demais para discutir e ninguém além do próprio Marcus sabe como caminhar por este lugar desconhecido.

Andamos um pouco mais e Marcus abre uma porta, eu nem a teria notado se ele não tivesse parado diante dela, aqui é tudo tão confuso… ou então eu esteja prestes a desmaiar de sono e cansaço, minha perna é quase como um grito reprimido, a dor me mantém acordada e ao mesmo tempo praticamente morta.

— Ainda bem que você está aqui! — diz uma mulher de aparência familiar, eu demoro um pouco para processar que estamos diante de Johanna Reyes, a 'líder' da Amizade. Ela toca gentilmente o ombro de Marcus, como se fosse a sua substituição de um abraço. — Outros membros da Abnegação chegaram pouco tempo atrás e estavam preocupados com você.

Encho-me de um fervor alegre, eles conseguiram, os outros que estavam no abrigo. Ao menos isso de bom nesse dia lastimoso.

— Oh, Deus! — exclama Johanna quando seus olhos param em minha perna que está manchando toda minha calça de sangue e eu nem mesmo notei, nem as outras pessoas notaram, e eu não as culpo já que estamos tão nervosos com tudo que tem acontecendo. — Querida, vou chamar um médico. Mas enquanto isso sente-se aqui, por favor, por favor!

Johanna me coloca cuidadosamente na sua cadeira, sem se importar com a minha falta de limpeza aparente, estou me sentindo destruída no momento. Encosto a cabeça na parede e minhas pálpebras vão caindo pesadamente, o sono me tomando o controle mais uma vez.

— Vai ficar tudo bem, Magdalena. — escuto Tobias sussurrar perto de mim, sinto a sua mão envolver delicadamente a minha e me sinto segura como quando eu era apenas uma garotinha e me machucava e então meu amado irmão mais velho estava lá para secretamente me dar um abraço e um beijo nas bochechas.

— Posso conceder a permissão para passarem essa noite, claro que posso. — escuto Johanna afirmar. — Mas amanhã preciso comunicar a toda a comunidade da Amizade para decidirmos tudo. E vocês precisam entregar todas as armas que possuem…

Escuto o som dos objetos mas ninguém puxa a arma que escondo na cintura, na minha calça jeans surrada, então eu me aproveito e não a entrego, deixo-a ali guardada, posso dá-la a Tobias por segurança, ele saberá quando usá-la melhor do que eu se for realmente necessário.

— Eu sou Johanna Reyes. — apresenta-se oficialmente a mulher, abro meus olhos e faço a melhor expressão de gratidão que consigo naquele momento. Johanna aperta nossas mãos ciente dos costumes da Audácia.

— Estes são To… — Marcus encara Tobias e eu mas logo meu irmão o corta.

— Sou Quatro. — ele começa. — Elas são Lena e Tris, e esse é Caleb.

Vejo o rosto irritado de Marcus por ter sido cortado pelo filho e logo na frente de sua colega. Johanna Reyes nos oferece um sorriso amigável e ansioso após as apresentações.

— Bem-vindos ao complexo da Amizade. — os olhos dela fixam em mim como se ela tentasse me acalmar e quisesse dizer que logo eu receberia os devidos cuidados pela minha perna acabada, mas ao mesmo tempo seu olhar me assusta, é quase uma ameaça silenciosa. — Espero que nos deixem cuidar da melhor maneira de vocês.


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